FÉNIX FAT-301-EP
Inacreditável, mas numa roda de amigos, apenas um puto, João Amorim, admitiu conhecer Joaquim Meirim, o pai de José Mourinho.
Como é possível?
Inacreditável, mas numa roda de amigos, apenas um puto, João Amorim, admitiu conhecer Joaquim Meirim, o pai de José Mourinho.
Como é possível?
14 comentários:
Claro! Quando disse "pai" foi no sentido figurado, ou seja, Mourinho é da escola Meirim, ou seja, "bocas", marketing, "banha da cobra" and so on...
LT
Na Sábado (sim, sou assinante...) da semana passada vem um artigo sobre "metodologias" de treino pouco convencionais utilizadas por algumas vedetas do futebol...e é feita uma referência ao Joaquim Meirim pelos métodos estranhos que apresentou nos anos 70, tais como por os jogadores atrás de galinhas :)
Segundo a peça é lhe também atribuida a inovação de misturar os titulares com os "supélas" para confundir o adversário.
Felicito o sr. João Amorim pela adivinhança1 Com efeito, e lamentavelmente, há muita gente que não dabe quem foi o excelsio Joaquim Meirim.
Emilia
Eu não sei! Mas também detesto futebol.
Não têm nada a ver um com o outro, caro Ié-Ié. São mesmo a antítese. Um era mesmo "banha da cobra" o outro tem uma licenciatura e desenvolveu,na base do conhecimento assim adquirido, novas ideias na área de metodologia de treino e de princípios de gestão de uma equipa de futebol. Alguns desses princípios são mesmo extrapoláveis para o campo mais vasto da gestão "tout court". Meirim era o chico-esperto" saloio", uma mistura de Pedroto (responsável por 20 anos de atraso no futebol português) e de professor Kilomba.
Quanto ás "bocas" (os célebres "mind games"), que em nada se confundem com a charlatanice de Meirim, têm um objectivo, fazem parte da imagem que para si construiu (nas suas equipas é ele a única vedeta),mas por vezes podem voltar-se contra ele, claro (ver http://eusouogatomaltes.blogspot.com/2008/02/mourinho-mais-um-faux-pas.html)
Joaquim Meirim teve um tempo e, diga-se, foi um tempo divertido. O escritor e jornalista Mário Ventura escreveu um artigo em "A Bola" de 1 de Outubro de 1970 com o título "Meirim entrou na vida de todos nós", e José António Saraiva, o circunspecto ex-director do "Expresso", e hoje director do "Sol" escrevia no "Comércio do Funchal" em 5 de Abril de 1970 sobre Meirim:"Devo dizer-vos nesta altura que não acredito em bruxas. Pessoalmente, penso que Meirim é o homem que da maneira mais fina entendeu a estrutura caótica, anacrónica, incoerente, do futebol.
Mas a cereja no bolo é um destacável, a vermelho, do suplemento "A Mosca" do "Diário de Lisboa" intitulado "Citações do Presidente Kim-Mey-Rim". que é um pequeno tratado de humor, aproveitando extractos de entrevistas que Joaquim Meirim foi dando aos jornais desse tempo. "A Mosca" era um suplemento que se publicava aos sábados, feito por José Cardoso, Pires, Luis Sttau Monteiro, Fernando Assis Pacheco, entre outros figurantes de luxo. Algumas das citações: "Eu aos jogadores não peço nada: dou-lhes tudo". "Ser treinador é viver o padre, o psicólogo, o pedagogo, o político, o preparador físico, o táctico". "O que eu terei de incomum é não pactuar com tradicionalismos". "Sou só, única e exclusivamente, um humilde, simples e modesto treinados."
E de que data é essa Mosca?
LT
"Mr.Ié-Ié":
Lamentavelmente não tenho a data do "Diário de Lisboa" em que o suplemento foi publicado. O livro de "Citações do Presidente Kim-Mey-Rim" termina assim: "Balanço de um mês de Revolução Cultural:
Belenenses, 1- Real Gijón, 1
Belenenses, 0 - Bétis, 4"
Como isto deverão ser jogos de preparação e como Meirim começou o trabalho no Belenenses em principios de Julho, poderemos admitir que será um qualquer sábado de Agosto/Setembro de 1960.O jornalista de "A Bola", Carlos Sequeira, na edição de 9 de Julho de 1960 faz a reportagem de uma conferência de imprensa em que Meirim desvendou alguns aspectos do seu programa. Como este: "Está também assente que não será concedida a qualquer jogador autorização para contrair casamento no período decorrido entre 27 de Julho e 30 de Maio salvo em caso de força maior que espero não venha a registar-se... concluiu com um sorriso. E explica: "Nesse período crucial para a realização dos nossos objectivos os jogadores precisarão de toda a tranquilidade de espirito pelo que terei pura e simplesmente que afastar todo e qualquer foco de perturbação."
Quando o Meirim treinava o Belenenses, levava os seus jogadores para o parque de Monsanto e pedia-lhes que derrubassem as árvores com a força dos braços, << Vá, empurrem, deitem abaixo as árvores como se fossem o vosso adversário!>>.
Vi as imagens deste episódio numa reportagem do Domingo Desportivo e nunca mais me esqueci. Eu devia ter uns 14 anos... marcante, não é?... rsrsrs...
Caro J.C.: inteiramente de acordo com as apreciações. Meirim era a pura banha de cobra. Lembro-me de, pouco antes do 25 de Abril, ele dar uma entrevista à RTP dizendo que ia para Angola "massificar as massas". O entrevistador (não me atrevo a chamar-lhe jornalista) bebia-lhe as patacoadas, atento, venerador e obrigado. Quanto ao Pedroto, ainda estão por quantificar devidamente os estragos que fez no futebol português, com a mentalidade e o estilo que introduziu.
Meirim e Mourinho são protagonistas do mesmo filme mas em épocas diferentes. O Meirim viveu na época do futebol o Mourinho na da Indústria.
Mas afinal... este disco tem o quê?
Loas das equipas a ver se ele ia lá parar?
?
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