quinta-feira, 20 de agosto de 2009

THE DEER HUNTER


DECCA - E 006 07 026 - edição portuguesa (1979)

The Deer Hunter (Cavatina) – Bermuda Triangle

“Olhou-o e viu-o muito longe dali. Talvez as violas de Hank Marvin e de Bruce Welch e a bateria de Brian Bennett lhe tivessem despertado qualquer recordação bem arquivada. Uma recordação com quase vinte anos. Por muito certinho que sejas, Kurt, pelo menos uma vez na vida deves ter dançado com as músicas destes tipos. E, pelo menos uma vez na vida, deves ter sentido estes sons baterem-te no peito como um murro.”

Horácio Tavares de Carvalho em “Cavatina”, Círculo de Leitores, Lisboa, Maio de 1983

Colaboração de Gin-Tonic

36 comentários:

Teresa disse...

Nem sabia da existência deste disco!

A célebre Cavatina é de Stanley Myers e foi composta em 1970 (aqui fica ela:

http://www.hotlinkfiles.com/files/2759750_oo3km/02-StanleyMyers_Cavatina.mp3

Já os Shadows... no dia em que nasci a música que estava em primeiro lugar no Top Britânico era o seu Apache :)

Karocha disse...

Grande Filme...

JC disse...

Não gosto do tema (estamos já numa fase mtº, mas mtº decadente dos Shadows)e mtº menos do filme, que classifico, juntamente c/ "Taxi Driver" e mais um ou outro da mesma época, que agora não recordo, como "protofascista". Como costuma dizer o LT: "agora comecem lá a atirar os cocos"!

Karocha disse...

JC

Loolllll

Que eu saiba, ainda estamos em Democracia ou lá o que isto é!
É a sua opinião e eu não lhe atiro nada,respeito-a!
Mas você tem mesmo ar de detective ;-)
Bem apessoado, claro...

L'emmerdeur disse...

No entanto, e idealogias à parte, "Taxi Driver" e "The Deer Hunter" são ambos filmes fascinantes de se ver.
Porque será?

Anónimo disse...

Talvez pela competência dos seus realizadores, Martin Scorsese e Michael Cimino?
E da grande classe de todos os actores intervenientes?
Se o Cinema é memória, então esses dois filmes são bastante representativos da 7ª Arte - em ambos existem muitas cenas que não conseguimos esquecer de todo.

JC disse...

Cocordarei quanto á competência de Scorsese, embora c/ intermitências. Mas que o levaria a fazer "Kundun"? Ou mesmo "Casino"? (o "Aviador" nem sequer ousei...) Mas gosto especialmente dos seus documentários para a TV s/ os Blues e o cinema italiano. Este último é notável!Já quanto a Cimino...

Karocha disse...

"are you takin to me?" notável, ou não fosse o De Niro :-)

JC disse...

Mais bem apessoado do que detective, Karocha! Caso contrário já teria descoberto os mistérios das suas origens. É que o bom apessoamento serve apenas (servia?) para descobrir outro tipo de mistérios!!!...
All the best.

Karocha disse...

Thanks JC

filhote disse...

JC, o Cimino é, de facto, um realizador de méritos discutíveis.

Mesmo assim, "The Deer Hunter", a sua melhor obra, não deixa de ser um bom filme sob diversos prismas. Excelentes interpretações dramáticas, bons acabamentos técnicos, etc, etc...

Quanto ao tema dos Shadows, nunca me arrebatou. Lembro-me da "excitação" dos adultos com este disco - eu ainda era adolescente -, mas, para mim, não era nada que chegasse aos calcanhares de "Apache", ou "FBI".

Sobre o Scorcese, vou evitar o debate. Caso contrário, nunca mais saímos daqui. É que são tantos os filmes dele que me marcaram...

Curiosamente, nunca gostei de "Taxi Driver". Até detestei! (venham os cocos!!!)

Todavia, e o que dizer de "New York New York", "The Last Waltz", "Good Fellas", "The Last Temptation of Christ", "No Direction Home", "Shine a Light" (não resisti...), ou "Raging Bull" (o melhor!)??...

E, JC, qual é o problema com "Casino"?... eu gostei bastante!

filhote disse...

Errata: SCORSESE, e não scorcese...

JC disse...

1 Scorsese é desigual. Foi o que quis dizer,Filhote. Casino? Nenhum problema especial: apenas desinteressante. Mas admito não estivesse nos meus dias quando o vi!
2. "The Deer Hunter" será sempre para mim um filme "maldito". Tal como "Taxi Driver". E não sou - mtº longe disso - um incondicional de De Niro.
3. O tema do "The Deer Hunter" é música de elevador. Nisso se tornaram os Shadows.
4. Voltei há pouco da "Catedral". Talvez por causa dos 4-0, hoje o LT não me enviou SMSs durante o jogo.
Abraço

filhote disse...

JC, e qual a impressão sobre o Ramires? Ainda é um dos "patinhos feios" do plantel?

(mesmo a 20%, a léguas do que lhe já vi, o homem não engana)

(S)LB disse...

Declaração de interesses: O "The Deer Hunter" é, para mim, o melhor filme da minha vida, logo seguido de "Once Upon a Time in America" e a triologia "The Godfather"! Há 2 cenas que nunca mais me esquecerei; a cena da caçada ao veado, onde De Niro tem a oportunidade de matá-lo e enjeita e a cena do casamento russo, onde no bar se encontra um "green barret" (ranger das forças especiais) acabado de chegar do Vietname.

Em 2 pontos concordo com JC: o Michael Cimino, à excepção desta obra-prima, em que viveu à sua sombra, como realizador foi medíocre e, por outro lado o tema dos Shadows é fraquinho, isolado do filme, porque inserido no contexto do filme, é feito à medida, tal como o 1º golo do Di Maria!

Anónimo disse...

Há ainda a cena da "roleta russa" que também não dá para esquecer...
E que dizer daquela outra, bem descontraída, em que a malta se diverte nos bilhares ao som do "Can't Take My Eyes Off You"?
"I LOVE YOU BABY..."
Mas, reparo agora, o JC ainda não explicou porque considera estes dois grandes filmes de índole fascizante...

JC disse...

Protofascista é uma coisa, fascizante outra. Bom, para ser sucinto, perspassa por todo o filme um certo nojo, mal disfarçado, à política e aos políticos em nome de uma certa "pureza" e, ao mesmo tempo, uma explícita crítica aos "sistema", normalmente cimento ideológico dos populismos e nazi-fascismos. Também, no caso de "The Deer Hunter", um elogio ao homem e militar "superior", que condensa em si as virtudes. Poderia ir mtº mais longe mas não vejo ambos os filmes há mais de 20 anos.

JC disse...

Já agora:
1. O Ramires só entrou quando o jogo já estava resolvido. Continua a ser "patinho feio".
2. "Once Upon A Time In America" é um grande filme. De "O Padrinho" gosto da 1ª e 2ª partes, sem fazerem parte dos meus filmes de cabeceira. A 3ª é um bocejo e entra pela cretinice completa das teorias da conspiração c/ o Vaticano. Falta de imaginação. Nota: devo ser dos únicos portugueses que não leu nem viu o "Código da Vinci".

Karocha disse...

JC

Eu vi o "Código da Vinci" para ai à dois meses.
Fico sempre de orelha a arder, quando o Vaticano proíbe algo!
Fiquei na dúvida, se o Dan Brown, sabe muito e para dizer algumas verdades fez aquela misturada toda, ou se é um perfeito inculto na matéria!!!

JC disse...

Dilema que me é absolutamente indiferente, Karocha. Nem sequer conheço suficientemente bem a história (e não tenho qualquer interesse em conhecer). O que me espanta é ter visto amigos meus que reputo de inteligentes e cultos a ler o livro. Haja pachorra!

Karocha disse...

O Livro não li JC!

Luis Mira disse...

Não tenho uma predilecção especial pelos dois filmes, mas acho que as imagens da noite novaiorquina, acompanhadas pela música de Bernard Herman, são muito bonitas. E sempre gostei de lá ver as referências ao Kris Kristoferson, de quem gosto muito...

Mas se há filmes que impõem uma análise sociológica e que não podem ser vistos desligados dos "ares do tempo", são esses dois...

... e dois serão, também, aqueles que nunca liram ou viram o "Código"!

Um abraço!

ié-ié disse...

Três!

Também não li nem vi essa coisa do "Código". Mais: nem sei - nem quero saber! - do que se trata!

Ah! Também nunca li - nem lerei! - qualquer livro do Rodrigues dos Santos, do Rodrigo de Carvalho, do Sousa Tavares, da Clara de Sousa, do José Alberto Carvalho, do Ricardo Costa, da Ana Lourenço, da Judite de Sousa, do Mário Crespo...

LT

Karocha disse...

LooooLLLLLLL LT

E "Os Manuscritos do Mar Morto" leu?

JC disse...

Eu não li; mas estou certo flutuam, Karocha!

Karocha disse...

LOOOOLLLLLLLLL JC

ié-ié disse...

se o mar estava morto como "manu-escreveu"?

não, não sei o que é... mas já boiei no mar morto...

LT

Rato disse...

E quanto ao "Código" já somos 4!
JC: A última meia-hora da 3ª parte do "Padrinho" devia constar obrigatoriamente de uma qualquer disciplina de uma Escola de Cinema para os candidatos a realizadores perceberem de imediato o que significa a montagem de um filme.
Mas todos os filmes do Coppola (ou quase todos) exercem um estranho fascínio em mim: se apanho um deles a meio na televisão não consigo deixar de olhar e tenho de o ver até ao fim, mesmo que já tenha visto o filme dezenas de vezes.
Também sou fã do Scorsese, embora o "Taxi Driver" não seja dos meus predilectos. "Raging Bull", "The Age Of Innocence" ou "The Last Temptation of Christ" enchem-me mais as medidas. Sem falar nos documentários musicais, em que ele é exímio. Ah, e tenho também uma predileção muito especial pelo "After Hours" que hoje já é um autêntico filme de culto.
Quanto ao Michael Cimino deitou-se à sombra da bananeira e nunca mais se levantou. Mas apesar dos anos "Deer Hunter" continua agradável de se ver.
Quanto ao nosso Glorioso, porque será que Mister YéYé anda tão sorumbático? E o Ramires também não me convence ainda. Não seria melhor dar-se-lhe uns 15 dias de férias? O homem continua cansado...

JC disse...

Como disse, tb gosto mtº dos documentários do Scorsese. Dos filmes? Devo dizer gosto mtº de "Cape Fear", pelo filme mas tb pela ingenuidade/sexualidade preversa da adolescente Juliette Lewis. Já agora e a propósito da menina Lewis: alguém viu "Kalifornia" ou "Strange Days", este último da ex de James Cameron, Kathryn Bigelow? Recomendo bastante este.

Rato disse...

Dos dois prefiro "Kalifornia", um belissimo filme "on-the-road"

Karocha disse...

Também gosto JC!
os últimos não vi, tenho ido pouco ai cinema, ou seja não tenho ido...

(S)LB disse...

Não sei o que se passa hoje, mas é a 2ª vez que o meu comentário a um post (este foi pelas 13h30:o outro foi de manhã, sobre o post do Raul Seixas) fugiu, desapareceu, escafedeu-se! Vanish!

Vamos, então, por partes, a ver se o apelo que faço à memória é suficiente p/me lembrar do que escrevi e, entretanto, acrescentei:

- Sim, oculto anónimo, essas 2 cenas do “Deer Hunter” são inesquecíveis: tanto as sequências da roleta russa, como a reunião no bar após a caçada, cantando em coro o “Can't take my eyes off you”, do Frankie Valli (que deve ser a música mais cantada em cinema), enquanto jogam bilhar são inesquecíveis! A ironia deste filme é que, em plena Guerra-Fria, descendentes de uma comunidade russa, numa pequena cidade, salvo erro, na Pensylvania , são chamados para servir a América em solo estrangeiro e hostil!
Eu sou tão fundamentalista quanto a este filme, que, apesar de não ser só sobre o VietNam, é o filme que melhor retratou as marcas da sua guerra, no antes, durante e após!

-Quanto ao “Poderoso ChefãoIII” (hehehe, né filhote?) - Padrinho III, -que se desenrola sob a Redenção e o Arrependimento, o novelo entrelaçado da morte do Papa João Paulo I, com o escândalo financeiro do Banco Ambrosiano e com a Máfia, é simplesmente genial! O cubano Andy Garcia vai muito bem como italo-americano e, ao contrário do que se dizia na altura, achei Sofia Coppola uma revelação deslumbrante, cheia de sensualidade, sendo que as duas personagens acabam amarradas no amor impossível entre 2 primos direitos!

E sim, caro Rato! A meia-hora final do Padrinho III, ao som da ópera “Cavalleria Rusticana”, passada na ...Sicília, é qualquer coisa de sublime! E, diga-se, a melhor parte do filme! (Li algures que os 2 gémeos “vilões” mafiosos, eram 2 modelos/candidatos a actores, portugueses originários –ou a família- dos Açores!

Caro JC, recomendo o revisionamento destes filmes "com outros olhos" e de espírito livre, enquanto ocupação para este Verão!

JC disse...

O "Padrinho" revi há poucas semanas, na TV. Quanto ao "The Deer Hunter", poupem-me...

Karocha disse...

Tá poupado JC!
Quanto ao mar morto, adorava lá ir, sentava-me com um copo de James Martins a ler os manuscritos LT eheheheheh!

Cristina Tomé disse...

Eu até tenho receio em escrever isto,mas...gostei do "The Deer Hunter", principalmente a música que está mesmo adequada ao filme. Já não me recordo da versão dos Shadows, mas a que tenho é a do Stanley Myers e a que se ouve nos créditos finais do filme.
Lembro-me perfeitamente de ter este vinil na mão, quando era muito pequenina (nasci em 1978) e era uma música que os meus pais ouviam bastante na altura.

Ana disse...

E do livro, não se fala?...Do "Cavatina", digo. Não do Dan Brown...