sábado, 10 de outubro de 2009

BÁBULAS



(António Guimarães Martins da Costa, João dos Reis Sardinha, José António Faria de Sousa e Silva, Carlos Manuel Costa Brito e Pedro Manuel Camalhão Pereira Rodrigues)

Nos anos 60, chegou a haver uns 300 conjuntos ié-ié por todo o País. Os Bábulas foram um deles.

Surgiram em Outubro de 1965 como Kábulas, participando num concurso ié-ié organizado pela Sociedade de Instrução da Amoreira, no Estoril.

Como não tinham instrumentos, exibiram-se com "atracção", podendo assim tocar as guitarras dos outros concorrente.

Apresentados erradamente como Bábulas, ganharam o "1º prémio de atracção".

Foram depois a estrela semanal nos bailes de uma colectividade de Trafaria e ensaiavam na Casa de Moçambique.

No dia 06 de Novembro de 1965, participaram na 11ª eliminatória do Concurso Yé-Yé no Teatro Monumental, em Lisboa, tendo ficado em 3º lugar (24,5 pontos), atrás dos Chinchilas (28,5 pontos) e dos Boys (33,5 pontos) que foram os primeiros.

Perderam este concurso, mas ganharam o do clube social da Igreja paroquial de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, e um outro organizado no Cine-Teatro de Tomar.

Vasco Morgado contratou-os para o seu programa de Carnaval no Monumental e na Academica de Caselas, onde obtiveram novos êxitos, podendo afirmar-se que os Bábulas têm largo futuro assegurado (Diário Popular, 26 de Fevereiro de 1966).

Os Bábulas não gravaram qualquer disco, aliás, como a grande maioria dos conjuntos de então.

Esse patamar só foi almejado por alguns eleitos: Sheiks, Conjunto Académico João Paulo, Conjunto Mistério, Titãs, Tártaros, Fanatic's, Demónios Negros, Ekos, Night Stars, Morgans, Álamos, Claves, Zoo, Conjunto Universitário Hi-Fi, Diamantes Negros, Espaciais, Guitarras de Fogo, Rock's, Vodkas, Conjunto Nova Onda, Quinteto Académico, Chinchilas, Keepers, Plutónicos, Charruas, Fliers, Jotta Herre...

6 comentários:

carlos disse...

E ninguém faz uma antologia (um ou vários CDs) com esses grupos mencionados, remasterizados e limpinhos, com notas de capa decentes, tal como se faz noutros países civilizados?
Eu por exemplo, não conheço quase nada além dos mais óbvios (Sheiks, Conjunto Académico João Paulo) e gostava de conhecer...
E já não se pode contar com o Do Tempo do Vinil, de pouca dura!

Edward Soja disse...

Sou um chato, eu sei, mas é por isto que me interesso:

onde, quem e como avaliou, durante que período, que chegou a haver mais de 300 conjuntos do género em Portugal?

Fica a pergunta que provavelmente ficará sem resposta.
Mas não faz mal. A pergunta é mais importante, mesmo assim.
:)

E estes Bábulas, de onde eram?

Edward Soja disse...

Alguém sabe?

ié-ié disse...

Já respondi, mas, por uma qualquer razão, o comentário escapuliu.

O número de 300 foi avançado, à época, por Gouveia Machado, representante em Portugal das principais guitarras eléctricas e que as vendeu às centenas a centenas de músicos, a perder de vista...

Será que alguém as ficou a dever?

A sua informação merece, por isso, algum crédito.

Além do mais, o Concurso Yé-Yé, em 65-66, teve a participação de uns 70 conjuntos.

Os Bábulas são (eram) de Lisboa. Isso já estava dito no blogue.

LT

Edward Soja disse...

Claro que tem credibilidade.

À falta de censos sobre bandas musicais neste país testemunhos assim são de algum valor sociológico.

Pena não sabermos mais.
:)

Anónimo disse...