quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

DEFESA DO YÉ-YÉ


Foi a direita mais radical de então, aqui personalizada por Pedro Cabrita, da revista "Presença", do MNF e também da "Acção Académica", que veio em defesa do yé-yé em carta publicada na revista "Rádio & Televisão", de 26 de Fevereiro de 1966, a propósito do Concurso Yé-Yé, no Teatro Monumental, em Lisboa:

Em pouco mais de trinta dias... perto de 100 inscrições de conjuntos para o grande concurso!

Quando nós defendemos a ideia de se ir de encontro ao espírito da "gente nova", só um argumento era irreversível para a "gente velha": em todo o lado em que o ritmo ié-ié aparecia, descia a taxa de delinquência juvenil...

A rapaziada entregava-se às cordas da guitarra, à pele e à "loiça" dos pratos e desconhecia o preenchimento do tempo com outras coisas.

E vieram os Kriptones (Luanda)... os Corsários e os Sombras (Lourenço Marques)... os Ekos... os Monstros e os Morcegos, os Sheiks... e mais noventa e tal!

Vieram batatas e tomates, feijões e apitos, ruídos enlouquecedores, gritos estridentes e aquele ritmo endiabrado de pé para aqui pé para ali e cabeça acolá...

E o mundo não se virou. A gente nova ganhou o seu entretenimento semanal, excedeu-se aqui e ali, mas depois... agora, tudo se passa dentro do ritmo.

É com esse espírito novo, genica da juventude, que os problemas da mocidade se devem resolver.

E o MNF com o "Século", a RTP, a Emissora e o Rádio Clube Português, ao apoiarem a nossa iniciativa, deram um exemplo da "abertura" que se tem de fazer para melhorar a solução dos problemas da gente nova.

1 comentário:

db disse...

o boneco é parecido com o boneco da emissão Paju. No google não encontrei a imagem para comparar.

[o programa "Passatempo para Jovens", mais tarde "PAJU" de Aurélio Carlos Moreira. ]