"Página Um", programa radiofónico de eleição de José, iniciou-se no dia 02 de Janeiro de 1968, na Rádio Renascença, entre as 19H30 e as 20H30, com Jorge Schnitzer e Maria Helena Fialho Gouveia.
Mas foi com José Manuel Nunes e Moreno Pinto (na foto), pouco depois, que o programa atingiu o seu esplendor.
O "Diário de Lisboa" de 07 de Fevereiro de 1969 define "Página Um" como um programa dinâmico, considerado o melhor da Rádio Renascença, com um cunho altamente jornalístico, pois nas suas emissões aparecem reportagens sobre casos humanos, variados e interessantes.
Mas foi com José Manuel Nunes e Moreno Pinto (na foto), pouco depois, que o programa atingiu o seu esplendor.
O "Diário de Lisboa" de 07 de Fevereiro de 1969 define "Página Um" como um programa dinâmico, considerado o melhor da Rádio Renascença, com um cunho altamente jornalístico, pois nas suas emissões aparecem reportagens sobre casos humanos, variados e interessantes.
32 comentários:
O Página Um, merecia um livro. Com as músicas que lá apareciam e quem as apresentava e como obtinha dos discos. Alguns vinham de Londres, por correspondentes quase oficiais ( António Cartaxo teria algo a ver?).
Ao tempo de José Manuel Nunes, depois ido para a Deutsche Welle, seguiu-se Adelino Gomes, segundo julgo. Um dos melhores repórteres portugueses.
O tempo de 74-75 que foi o que acompanhei com todo o detalhe, até das interrupções constantes, por causa do PREC ( Artur Albarran, apresentou o programa em Agosto de 75, salvo o erro).
Esse tempo, no entanto, foi o de Luis Filipe Paixão Martins, agora consultor de imagem de vários políticos, incluindo o PM...
Luís Filipe Martins já contou alguns episódios dessa época gloriosa da música popular e da rádio em Portugal. Mas devia contar mais.
Um dos que contou merece destaque: foi dos que primeiro ouviu e passou os discos em quadrifonia, gravados nessa época como uma melhoria na captação e reprodução sonora. Um disco particularmente, já indicou: Barclay James Harves. Suponho que seja o Live ou o Everyone is everybody else.
Ah! E foi Luís Filipe Martins quem passou Gary Shearston e o I get a kick out of you ( o único tema do disco Dingo que merece ser ouvido, aliás).
No entanto, o essencial e mais interessante da Página Um de 74-75, reside noutra coisa: na diversidade musical que incluía a passagem de temas de canções revolucionárias de váras nacionalidades: francesa ( Francesca Solleville, os discos da Chant du Monde onde Luís Cília também gravou e foi passado na Página Um; chilena, com Quillapaiún, Victor Jara, Claudina e Alberto Gambino- duerme, duerme negrito- e outros e a portuguesa do GAC e de outros grupos e intérpretes. A Página Um era um reduto do PREC, sem dúvida.
Mas a mim, para além dessa música, mesmo a do PREC, interessava-me a qualidade e essa ninguém lha tirava.
Um programa excelente, de facto.
A audição dos primeiros compassos da bateria dos Pop Five, ás 7 e meia da tarde, punha-me logo à coca, para ver qual era a primeira música.
Se fossem os Sparks de Never turn your back on mother earh, estava ganho o programa. E se a seguir viessem os Roxy Music com All i want is you, já a coca da escuta começava a surtir efeito mágico.
Se depois, viesse Dylan e o Lily Rosemary and the jack of hearts, melhor ainda.
E se logo a seguir, se ouvissem os acordes de In the light de Phisycal grafitti, então estava perfeito o meu mundo musica da época.
Ainda hoje ando à procura desse prazer musical seminal. E a Página Um, era o veículo.
Nunca tomei drogas de espécie alguma, a não ser tabaco. Mas tenho a certeza que nenhum junkie apreciou a música tanto como eu apreciava nessa altura.
E claro que estas memórias se ligam ao apresentador do programa LPM, porque lhe dava personalidade, com a dicção e voz sóbria. Quando apareceu o Albarran, estranhei o timbre mais nasalado, mas depressa me habituei, porque o essencial era mesmo a música.
Por isso é que perdoo ao LPM o facto de andar a ajudar um aldrabão a continuar a enganar esta malta...
enquanto não sai um livro porque não um blog com "subsídios para um eventual livro sobre o programa de rádio "Página Um".
Porque não? Se houver alguém capaz de assegurar o período até 74-75, estou por aqui.
Um blog sobre a Página Um? Why not?
Tinha piada,eu ouvia sempre :-)
E nessa altura (1975) não havia também o jornal homónimo?
Não me lembro Rato, a porcaria da amnésia deu nisto, e vocês aqui têm sido notáveis ao relembrar-me tanto do que foi formatado no meu disco rígido!
Engraçado o IMPORTANTE não esqueci ;-)
Ah, José, não sabia que você também vibrava com os Roxy Music!
A banda está no meu Top 10 de favoritos. Principalmente os 4 primeiros LPs - embora goste de todos.
Filhote
Eu cá vibrava era com o Vocalista ;-)
O Ferry?
O safado ainda agora conseguiu surripiar a namorada...ao filho!
Segundo se conta na má-língua.
Os álbuns do Roxy até ao Avalon, são de grande qualidade.
Os primeiros têm aida Brian Eno, outro dos meus ídolos musicais.
E até os dois primeiros a solo- Another time another place, passaram na Página Um.
Lembro-me bem de Smoke gets in your eyes que ouvi antes de conhecer o original.
Curiosamente, em relação ao som de COuntry Life, o tal que passava em 75 na Página Um, constantemente, devo fazer nota do seguinte:
Tenho o disco em cd, numa colectânea em caixa sobre os Roxy. E tenho também um LP duplo, com os Greatest Hits.
Nenhum desses discos me dá o som que ouvia na Página Um, no rádio Grundig que tinha na altura.
All i want is you, quando o ouvir como deve ser, hei-de reconhecer.
O mesmo se passa com o disco dos Zeppelin Physical Grafitti. Tenho em cd e em LP. Nenhum me entrega o som, tal como o lembro de ouvir na Página Um. Nem mesmo em auscultadores Sennheiser 600.
Isto é magia pura do programa. Não é ilusão minha.
Dirigido pelo falecido Jorge Fagundes, advogado possante, o primeiro número do "Página Um", conotado com a extrema-esquerda, mormente o PRP, surgiu no dia 05 de Junho de 1976 ao preço de 4$00 (dois cêntimos).
LT
Eu bem sabia que havia um jornal com esse nome. E devo tê-lo lido muitas vezes, já que nessa altura era um "perigoso" extremista de esquerda, ahahah.
Por acaso não terás um exemplar cujo cabeçalho possas mostrar?
Deixem-me levantar uma questão a propósito do Página 1. O problema nos anos setenta, e o "Em Órbita" reconheceu-o e mudou de rumo, é que, c/ pequenas excepções, como talvez o caso do glam rock e depois do punk mas mesmo assim de forma restrita (lembrem-me se esqueci algo) a música popular anglo-americana já não tem correspondência num movimento social "revolucionário" como o tinha nos anos 60, com o movimento hippie, a luta pelos direitos cívicos e contra a guerra do Vietnam, a liberalização dos costumes, o psicadelismo, o amor-livre, etc, etc. Começa a deixar de ser a forma cultural priveligiada assumida por uma geração no seu projecto de mudança social. Assim, perde força, perde "espiríto", perde mtº do seu "reason for beeing".
Depois disto, pode começar a intifada (LOL).
O safado esse mesmo José
Aliás para o meu gosto continua em Safado LOLOLLLLL
E editou um excelente disco se Jazz,ou seja um safado completo ;-)
Ele há quem goste de safados novinhos ...
Eu gosto deles com brancas, sempre fui assim EHEHEHEH
e já percebi que o meu teclado está completamente SAFADO e é novinho nem um ano tem ;-))))
Tenho o nº 1, arquivado no Norte. Já agora, o Paixão Martins esteve no "Página Um" (programa de rádio) e no "Página Um" (jornal). Tenho prá aí o recorte de um que publica na primeira página uma "cacha" minha, o encerramente de "O Século".
LT
O jornal Página Um, não tenho. Tenho vários Tempo e o Modo, tendência MRPP; tenho o zero e seguintes do Esquerda Socialista; tenho o Sempre Fixe retintamente comunista. A Luta, Jornal Novo, os jornais e revistas que os socialistas lançaram, com dinheiros vindos sabe-se lá de onde. Portugal Hoje, por exemplo.
Tenho O Evaristo,O Raio da Covilhã, onde escrevia a Guida Mesquita ( que agora julgo dá aulas numa privada qualquer ou na Nova ou coisa assim) por quem me apaixonei em Coimbra; tenho ainda o do Batista Bastos que era o...como é que se chamava...O Ponto, é isso!
E Observador, Vida Mundial e assim.
Mas o Página Um, nicles.
PS: isto era como os putos a dizerem os cromos que tinham.
Para além da música, o "Página 1" fez a diferença na componente da reportagem (lembro Adelino Gomes e José Duarte) também no comentário político. Por terem tomado clara posição nos acontecimentos dos jogos olimpicos de Munique de 1972, colocando-se do lado do comando palestiniano contra Israel, o programa foi suspenso. Mais tarde é retomado mas faltam-me elementos para contar a história. Apenas possuo o texto integral que determinou a suspensão do programa e também do "Tempo Zip". Agarrado tenho um recorte do "República" de 13 de Setembro de 1972: "Nós não somos bandidos nem assassinos mas homens perseguidos sem terra nem pátria" - afirmam os guerrilheiros mortos em Munique no seu testamento político"
Bom, mas isto já é outra his´tória e fico-me por aqui. Não tenho problemas com o teclado mas a inovação que MR. Ié-Ié introduziu na caixa de comentários leva a que a minha nabice mande os textos borda fora. Esta é a 4ª tentativa.
Munique 1972, problema complicado.
Quanto ao teclado, é muito bem feito, quem é que me mandou comprar um teclado preto com letras brancas?!...
Claro que o branco já era e agora além de ter que comprar outro, ando a adivinhar as letras no teclado.
Karocha, c/ tanto preto e branco não está a confundir c/ um piano e a querer tocar música?
Não JC LooLLLL
Mas o teclado era realmente tão bonitinho...
E para tocar música, chegou-me hoje a tomada de posse, como já lhe chamam, do Novo Imperador do Mundo.
Que teclado? "Ebony and Ivory"?
José, também ouvi o "Smoke Gets In Your Eyes" pelo Bryan Ferry antes de ouvir o original. Pelo menos, é essa a sensação que tenho. Talvez falsa, mas marcante... e fui logo ali arrebatado.
Porém, o meu LP preferido do Ferry a solo é o primeiro, "These Foolish Things". Contém notáveis versões para canções de Stones, Beatles, Elvis, Smokey Robinson... e aquela interpretação de "Piece of my Heart"? Ai, senhores!!!
Há um LP da Roxy Music cuja fotografia de capa foi tirada no Algarve. Vou à procura!
LT
O José referiu vários titulos de jornais. Lembrou o Portugal de Hoje, mas é preciso recordar o magnifico suplemento musical que o jornal nos oferecia semanalmente. Caso único, na altura. Boas colaborações, artigos variados e a cores. Ainda tenho vários números.
Só vocês para me porem um sorriso!
Brigada...
A capa é a do Country Life. Já foi mencionada aqui
http://ovelhoblitz.blogspot.com/
Os melhores de 1967 para o "Em òrbita"
Para mim o Página 1 era o original, com o José Manuel Nunes e o genérico dos Pop Five Music Incorporated "Got to be ... page one". E as reportagens do Adelino Gomes, claro. Do Paixão Martins lembro-me ainda do FM do RCP. Quando a Rádio era GGGRRRRAAAAAAAAAAAAADE !
Programa de boa memória que eu ouvia aqui no Porto ao chegar das aulas. Foi lá que ouvi os Emerson Lake and Palmer. E por eles fui descobrir Mussorgsky!
Saudades!
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