segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A FUGA DE ERIC CLAPTON


No nº 152 da King's Road, em Londres, ficava o famoso The Pheasantry, hoje uma pizzaria (Pizza Express).

The Pheasantry, então um cafe-nightclub, estava instalado num edifício de 1769. Deve o seu nome aos faisões que o seu proprietário, Samuel Baker, ali vendia entre 1864 e 1878.

Em 1916, a bailarina russa Princesa Serafina Astafieva, sobrinha-neta de Leo Tolstoy, converteu o local numa Academia de Dança. Alicia Markova e Margot Fonteyn foram estudantes.

Em 1932, a cave do edifício foi transformada em clube para gáudio de actores e artistas. Quando o clube fechou, o edifício foi renovado em apartamentos de luxo. Um dos inquilinos foi Martin Sharp, cartonista e co-editor de "Oz" e letrista de "Tales Of Brave Ulysses", dos Cream.

A propósito, nos anos 60, Eric Clapton conseguiu fugir pelas traseiras de The Pheasantry quando o famigerado Norman Pilcher o quis deter por alegada posse de drogas.

Em 1969 o edifício esteve ameaçado de demolição, mas um levantamento popular impediu o desastre.

O Pheasantry era um sítio fantástico para se viver em 1967. Ficava mesmo no centro de King's Road, onde havia muita vida de rua e dava para ir a pé a todos os sítios que costumava frequentar.

Nessa altura vestia-me com uma mistura de roupas antigas e em segunda mão com algumas peça novas, compradas em sítios como o Chelsea Antique Market, o Hung On You e Granny Takes A Trip.

Frequentemente acompanhado de Litvinoff, descia a pé do Picasso até ao World's End, onde aparecia sempre alguém para tomar um chá e um charro.

in "Autobiografia", Eric Clapton, Casa das Letras, 2008, pág. 104

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