Com aquele pedacinho de exagero que é seu timbre, Baptista-Bastos disse um dia que o Jornalismo é uma disciplina superior da Literatura.
Em “Os Maias”, Eça agastava-se: “Estes burros destes jornalistas? São a escória da sociedade!”.
Em tempos que não os de hoje, só se chegava a jornalista após longos anos de noviciado, de tarimba, de passar por todos os cantos de uma redacção.
Neste tempo de crespoção que nos caiu em cima, seria interessante passar os olhos por este “Memórias Vivas do Jornalismo”, publicado, no Natal passado, pela Editorial Caminho.
Fernando Correia e Carla Baptista introduzem um trabalho onde encontramos 17 entrevistas feitas a jornalistas dos anos 40, 50, 60 e dos mais variados quadrantes políticos – Abílio Marques Pinto, Acácio Barradas, Afonso Serra, Daniel Ricardo, Edite Soeiro, Eduardo Gageiro, Fialho de Oliveira, Homero Serpa, João Coito, Joaquim Letria, José Carlos de Vasconcelos, Manuela de Azevedo, Maria Antónia Palla, Mário Ventura Henriquess, Pedro Foyos, Roby Amorim, Urbano Tavares Rodrigues.
Por eles ficamos a saber como se fazia jornalismo em Portugal naqueles tempos.
Não desejávamos que este documento se tornasse um relato exótico de um tempo distante e desaparecido. Mas, hoje e pela primeira vez na historia do jornalismo, somos obrigados a pôr em causa – sem saudosismo mas com apreensão e, porque não dizê-lo, com alguma mágoa – a manutenção destes contornos para a profissão. Enquanto jornalistas e estudiosos do jornalismo, mas também enquanto cidadãos.
Em “Os Maias”, Eça agastava-se: “Estes burros destes jornalistas? São a escória da sociedade!”.
Em tempos que não os de hoje, só se chegava a jornalista após longos anos de noviciado, de tarimba, de passar por todos os cantos de uma redacção.
Neste tempo de crespoção que nos caiu em cima, seria interessante passar os olhos por este “Memórias Vivas do Jornalismo”, publicado, no Natal passado, pela Editorial Caminho.
Fernando Correia e Carla Baptista introduzem um trabalho onde encontramos 17 entrevistas feitas a jornalistas dos anos 40, 50, 60 e dos mais variados quadrantes políticos – Abílio Marques Pinto, Acácio Barradas, Afonso Serra, Daniel Ricardo, Edite Soeiro, Eduardo Gageiro, Fialho de Oliveira, Homero Serpa, João Coito, Joaquim Letria, José Carlos de Vasconcelos, Manuela de Azevedo, Maria Antónia Palla, Mário Ventura Henriquess, Pedro Foyos, Roby Amorim, Urbano Tavares Rodrigues.
Por eles ficamos a saber como se fazia jornalismo em Portugal naqueles tempos.
Não desejávamos que este documento se tornasse um relato exótico de um tempo distante e desaparecido. Mas, hoje e pela primeira vez na historia do jornalismo, somos obrigados a pôr em causa – sem saudosismo mas com apreensão e, porque não dizê-lo, com alguma mágoa – a manutenção destes contornos para a profissão. Enquanto jornalistas e estudiosos do jornalismo, mas também enquanto cidadãos.
Ressalta da leitura destas entrevistas que, apesar dos diversos desacordos políticos, partidários, outros, estamos perante gente de carácter, com uma ética e com profissionalismo.
Se comparação pudesse existir com o jornalismo que hoje se pratica, poderíamos concluir que o que esta gente nos conta se terá passado nos tempos em que os animais falavam…
Colaboração de Gin-Tonic
5 comentários:
Que saudades desse jornalismo e desses jornalistas!
Estejam atentos à publicação das crónicas do "jornalista" Mário Caspa. Deve ser uma obra prima!!!
Mas esse "Caspa" sabe escrever? Não constava...
Valdemar
Caro Valdemar, o "Caspa" é daqueles "jornalistas" que escreve com os pés!!!
O "Caspa" nem sequer tem classe para "manipular" a informação... "pedipula"!!!
LT
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