segunda-feira, 16 de junho de 2008

LOS BRAVOS


LONDON - LES 570 - edição portuguesa

10 comentários:

Jack Kerouac disse...

Estes Los Bravos tinham pedal, e tinham um país e um mercado por trás que os Sheiks não tinham. E o vocalista tinha power. O Black Is Black tornou-se um clássico, mas têm mais musicas de qualidade.

Rato disse...

Têm sim, mas não muitas mais. Comprei o ano passado em Espanha uma coletânea representativa do grupo e contam-se pelos dedos de uma mão as faixas que têm realmente interesse. E, claro, a nível de qualidade não se podem comparar com os nossos Sheiks.

josé disse...

Comparando:

Lembro-me bem deste single e desta música. Foi uma das primeiras que ouvia, na época em que descobria a música popular.

Dos Sheiks, não me lembro nem de uma sequer. E contudo, parecem-me de qualidade superior, no género.

Conclusão?
Santos da casa não fazem milagres.

Fantomas disse...

Os Los Bravos tinham era uma grande produção por trás! Esta banda comparada com Los Brincos, não valia nada.

filhote disse...

Concordo que os Sheiks tinham mais substância musical. E os Shakers, então...

Porém, no universo Pop, uma canção pode valer tudo. Principalmente nos anos 60, época dourada do single. E "Black is Black" é uma canção bem mais bombástica que qualquer uma dos Sheiks. Pessoalmente, eu até prefiro "Missing You", por exemplo...

Los Bravos tinham uma grande máquina publicitária a promovê-los? Talvez. Mas neste caso o poder do single fala mais alto.

Tomemos o exemplo dos "meus queridos" Rolling Stones. Sempre foram interessantes, desde o início, não é verdade? Mas não foi o sucesso de "Satisfaction" que os tornou o que são?

josé disse...

Os Stones são um caso curioso.

Pegando num Greates Hits ( Rolled Gold ou, ainda melhor, Hot Rocks), podemos ouvir porque são um bom grupo de rock: música original nó início ( Ruby Tuesday, As tears go by), desenvlvimento rock a seguir ( Honky Tionk woman, Brown Sugar), epílogo ( Wild Horses, You can´t always get waht you want).

Em 1975, estava tudo dito e cantado.

Podiam ter acabado aí e nada se teria perdido ( nem Farwaway eyes, nem Start me up).

Não acabaram e as torunées, nos anos setenta e oitenta, tornaram-se lendárias.

Nenhum outro grupo ( nem os Beatles) fez tanta capa de revista, tanto artigo a glosar coisa nenhuma que não pudesse dizer-se pelas músicas que apresentavam.
E no entanto, os Beatles, disseram duas vezes ( dez vezes) mais coisas; variaram musicalmente outras tantas e tinham uma imagem diferenciada de respeitabilidade artística incomparável.
Mesmo assim, foram os Stones que perduraram juntos e ao vivo, a cores e agora em filme de Scoresese.

Lembro-me de ouvir Brown sugar, pela primeira vez, como deve ser:

NUma juke box da época, a troco de uma croa ou coisa assim. E a seguir, olhar a capa do single.
Acho que me lembro da capa: os Stones desalinhados, segurando uma cópia do disco, a esconder a nudez crua da verdade...

Alguém se lembra dessa capa de single, ou sou eu que já estou a inventar?

filhote disse...

Não está a inventar nada, caro José. A capa do single "Brown Sugar" é exactamente essa - em quase todo o mundo. Boa memória.

E também não inventou nada na sua lúcida mini-reflexão sobre a carreira dos Stones.

Em 1975 estava de facto tudo "dito e cantado", embora eu como verdadeiro fã não sobreviviria sem canções como "Memory Motel", "Miss You", "She's so Cold", "Heaven", ou a citada "Far Away eyes".

E é verdade que enquanto os Beatles tiveram uma carreira discográfica mais focada artisticamente, os Stones assumiram a face daquilo que deve ser uma genuína banda de Rock'n'Roll. E depois de 46 anos de carreira, "still rolling", acabaram por alcançar um status praticamente insuperável no mundo do showbusiness.

filhote disse...

Só quero acrescentar dois detalhes sobre o que falou, José:

1. Musicalmente, os Stones variaram tanto ou mais que os Beatles. Não variaram foi tão bem...
Na música dos Stones ouviu-se Country, Blues, Folk, Gospel, Rock'n'Roll, Pop, Psicadelismo, Soul, Disco, Reggae, Punk, Rap, vaudeville, funk, glam...

2. Lendárias são as digressões de 70 e 80, mas também, as de 90, as do ano passado e... as do próximo ano, muito provavelmente!!!

Hehehehehe!

josé disse...

Caro filhote:

Arranje-me um disco dos Stones equivalente ao branco dos Beatles, em variações e inovação sonora.

Exile? Não me parece e é um dos discos que mais aprecio.

Esta discussão Beatles/ Stones, tem barbas já brancas, mas acho que ainda vale a pena.

Definitivamente, sou Beatles.

filhote disse...

Ah, de acordo José, analisando apenas LP por LP, neste caso o "branco", os Beatles variaram muito mais!

A variedade dos Stones espalha-se por toda a obra, ao longo de 46 anos, e nunca numa obra só. Aliás, o "Exile" é bem capaz de ser o LP menos eclético da banda...

Eu sempre fui pelos Beatles e pelos Stones!