quarta-feira, 5 de março de 2008

DIRE STRAITS EM ALVALADE


Sempre considerou os preços dos bilhetes uma exorbitância.

Também nunca se habituou a ouvir música com gente ao lado que, por tudo e por nada, desata numa gritaria quase no limiar da histeria.

Chegou a pensar que grande parte dessa gente vai a concertos não por causa dos artistas, por causa da música, mas por algo que, necessariamente, nada tem a ver com os artistas e música.

Como tem vagos problemas de surdez, todo aquele chinfrim de berros e assobios, causa-lhe algum incómodo.

Mas os filhos encostaram-no à parede, compraram bilhete e seria basto ordinário se recusasse ir ver os Dire Staits a Alvalade.

Mark Knopfler e a sua banda andavam desde 1991 em tourné mundial que terminaria em 1993.

Pouco tempo faltava para que Mark Knopfler dissesse, aos restantes companheiros, que já estava um pouco farto daquela vida, que se queria dedicar, de alma e coração, a fazer bandas sonoras e outros projectos. Com serenidade fecharam os taipais em 1995 mas, como tantos outros, talvez se voltem a reunir.

Fizeram o trabalhinho com competência mas nada de entusiasmante. Dois ou três “encores”, o inevitável “Local Hero”, e foram-se ao resto da vidinha que, dizem, são dois dias.

Sentiu-se um tanto ou quanto defraudado. Acresce que a noite era uma daquelas que a Primavera lisboeta, por vezes, tem: sufocantes. E os bares do velho Estádio de Alvalade vendiam a cerveja quente. E se há coisa que o deixa mesmo fora de si, a perder por completo as estribeiras, é darem-lhe cerveja quente.

Arranjou mais uma razão para não gostar de ir a concertos.

Os amigos consideram-no um chato!...

Why worry?

Colaboração de Gin-Tonic

2 comentários:

RUI XARUTO disse...

Realmente, um chato, eh eh eh eh. Foi um concerto memorável. Só podia ser, para quem, como eu, esperou tantos anos para que cá viessem. E estava mesmo uma bela noite. Como estive mesmo na frente levei vários banhos de mangueirada que os seguranças faziam o favor de nos oferecer, tal era o calor ali no meio. No fim, toda a ganga que trazia vestida foi a secar no corpo, pelas ruas de Lisboa.

Anónimo disse...

realmente estava uma noite muito quente, abafada...mas foi lindo...também estava muito perto do palco talvez 10 mts mas a 2 parte fui para perto da rede que separava a relva das bancadas e assisti a uma memorável imagem de todos com os braços ao alto a baterem palmas ... são momentos que jamais se esquecem ...