sábado, 4 de julho de 2009

MICHAEL JACKSON, SEGUNDO PACHECO PEREIRA


Michael Jackson mereceu-me sempre uma distante atenção.

Admirava-lhe o profissionalisno, o mesmo profissionalismo que faz do show business americano uma grande indústria global, essa sim, sem concorrência em lado nenhum para já.

Vi-o no filme proprietário da Disneylândia em três dimensões e tudo estava sempre no sítio. Quando saía disco ou video ou filme, tudo era perfeito.

Mas o homem era de facto trágico na sua dimensão alucinada.

Feito já por uma mecânica muito robotizada, ele não podia e não conseguia viver fora de um interstício entre a infância e a idade adulta infantilizada, entre o preto e o branco, na verdade muito parecido com Elvis na autodestruição entre identidades.

Nunca me pareceu um génio, nem nada que pareça.

Freddie Mercury, Elton John ou os Beatles e os Rolling Stones vão mais fundo na música, são, a seu modo, clássicos.

Michael Jackson nunca deixou de ser um performer absoluto num corpo que não cabia em nenhuma pele.

José Pacheco Pereira in "Sábado", nº 270, 02 a 08 de Julho de 2009, pág. 9

11 comentários:

filhote disse...

Trágico, o texto de JPP.

É grave quando as pessoas se julgam capazes de opinar sobre tudo, mesmo sobre assuntos que não dominam. Principalmente, quando o fazem no espaço público e "oficializante" da imprensa.

Sou até um admirador - moderado, mas sou - da clareza de pensamento de JPP. De uma certa postura independente...

... o texto até prometia com aquela "distante atenção", porém, há sempre um porém nestes casos, JPP espalhou-se ao comprido quando meteu Mercury, Elton, Beatles, e Stones no mesmo saco...

Não compreendi o "vão mais fundo na música", se é que isso quer dizer tecnicamente alguma coisa, e o "são, a seu modo, clássicos". A seu modo? Afinal, são clássicos ou não são? E o que é isso de ser clássico? É ir "mais fundo na música"? É ser génio?

Em que medida Freddie Mercury é clássico? A solo? Com os Queen?

Numa palavra: trágico!

paulo disse...

«Freddie Mercury, Elton John, os Beatles e os Rolling Stones»? A simples leitura desta frase inviabiliza a leitura do texto... É de quem não sabe o que está a dizer.

Luis Magalhães Pereira disse...

Eu também gosto bastante de ouvir e ler o JPP, mas unicamente sobre politica bem como alguma sociologia e antropologia. Talvez mais por JPP usar bem da retórica e de alguma demagogia para fundamentar (bem) as suas teses. No entanto acho que ele socorre-se maioritariamente de citações alheias!

Agora a debitar sobre outros temas fora do seu habitat, JPP torna-se aquilo que esse novo "jovem turco" e injustiçado da nossa praça - Bruno Carvalho - definiu como Fraude Democrática!

filhote disse...

Ah! ah! ah! ah!

Muito bem, senhor Gouveia!

paulo disse...

Eu só gosto de o ouvir a falar do grande líder...

ié-ié disse...

JPP tem agora um programa na SIC Notícias sobre comunicação social. Este 1º programa não me pareceu muito mau, mas vamos aguardar por mais...

Ele tem uma costela anti-jornalistas de hoje e eu também.

Vamos ver!

LT

Jack Kerouac disse...

Eu nesse aspecto sou coerente, como não gosto dele a falar de nada, aqui penso que esteve igual a si mesmo.

LSO disse...

Ainda aqui distante e sem muito tempo livre não consigo deixar de concordar com os comentários e em particular com o primeiro deixado pelo filhote.

Nunca fui um particular fã de MJ, mas, o seu valor e importância na música mundial é indiscutível.

Sublinho uma frase do JPP que me fez tremer:

"Nunca me pareceu um génio, nem nada que pareça."

Esta mania de comentar tudo e mais alguma coisa dá nisto.

Um abraço
lso

NS disse...

...por falar em JPP e em jornalistas...amanhã na fnac do colombo

http://cultura.fnac.pt/Agenda/fnac-lisboa/fnac-colombo/2009/7/1/estudos-sobre-jornalistas-portugueses

Anónimo disse...

Bem, realmente, a fama dos outros dói. Se o MJ conseguiu o que conseguiu, ou seja, a atenção e divertimento do Milhões de Pessoas de diversas faixas etárias (em todas as culturas, e cantos do mundo), por alguma coisa foi. Há pessoas que falam por falar, e só porque não gostam, acham-se... Mas, como se pode ver, revelam falta de bom senso, esses críticos.
Dúvido que os outros nomes(de artistas), sejam tão conhecidos como o do MJ em partes "distantes" do mundo...e se isso não é ser um génio, então, nada mais tenho a dizer...

Anónimo disse...

Esse senhor perdeu uma oportunidade de ficar calado...O MJ tem mais do que uma entrada no livro dos recordes: grammys, mais discos vendidos, primeiro negro na MTV,considerado rei da pop, uma homenagem de semanas nos principais canais de música, destaque em toda a imprensa, etc. Isso não é ser um génio??? Opinar sem pensar não fica nada bem a pessoas que se intitulam/apresentam-se como cultos...sinto repugnância a esse comentário...é um ataque a um artista sem igual...