O velho “Odeon” e os filmes da Sara Montiel, do Joselito, da Marisol, da Império Argentina, Luis Mariano, “Prestigio Real”.
Filmes de partir corações, dores de corno a marinar em rum cubano, os filmes das criadas de servir mais os seus magalas-namorados, ou marçanos-namorados, que, pelas tardes de domingo, enchiam o “Odeon”, “essas coisas a que chamavam destino”, Jorge Silva Melo dixit.
Naquelas conversas sem nexo, conversas malucas que acontecem quando as garrafas vão adiantadas, alguém numa qualquer noite disse que a taxa de suicídio entre gente que fuma charutos, ouve tangos e boleros, é nula.
Não houve comentários…
O episódio fê-lo lembrar que seria imperdoável que, nestes dias em que andámos à volta de cigarros, censuras várias, moral, respeito, direitos, deveres, não lembra mais o quê, não descesse até aqui a fatalidade de um tango, cantado por Sara Montiel, que fala de fumos e prazeres…
Pertence à banda sonora de “O Último Couplé”, filme de 1957, realizado por Juan de Orduña, chama-se “Fumando Espero” e é da autoria de Juan Viladomat e Félix Garzo.
Esteve, durante muito tempo, proibido pela censura do ditador Francisco Franco. Claro que a proibição não teve nada a ver com o fumar cigarros, com fumo nos teus olhos, antes estava em causa aquela moral hipócrita e beata que o catolicismo, um pouco por todo o lado, passou décadas a impor.
Esta é a letra do tango. Se o quiserem ouvir, encontrá-lo-ão no sítio do costume…
Fumar es un placer
genial, sensual.
Fumando espero
al hombre a quien yo quiero,
tras los cristales
de alegres ventanales.
Y mientras fumo,
mi vida no consumo
porque flotando el humo
me suelo adormecer...
Tendida en la chaisse longue
fumar y amar...
Ver a mi amante
solícito y galante,
sentir sus labios
besar con besos sabios,
y el devaneo
sentir con más deseos
cuando sus ojos veo,
sedientos de pasión.
Por eso estando mi bien
es mi fumar un edén.
Dame el humo de tu boca.
Anda, que así me vuelvo loca.
Corre que quiero enloquecer
de placer,
sintiendo ese calor
del humo embriagador
que acaba por prender
la llama ardiente del amor
Colaboração de Gin-Tonic
Filmes de partir corações, dores de corno a marinar em rum cubano, os filmes das criadas de servir mais os seus magalas-namorados, ou marçanos-namorados, que, pelas tardes de domingo, enchiam o “Odeon”, “essas coisas a que chamavam destino”, Jorge Silva Melo dixit.
Naquelas conversas sem nexo, conversas malucas que acontecem quando as garrafas vão adiantadas, alguém numa qualquer noite disse que a taxa de suicídio entre gente que fuma charutos, ouve tangos e boleros, é nula.
Não houve comentários…
O episódio fê-lo lembrar que seria imperdoável que, nestes dias em que andámos à volta de cigarros, censuras várias, moral, respeito, direitos, deveres, não lembra mais o quê, não descesse até aqui a fatalidade de um tango, cantado por Sara Montiel, que fala de fumos e prazeres…
Pertence à banda sonora de “O Último Couplé”, filme de 1957, realizado por Juan de Orduña, chama-se “Fumando Espero” e é da autoria de Juan Viladomat e Félix Garzo.
Esteve, durante muito tempo, proibido pela censura do ditador Francisco Franco. Claro que a proibição não teve nada a ver com o fumar cigarros, com fumo nos teus olhos, antes estava em causa aquela moral hipócrita e beata que o catolicismo, um pouco por todo o lado, passou décadas a impor.
Esta é a letra do tango. Se o quiserem ouvir, encontrá-lo-ão no sítio do costume…
Fumar es un placer
genial, sensual.
Fumando espero
al hombre a quien yo quiero,
tras los cristales
de alegres ventanales.
Y mientras fumo,
mi vida no consumo
porque flotando el humo
me suelo adormecer...
Tendida en la chaisse longue
fumar y amar...
Ver a mi amante
solícito y galante,
sentir sus labios
besar con besos sabios,
y el devaneo
sentir con más deseos
cuando sus ojos veo,
sedientos de pasión.
Por eso estando mi bien
es mi fumar un edén.
Dame el humo de tu boca.
Anda, que así me vuelvo loca.
Corre que quiero enloquecer
de placer,
sintiendo ese calor
del humo embriagador
que acaba por prender
la llama ardiente del amor
Colaboração de Gin-Tonic
1 comentário:
Este Gin-Tonic devia ser cronista na imprensa "oficializante". De leitura obrigatória.
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