quinta-feira, 15 de julho de 2010

ALGARVE YÉ-YÉ


"Visão", nº 906, 15 a 21 de Julho de 2010, € 2,95

Este número inclui um artigo de 8 páginas de Rosa Ruela, que sabe a pouco, sobre os anos 60 no Algarve.

Um lapso: Paul McCartney esteve pela segunda vez no Algarve em Dezembro de 1968 e não em Janeiro de 1969.

12 comentários:

JC disse...

Estive a ler o artigo "em diagonal". Pareceu-me "leitura de praia", sem qualquer outra intenção. Mas, pelo menos, poderia ser mais rigoroso. Por exemplo, uma das depoentes afirma, às tantas, que no Liceu de Faro, nos anos 60, não se podiam usar "jeans" pois estes eram conotados com os "comunistas". Um disparate completo. Primeiro pq não se percebe como se poderia conotar c/ os "comunistas" uma peça de vestuário tipicamente americana e que nem sequer se vendia nos países "ditos" comunistas. Aliás, nem sequer tinha que ver c/ aquilo que era considerado como sendo a "cultura operária". Segundo pq, á época, em Portugal os "jeans" eram fundamentalmente usados pela média e alta burguesia que tinha dinheiro para os comprar ou pais que viajavam: em Portugal apenas se vendiam 2 ou 3 marcas (Lee, Wrangler), eram caras e as Levi's, as mais desejadas, só quem passasse os Pirinéus. Por último, e razão última, pq o "dress code" exigido à época nos liceus era mais formal - aliás correspondendo, em certa medida, aos hábitos sociais vigentes - e os "jeans" considerados demasiado "casual" para a indumentária exigida. Só isso...

ié-ié disse...

Também reparei nesse disparate e noutros. O artigo bem podia ser mais rigoroso e menos "escrita light", mas é melhor do que nada.

Para mim tem uma novidade que estou a investigar. Me aguardem...

LT

Abel Rosa disse...

Os disparates arrancam-se com alicates. Já agora as calças LOIS é que eram...sabem que mais estes artigos da silly season recordam-me sempre o grande Reinaldo Ferreira que inventava tudo....É por estas e por outras que algumas das publicações Portuguesas dão imenso jeito para colocar na casa de banho do Gato e proteger o chão...o Expresso está no topo das minhas preferências para forrar a cabine dos felinos, a Visão não tenho uma há já muito tempo, mas confesso que o título me despertou o interesse, francamente!

ié-ié disse...

Já agora, quanto aos jeans, lembro-me de ter comprado uns em 1970 no Chelsea Drugstore, em King's Road, e de ter passado uma vergonha: pedi "Lévis" quando deveria ter pedido "Livaisse". ah! ah!

LT

JC disse...

Lembro-me bem do Chelsea Drugstore, LT!
Abel: na minha, apesar de ser Gato e Maltês, não colocas!!!
Abraço aos dois.

filhote disse...

"Do You Remember the Chelsea Drugstore?"

in "Song of the Rolling Stone", WHITE 2009.

ié-ié disse...

http://guedelhudos.blogspot.com/search/label/Chelsea%20Drugstore

LT

vçd disse...

Quem é que não nos diz que a pronucia correcta não seria Lévis?

Levi Strauss & Co. es una empresa productora de prendas de vestir. Su historia en sus comienzos está ligada a la de su fundador, el inmigrante alemán de origen judío Levi Strauss.

Cruz disse...

Julgo que os Judeus dizem Libai (em Levi)

Reinaldo Amarante disse...

Tanto quanto me lembro, nas minhas bandas, o Entroncamento, mandávamos vir jeans Lois de Espanha; eram muito apreciados os de boca de sino com "corte à sevilhana". Às vezes era um estafeta que ia a Badajoz, outras, escrevíamos a um senhor de Vila Real de Santo António que as ia buscar a Ayamonte e enviava à cobrança... As mais democráticas (...) começaram a surgir na Porfírios, as "West Side", que nunca mais ruçavam... Éramos aconselhados a tomar banho de mar com elas e esfregá-las com uma pedra mais ou menos lisa...

LSO disse...

Estes 10 comentários são mais interessantes do que essas 8 páginas que acabei de ler...

josé disse...

Essas Lois que o Reinaldo Amarante refere foram as minhas primeiras, também. Em 1971 e ainda tenho a etiqueta de couro que tirei do bolso de trás quando acabaram.

O tinto era de tal modo pesado que as lavagens no tanque deixavam uma cor azul escura que só depois de muitas lavagens começava a esvair-se.

As Levi´s nessa altura, por cá, não havia. Mas suponho que havia nos Porfírios.

Em 1972 apareceram as Levi´s de bombazine e de uma qualidade tão primorosa que duravam que se fartavam, mesmo com lavagens sucessivas. Não conheço bombazine dessa qualidade hoje em dia, mesmo na Polo Ralph Lauren de bomnbazine.

Depois disso, em 1973 apareceram as Lee, com um modelo fabuloso de bolsos chapados à frente e atrás.
E em 1974 havia umas Wrangler cujo modelo era também de uma qualidade superior. Comprei umas na Rua Augusta, segundo suponho, nessa época e duraram que se fartaram.

A história dos jeans em Portugal merecia ser contada porque é um dos fenómenos de moda mais interessantes.

Normalmente, em Portugal do início dos anos setenta, as modas apareciam por cá com meses de décalage entre os franceses/emigrantes que por cá vinham no Verão passar férias e que faziam de apresentadores de modas que só apareciam por cá mais de seis meses depois.