"25 de Abril - Documento", Afonso Praça, Albertino Antunes, António Amorim, Cesário Borga e Fernando Cascais, Casa Viva Editora, 1974, 190 págs
Este será provavelmente o primeiro livro jamais publicado sobre o 25 de Abril, faz hoje, 05 de Maio, 35 anos.
"25 de Abril - Documento" foi publicado escassos 10 dias após a Revolução dos Cravos. É obra!
Este será provavelmente o primeiro livro jamais publicado sobre o 25 de Abril, faz hoje, 05 de Maio, 35 anos.
"25 de Abril - Documento" foi publicado escassos 10 dias após a Revolução dos Cravos. É obra!
13 comentários:
Já estamos a comemorar o 25 de Abril de 2010 ??????????????
Chiça!
A seguir ao Natal vem o 25 de Abril :)
Yuppi !
Podiam ter aparecido na mesma altura, as grandes obras que os escritores guardavam nas gavetas por causa da censura...
Esperei, esperei e desisti de esperar: nada havia, afinal.
A Censura do Exame Prévio foi uma grande coisa para justificar o injustificável: a mediocridade da nossa escrita profissional.
É uma quase verdade, José.
Escritores e jornalistas, obrigados a uma escrita do silêncio, obrigados a inventar entrelinhas para dizer uma qualquer mensagem, teriam que reaprender a escrever, uma tarefa nada fácil depois do policiamento a que estiveram sujeitos durante quase meio século.
É verdade que há os que diziam que tinham as gavetas cheias de livros e poemas que não podiam publicar. Gostavam de ter mas não tinham nada. Talvez castelos no ar, nuvens. Outros entenderam que os livros estariam demasiado datados que não tinham qualquer justificação nos tempos novos que começavam. Outros tinham mesmo e publicaram-nos. De repente lembro Alexandre Pinheiro Torres e José-Augusto França. Outros começaram a tal reaprendizagem e alguns desses revelaram que o que estava para trás era melhor. Assim um pouco como as cantigas de antes e depois de Abril. Poucos - mas bons - reaprenderam mesmo a escrever.
25 de Abril? Natal? Viva a Anarquia!
Abaixo os calendários e as agendas! 25 de Abril sempre!
Já reparam que é uma 1ª edição? Há andos que ando à procura dela! Só tenho a 2ª!!!
O "José" tem razão.
A montanha, mais uma vez,pariu um rato.
Também passei a minha juventude (esta que tenho é outra)... a ouvir os miasmas de então... «que, se não fosse a famigerada "Censura", haveria escritores fantásticos»...
Inventaram-se Deuses da escrita.
Tudo se inventava!...
Afinal, tudo mentira!!!
Os escritores, de sucesso, salvo rara excepção (como a regra) -são quase os mesmos que já escreviam naquele tempo, aliás, como os BONS JORNALISTAS...!
Vejam, por exemplo, o TEATRO DE REVISTA:
Era bom, naquele tempo, mas era com a "Censura" a cortar "tudo-a-torto-e-a-direito"... ... ...
Grande VERDADE!!!
Aí sim, tínhamos que ser mesmo bons a escrever, e a desenhar, a inventar coisas, humorismo, por exemplo...
Leiam o que diz o RAUL SOLNADO, neste último JORNAL DE OEIRAS: Leiam!!!
"-Tenho saudades dos tempos da Censura. Tinha que se saber escrever muito bem"!!!
Este "TINHA QUE SE SABER"... é que, a partir da abrilada, foi o busílis.
Este TINHA QUE SE SABER é que matou o Teatro de Revista a seguir à "liberdade" actual, para não falar noutras mortes "matadas-por-natureza"...e que, por incompetência, impossíveis de ressuscitar pela inteligência-oca-"cravista"...
Quanto ao resto, continuam a pulular por aí os bodes expiatórios... para justificar os falhanços abissais dos senhores autores (do pós-coisa-e-tal) dos autênticos mamarrachos.
Todavia, é possível que, numa manhã de nevoeiro, os tais génios que antes da abrilada, estavam escondidos nas tais gavetas, saltem cá para fora.
Nem que seja para as suas folhas servirem para embrulhar castanhas, sendo, finalmente, substituídas pelo cartuxinho das eternas Páginas Amarelas!!!
Par ter uma ideia do que era a actividade cultural no início dos anos setenta, é preciso ir aos jornais: Diário Popular e os seus suplementos das quintas e terças-feiras. A Capital e os suplementos literários. O Diário de Lisboa e a Mosca, etc etc.
Curiosamente, estavam lá todos os do "reviralho" esquerdista. Todos, sem excepção se exprimiam com a Censura que cortava e cortava, mas principalmente o que lhe cheirava a subversivamente óbvio.
Ora a Cultura literária e artistica, na plástica, teatro e cinema, é o verdadeiro factor subversivo por excelência.
E o principal passava na frente dos olhos dos censores e eles nem viam: a modernidade a aparecer e que conduziu à alteração de costumes.
Foi isso verdadeiramente que criou o caldo de cultura para o 25 de Abril.
Foi isso igualmente que derrubou o muro de Berlim: o desejo de modernidade e ser como "lá fora".
Ainda hoje é assim, mas muito menos, porque tudo está ao alcance de uns clicks ou de umas viagens.
Ora nem mais!!!
Lamento a iliteracia de grande parte do povo português. A iliteracia limita o acesso ao mercado de trabalho e a capacidade de adaptação a uma sociedade e a uma economia em transformação ou de mercado, se quisermos utilizar conceitos liberais. Não se perceber o que se está a ler é ignorância ou pouca vontade de saber, o que ainda é pior: desinteresse. No fundo, vem tudo daí. O desinteresse total pelas letras, pelos livros. É uma sociedade de consumo rápido, a nossa. Um livro é chato, demora tempo a 'consumir', é preciso fazer um esforço de imaginação...é muito mais fácil e rápido agarrar no comando da televisão. Para ver..merda. Porque o canal História é pouco chamativo ou a CNN ou a Odisseia. E estamos assim: estagnados.
Como poderá evoluir um país sem espaço crítico de cidadania? Quanto a mim, não interessa a cor política quando os argumentos são sempre esgrimidos com o mesmo modus operandi. Não interessa que o Carvalho da Silva peça desculpas pelo ataque a Vital Moreira (porque afinal de contas só demonstra uma falta de ética profunda - Moreira saíu do PCP e daí?) ao afirmar que tal gesto foi consequência do desespero dos trabalhadores. E eu pergunto: os trabalhadores lutam contra a crise ou lutam contra as pessoas?
"anónimo"...
Bem observado!
Além do mais: nem lutam contra a crise e -pior ainda- desviam as atenções com estes "actos".
No PC sempre se lutou contra as pessoas. Porca miséria!
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