terça-feira, 18 de agosto de 2009

COCK SPARRER


DECCA - MO 1765 - edição castelhana (1978)

We Love You (Jagger/Richard) - Chip On My Shoulder

Adquirido em Badajoz no dia 04 de Março de 1978.

10 comentários:

josé disse...

O Punk como o conheci, em 77/78.

Que divulgou este e outros, foi António Sérgio no Som da Frente ou coisa que o valha.

Lembro-me dos Buzzcocks, dos Undertones e da New Wave, mais o reggae e o ska.
Ian Dury and the Blockheads e Elvis Costelo a começar.
Os Clash e os Sex Pistols.E os Ramones e ainda os Stranglers.

Mas este We Love you dos Cock Sparrer batia tudo em provocação auditiva.

josé disse...

Nessa altura, para se estar a par era preciso comprar o NME e o MM. Foi o que fiz e guardei tudo, evidentemente.

Elvis Costelo na primeira página do Melody Maker e a jurar My aim is true...

filhote disse...

E, para além dos citados, havia mais coisa boa, José.

The Jam, Blondie, The Inmates, Dr. Feelgood, Joe Jackson, Mink Deville, Vibrators, Eddie and the Hotrods, Lene Lovich, The Tubes, Devo, Talking Heads, The Police... tantos... a esta época eu chamo de "o meu tempo"... época em que comecei a coleccionar LPs e singles, e vibrava com cada novidade...

Se tivesse de escolher um LP desse "meu tempo", seria "New Boots and Panties!!" (Stiff, 1977), de Ian Dury. Fabuloso!!!!

Curiosamente, para minha vergonha, nunca ouvi esta versão de "We Love You"... que tal???

josé disse...

Em 77/78, foi o tempo dos Supertramp e do aparecimento dos Dire Straits.

Estes singles que saiam em Inglaterra e se ouviam no rádio ( cheguei a sintonizar o John Peel, Radio One, no programa Top Gear, em onda curta num rádio que tinha e tenho, para ouvir novidades), eram um refresco musical.

Quando apareceram os Madness e On Step Beyond, já o punk esmorecia e aparecia a new wave e a cold wave.

Foi essa a viragem dos setenta para os oitenta: ler o Miguel Esteves Cardoso no O Jornal e no Sete, a escrever sobre esses fenómenos musicais, semanalmente. Às vezes de uma semana para a outra, já estava atrasado...

josé disse...

"Bolas para o pinhal", assim se chamava a crónica do MEC. O tipo estava na Inglaterra a fazer o doutoramento em sociologia ( é verdade. Esse tipo é um desperdício) e escrevia sobre música popular.
Algumas crónicas são de antologia como seja a resenha da fauna musical portuguesa.
Delirava com os Joy Division e eu nunca lhes achei piada por aí além. Delirava com a Amália e eu quase nem conseguia ouvir a senhora.

Enfim, um tempo interessante.

josé disse...

filhote:

Hoje em dia, a facilidade de conhecer é tanta que até nos esquecemos da dificuldade antiga.

aqui está o sparrer

Há músicas que nunca ouvi porque nunca tive oportunidade na época.
Por exemplo, andei anos para ouvir os Grateful Dead. Só nos anos oitenta consegui.

josé disse...

Neste género musical "exhilarating", na época adorava os Tubes ao vivo e a versão que fizeram do I saw her standing there, dos Beatles e os Cheap Trick no Budokan.

filhote disse...

Shhhhh, José, os Cheap Trick ainda são uma das minhas bandas favoritas. E tudo por causa do LP "At Budokan".

Os Tubes e os Supertramp vi-os ao vivo no Dramático de Cascais. Foram os primeiros concertos Rock da minha vida - na ordem citada. O terceiro, salvo erro, foi o Elvis Costello no Restelo...

Também dancei muito ao ritmo dos Madness. "Hey You! What's This?"

Mas ainda não me disse se esta versão de "We Love You" vale a pena...

josé disse...

Se o We Love you vale a pena?

Claro que vale! Pela memória do tempo e da versão enérgica e sardónica a puxar para um lado que os Rolling Stones não tinham expresso no original.

Esta música resume o Punk melhor que os Sex Pistols, apesar deste terem feito o mesmo com My Way de Sinatra: desconstruir uma canção, para lhe colar um sentimento ou uma atitude de nova expressão em que o cinismo toma conta do resto.

Por outro lado, musicalmente, sendo pobre ( como o rock é por falta de substância musical para além dos três acordes) tem outras riquezas como o rock também tem e que as outras músicas falham: energia, expressividade, teatro de mímica, tonalidades vocais e instrumentais, subtilezas eléctricas ( também há disso nos intervalos do ataque às notas de guitarra) e imagem geral.
O conjunto chega para dizer que vale a pena.

filhote disse...

Obrigado, José.