Michael Jackson mereceu-me sempre uma distante atenção.
Admirava-lhe o profissionalisno, o mesmo profissionalismo que faz do show business americano uma grande indústria global, essa sim, sem concorrência em lado nenhum para já.
Vi-o no filme proprietário da Disneylândia em três dimensões e tudo estava sempre no sítio. Quando saía disco ou video ou filme, tudo era perfeito.
Mas o homem era de facto trágico na sua dimensão alucinada.
Feito já por uma mecânica muito robotizada, ele não podia e não conseguia viver fora de um interstício entre a infância e a idade adulta infantilizada, entre o preto e o branco, na verdade muito parecido com Elvis na autodestruição entre identidades.
Nunca me pareceu um génio, nem nada que pareça.
Freddie Mercury, Elton John ou os Beatles e os Rolling Stones vão mais fundo na música, são, a seu modo, clássicos.
Michael Jackson nunca deixou de ser um performer absoluto num corpo que não cabia em nenhuma pele.
José Pacheco Pereira in "Sábado", nº 270, 02 a 08 de Julho de 2009, pág. 9
Admirava-lhe o profissionalisno, o mesmo profissionalismo que faz do show business americano uma grande indústria global, essa sim, sem concorrência em lado nenhum para já.
Vi-o no filme proprietário da Disneylândia em três dimensões e tudo estava sempre no sítio. Quando saía disco ou video ou filme, tudo era perfeito.
Mas o homem era de facto trágico na sua dimensão alucinada.
Feito já por uma mecânica muito robotizada, ele não podia e não conseguia viver fora de um interstício entre a infância e a idade adulta infantilizada, entre o preto e o branco, na verdade muito parecido com Elvis na autodestruição entre identidades.
Nunca me pareceu um génio, nem nada que pareça.
Freddie Mercury, Elton John ou os Beatles e os Rolling Stones vão mais fundo na música, são, a seu modo, clássicos.
Michael Jackson nunca deixou de ser um performer absoluto num corpo que não cabia em nenhuma pele.
José Pacheco Pereira in "Sábado", nº 270, 02 a 08 de Julho de 2009, pág. 9
11 comentários:
Trágico, o texto de JPP.
É grave quando as pessoas se julgam capazes de opinar sobre tudo, mesmo sobre assuntos que não dominam. Principalmente, quando o fazem no espaço público e "oficializante" da imprensa.
Sou até um admirador - moderado, mas sou - da clareza de pensamento de JPP. De uma certa postura independente...
... o texto até prometia com aquela "distante atenção", porém, há sempre um porém nestes casos, JPP espalhou-se ao comprido quando meteu Mercury, Elton, Beatles, e Stones no mesmo saco...
Não compreendi o "vão mais fundo na música", se é que isso quer dizer tecnicamente alguma coisa, e o "são, a seu modo, clássicos". A seu modo? Afinal, são clássicos ou não são? E o que é isso de ser clássico? É ir "mais fundo na música"? É ser génio?
Em que medida Freddie Mercury é clássico? A solo? Com os Queen?
Numa palavra: trágico!
«Freddie Mercury, Elton John, os Beatles e os Rolling Stones»? A simples leitura desta frase inviabiliza a leitura do texto... É de quem não sabe o que está a dizer.
Eu também gosto bastante de ouvir e ler o JPP, mas unicamente sobre politica bem como alguma sociologia e antropologia. Talvez mais por JPP usar bem da retórica e de alguma demagogia para fundamentar (bem) as suas teses. No entanto acho que ele socorre-se maioritariamente de citações alheias!
Agora a debitar sobre outros temas fora do seu habitat, JPP torna-se aquilo que esse novo "jovem turco" e injustiçado da nossa praça - Bruno Carvalho - definiu como Fraude Democrática!
Ah! ah! ah! ah!
Muito bem, senhor Gouveia!
Eu só gosto de o ouvir a falar do grande líder...
JPP tem agora um programa na SIC Notícias sobre comunicação social. Este 1º programa não me pareceu muito mau, mas vamos aguardar por mais...
Ele tem uma costela anti-jornalistas de hoje e eu também.
Vamos ver!
LT
Eu nesse aspecto sou coerente, como não gosto dele a falar de nada, aqui penso que esteve igual a si mesmo.
Ainda aqui distante e sem muito tempo livre não consigo deixar de concordar com os comentários e em particular com o primeiro deixado pelo filhote.
Nunca fui um particular fã de MJ, mas, o seu valor e importância na música mundial é indiscutível.
Sublinho uma frase do JPP que me fez tremer:
"Nunca me pareceu um génio, nem nada que pareça."
Esta mania de comentar tudo e mais alguma coisa dá nisto.
Um abraço
lso
...por falar em JPP e em jornalistas...amanhã na fnac do colombo
http://cultura.fnac.pt/Agenda/fnac-lisboa/fnac-colombo/2009/7/1/estudos-sobre-jornalistas-portugueses
Bem, realmente, a fama dos outros dói. Se o MJ conseguiu o que conseguiu, ou seja, a atenção e divertimento do Milhões de Pessoas de diversas faixas etárias (em todas as culturas, e cantos do mundo), por alguma coisa foi. Há pessoas que falam por falar, e só porque não gostam, acham-se... Mas, como se pode ver, revelam falta de bom senso, esses críticos.
Dúvido que os outros nomes(de artistas), sejam tão conhecidos como o do MJ em partes "distantes" do mundo...e se isso não é ser um génio, então, nada mais tenho a dizer...
Esse senhor perdeu uma oportunidade de ficar calado...O MJ tem mais do que uma entrada no livro dos recordes: grammys, mais discos vendidos, primeiro negro na MTV,considerado rei da pop, uma homenagem de semanas nos principais canais de música, destaque em toda a imprensa, etc. Isso não é ser um génio??? Opinar sem pensar não fica nada bem a pessoas que se intitulam/apresentam-se como cultos...sinto repugnância a esse comentário...é um ataque a um artista sem igual...
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