Tens de contar essa história. Também já lá estive duas ou três vezes... a trabalhar, mas o meu trabalho foi diferente.
Já agora, que és guitarrista, explica-me uma coisa que sempre me fez confusão e ontem mais uma vez me fez no concerto dos Cure. Por que é que estão sempre a mudar de guitarra se o som é exactamente o mesmo ou extremamente parecido?
Tenho uma guitarra acústica desde 1976. Kiso Suzuki. Muito boa, para o meu gosto que é exigente.
No outro dia, na ebay espanhola um tipo qualquer vendia uma de doze cordas por 400 e tal euros. Estou arrependido de não ter comprado.
Ontem, com a recolha de mais uma colectânea do rato, virei-me a tentar imitar o Fausto no Chora, amigo chora. Os acordes são simples, mas há duas guitarras na gravação.
Mesmo assim, vou tentar chegar lá. A canção é tipo Neil Young: acordes simples, mas tocados com precisão de metrónomo, nas notas fundamentais.
Lembra-me Tell me why. Parece uma cançoneta simplicíssima de tocar, mas quem o quiser azer à maneira, tem que suar muito.
O filhote é guitarrista? Inveja minha. É o que eu sempre quis ser. Mas não tive disciplina pessoal para lá chegar.
Quando vi e ouvi Moz Carrapa a acompanhar João Afonso, percebi que ser guitarrista é o máximo que se pode ambicionar na música. Quando vejo Steve MIller no You Tube, a tocar The Joker, em guitarra acústica, fico siderado de admiração e respeito. Mais do maestro.
Para um guitarrista (acústico, pelo que depreendo) indispensável o Hank's em Denmark Street (Tube: Tottenham Court Road e 2 minutos a pé). O Andy's, uma das referências do local, fechou recentemente. Na mesma rua, Vintage & Rare Guitars, para salivar diante das vintage e dos amplificadores dos anos 50 e 60 (embora na sucursal de Bath haja mais coisas e apareça por lá de vez em quando o Graham Nash). Com um pouco de tempo e completamente disposto a perder a cabeça, Guitar Village em Farnham ( a uma hora de Londres). De cada vez que lá entrei, gastei mais dinheiro do que devia.
Indispensável não ir à Guitar Village! Tem um andar cheio de Martins, e ainda por cima o pessoal é de uma simpatia desarmante. Por outro lado,embora os preços sejam elevados, não têm nada a ver com os do pseudo-mercado de instrumentos musicais em Portugal em termos de relação qualidade-preço.
Em Denmark Street, havia uma livraria de rock imperdível: Helter Skelter, mas já fechou. Agora só há na net. Mas ali perto há a Foyles (comparável à Barnes & Noble de Nova Iorque) e um Aroma (com pastéis de nata e tudo).
Quanto às guitarras, o corropio pode ter três razões distintas:
1. Manter a afinação a 100%. A temperatura ambiente, agravada pelas luzes de palco, tendem a provocar reacção na tensão das cordas.
2. Utilização de afinações diferentes. Por exemplo, Keith Richards ou Ry Cooder, que utilizam muito a afinação "open G", muito utilizada para "slide"´ou para riffs estilo "Brown Sugar" ou "Jumping Jack Flash", têm sempre guitarras nessa afinação e outras na convencional.
3. Vaidade. Por uma questão de estilo, imagem, espectáculo, seja lá o que for. Ou até pelo prazer de mostrar ao público as belas guitarras da colecção...
Só para aguçar o vosso apetite... tenho duas Martin, duas Guild, e uma Taylor que bate todas elas à distância!!!
Na electricidade, sou homem de um só amor. Fender Telecaster. E uma delas, herdada do meu pai, vermelha, em plena forma, data de Dezembro de 1962. Pré-CBS!!!
Eu por mim, gosto do som da Martin dos CSN&Y. FOi sempre o meu som de referência. É certo que são D-45, mas tem um som cheio e preciso. E o desenho da caixa, é uma maravilha estética.
Um dos sons mais referenciais que tinha, quando comprei a minha cópia em Outubro de 1976( de uma Martin, feita por japoneses, nos anos setenta, para concorrer no mercado europeu), era o The Needle and the damage done, por exemplo, de Neil Young.
Mas gosto do som de Doc Watson e sei que não é de Martin, muitas vezes.
No entanto, o modo como uma guitarra permite que se lhe toque, também tem muito que se lhe diga e nem sei se não vou ter um desgosto quando dedilhar uma Martin dessas.
A Taylor é a melhor entre as que tenho, antes de tudo. Um grande guitarrista português, Alexandre Manaia (Rui veloso/GNR/Abrunhosa), ao experimentá-la, exclamou: << esta guitarra é um piano!>>
A minha Taylor é a melhor guitarra que já experimentei. Foi caríssima, mas valeu a pena. Muito fácil de tocar, acção perfeita, afinação irrepreensível, som equilibrado e cheio - como só ouvimos nos discos americanos... Aluguei-a dezenas de vezes para gravações de discos.
Hoje, em dia a Taylor equipara-se à Martin e à Gibson acústica. Todos os grandes nomes, Dylan, Young, etc, usam também a Taylor...
E, caro José, dificilmente terá um desgosto ao experimentar uma Martin. São óptimas de tocar e possuem sempre aquele som da Martin, característico e único.
Filhote, tenho acompanhado as v/ interessantes conversas, e como pretendo adquirir uma acústica do melhor estou interessado em saber qual o modelo da taylor que parace um piano, será possível referenciá-lo ' Obrigado e boas músicas
A Taylor que "parece um piano" é a modelo nº 710. Um instrumento de elite, asseguro. Ainda agora, utilizando a guitarra numas gravações aqui no Rio de Janeiro, o espanto entre os músicos foi unânime.
Claro, quando se fala num instrumento acústico convém sempre experimentá-lo antes de comprar. Cada instrumento é um instrumento. Porém, acredito que em modelos deste nível não exista grande desvio na qualidade...
No dia 29 de Agosto, os "Top Kings", conjunto musical de Loulé, nos Anos 60, vão juntar-se num "almoço musical", em Salir , na Quinta do Cavaco! Vou chamar a este encontro "Recordar Loulé, Anos 60"! Além dos que estão na foto, da esquerda para a direita, Tota, Clareza, Eu, Barão e Zé Palha, espero que apareçam o Pepe, que é jornalista em Quarteira, o Sérgio Rodrigues que é médico no Centro de Saúde de Loulé, o Paulo Carapinha que está na CGD de Loulé, o Zeca "Fala Fina", talvez o Adelino que nos vendia os instrumentos, e muitos mais... Como diria o Zeca :- Venham mais cinco!
18 comentários:
Já lá estive... a trabalhar... rsrsrrsrsrs
Tens de contar essa história. Também já lá estive duas ou três vezes... a trabalhar, mas o meu trabalho foi diferente.
Já agora, que és guitarrista, explica-me uma coisa que sempre me fez confusão e ontem mais uma vez me fez no concerto dos Cure. Por que é que estão sempre a mudar de guitarra se o som é exactamente o mesmo ou extremamente parecido?
LT
Afinações...acordes...open tuning, etc etc.
Tenho uma guitarra acústica desde 1976. Kiso Suzuki. Muito boa, para o meu gosto que é exigente.
No outro dia, na ebay espanhola um tipo qualquer vendia uma de doze cordas por 400 e tal euros. Estou arrependido de não ter comprado.
Ontem, com a recolha de mais uma colectânea do rato, virei-me a tentar imitar o Fausto no Chora, amigo chora. Os acordes são simples, mas há duas guitarras na gravação.
Mesmo assim, vou tentar chegar lá. A canção é tipo Neil Young: acordes simples, mas tocados com precisão de metrónomo, nas notas fundamentais.
Lembra-me Tell me why. Parece uma cançoneta simplicíssima de tocar, mas quem o quiser azer à maneira, tem que suar muito.
O filhote é guitarrista? Inveja minha. É o que eu sempre quis ser.
Mas não tive disciplina pessoal para lá chegar.
Quando vi e ouvi Moz Carrapa a acompanhar João Afonso, percebi que ser guitarrista é o máximo que se pode ambicionar na música. Quando vejo Steve MIller no You Tube, a tocar The Joker, em guitarra acústica, fico siderado de admiração e respeito.
Mais do maestro.
Para um guitarrista (acústico, pelo que depreendo) indispensável o Hank's em Denmark Street (Tube: Tottenham Court Road e 2 minutos a pé). O Andy's, uma das referências do local, fechou recentemente. Na mesma rua, Vintage & Rare Guitars, para salivar diante das vintage e dos amplificadores dos anos 50 e 60 (embora na sucursal de Bath haja mais coisas e apareça por lá de vez em quando o Graham Nash). Com um pouco de tempo e completamente disposto a perder a cabeça, Guitar Village em Farnham ( a uma hora de Londres). De cada vez que lá entrei, gastei mais dinheiro do que devia.
queirosiano:
Uma Martin D-41, será a reverência em modo de tirar o chapéu.
Uma D-45, antes da guerra, será o nirvana.
Uma recente, de Stephen Stills, será a admiração.
Ver Graham Nash, chegar à fala e lembrar-me de Southbound Train, será lembrar-me da frase: "ver Nápoles e depois morrer!"
Indispensável não ir à Guitar Village! Tem um andar cheio de Martins, e ainda por cima o pessoal é de uma simpatia desarmante. Por outro lado,embora os preços sejam elevados, não têm nada a ver com os do pseudo-mercado de instrumentos musicais em Portugal em termos de relação qualidade-preço.
Em Denmark Street, havia uma livraria de rock imperdível: Helter Skelter, mas já fechou. Agora só há na net. Mas ali perto há a Foyles (comparável à Barnes & Noble de Nova Iorque) e um Aroma (com pastéis de nata e tudo).
LT
A história fica para depois...
Quanto às guitarras, o corropio pode ter três razões distintas:
1. Manter a afinação a 100%. A temperatura ambiente, agravada pelas luzes de palco, tendem a provocar reacção na tensão das cordas.
2. Utilização de afinações diferentes. Por exemplo, Keith Richards ou Ry Cooder, que utilizam muito a afinação "open G", muito utilizada para "slide"´ou para riffs estilo "Brown Sugar" ou "Jumping Jack Flash", têm sempre guitarras nessa afinação e outras na convencional.
3. Vaidade. Por uma questão de estilo, imagem, espectáculo, seja lá o que for. Ou até pelo prazer de mostrar ao público as belas guitarras da colecção...
Belas sugestões para o José, Queirosiano... Hank's e Guitar Village... lojas de cortar a respiração!
Porém, para comprar, em Inglaterra nem pensar. Caríssimo. Para comprar, sempre os Estados Unidos. Mas também é verdade... só olhar vale a pena!
Só para aguçar o vosso apetite... tenho duas Martin, duas Guild, e uma Taylor que bate todas elas à distância!!!
Na electricidade, sou homem de um só amor. Fender Telecaster. E uma delas, herdada do meu pai, vermelha, em plena forma, data de Dezembro de 1962. Pré-CBS!!!
Porque é que a Taylor...é melhor?
Não é a de Leo Kottke?
Eu por mim, gosto do som da Martin dos CSN&Y. FOi sempre o meu som de referência. É certo que são D-45, mas tem um som cheio e preciso. E o desenho da caixa, é uma maravilha estética.
Um dos sons mais referenciais que tinha, quando comprei a minha cópia em Outubro de 1976( de uma Martin, feita por japoneses, nos anos setenta, para concorrer no mercado europeu), era o The Needle and the damage done, por exemplo, de Neil Young.
Mas gosto do som de Doc Watson e sei que não é de Martin, muitas vezes.
No entanto, o modo como uma guitarra permite que se lhe toque, também tem muito que se lhe diga e nem sei se não vou ter um desgosto quando dedilhar uma Martin dessas.
Nas eléctricas gosto da Gibson SG de Frank Zappa, em Overnite Sensation.
Aliás, só de ver Zappa tocar na SG, dá gosto ouvir. O tipo tira dali qualquer coisa de extraordinário.
Nas Martin mais simples D-28 ou assim, gosto de ver Rory Gallagher, nos vários dvd do rockenpalast na Alemanha.
Out on the Western plain, por exemplo.
O modo como Gallagher pega na guitarra e dedilha, é um regalo de ver e ouvir.
Estou neste momento a fazê-lo.
Bom gosto, José... Rory Gallagher...
A Taylor é a melhor entre as que tenho, antes de tudo. Um grande guitarrista português, Alexandre Manaia (Rui veloso/GNR/Abrunhosa), ao experimentá-la, exclamou: << esta guitarra é um piano!>>
A minha Taylor é a melhor guitarra que já experimentei. Foi caríssima, mas valeu a pena. Muito fácil de tocar, acção perfeita, afinação irrepreensível, som equilibrado e cheio - como só ouvimos nos discos americanos...
Aluguei-a dezenas de vezes para gravações de discos.
Hoje, em dia a Taylor equipara-se à Martin e à Gibson acústica. Todos os grandes nomes, Dylan, Young, etc, usam também a Taylor...
E, caro José, dificilmente terá um desgosto ao experimentar uma Martin. São óptimas de tocar e possuem sempre aquele som da Martin, característico e único.
Uma pergunta: na visita guiada ao "mundo" dos Beatles incluem-se os estúdios da Abbey Road?
Sorry, no.
LT
Filhote, tenho acompanhado as v/ interessantes conversas, e como pretendo adquirir uma acústica do melhor estou interessado em saber qual o modelo da taylor que parace um piano, será possível referenciá-lo '
Obrigado e boas músicas
Caro pp, peço desculpa pelo atraso na resposta...
A Taylor que "parece um piano" é a modelo nº 710. Um instrumento de elite, asseguro. Ainda agora, utilizando a guitarra numas gravações aqui no Rio de Janeiro, o espanto entre os músicos foi unânime.
Claro, quando se fala num instrumento acústico convém sempre experimentá-lo antes de comprar. Cada instrumento é um instrumento. Porém, acredito que em modelos deste nível não exista grande desvio na qualidade...
No dia 29 de Agosto, os "Top Kings", conjunto musical de Loulé, nos Anos 60, vão juntar-se num "almoço musical", em Salir , na Quinta do Cavaco!
Vou chamar a este encontro "Recordar Loulé, Anos 60"!
Além dos que estão na foto, da esquerda para a direita, Tota, Clareza, Eu, Barão e Zé Palha, espero que apareçam o Pepe, que é jornalista em Quarteira, o Sérgio Rodrigues que é médico no Centro de Saúde de Loulé, o Paulo Carapinha que está na CGD de Loulé, o Zeca "Fala Fina", talvez o Adelino que nos vendia os instrumentos, e muitos mais...
Como diria o Zeca :- Venham mais cinco!
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