terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

AINDA A DISCOTECA ROMA


Este é um velho anúncio da Discoteca Roma.

Não tem a indicação nem do jornal, nem a data, guardou-o, possivelmente, para não esquecer de ir ver os saldos, mas deverá datar de uns bom par de anos antes de ter fechado portas.

A Discoteca Roma não primava por preços acessíveis, mas a competência, o respeito pelo cliente, um cliente nunca se abandona, a simpatia, faziam “esquecer” a história dos preços. Quando se fazia um pedido, esgotavam todas as pistas até encontrar o que se pretendia. Depois a voz de satisfação, ao telefone: “já chegou a sua encomendinha”.

A Discoteca Roma não fechou portas apenas por causa do fenómeno FNAC. Ajudou, é certo, mas teremos que olhar para uma má, ou deficiente, visão comercial que os levou a abrir a Megastore Roma, numa tentativa desesperada, de competir com a FNAC.

Por vezes, para enfrentar certos desafios não podemos esgrimir as mesmas armas. Teremos que inventar outras.

Desde sempre é um defensor do pequeno/médio comércio de bairro o comércio tradicional. Talvez seja irrecuperavelmente possuído de uma qualquer nostalgia que lhe dificulta o (sobre)viver sem determinadas coisas que se habituou a ver, pelos tempos fora.

Para ele o fecho da Discoteca Roma foi mais um rude golpe. Há coisas que deviam protegidas como valor, já não diz, pátrio, assim como o lince da Serra da Malcata, mas valor citadino. Só que a cidade preocupa-se com outras coisas, como, por exemplo, uma competição de aviões no rio Tejo…

Aos poucos tem vindo a perder referências. Pensa sempre que, quando uma livraria fecha, uma discoteca fecha, sente uma amargura estranha e que isso deveria provocar, pelo menos na comunidade que compra livros e discos, um qualquer sobressalto que redundaria em protesto. Mas apenas se lhe depara o silêncio.

É mau quando a gente se habitua já dizia o Guillevic.

Muito mau, mesmo….

Colaboração de Gin-Tonic

25 comentários:

Karocha disse...

gin-tónic

Os rios de dinheiro que gastei na discoteca Roma.
Quando chegavam as novidades o funcionário que não me lembro agora o nome, telefonava e dizia "karochinha já chegou".
No natal o dono oferecia-me uma prenda, uma vez foi um tabuleiro antigo tão bom que ainda o tenho :-)
A páginas tantas, um dia resolvi contar o que tinha em LPs já ia em 5000, fora os EPs e os Singles.
Bons tempos lolol

edgar disse...

Não dá para voltar a fazer upload da imagem. É que no meu computador não aparece porque o endereço contém a palavra "sex". Sexo e Amor (Roma)

http://2.bp.blogspot.com/_PzNqvAO3puc/S3FybK1uCfI/AAAAAAAAQuQ/8VjseXkl9uQ/s400/Gin21.jpg

filhote disse...

Subscrevo todas as tuas palavras, companheiro Gin-Tonic.

Apenas uma rectificação: salvo erro, a ideia da Megastore Roma precede a chegada da FNAC a Portugal. Não a de Lisboa, que quase nem chegou a fazer história, mas a do Porto.

Essa Megastore Roma do Porto, junto à rua de Santa Catarina, tinha vários andares, oferecendo uma escolha de música absolutamente espantosa para a época. Pioneira em Portugal.

Alguma coisa falhou. Muito provavelmente, o passo foi maior do que a perna, e uma boa ideia transformou-se num delírio megalómano. Não conheço os pormenores da aventura Megastore, porém, talvez a "família Roma" fosse mais vocacionada para o pequeno comércio diferenciado e de qualidade. Afinal de contas, a Roma era um negócio familiar.

Na Megastore de Lisboa, essa sim posterior à FNAC, cheguei a tocar ao vivo com Pedro e os Apóstolos. O espaço era interessante, o staff simpático, a oferta (de início) vasta, mas a loja estava sempre "às moscas". A localização, convenhamos, era péssima...

É uma pena que a Roma tenha desaparecido.

Anónimo disse...

Pois é! Discoteca Roma lembra-me sempre Fantasia Lindum, Evenson e o fantástico England, dos Amazing Blondel; Ian Matthews (uma compilação dos dois primeiros a solo e o Elektra Years 1972-1974), o First dos Bee Gees ou os dificílimos From Gardens Where He Feel Secure e Whose Garden Was These (como eu me revi neste blog nos comentários da “Teresa” acerca desta "nossa" compra…). Estes e alguns mais porque os fáceis encontram-se por qualquer lado. Mas quando era para encomendar, era na Discoteca Roma, claro.
Tenho esperança quer ainda me apareça aqui por casa um saco de lá, para recordação.
A Santarém (na Frilux) ainda iam aparecendo em vinil (o último do Jackie Stwart é que só chegava “pá semana, pá semana”, mas isso são outras histórias).
CMD

josé disse...

Por falarem na Megastore Roma, do Porto, andei por lá várias vezes e comprei lá alguns discos perdidos, em cd. Tinha um magnífico catálogo de fundo, com discos que não havia em mais lado nenhum, nessa altura.

Mas antes disso, por volta de finais dos anos oitenta, apareceu o Carrefour em Gaia. E uma discoteca associada, à entrada, que julgo agora ser a melhor que alguma vez houve em Portugal, FNAC incluida.

Os empregados eram conhecedores dos discos e penso que as encomendas eram da sua responsabilidade. Alguns deles, eram antigos empregados de uma outra discoteca que havia no centro do Porto, junto à Avenida Sá da Bandeira ( praça do mesmo nome). Já não lembro bem como se chamava mas tinha tudo também. Incluindo música brasileira. Foi lá que comprei os LP´s de Milton Nascimento que nunca tivera acesso.
E foi na altura em que começaram a aparecer em força os cd´s.

O dono, na altura, era um tipo esforçado que se preocupava em arranjar o disco que o cliente procurava.
Depois, um empregado de lá que fora para o Carrefour montou uma pequena loja de discos, na praça Carlos Alberto, também no Porto. Isto sucedeu já nos anos 90 e tinha acesso a listas de discos que importava.
Fazia umas montras de maravilha com as novidades. Só para ver a montra já apetecia lá passar.
Hot Tuna in a can, foi lá que vi. E outros.
Julgo que o Fantasia Lindum, em cd foi lá que comprei.

Hoje em dia no Porto conheço nada igual.

gin-tonic disse...

Caro Filhote: a referência do texto vai para a Megastore Roma em Lisboa, posterior à entrada da FNAC em Portugal. Tão pouco sabia da existência dessa loja Roma no Porto. Para ele, ao contrário do que diz o Sérgio, o Porto está sempre longe...
Terá sido o dinheiro que foi investido na loja da Avenida da República que acabou por provocar o descalabro?
Não sabe. A certeza que tem é que, um dia, a porta fechou-de para não mais abrir como "Discoteca Roma"...

filhote disse...

"O Porto está sempre longe"?... olha que já esteve mais, Gin-Tonic... aquele empate no Sado encurtou distâncias...

Unknown disse...

foi aqui que comprei o meu primeiro CD - eric clapton - "one night", não ia lá muitas vezes pois morava em Algés. boa lembrança

Unknown disse...

Karocha, não a julgava com uma discoteca tão grande.
Já vi que é uma pessoa interessada, mas o Demis??, Por falar em Demis Roussos certamente gosta de Vangelis, ele (Vangelis) tem um disco com Irene Papas chamado "Odes" cantado em grego. Simplesmente FANTÁSTICO, se não tem ou não conhece, veja se o encontra. Vai ver que irá fazer parte dos seus favoritos. Caso não o consiga mandarlhe-ei com muito gosto um ficheiro, se quizer posso mandar atravez do LT
Humberto

Karocha disse...

Humberto

Tinha, já não a tenho incluindo discos em primeira que não existiam no mercado!
Claro que conheço e pode mandar para o meu mail se quiser!
Quanto ao Demis é privado do foro intimo.
Mas como eu disse noutro post,palavras leva-as o vento, o SLB é mais importante.

Unknown disse...

SLB ???, eu sou do club da minha Terra Alges, portanto BELENENSES

Karocha disse...

Pois!!!
Mas ele há pessoas para quem o SLB é mais importante que tudo Humberto, inclusive Demis!

Unknown disse...

4 X 1 !!!!
quero enviar os ficheiros mas não tenho o email, ou quer que envie pelo LT ???~
humberto

Karocha disse...

Humberto

Klique no meu nome com o botão direito do rato,tem o meu perfil o meu mail os blogs que sigo e o meu blog.

Unknown disse...

Não tenho o outlook instalado, mande-me para o meu email

HUMBERTOFPOLIDO@GMAIL.COM

Teresa disse...

A querida Discoteca Roma subsiste de alguma forma online:

http://www.romaclassicmusic.com/

Lá continua a Ana Simões, filha do dono, creio, amorosa como sempre. Há coisa de dois anos foi ela quem me arranjou a integral dos concertos de Mozart para piano por maria João Pires, que eu não conseguia encontrar (a Amazon não tinha, não senhores). Há menos de um ano também foi ela quem me descobriu a gravação da Italiana em Algeri que eu queria, para substituir a que me tinha sido roubada.

Enviei um mail à Ana a dar o link desta entrada, pode ser que tenhamos a agradável surpresa de um comentário dela.
Quantas tardes de sábado eu passei naquela loja, prinicplamente na cave! Quantos catálogos analisados à lupa, quantas audições de diferentes versões da mesma peça, quantas dicussões apaixonadas!

Ainda hoje sonho com aquelas estantes de madeira escura da cave, que encerravam tesouros. E as senhas, lembram-se? Um CD normal dava dinheiro a 1 ponto, um nice price a meio ponto (estou a falar do princípio dos anos 90), ao fim de dez pontos tínhamos um CD grátis, que era criteriosamente escolhido. Vinte pontos para um duplo, ou para uma ópera de dois discos. O meu L'Élisir d'Amore, Sutherland & Pavarotti (claro!) foi ganho com pontos, lembro-me bem :)

Anónimo disse...

Na época de expansão, mas na realidade em contraciclo (a FNAC "secou" tudo à volta) também chegaram a ter uma loja no Centro Comercial dos Olivais.
ALA

Unknown disse...

como eu adorava aquela montra exterior na parede do edifício contíguo. eu ficava ali, a namorada ia para a montra em frente, do outro lado, da Ferrari.

António

Anónimo disse...

Falta o verbo "ser" nº7 parágrafo :)

Anónimo disse...

Mais vale "ser" do que "parecer"

:)

soares disse...

antes da ROMA Megastore do Porto, eles abriram um armazém de revenda para outras lojas, precisamente no Porto.
Nos primeiros tempos bateram toda a concorrência, mas com a abertura da Megastore o público das lojas, que alimentava a existência do armazém de revenda, sentiu-se traído e começou ai a queda da ROMA.

Anónimo disse...

sobre a Discoteca Roma, Roma Megastore, etc muita coisa se tem dito e muito pouca de verdade. Nao houve pernas grandes, passos pequenos, etc. Houve um grande amor à Musica com mais de 30 anos que toldou a visao de quem comandava. Comandou com o coração. Escondidos atrás da razão estavam à espera as copias de CD, DVD e internet.. Pirataria em força...A musica, parente pobre da cultura continua a ser taxada de forma violenta facilitando a pirataria. Vejam anualmente o espaço de musica da Fnac e Corte Ingles a ser reduzido...Foi uma pena.Agora resta-nos a Romaclassicmusic para os amantes da Musica Classica. Encontramos a Ana Simoes nos concertos do CCB até ela se mentalizar que tem de abrir um espaço ,,,, para as nossas tertulias de musica... um forte abraço e feliz natal a todos.

Anónimo disse...

Grande discoteca (neste lugar), pelo menos para mim, que talvez seja um pouco mais novo do que vocês.

Fazia-me um bocado confusão, naquela altura, a existência nesta discoteca, de um sector (enorme, diga-se de passagem), dedicado à musica clássica, lol (quão diferente era, a minha mentalidade, enquanto jovem).

Foi uma pena o seu encerramento ... deu-me muitas alegrias este canto, pois comprei ali, muita coisa que ainda tenho na minha pequena colecção (o duplo VSOP do Herbie Hancock, foi uma delas).

Saudações,
Francisco

Anónimo disse...

Grande discoteca (neste lugar), pelo menos para mim, que talvez seja um pouco mais novo do que vocês.

Fazia-me um bocado confusão, naquela altura, a existência nesta discoteca, de um sector (enorme, diga-se de passagem), dedicado à musica clássica, lol (quão diferente era, a minha mentalidade, enquanto jovem).

Foi uma pena o seu encerramento ... deu-me muitas alegrias este canto, pois comprei ali, muita coisa que ainda tenho na minha pequena colecção (o duplo VSOP do Herbie Hancock, foi uma delas).

Saudações,
Francisco

Unknown disse...

A filha do Sr. Simões era a Ana Simões