O nome de Sonny Boy Williamson é conhecido em todos os anais de blues como sempre ligado à harmónica vocal, sem dúvida o instrumento que mais influenciou outros músicos levando a que fosse explorado como nunca antes.
Existem várias confusões àcerca do seu nome. Para começar, existem dois Sonny Boy Williamson. O mais jovem, o original, John Lee Williamson nascia em Março de 1914 no condado de Madison perto da cidade de Jackson no Tennessee.
Como muitos negros do campo, aprendeu a tocar harmónica vocal sozinho. Decidido a conhecer o mundo e fugir à pobreza dos Estados do Sul, viajou à boleia com os amigos Yank Rachell e Sleep John Estes.
Trabalharam em bares e espeluncas espalhados pelo Tennessee e Arkansas durante o final dos anos 20 e princípios dos anos 30. Em 1934 o destino levou-o a ficar em Chicago, onde permaneceu até morrer em 1948, vítima de um assalto.
Nos seus meros 34 anos, Sonny Boy Williamson desenvolveu uma enorme técnica da harmónica vocal, causando grande admiração por toda a parte e gente como Big Bill Broonzy e Muddy Waters tiveram o prazer de trabalhar com ele.
Sonny Boy Williamson tem sido seguidamente identificado como sendo a pessoa cuja técnica empregada na harmónica vocal deu o status e importância que nunca tivera. E o seu estilo de cantar uma frase e respondê-la com harmónica emulando sentimentos com notas por vezes chorosas outras iradas. É copiado por praticamente todo o mundo.
Entre os seus números mais conhecidos estão “Good Morning Little Schoolgirl”, “Early In The Morning”, “Suzie Q”, “Rainy Day Blues”, “Sky Is Craying”.
Entre os músicos que abertamente o têm indicado como grande influente estão Billy Boy Arnold, Little Walter, Junior Wells e muitos mais.
O segundo a surgir e que adoptaria o nome de Sonny Boy Williamson seria Aleck Ford (embora o nome que se encontra por aí é Rice Miller), filho de pai desconhecido, nasceu perto de Glendora no Mississippi em 1899. (como podem ver este é 14 anos mais velho).
Ainda em criança e por ter o corpo extremamente fino, apelidaram-no de Rice (arroz), esta é a razão pela qual se podem encontrar os nomes de Alex Miller (o padrasto alterou-lhe o nome para Alex) como Rice Miller.
Rice aprendeu a tocar harmónica sozinho aos 5 anos e tocava em festas a troco de gorjetas usando o nome de Little Boy Blue.
Na década de 20 saíu de casa à boleia, tocando entre as fronteiras dos Estados do Mississípi e Arkansas, gradualmente seguiu para Luisiana, Missouri e Tennessee, utilizando vários nomes (julgo não haver interesse em indicá-los).
Na década de 30 tocou com Sunnyland Slim, Elmore James, Big Boy Cradup, Howlin’ Wolf, Robert Jr. Lockwood e (o grande) Robert Johnson.
Na década de 60 foi a Inglaterra a convite de Chris Barber fazendo tournée com Muddy Waters (o bluesman que mais atraiu os ingleses). Dizem que além da sua habilidade com o instrumento era também um típico contador de casos, exagerando factos e aumentado proezas para o humor dos ouvintes. Conta-se que era capaz de colocar a harmónica inteira na boca e ainda tirar notas precisas.
Voltou a Inglaterra outras três vezes, a ultima em 1964, como parte da American Folk & Blues Festival. Nesta viagem tocou com Chris Barber Band, Alexis Korner & Cyril Davis, The Animals, The Yardbirds e Brian Auger.
Antes da sua última viagem para Inglaterra ensaiou com The Hawks (que mais tarde viriam a chamar-se The Band) com planos de tournée pela América do Sul, faleceu antes de se poder concretizar, aos 65 anos de tuberculose.
Um dos últimos shows que fez foi de improviso com um grupo de jovens músicos canadianos, formalmente a banda de Ronnie Hawkins. Passou a noite inteira entre as músicas a cuspir para um balde. Robie Robertson foi verificar o balde no final da noite e descobriu-o cheio de sangue.
Das suas composições mais conhecidas estão “One Way Out”, “Cross My Heart”, "Nine Below Zero”.
Entre os músicos que abertamente o reconhecem com grande influência estão Howlin’ Wolf, Little Walter, Hound Dog Taylor, Jimmy Reed, Junior Wells, James Cotton, Brian Jones, Mick Jagger, Paul Butterfield, Eric Clapton, Keith Relf, entre outros.
O disco cuja capa aqui apresento consta de uma gravação com os Yardbirds feita durante a ultima tournée a Inglaterra é vivamente aconselhado.
P.S. – Se John Lee Williamson (o primeiro Sonny Boy Williamson) foi quem elevou o status da harmónica a uma tamanha técnica, foi Rice Miller (o segundo Sonny Boy Williams) que a desenvolveu ainda mais e que a levou para os cantos mais distantes do planeta, onde o blues jamais tinha chegado. Rice Miller, o segundo Sonny Boy Williamson, é certamente o mais famoso entre os dois, foi o que mais gravou e o que mais tempo viveu. Rice Miller é chamado o rei da harmónica vocal.
Fontes: whiplash e last.fm
Edição de Humberto Polido
Existem várias confusões àcerca do seu nome. Para começar, existem dois Sonny Boy Williamson. O mais jovem, o original, John Lee Williamson nascia em Março de 1914 no condado de Madison perto da cidade de Jackson no Tennessee.
Como muitos negros do campo, aprendeu a tocar harmónica vocal sozinho. Decidido a conhecer o mundo e fugir à pobreza dos Estados do Sul, viajou à boleia com os amigos Yank Rachell e Sleep John Estes.
Trabalharam em bares e espeluncas espalhados pelo Tennessee e Arkansas durante o final dos anos 20 e princípios dos anos 30. Em 1934 o destino levou-o a ficar em Chicago, onde permaneceu até morrer em 1948, vítima de um assalto.
Nos seus meros 34 anos, Sonny Boy Williamson desenvolveu uma enorme técnica da harmónica vocal, causando grande admiração por toda a parte e gente como Big Bill Broonzy e Muddy Waters tiveram o prazer de trabalhar com ele.
Sonny Boy Williamson tem sido seguidamente identificado como sendo a pessoa cuja técnica empregada na harmónica vocal deu o status e importância que nunca tivera. E o seu estilo de cantar uma frase e respondê-la com harmónica emulando sentimentos com notas por vezes chorosas outras iradas. É copiado por praticamente todo o mundo.
Entre os seus números mais conhecidos estão “Good Morning Little Schoolgirl”, “Early In The Morning”, “Suzie Q”, “Rainy Day Blues”, “Sky Is Craying”.
Entre os músicos que abertamente o têm indicado como grande influente estão Billy Boy Arnold, Little Walter, Junior Wells e muitos mais.
O segundo a surgir e que adoptaria o nome de Sonny Boy Williamson seria Aleck Ford (embora o nome que se encontra por aí é Rice Miller), filho de pai desconhecido, nasceu perto de Glendora no Mississippi em 1899. (como podem ver este é 14 anos mais velho).
Ainda em criança e por ter o corpo extremamente fino, apelidaram-no de Rice (arroz), esta é a razão pela qual se podem encontrar os nomes de Alex Miller (o padrasto alterou-lhe o nome para Alex) como Rice Miller.
Rice aprendeu a tocar harmónica sozinho aos 5 anos e tocava em festas a troco de gorjetas usando o nome de Little Boy Blue.
Na década de 20 saíu de casa à boleia, tocando entre as fronteiras dos Estados do Mississípi e Arkansas, gradualmente seguiu para Luisiana, Missouri e Tennessee, utilizando vários nomes (julgo não haver interesse em indicá-los).
Na década de 30 tocou com Sunnyland Slim, Elmore James, Big Boy Cradup, Howlin’ Wolf, Robert Jr. Lockwood e (o grande) Robert Johnson.
Na década de 60 foi a Inglaterra a convite de Chris Barber fazendo tournée com Muddy Waters (o bluesman que mais atraiu os ingleses). Dizem que além da sua habilidade com o instrumento era também um típico contador de casos, exagerando factos e aumentado proezas para o humor dos ouvintes. Conta-se que era capaz de colocar a harmónica inteira na boca e ainda tirar notas precisas.
Voltou a Inglaterra outras três vezes, a ultima em 1964, como parte da American Folk & Blues Festival. Nesta viagem tocou com Chris Barber Band, Alexis Korner & Cyril Davis, The Animals, The Yardbirds e Brian Auger.
Antes da sua última viagem para Inglaterra ensaiou com The Hawks (que mais tarde viriam a chamar-se The Band) com planos de tournée pela América do Sul, faleceu antes de se poder concretizar, aos 65 anos de tuberculose.
Um dos últimos shows que fez foi de improviso com um grupo de jovens músicos canadianos, formalmente a banda de Ronnie Hawkins. Passou a noite inteira entre as músicas a cuspir para um balde. Robie Robertson foi verificar o balde no final da noite e descobriu-o cheio de sangue.
Das suas composições mais conhecidas estão “One Way Out”, “Cross My Heart”, "Nine Below Zero”.
Entre os músicos que abertamente o reconhecem com grande influência estão Howlin’ Wolf, Little Walter, Hound Dog Taylor, Jimmy Reed, Junior Wells, James Cotton, Brian Jones, Mick Jagger, Paul Butterfield, Eric Clapton, Keith Relf, entre outros.
O disco cuja capa aqui apresento consta de uma gravação com os Yardbirds feita durante a ultima tournée a Inglaterra é vivamente aconselhado.
P.S. – Se John Lee Williamson (o primeiro Sonny Boy Williamson) foi quem elevou o status da harmónica a uma tamanha técnica, foi Rice Miller (o segundo Sonny Boy Williams) que a desenvolveu ainda mais e que a levou para os cantos mais distantes do planeta, onde o blues jamais tinha chegado. Rice Miller, o segundo Sonny Boy Williamson, é certamente o mais famoso entre os dois, foi o que mais gravou e o que mais tempo viveu. Rice Miller é chamado o rei da harmónica vocal.
Fontes: whiplash e last.fm
Edição de Humberto Polido
8 comentários:
Conheço muito mal Sonny Boy Williamson, mas quando oiço o nome dele vem-me sempre à cabeça aquela música que lhe era dedicada e que animava as nossas noites de farra...
Já não me consigo lembrar de que disco é que era, mas é bem possível que seja do "Supper Session", que uniu Mike Bloomfield, Al Kooper e Steve Stills.
Mas não se ponha a "correr", Homem, que não há necessidade disso!
Em tempos numa das feira audiofilas realizadas anualmente em Lisboa, ouvi um disco, de qualidade audiofila de SB Williamson, fiquei pasmado com a qualidade som, nunca me me esqueci parecia um som do outro mundo. não sei qual dos Williamson's era. Este tipo de discos, normalmente não anda nos circuitos comerciais, mas nas casas da especialidade HI-FI, qualquer dia vou a procura dele.
Duetos :)
Humberto
Muito boa posta,para quem adora blues como eu, estou a aprender muito!
Há bruxas!
Estou a ler um livro de Alan Clayson, intitulado "The Yardbirds" (Backbeat Books, 2002). Bem escrito e ilustrado.
Karocha, estou aqui a espreitar.
Obrigada Anónimo!
anonimo, não antonio
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