Na Primavera de 2002, Brian (Brian Roylance, livreiro, amigo íntimo de George Harrison que o tinha acompanhado nos últimos momentos de vida - nota do editor) apareceu para jantar em Hurtwood e começámos a falar sobre George.
Eu queria saber como passara ele durante a doença. Brian assegurou-me que George estava plenamente consciente do estado em que se encontrava e que tinha morrido tranquilo e bem-disposto.
Eu arrisquei observar que era triste não haver nenhum evento em memória de George, pelo menos em termos musicais e Brian disse: "A menos que tu faças qualquer coisa". A ratoeira tinha sido montada e eu caminhara alegremente em direcção a ela.
Foi um trabalho a que lancei mãos por amor e dedicação. Ao longo dos meses seguintes, Olivia, Brian e eu planeámos o evento, discutindo quem iríamos convidar e que canções iríamos tocar.
Olivia foi o cérebro do programa no seu conjunto e eu limitei-me a organizar a secção de rock da parte musical. Ravi Shankar e a sua filha Anoushka escreveram música especialmente para o espectáculo e foi decidido que era assim que devia começar.
Eu pensei que a banda que tinha tocado no concerto da noite de Ano Novo constituiria um núcleo ideal, que incluíria Henry Spinetto, Andy Fairweather Low, Dave Bronze e Gary Brooker. Depois podíamos pedir às pessoas que tinham sido especiais na vida de George para irem cantar uma canção.
Correu tudo muito bem e conseguimos reservar o Albert Hall para a noite de 29 de Novembro, exactamente um ano depois da morte de George.
A única dificuldade surgiu a propósito de quem deveria cantar "Something". Olivia achava que devia ser eu a cantar. Paul McCartney andava a tocá-la ao ukelele nos seus espectáculos e queria interpretá-la assim, mas eu queria que Paul cantasse "All Things Must Pass", que eu considerava ser a canção-chave de todo o espectáculo.
Por fim, chegámos a um compromisso e Paul e eu cantámos "Something" em dueto, tendo ele feito depois uma interpretação inspirada e brilhante de "All Things".
Foi uma grande noite e toda a gente que lá estava ou que viu o DVD concorda que foi a despedida perfeita de um homem que todos adorávamos e que tanta música maravilhosa nos deu ao longo dos anos.
in "Autobiografia", Eric Clapton, Casa das Letras, 2008, págs 318 e 319
Eu queria saber como passara ele durante a doença. Brian assegurou-me que George estava plenamente consciente do estado em que se encontrava e que tinha morrido tranquilo e bem-disposto.
Eu arrisquei observar que era triste não haver nenhum evento em memória de George, pelo menos em termos musicais e Brian disse: "A menos que tu faças qualquer coisa". A ratoeira tinha sido montada e eu caminhara alegremente em direcção a ela.
Foi um trabalho a que lancei mãos por amor e dedicação. Ao longo dos meses seguintes, Olivia, Brian e eu planeámos o evento, discutindo quem iríamos convidar e que canções iríamos tocar.
Olivia foi o cérebro do programa no seu conjunto e eu limitei-me a organizar a secção de rock da parte musical. Ravi Shankar e a sua filha Anoushka escreveram música especialmente para o espectáculo e foi decidido que era assim que devia começar.
Eu pensei que a banda que tinha tocado no concerto da noite de Ano Novo constituiria um núcleo ideal, que incluíria Henry Spinetto, Andy Fairweather Low, Dave Bronze e Gary Brooker. Depois podíamos pedir às pessoas que tinham sido especiais na vida de George para irem cantar uma canção.
Correu tudo muito bem e conseguimos reservar o Albert Hall para a noite de 29 de Novembro, exactamente um ano depois da morte de George.
A única dificuldade surgiu a propósito de quem deveria cantar "Something". Olivia achava que devia ser eu a cantar. Paul McCartney andava a tocá-la ao ukelele nos seus espectáculos e queria interpretá-la assim, mas eu queria que Paul cantasse "All Things Must Pass", que eu considerava ser a canção-chave de todo o espectáculo.
Por fim, chegámos a um compromisso e Paul e eu cantámos "Something" em dueto, tendo ele feito depois uma interpretação inspirada e brilhante de "All Things".
Foi uma grande noite e toda a gente que lá estava ou que viu o DVD concorda que foi a despedida perfeita de um homem que todos adorávamos e que tanta música maravilhosa nos deu ao longo dos anos.
in "Autobiografia", Eric Clapton, Casa das Letras, 2008, págs 318 e 319
9 comentários:
Pois eu acho que o Something tocado só com o ukelele, como o Paul McCartney fez durante a tournée, fica muito mais giro do que os solos aborrecidos (porque intermináveis) de Eric Clapton. Nunca fui apreciador.
Na actual digressão de Macca, o Something continua a fazer parte do alinhamento, mas com um arranjo diferente: primiero só com o ukelele e depois, a meio, entra a banda toda e o Paul muda para uma viola acústica! Continua a arrepiar e a trazer lágrimas aos olhos!
Paul McCartney - Something (Live At Anfield) 01/06/08
Amigo Paulo, a versão de "Something" neste sublime "Concert for George", não inclui solos intermináveis de Eric Clapton e antecipa a interpretação actual do Macca.
McCartney começa sozinho com o ukelele até que a banda irrompe, respeitando-se a partir desse momento o arranjo original da canção.
E mais: quem sola não é Clapton, mas sim, o inalcançável Marc Mann (até parece que ouvimos o George)!
Sim, sim, caro NS, já vi todas as canções do show do Macca em Anfield (as disponíveis no Youtube).
Surpreendente, o "Hippy Hippy Shake"!
Quanto a "A Day in the Life/Give Peace a Chance", está ao estilo do que Macca fez ao vivo com "Strawberry Fields/Help/Give Peace a Chance", também em Liverpool - acho que o Ié-Ié esteve nesse show...
E esta passagem, Ié-Ié?
"All I wanted to do was really share our love for George and his music with the people. I need to do this for him, but It's for me must of all - I need to be able to express my grief in this sort of way"
Eric Clapton
Este DVD "Concert for George" é das coisas mais fabulosas que tenho na minha colecção,no entanto acho curioso toda a gente falar da interpretação de Paul McCartney com o seu ukelele de "something"(ninguém lhe tira o mérito e também acho um momento alto no programa)mas muito sinceramente para mim o momento que me tocou profundamente e cada vêz que o visiono não me envergonho de dizer que me vêm as lágrimas aos olhos,é exactamente no final quando Joe Brown também com o seu ukelele interpreta "I´ll see you in my dreams" e de repente entra a orquestra com tôda a sua potência.Acho f-a-b-u-l-o-s-o e um momento de grande intensidade dramática.
Claro que são gostos,mas acho estranho ninguém falar deste apontamento!!!
Calma, Daniel, estou contigo... o final de Joe Brown é também para mim o momento mais alto do show!!!
Olá Pedro
Na realidade é dos DVDs mais preciosos que tenho.
Todo um espirito está ali presente e tão bem captado em video sem quaisquer truques.
Se não estou em erro,este têma surgiu no ùltimo almoço da "malta" e o Luis disse que ele e a Teresa tinham assistido aoa vivo a este fabuloso espectáculo.
Ele é que poderia escrever qualquer coisa sobre o facto,pois uma coisa é vêr o DVD outra é estar ali a viver todas aquelas emoções.
Oh Luis!!!!
Se estou a fazer confusáo e a meter água,desculpa lá!!!!
Nem mais nem menos...todos são monstros sagrados da musica...a lembrar tbem a magica e imortal interpretação Billy Preston em "Isn't It a Pitty",
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