sexta-feira, 2 de julho de 2010

FIGUEIRA DA FOZ


12 de Dezembro de 1964

19 comentários:

Carlos Caria disse...

Dezembro 1964 ?? com barracas de praia e banhistas.
A Figueira da Foz fica no hemisfério Norte, se por acaso estão esquecidos, reavivem a memória.

ié-ié disse...

A data é a da escrita do postal e não do postal propriamente dito! Foi a única maneira que encontrei para o "datar".

LT

Carlos Caria disse...

Assim está entendido OK Obg.

Anónimo disse...

Se não me engano, o senhor na passadeira com camisa branca é o meu falecido e saudoso Tio Carlos Crisanto, morto em combate em Julho de 65 em Mocímboa do Rovuma, na célebre operação Águia.
Jaime Miguel Crisanto Mendes Ledo
Bem-haja por esta fotografia que não conhecia.

Anónimo disse...

Bons tempos em que fazia tanto calor em Dezembro. Depois tiveram o Santana como presidente e ele estragou tudo.

JC disse...

O mais curioso da fotografia são as criadas fardadas empurrando os carrinhos de bebé.

João Silva disse...

Em 1964, tinha eu 14 anos…

Nesse tempo era mesmo assim, as criadas andavam de farda. As portuguesas nem todas usavam, pelo menos quando vinham à rua, mas as espanholas eram obrigadas pelos senhores patrões a andar todas fardadas e só tinham autorização para saírem “à paisana”, nas folgas, para irem aos “bailaricos”.

As famílias espanholas que para aqui vinham passar férias nessa altura, eram bastante abastadas e numerosas (em especial muitos filhos), por isso mesmo, tinham sempre duas criadas, quando não tinham três.

Recordo o jardim da Figueira, entre as 18 e as 20 horas, todos os dias, cheiinho de criadas espanholas (fardadas) a tomarem conta da “criançada” que brincava. E os matulões cá da Figueira, onde me incluo eu, todos no “engate”… mas com espanholas, poucos se safaram… conheço uma que acabou por casar com um figueirense e ainda por aí está.

Tudo isto, acontecia do dia 1 de Julho e até 30 de Setembro... agora e por cá o verão é de 15 de Julho a 15 de Agosto... e já não há CRIADAS FARDADAS... eheheheheh

ié-ié disse...

Como parece haver gente da Figueira a consultar este blogue, tenho um pedido:

Quando era miúdo, anos 50, passava férias na Figueira e ficava na rua da Saudade, 7 (tenho documentos).

No último fim de semana andei pela Figueira e não descobri a rua.

Ainda existirá? Alguém sabe dela?

Muito obrigado.

LT

Anónimo disse...

Na Figueira mesmo ou em Terra de Jacob?

Anónimo disse...

Boas,
ha (ou houve) um beco da saudade na Cova, e uma travesa da Saudade em Sao Pedro.
Rua da Saudade na FF nao me recordo mas segundo este senhor http://anibaljosedematos.blogspot.com/2007/07/para-histria-da-figueira-xc.html
e onde esta (estava) o Hotel Paris.
Abracos
Pedro Brandao
(Em Sarajevo)

Anónimo disse...

A pensao Paris agora consta na rua doutor lopes guimaraes.
pode ser a mesma rua mas com outro nome.
Pedro Brandao

Anónimo disse...

Que e exactamente a rua por tras do grande hotel
:) lembras-te Luis?
Um abraco
Pedro Brandao

Muleta disse...

nessa rua da saudade havia a pensao anita, que era onde ficávamos....

João Silva disse...

Nunca ouvi falar da Rua da Saudade. Possivelmente deve ter mudado de nome ainda nos anos 50 ou início de 60. Segundo informação no blog do Aníbal, indicado num comentário acima, se a Pensão Paris era na Rua da Saudade, podemos concluir que será a Rua Doutor Lopes Guimarães.
Ou seja, é a rua que começa numa escada ao lado da piscina, atravessa a Rua de St Catarina (esta sim na parte detrás do Grande Hotel) e continua até à rua da Liberdade ou das Árvores.
Melhor ainda - é a rua da discoteca Bergantin, antes 7,5.

Se tiver mais alguma pista até se descobre a casa ou o local onde ficava de férias.

Nos anos 50 também eu era um miúdo, nasci mesmo em 1950, possivelmente temos uma idade muito próxima.

ié-ié disse...

Boas:

Em 1952, pelo menos, existia a Rua da Saudade. Tenho postais desse tempo.

Já perguntei à Câmara por essa rua, até agora, sem sucesso.

O Muleta fala na Pensão Anita. Não me tinha lembrado, mas vou explorar também essa pista.

Eu nasci em 1947. A minha Mãe é natural da Figueira, porque o Pai, meu Avô, era militar e cumpria serviço na Figueira:

Agradeço todas as vossas pistas, porque gostava mesmo de encontrar a rua da Saudade.

A minha grande esperança é uma resposta da Câmara da Figueira. Eles é que têm os registos!

Obrigado! Não desisto!

LT

Anónimo disse...

O mais natural é a rua da saudade ter passado a rua 25 de Abril logo depois da revolução! eheheheh


JM

ié-ié disse...

Segundo me apercebi, o que passou a Av. 25 de Abril foi a Av. Salazar que é, curiosamente, a que consta deste postal ilustrado.

LT

Milan Kem-Dera disse...

Este postal está datado de 1964, mas poderia ser de um qualquer ano da década de 60, já que esta configuração e esta disposição de todos os elementos (edifícios, automóveis e marcas, areal, barracas e chapéus, placas pedonais e movimento de pessoas) haveriam de manter-se assim inalteradas durante toda a década.

Pelo aspecto, isto é claramente um mês de Julho ou Agosto, tradicionalmente os meses de maior movimento na Figueira. Fora destes dois meses, a Figueira da Foz ficava completamente despida de gente, numa mudança tão radical que quase chocava pela sua desertificação.

Eram os tempos em que os espanhóis caíam ali em toda a força, famílias inteiras e assíduas anualmente, que durante o dia se não viam por estarem na praia, mas que ao fim da tarde e durante a noite enchiam esta avenida (Av. Salazar) e a rua dos Casinos, passeando num e noutro sentidos e dando-lhes um colorido e um movimento tais que estas duas artérias se tornavam no chamado "picadeiro" da Figueira.

Durante a noite, com início pelas 21H00 e até às 02h00, enchiam-se o salão de Variedades e o salão Nobre do Casino com as jovens e bonitas espanholitas, excelentemente vestidas e bem perfumadas, sempre irremediavelmente acompanhadas das suas mamãs (que as não largavam da vista...), e onde os galfarros atiradiços portuguesinhos, entre os quais me incluo, as iam desinquietar para dançar. Claro... bem afastadinhos, nada de apertões e apalpadelas, que a moral púdica da época era rígida (e as mamãs não tiravam os olhos delas...)!

Ah... mas dançávamos, e conversávamos, elas achavam que falávamos como os galegos (isto é, não percebiam quase nada, e nós éramos todos obrigados a aprender a falar aquele castelhano "à Sócrates", um portunhol que nos dava imenso gozo).

No salão de Variedades era o tempo da Madalena Iglésias, do Tony de Matos, da Amália e da Simone de Oliveira.
No salão Nobre, onde se dançava, era o tempo da música e dos conjuntos italianos, Marino Marini e dos congéneres portugueses, era o tempo do twist e do ié-ié, e do tango também.

Nesta avenida, durante o mês de Julho, era aqui se realizavam sempre as provas de slalom e gincana do Rally TAP, onde pontuavam sempre os grandes nomes de Alfredo Cézar Torres (em Mini Cooper-S), Américo Nunes e António Peixinho...

Grandes e bons tempos! Grandiosos tempos da minha juventude!...

Hoje... já nada daquilo tem qualquer semelhança com aqueles tempos gloriosos! Nem qualquer interesse!
E é pena...

Unknown disse...

Boa tarde

A rua da Saudade é, de facto, a que agora tem o nome de rua Dr. António Lopes Guimarães. Aí existiu a Pensão Paris, que em tempos foi Hotel Paris, local onde esteve hospedado no século XIX António Nobre, aquando da sua passagem pela Figueira.
Mais tarde, quando se decidiu a mudança do nome da rua, houve quem propusesse que passasse a chamar-se rua Augusto Hilário, por haver referência à realização de serenatas pelo conhecido académico às meninas que passavam férias naquela casa hoteleira, que o camartelo destruidor arrasou há poucos anos.
Se ainda não nasceu nenhum "monstro" naquele local é certamente porque alguém aguarda o momento certo para conseguir uma volumetria apropriada à negociata, mas muito pouco adequada à bela Figueira que assim vai ficando cada vez mais descaraterizada...
Sinais dos tempos?
Jorge Brito