Ainda mal tínhamos (os Yardbirds) acabado de assinar o nosso contrato quando Giorgio (Gomelsky) nos disse que nos tinha proposto para tocar com Sonny Boy Williamson na sua iminente digressão a Inglaterra.
Eu não era particularmente fã de Sonny Boy - o meu tocador de harmónica preferido era Little Walter - e não foi uma experiência feliz.
Eu sabia, por exemplo, na minha qualidade de grande especialista de blues em Ripley, que não era ele o Sonny Boy Williamson que tinha escrito "Good Morning Little Schoolgirl" e que tinha sido morto com um picador de gelo, e que o seu verdadeiro nome era Rice Miller.
Por isso, quando ele nos foi apresentado no CrawDaddy, eu estava ansioso por me exibir e tentei impressioná-lo com os meus conhecimentos, perguntando-lhe: "O seu verdadeiro nome não é Rice Miller?". Ao que ele sacou lentamente de um canivete e me arregalou os olhos.
Daí para a frente foi cada vez pior.
Mas ele era um bluesman famoso, e o verdadeiro e genuíno, para todos os efeitos, por isso venerávamo-lo, e corríamos atrás dele.
A dada altura do espectáculo obrigou-nos a ajoelharmo-nos enquanto fazia uma espécie de marcha de blues no gelo em palco.
Era mais do que estranho. Mas ele também não ficou bem impressionado connosco.
Diz-se que terá comentado na altura: "those english kids want to play the blues so bad - and they play the blues so bad".
in "Autobiografia", Eric Clapton, Casa das Letras, 2008, págs 58 e 59
Eu não era particularmente fã de Sonny Boy - o meu tocador de harmónica preferido era Little Walter - e não foi uma experiência feliz.
Eu sabia, por exemplo, na minha qualidade de grande especialista de blues em Ripley, que não era ele o Sonny Boy Williamson que tinha escrito "Good Morning Little Schoolgirl" e que tinha sido morto com um picador de gelo, e que o seu verdadeiro nome era Rice Miller.
Por isso, quando ele nos foi apresentado no CrawDaddy, eu estava ansioso por me exibir e tentei impressioná-lo com os meus conhecimentos, perguntando-lhe: "O seu verdadeiro nome não é Rice Miller?". Ao que ele sacou lentamente de um canivete e me arregalou os olhos.
Daí para a frente foi cada vez pior.
Mas ele era um bluesman famoso, e o verdadeiro e genuíno, para todos os efeitos, por isso venerávamo-lo, e corríamos atrás dele.
A dada altura do espectáculo obrigou-nos a ajoelharmo-nos enquanto fazia uma espécie de marcha de blues no gelo em palco.
Era mais do que estranho. Mas ele também não ficou bem impressionado connosco.
Diz-se que terá comentado na altura: "those english kids want to play the blues so bad - and they play the blues so bad".
in "Autobiografia", Eric Clapton, Casa das Letras, 2008, págs 58 e 59
3 comentários:
Um bocadinho diferente da transposição simplista do Filhote.
Diferente, em quê, amigo Queirosiano? Apenas disse que o referido Sonny Boy Williamson não era o verdadeiro... e não era!
Sejamos honestos... era como se um qualquer António da Silva usasse o nome Carlos Paredes...
E atenção: não sei se o Ié-Ié traduziu o texto do inglês se aproveitou a edição portuguesa, mas a tradução não está correcta. O texto original inglês nunca diz que aquele Sonny Boy era o verdadeiro e o genuíno - embora diga que fosse famoso...
Queirosiano, outras explicações minhas estão escritas no post "À boleia dos Animals"...
Estou de acordo consigo... fui mal entendido... ou seja, temos os dois razão... eu sei que o Rice Miller se tornou famoso sob o nome artístico Sonny Boy Williamson, mas a verdade é que na época, em Inglaterra, quase todos os músicos e jornalistas pensavam que aquele Sonny Boy era o outro...
Enviar um comentário