sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

POINT LOBOS, AO LADO DE CARMEL


Eu gosto de começos de filmes. E ainda mais dos fins...

Num dos começos de que mais gosto, ouve-se uma suave e terna "voz off" de mulher dizer assim: "last night I dreamed I went back to Manderley."

E prossegue (socorro-me agora da versão portuguesa, embora pobre...):

"Parecia-me estar parada junto do portão de ferro que conduz à alameda. E, por instantes, não consegui passar, pois a passagem estava cortada.

"Depois, como todos os sonhadores, fiquei possuída de poderes sobrenaturais e como um fantasma transpus a barreira. A alameda estendia-se à minha frente, serpenteando, como sempre o fizera, mas, conforme ia avançando, apercebi-me que algo mudara. A natureza tomara de novo o seu rumo e, a pouco e pouco, tinha invadido a alameda com os seus longos dedos vigorosos. O pobre carreiro que fora a nossa alameda estendia-se, persistente e, finalmente, desembocava em Manderley.

"Manderley, solitária e silenciosa!

"O tempo não conseguira destruir a simetria perfeita daquelas paredes. O luar pode pregar partidas à imaginação e, subitamente, pareceu-me ver luz nas janelas. Então, uma nuvem encobriu a lua por um instante, como uma mão negra sobre um rosto. A ilusão desapareceu. Olhei para a fachada desoladora, sem sombra do passado naquelas paredes.

"Nunca poderemos voltar a Manderley, isso é certo. Mas às vezes, nos meus sonhos, regresso a esses estranhos dias da minha vida que começaram no Sul de França".

O João César Monteiro que me desculpe, lá do buraco mais longínquo e escaldante do Inferno onde deve estar, mas, em Cinema, palavras sem associação a imagens funcionam quase sempre mal...

Associado àquilo que acabaram de ler, imaginem uma pequena clareira de uma floresta a ser invadida pelas brumas. E depois, a câmara está fixa defronte de uma velho portão de ferro, que ultrapassa como se fosse um fantasma, iniciando, em plano sequência, um longo travelling através de um caminho que outrora parecia ter sido largo e cuidado, mas que agora não passava de um pequeno carreiro invadido por ervas daninhas, folhas caidas, pedaços de ramos de árvore.. A câmara prossegue o seu caminho ziguezagueante até chegar a uma enorme clareira onde poderemos então ver uma velha mansão estilo inglês completamente em ruinas. Por um momento vemos luz nas janelas e depois tudo escurece com o desaparecer da lua por entre as nuvens. Quando a "voz off" se cala um corte repentino dá-nos um "plongé" sobre o mar e as arribas. Já estamos no Sul de França...

Se não descobriram à primeira, certamente que agora não terão dúvidas de que vos estou a falar de "Rebecca", primeiro filme americano realizado por Alfred Hitchcock, em 1940, por encomenda de David O. Selznick. A sorte que os cinéfilos tiveram, porque a ideia inicial tinha sido a de pôr o bom do Alfred a filmar uma nova versão do Titanic...

Mas Hitchcock nunca gostou muito de "Rebecca". Na longa entrevista que deu a François Truffaut ("Le Cinema Selon Hitchcock"), afirma qualquer coisa como isto: "Não é um filme de Hitchcock. É uma historieta do século passado a que falta algum espírito de humor".

Penso que Hitchcock exagera e que, sobretudo, o que lhe terá deixado má recordação foram os enormes problemas que teve com o David O., sobretudo no que respeita à elaboração do guião.

Selznick vinha do mega-sucesso de "E Tudo o Vento Levou", no qual tinha reforçado a sua convicção de que a transposição para Cinema de um grande sucesso literário deveria ser fiel à obra original, para não defraudar os espectadores. E obrigou Hitchcock a rever o guião inicial de "Rebecca", que considerava não captar toda a riqueza da obra original de Daphne du Maurrier. Talvez como provocação para o seu velho produtor, Hitchcock aproveitou essa história para contar a Truffaut a célebre anedota das cabras:

Duas cabras estão a pastar nos terrenos baldios de um estúdio de cinema e vão comendo restos de película de um filme baseado num "best seller". Diz uma para a outra: "não é mau, mas prefiro o livro"!

Mas talvez Hitchcock também não perdoe que tenha sido precisamente "Rebecca" o seu único filme a receber um Óscar da Academia, pelo "Melhor Filme" desse ano, ainda por cima atribuido ao produtor e não a ele...

Gosto muito de "Rebecca" e também já percebi que os filmes de Hitchcock de que mais gosto ("Vertigo", "Sob o Signo do Capricórnio", ...) não são "Hitchcock's films"...

Mas já me estou a alongar demasiado sobre o filme, e não era essa a minha ideia inicial.

Embora passado no Sul de França (parte inicial) e na Cornualha, os exteriores de "Rebecca" foram inteiramente rodados na California, a maior parte deles na "Point Lobos State Reserve", que fica mesmo ao lado de Carmel, a Sul de Monterrey. Eu fui lá ver, para vos contar...

"Point Lobos" é um dos lugares mais belos que me foi dado ver à face da Terra. Assim sendo, porque razão tão poucos filmes foram lá rodados ("A Ilha do Tesouro", de 1934, foi o último...)? A resposta é simples: para não afectar o eco-sistema, é rigoramente proibida a realização de "filmagens pesadas" no interior da Reserva. Apenas são permitidas, mediante autorização especial, filmagens gerais efectuadas por equipas de muito reduzida dimensão e sem "charriots".

Foram filmagens deste tipo que foram feitas para "Rebecca" (1), sendo depois adaptadas em estúdio, com recurso a "transparentes" e, por vezes, mesmo retocadas e acrescentadas mediante pintura à mão. Um exemplo: a fotografia onde está o banco é o local onde, no filme, se vê uma pequena varanda com Monte Carlo ao fundo. Uma parte foi adaptada "in loco" (a varanda feita com moldes de madeira amoviveis, os potes com plantas...) e o resto foi pintado à mão na própria película... O local chama-se Weston Beach, como homenagem ao fotógrafo Edward Weston que foi, juntamente com Ansell Adams, um dos primeiros a explorar a beleza selvagem de "Point Lobos".

A escada que vemos na fotografia é a verdadeira "escada do filme", que conduz à praia e à cabana de pedra que assumem um papel importante na evolução da intriga de "Rebecca", quando a história já se passa em Inglaterra, na velha mansão de Manderley. O local chama-se Gibson Beach, mas a limitação às filmagens obrigou a que as cenas na praia não fossem filmadas aí, mas sim na Ilha Catalina.

A propósito de Manderley: a mansão que se vê no filme não passa de uma "maquette" de estúdio, mas consta que Daphne du Maurier se inspirou numa velha mansão existente na localidade de Fowe, na Cornualha, onde ela própria viveu, que se chamava "Menabilly" e era propriedade de uma tal "família Rashleigh". Há uns anos atrás, com a Cristina, andei por Fowe à procura dessa casa, mas não me consegui desenrascar naquele emaranhado de ruelas estreitas, sinuosas e de sentido único. Disseram-me, então, que a velha casa já não existia, tendo ficado destruida na sequência de um incêndio. Se assim tivesse acontecido, a realidade teria imitado a ficção. Mas sempre desconfiei dessa informação apressada e, tendo gostado tanto da Cornualha, um destes dias lá voltarei para procurar com mais calma...

Mas o que por lá vi, perto da localidade de Bodmin, foi a "Jamaica Inn", velha taberna de contrabandistas e sabotadores de navios de que fala outro célebre livro da Daphne du Maurier. Por coincidência, também o último filme inglês de Hitchcock. É hoje, um Restaurante/Museu, verdadeira atracção para turistas.

Uma última curiosidade, para acabar com esta já longa conversa: um dos últimos livros de Ana Teresa Pereira (embora o livro seja de 2008, tenho de dizer assim porque a rapariga publica livros com a rapidez com que eu como bolinhos de areia lá em casa...!) chama-se "O Verão Selvagem dos Teus Olhos" e não é mais do que a história de "Rebecca" contada através do seu "fantasma"...

Como diria o outro, isto anda tudo ligado...

Façam o favor de desculpar a maçada.

Colaboração de Luís Mira

(1) Não sou investigador nem historiador de Cinema. Todo o conhecimento que possuo é, pois, em segunda mão... As informações sobre as filmagens de "Rebecca" foram retiradas do livro "Footsteps in the Fog - Alfred Hitchcock's San Francisco", de Jeff Kraft e Aaron Leventhal, a que voltarei um dia destes com mais calma por outros motivos. Mas foi preciso "dar corda aos sapatinhos" para encontrar os sítios...!

43 comentários:

Karocha disse...

Adoro os filmes do Homem, embora as actrizes principais o detestassem,houve uma que bateu com a porta e o desgraçado ia-lhe dando cabo da carreira, a Tippi ainda fez 2.
O meu rapaz mais velho diz que a mãe (Tippi) bate a filha aos pontos.

Rato disse...

Só um pequeno reparo, Luis Mira. É verdade que há filmes realizados por Hitchcock em que a "sua marca" não é de imediato visível. E "Rebecca" é certamente um dos exemplos mais conhecidos. Agora... "VERTIGO"? "Vertigo" é puro Hitchcock, estão lá todos os ingredientes do mestre. Seria mesmo o filme (juntamente com "North By Northwest / Intriga Internacional" e "The Wrong Man / "O Falso Culpado") que eu aconselharia a qualquer iniciado na obra do realizador para poder entender rapidamente o universo hitchcockiano.
Karocha: ainda há relativamente pouco tempo vi um documentário em que a Tippi Heddren falava muito carinhosamente do seu Alfredo. E, claro, a filha (Melanie Griffith, a senhora Banderas) nunca lhe chegou aos calcanhares.

Karocha disse...

Claro que falava Rato, o safardana já morreu, quem não diz nada é a Kim Novak.

Rato disse...

A Kim Novak foi a minha primeira fantasia erótica. Por isso perdoo-lhe tudo, até o silêncio.

Anónimo disse...

Caro Rato.
Ora aqui está um tema interessante... O que é, ou não, a "marca" de Hitchcock ou os "ingredientes do mestre". Mas quando vocé evoca a "Intriga Internacional", eu fico sem palavras... É que, para mim, não podem haver filmes mais dispares... Onde é que está o "Mcgufin" no Vértigo? Onde é que está o "suspense" e o "medo" que sentimos em filmes tais como o "Psyco", "Os Pássaros" a "Intriga" e tantos outros? Esse é o tal lado pelo qual o Hitchcock mais conhecido ficou. Não digo que seja o único e, muito menos, o mais interessante, mas pergunte ao comum dos mortais que saiba um mínimo de AH o que é que este nome lhe evoca... A magnífica, silenciosa e longuíssima sequência em que Scottie persegue Madeleine pelas ruas de S. Francisco? A cena da transformação forçada de uma mulher noutra? A silenciosa "saída de cena" da amiga de Scottie, que continua a ser uma das cenas que, ainda hoje, mais me comove no cinema de AH? Não me parece... Vertigo tem outra "respiração". Parafrasando Ferré, dir-lhe-ia que ele "est d'un autre pays, d'une autre solitude". Não poderei dar sequência a esta conversa, porque terei de me ausentar, mas retomarei mais tarde, se necessário.
Cumprimentos

JC disse...

Os meus Hitchcock mais mal amados: "The Torn Curtain" e "Under Capricorn". Um dos mais bem amados: "Suspicion", o filme cujo final da história se desconhece. Ou melhor: o "suspense" que fica para sempre, mtº para além do filme.

Rato disse...

Existe um livro fundamental (eu pelo menos considero-o assim) sobre o cinema de Hitchcock, da autoria de Carlos Melo Ferreira. Permito-me transcrever apenas duas passagens sobre precisamente "Vertigo":
- «Começando pela concepção e estrutura global, é uma obra característica de Hitchcock, dividida em longos segmentos perfeitamente demarcados e harmónicos entre si, fazendo fluir uma história de aparente mistério que constitui pretexto (cá está o "mcgufin", digo eu) para uma das mais vertiginosas viagens ao mundo do inconsciente, do que de mais profundo, mais profundamente angustiante e contraditório, existe na vida do homem.»
- «Como os grandes personagens dos melhores filmes de Hitchcock, o protagonista de "Vertigo" enfrenta o espaço terrível de abismos ilimitados, entrando nesse espantoso outro lado do mundo e da vida donde ou se não regressa, ou se regressa diferente, outro.»
A noção da "culpa", algo sempre presente na obra e na própria vida pessoal do realizador é aqui elevada à "n" potência. Cito de novo CMF:
- «Stewart é "culpado" por se ter apaixonado pela mulher do amigo, é "culpado" por a ter deixado morrer, é "culpado" de a tentar reconstruir noutro/o mesmo corpo, é "culpado" por a ter deixado apaixonar por si.»
Aliás, o filme começa logo com a "culpa" em destaque: a de não ter socorrido o colega por causa do seu medo das alturas.
Deixemos a "culpa" e passemos ao "medo" e ao "suspense". Em "Vertigo" tudo conduz ao abismo, ou a vários abismos se se preferir. Mas aqui o principal "medo" é o medo que Stewart tem de uma segunda "morte" da mulher amada, que virá fatalmente a acontecer.
"Vertigo" não é um filme como os outros? Certamente que não. Mas aí residia toda a mestria do realizador. Fazer filmes aparentemente diferentes mas com os mesmos ingredientes. Que estão todos em "Vertigo", não haja qualquer dúvida, nem que estejam metaforizados.

Anónimo disse...

Boa noite Rato,

Esta resposta vai ter de ser um pouco menos apressada do que a anterior... Confesso a minha ignorância mas nunca li o livro que refere, embora saiba da sua existência. Não sendo eu um incondicional do AH e já tendo lido muita coisa antes, a dizer mal e a dizer bem (deve lembrar-se das caçetadas que lhe dava a revista "Positif", no tempo da ,polémica com os "Cahiers"...), passei por cima desse livro porque, na altura, tinha outras prioridades e outros centros de interesse.

Mas deixe-me também que lhe diga que não me interessa "esgrimir" aqui consigo por entrepostas pessoas. Podia ir à estante bombardeá-lo com uma série de citações, vocé repostava da mesma forma e não saíamos disto.

O que Carlos Melo Ferreira faz é uma coisa muito simples e muito conhecida no âmbito da crítica cinematográfica. A partir de um conhecimento global da obra do autor, encontra caracteristicas comuns que depois considera dominantes, essenciais e características no universo do realizador. E depois analisa cada filme com o objectivo de as identificar, por mais pequenas e ténues que elas sejam...

Foi isto mesmo que fizeram os "Cahiers du Cinema" nos anos 50 com a sua célebre "Política dos Autores", o que os levou (estou a extremar, mas é a pura verdade..) a encontrar "a marca do Autor" nos filmes mais ignóbeis de Anthony Mann, Raoul Walsh, William Wyler (abaixo Ford, viva Wyler, gritavam então!) e por aí fora...

Eu nunca disse que não existem vários exemplos da "marca do Hitchcock" no "Vertigo". Aliás, um dos que me parece mais evidente nem vocé nem o seu autor o referiram: o facto de ele dar a conhecer ao espectador toda a "história" a meio do filme, pondo este a saber mais do que o próprio personagem...! Suspense? Algum, mas acho que muito pouco comparado com outros filmes do velho Alfred... MacGuffin? Rigorosamente nenhum. O objectivo do "amigo da onça" do Scottie é o mais óbvio possível: fazer desaparecer a mulher e raspar-se para um paraíso longínquo sabe-se lá onde e sabe-se lá com quem!
O medo? Está lá, mas bastante menos físico do que na maior parte dos outros filmes. Um medo interior feito de uma profunda solidão, porque não há pior solidão do que aquela que vivemos ao lado de pessoas que gostam de nós. A partir de determinada altura, é isso que sentimos na relação com o personagem da amiga, interpretada por Barbara Bel Geddes. Não é isto mesmo que ela diz, indirectamente, pouco antes de "sair de cena" naquele momento que eu já lhe referi: "Dr., ele já não ouve Mozart... Ele já não ouve ninguém...

Estou em profundo desacordo consigo quando diz que Scottie tem medo de uma "segunda morte da mulher amada", por uma simples razão: ele nunca deixou de amar a primeira, embora tenha feito todo o esforço para a fazer voltar dos mortos ("D'entre les morts" é, aliás, o título original do livro em que o filme se baseia). Mas este aspecto de interpretação é subjectivo, e cada qual pode perfeitamente ficar com a sua leitura...

Só mais duas ou três coisas para lhe expressar, em síntese, porque é que para mim Vertigo não é um verdadeiro "Hitchcock movie":
O que é mais típico dos filmes de AH?

1)O ritmo frenético de "Os Trinta e Nove Degraus", as duas versões de "O Homem que Sabia Demais", "Sabotagem", "Correspondente de Guerra", "A Intriga Internacional", "A Cortina Rasgada", ou a calma contemplativa de "Vertigo"?
,
2) O "suspense" e o "medo físico" que começa com o "The Lodger", passa por muitos dos filmes acima citados mas também por "Suspeita", "Shadow of a Doubt", "Notorious", "Pânico nos Bastidores", "Psycho", "Os Pássaros", ou os do "Vertigo"?
Eu, por mim, não tenho grandes dúvidas, mas admito que outros "vejam a coisa" de uma outra maneira..

Só mais dois breves comentários e depois irei mesmo terminar:

- "The Trouble With Harry" está cheio de pormenpores e pequenos traços de AH, a começar pelo espírito de humor. Poderemos garantir a pés juntos que se trata de um "Hitchcock movie" puro...?

- Como vocé deve saber, "Vertigo" foi um dos maiores fiascos comerciais de AH, autor que era muito dado a esse tipo de falhanços. Porque terá sido? Por o público e a crítica, em geral, terem achado que se tratava de um "Hitckcock puro". Não me parece.
Desculpe este longo texto mas, como diria o outro, não tive tempo de o fazer mais pequeno...
Cumprimentos e bom fim de semana!

filhote disse...

Obrigado pelo regresso às lides, Luís Mira. E logo tocando num dos meus pontos fracos (ou fortes): o cinema de Alfred Hitchcock.

Se tenho duas paixões obsessivas na minha vida, e por isso quase infantis, são os Rolling Stones e Alfred Hitchcock.

Enfim, sem querer intrometer-me no debate Mira-Rato, eu diria que os dois têm razão em muita coisa.

Porém:

1. Segundo o próprio Hitchcock (documentário de Peter Bogdanovitch), existe um "McGuffin" em Vertigo. Trata-se do motivo da golpada do amigo de Scottie. Ou seja, que golpada é aquela, qual o objectivo exacto, qual a finalidade?... não importa, é apenas um "McGuffin", lançado na narrativa para que conheçamos as profundezas psíquicas dos protagonistas. É o ponto de partida para contar uma (outra) boa história.

filhote disse...

2. "D'entre les morts" não é somente o título françês para o filme, mas sim, o título original do romance de Pierre Boileau, no qual o filme se baseia - argumento adaptado por Alec Coppel e Samuel Taylor.

filhote disse...

Emenda: peço desculpa, Luís, pensei que não tinha referido o título em françês como sendo do livro original... agora, li melhor...

filhote disse...

3. Quando estudava na Escola Superior de Teatro e Cinema (Conservatório Nacional), "Vertigo" era apresentado como um puro Hitchcock. É um filme diferente, de facto, genial mesmo, todavia, a montagem ágil e pluridimensional, a música de Bernard Herrmann, a vulnerabilidade dos protagonistas, o humor britânico tão vincado naquela primeira cena entre Stewart e Bel Geddes, o volte-face narrativo, a aura de mistério, a inovadora sequência da escadaria da torre... enfim, é um Thriller... logo...

filhote disse...

4. Quem disse que "Vertigo" não é um filme assustador?

filhote disse...

Ainda sobre o texto de Luís Mira, uma curiosidade: Hitchcock não realizou mesmo o filme do naufrágio do Titanic, mas tem na sua filmografia o notável "Lifeboat", história de náufragos durante a 2ª Guerra Mundial.

filhote disse...

E como neste blogue somos maníacos por listas, aqui vai o meu TOP 10-Hitchcock.

A ordem é aleatória. Não consigo desvalorizar um em benefício de outro...

01. Psycho
02. North By Northwest
03. Vertigo
04. Shadow of a Doubt
05. Suspicion
06. Strangers on a Train
07. The Trouble with Harry
08. I Confess
09. Rear Window
10. Notorious

E mais uma dezena de episódios da série de TV "Alfred Hitchcock"...

O meu principal mal-amado é o "The Birds".

Karocha disse...

Filhote

Acordou agora ;-)

Adoro o "The Birds"

Aliás adoro Hitchcock...

Karocha disse...

E OS Stones também LOOOLLLLL

filhote disse...

Ah, caro Luís Mira, já me esquecia de comentar...

... de facto, "The Trouble with Harry" não é um típico filme de Hitchcock. Pelo contrário.

Contém muitas das marcas autorais do realizador, é verdade, mas, sendo assumidamente uma comédia - comédia negra ou amarga -, eu diria... diria... diria que Hitchcock quis parodiar o seu próprio cinema. E conseguiu. De forma brilhante!

filhote disse...

Karocha, sabia que o "The Birds" é um dos poucos filmes da História que não contém uma única nota musical?

(para além das emitidas pelos pássaros, claro)

Entretanto, uma errata: série de TV "Alfred Hitchcock Presents".

Karocha disse...

Sabia sim filhote.
Mas ainda existe outro, sabe qual é filhote?

Karocha disse...

Então filhote?

Ps já consegui-o ir à minha página?

filhote disse...

Não sei... qual é?

Quanto à página, vou tentar agora...

filhote disse...

Karocha, continuo a não conseguir chegar à sua página.

Karocha disse...

"Silent Movie"
Mel BrooKs

O único som é um grito do Marty Feldman

Uma loucura :-))))

Karocha disse...

como? toda a gente consegue!
http://karochadb.no.sapo.pt
Estranho se não conseguir vá através desta.
http://diazberrio.home.sapo.pt/image01.html
segue o lonk karocha

Rato disse...

Luís: Efectivamente "Vertigo" teve más críticas na sua estreia, em 1958. Mas já se sabe como são os críticos americanos. Os mesmos que disseram mal vieram mais tarde a considerar "Vertigo" a obra máxima de Hitch. Infelizmente abundam exemplos desses nos EUA, o que só prova a pouca visão desses mesmos escribas.
Já agora um outro dado, que considero importante para a "mitologia" deste filme. Por razões de direitos de autor (que Hitch adquirira para deixar em testamento à filha) "Vertigo" esteve fora do circuito de exibição durante 25 anos (juntamente com quatro outros filmes do mesmo período), só voltando aos écrans em 1983, em cópia restaurada (tendo feito mais de 10 milhões de receitas logo no primeiro fim-de-semana de exibição - e apenas em duas salas). Hoje, 50 anos depois, fez-se finalmente justiça: "Vertigo" é das obras mais amadas e mais vistas (e por este pequeno exemplo também das mais discutidas) da História do Cinema.
Só mais uma coisa, Luís: continuo convencido do "medo" profundo do protagonista em perder pela 2ª vez a pessoa amada, e exactamente pela razão que invocas, ou seja, todo aquele trabalho para a "fazer renascer". A morte dela no fim do filme é como sabes, acidental. E a última imagem que Hitchcock nos dá é a de um Stewart de cabeça e braços caídos, resignado, contemplando a concretização desse seu grande temor.

Filhote: Obrigado pela colaboração sobre Hitchcock e pelas observações incisivas sobre o "Vertigo". Não há nada melhor do que uma terceira opinião conhecedora para "desempatar" uma (salutar) divergência de opinião. E ainda bem que o filme se presta a múltiplas leituras, só prova a sua genialidade. O teu TOP 10, sendo aleatório, também poderia ser o meu. Com uma pequenina alteração: substituía o "Trouble With Harry" pelo "The Wrong Man", com o Henry Fonda, filme que considero fundamental na filmografia do Hitch.
Entretanto, já conseguiste entrar no site da Karocha? Tem lá fotografias fantásticas - desconhecia em absoluta a sua participação nos albuns da Go Graal Blues Band. A minha preferida é no entanto a da campanha para a Marie Claire: que espectáculo de bicicleta, Karocha!

Rato disse...

Nota: 10 milhões de dollars, bem entendido

Anónimo disse...

Rato,

Eu já tinha dado o assunto por terminado ao reconhecer que não tinha qualquer problema em aceitar que outras pessoas pensem de maneira diferente da minha. Não me sinto embuído de nenhuma de nenhuma transcendente missão de "converter os infieis", mas também não serei convertido facilmente. O "crítico cinematográfico" que mais admiro e mais gosto de reler de vez em quando é François Fruffaud, fanático "hitchckokiano". Pois se nem ele me converteu, acha que vai ser o Carlos Melo Ferreira...?!

Vocé agradeceu ao "Filhote", com indisfarçável satisfação, por ter trazido um "apport qualitativo" ao debate, e o ter "desempatado". A ser favor, claro está...! Por mim é óptimo, pois não teremos de ir a penaltis e vocé levantará a sua taça com todo o orgulho.

Mas vocé está convencido que eu estava à procura de lhe "ganhar" nalgum aspecto? Puro engano... Uma vez mais à minha revelia (mas eu já aceitei estas "regras do jogo" e agora não me queixo...)um texto meu veio parar a este blogue e, a partir daí,eu passarei imediatamente a ter uma "obrigação" de explicar tudo aquilo que disse. Do meu ponto de vista, e não do ponto de vista dos outros.

O problema é que eu percebo bem porque razão vocé sustenta que é bem "um filme de Hitckcock", mas vocé não entende ou não quer entender o que eu lhe tento explicar. Vou fazer uma última tentativa, jogando com os seus próprios argumentos.

Voltemos então ao "Rebecca", pretexto inicial desta conversa. Como vocé diz, se há tema central no universo de Hitchcock é o da "Culpa". Ora não atravessa esse tema a "Rebecca" de uma ponta a outra? Culpa de Mrs Danvers por não ter conseguido evitar o fim trágico da sua patroa/amante; culpa de Joan Fontaine (a pobre nem nome tem no filme....) por não estar "à altura de Rebecca" nem das expectativas que o marido depositava na sua relação, e por isso o sente fugir-lhe a pouco e pouco entre os dedos; culpa de Max de Winter, por várias razões: se ter casado com Rebecca sem se ter apercebido do seu passado e da sua verdadeira personalidade; por não a deitado pelas arribas abaixo em Montecarlo, quando ela lhe vez a primeira revelação; por ter aceite, por "pressáosocial", viver tanto tempo na mintura; finalmente, por a ter morto e por isso afectar, fatalmente, a sua relação actual.

Também o tema do "falso culpado" ou, se quiser, da "inversão da culpabilidade", é essencial para AH. Ora não é Max de Winter, no final, um "falso inocente" e um "verdadeiro culpado"? E não é Joan Fontaine sua cumplice, já que ouviu perfeitamente a sua confissão...?

Aí estamos então, a pleno, no interior de um verdadeiro "Hitchcock film". Mas então porque é que nem o próprio Hitchcock o entende como tal. Pura burrice e cegueira do Tio Hitch, dirão vocé e o Melo Ferreira...

Nada disso. Um filme tem uma forma e um conteúdo, e só resulta quando ambos se articuam harmoniosamente. Uma bonita forma sem conteúdo resultam naquilo a que chamamos, habitualmente, um "exercício de estilo vazio". O inverso, resulta numa "bonita história", ou num "filme de mensagem" que esqueceremos rapidamente...

O que eu lhe quero dizer é que nem o "conteúdo" nem a "forma" (a tal "linguagem cinematográifica, se quiser: a duração dos planos, a sua articulação, o movimento de câmara no interior dos planos, etc) são o mais habitual em AH.
O que não significa que não haja verdadeiras "marcas de Hitckcock". Três exemplos que me saltam à cabeça: Scottie agarrado ao telhado do prédio, logo no início; as duas cenas na torre da Missão).

Vou dizer-lhe uma outra coisa, sempre muito minha opinião pessoal que não quero impôr a ninguém: olhando para o panorama do Cinema nessa altura, posso pensar fácilmente noutros cineastas para fazer um filme como Vertigo; dificilmente me virá à cabeça outro nome para filmes como "Psycho", "Intriga", "Os Pássaros" e tantos outros.

Volto-me agora para o "Filhote", começando por lhe agradecer as "Boas Vindas". Nem sequer comento a afirmação do Bodganovich, tão exagerada e despropositada ela me parece. É tentar encontrar um "MaccGuffin" à viva força. O móbil é óbvio: fazer desaparecer a mulher e sacar-lhe a massa. O que vai fazer com a massa? Meus Deus, que detalhe!!!
(VOU INTERROMPER PORQUE O MEU COMPUTADOR JÁ CAIU 2 VEZES E POR 2 VEZES TIVE DE REFAZER ESTE TEXTO. NÃO AGUENTO UMA 3ª...)

Anónimo disse...

Continuemos então, agora para o "Filhote:

conheço muito bem o "ambiente" da Escola Nacional do Cinema e do Teatro e conheci, pessoalmente, muitos dos seus frequentadores. Quando era Alberto Seixas Santos quem mandava na Loja ainda estive para passar por lá, mas tal revelou-se incompatível com a vida profissional que já então tinha.

Não me admira nada que se tenha generalizado à volta do Hitchcok e que Vertigo seja apresentado como um "bom exemplo". Não me espanta mesmo nada, porque totalmente coerente com a tal "Política dos Autores" que por lá reinava e ainda deve reinar.

Frequento a Cinemateca (então "Nacional" e não "Portuguesa"...) desde o início dos anos setenta, quando o Dr. Félix Ribeiro se lembrava de organizar um Ciclo no Palácio Foz de vez em quando. Sei também bem, mais de 30 anos depois, o que por lá se escreve e o que por lá se pensa...

Um exemplo muito recente: tendo começado esta semana o Ciclo Anthony Mann, e sendo eu um fanático do "Film Noir", lá me desloquei para ver "Two O'Clock Courage", um filme de 1945 que passa por ser a iniciação de Mann no género. Folhinha distribuida altamente laudatória, como é habitual. O filme, uma perfeita anedota, misto de comédia e filme policial. Quanto ao "Negro", talvez só por ter um homem a cambalear no início numa rua deserta e junto a um candeiro que dá à cena um "claro escuro" especial, e por o personagem principal sofrer de amnésia, tema sempre "muito Negro"...! Quanto é que esses senhores começam a dizer à malta o seguinte: Rapaziada! Vamos ver um muito mau filme, mas com relativo interesse histórico por ser um dos primeiros do Grande Anthony Mann. Era fácil, barato e não enganava ninguém...

Uma última deixa para o Rato: saber se Scottie está apaixonado pela "Madeleine" ou pela pobre da "Judy" é subjectivo e não vou entrar por aí... Por mim ele está-o por "Madeleine", não apenas fisicamente mas também pela "frágil Madeleine" que ele daria tudo para ajudar a curar, incluindo levá-la mais vezes lá para casa e emprestar-lhe mais vezes o roupão... Não penso que o viesse a estar, da mesma forma, pela trapaçeira Judy.

Quanto à cena final, de braços caídos "contemplando a concretização desse seu grande amor"? Não a vejo assim. Responsável pela morte de mais uma pessoa, que terá dificuldades em explicar a um Jurí que já tivera dificuldade em o compreender da primeira vez. Mas recuperando a sua "honra profissional" e libertando-se das vertigens. Qual será o seu futuro? Aposto que voltar a uma vida profissional intensa e, sobretudo, esquecer essa coisa do Amor...!

Por mim, acabou.

Saborei bem este seu "desempate", porque o Belenenses está difícil!

Um Abraço do

Luis MIra

Rato disse...

Apenas duas pequenas correções, Luís:
- Nunca disse que "Rebecca" era um filme típico de Hitchcock (aliás como pode ler-se no meu comentário de 16 de Janeiro das 15.38). Se existem filmes atípicos de Hitchcock (e como já vimos, existem mesmo), "Rebecca" encabeçará provavelmente a lista.
- A frase que usei para descrever a minha interpretação do plano final foi "contemplando a concretização desse seu grande temor." "TEMOR" e não "AMOR", o que obviamente faz toda a diferença.
Ah, e concordo plenamente que a paixão do protagonista é pela primeira, Madeleine, ou o filme não faria qualquer sentido. E o "temor" de que falo pela possibilidade de uma 2ª perda só se evidencia quando a "transformação" se completa. Judy não é mais do que um "meio" usado em busca da "perfeição". A mulher morta que Stewart contempla no final é Madeleine e não a Judy.

Karocha disse...

Obrigada pelo elogio à Bicicleta Rato :-)

Anónimo disse...

Caro Rato,

Eu tinha dito que não voltava, mas o sentido de responsabilidade para com o meu Editor obriga-me a dar sequência. Eu não disse que vocé disse que "Rebecca" era um "puro Hithcock"... Eu disse é que todos os argumentos que utilizou para me dizer que "Vertigo" é "puro Hitckcock" lhe deviam também servir para dizer o mesmo de "Rebecca". Mas não o faz... Porquê? Então agora isso da "Culpa", do "Medo", da "Dsscida aos Abismos", já não faz sentido...? Não, porque vocé consegue entender que o "tom geral" do filme não corresponde ao universo habitual do autor de "Os Pássaros". E é isso mesmo que eu lhe digo de "Vertigo". É na "mise-en-scene", Caro Rato, que está a diferençazinha... E viva a diferença!

Quanto à paixão por "Madeleimne" ou por "Judy", vocé deu-me sempre a entender nos comentários anteriores que era a mesma tanto por uma como por outra, mas posso ter entendido mal...

Uma última palavra para o "malvado do Filhote". Eu devia ter percebido que num "blogue corporativista" como este teria de haver por aqui algum Paulo Batista, pronto a legitimar qualquer irregularidade só para salvar a honra deste "Convento". Apetecia-me dar-lhe um conselho especial: dedique-se mais aos Rolling Stones!!!

Um Abraço do Luis Mira

Rato disse...

Caro Luís
Depois do meu Benfica lá ter ganho mais um joguito (mesmo à custa de um golo "limpo" anulado aos azuis - espero que o Moretto não volte a jogar tão cedo) vou deliciar-me com mais uma visão do "Vertigo" (está mesmo mesmo por detrás de mim, na estante dos "Vs" aos "Zs"). Quem disse que estas "discussões" não levam a nada, quem disse? Olha, a mim vai-me levar a passar um resto de tarde em beleza, em companhia de duas das minhas "gémeas" preferidas: a Kim e a Novak! E prometo ficar bem atento a todas as "particularidades" hitchcockianas.
Um abraço também
P.S.: Sei que és um grande amigo do Hugo Santos (de início até pensei ser ele a anonimar-se com outro nome por já ter bebido Gin Tonic demais), e de amanhã a 8 dias vamos estar juntos num "cozido à portuguesa" aqui prós lados de Carcavelos. Não queres aparecer por lá?

filhote disse...

Não apareci por aqui para desempatar qualquer contenda, caro Luís Mira. Muito menos para reforçar os argumentos de outros. Aliás, não conheço o Rato, nem sei qual a sua "identidade secreta"...

"Malvado"? "Paulo Baptista"? "dedique-se mais aos Rolling Stones"?

Enfim, só quis participar pelo facto do tema debatido me ser querido. E comecei logo por escrever, por ser verdade, que tanto o rato como o Luís Mira tinham razão nos argumentos defendidos. Depois, decidi acrescentar uns comentários. Se foram parcialmente mal-vindos, paciência...

E se não se importa, caro Luís, prefiro ser eu a determinar as minhas dedicações.

Olhe, agora que o "glorioso" lá concretizou a quarta vitória consecutiva, vou dedicar-me a uns bons mergulhos no mar de Ipanema...

nota - as palavras, o "exagero", não são de Peter Bogdanovich, mas do próprio Hitchcock.

Anónimo disse...

Caro Filhote,

Tudo o que lhe escrevi neste comentário final era na mais pura brincadeira, esperando que vocé o percebesse como tal... Não era "a sério", Filhote. Mas vocé não percebeu e se calhar a culpa foi minha.Provavelmente vocé não faz sequer a mais pequena ideia de quem é o Paulo Batista. Melhor para si. Eu também preferia não saber.

As minhas sinceras desculpas por esta estúpida, abusiva e desnecessária "brincadeira",quando nem sequer o conheço pessoalmente. Não repetirei.

Quanto ao seu convite Rato, agradeço mas já expliquei ao Hugo Santos os motivos que me levam a não poder ir. Ficará para uma próxima oportunidade.

Bom sessão de cinema.

filhote disse...

Por amor de Deus, caríssimo Luís Mira! Desculpas? Não tem de quê.

Antes de tudo, se é amigo da Aida e do Hugo, meu amigo será - ainda que por enquanto apenas virtualmente.

Confesso que ao ler os seus comentários finais, fiquei dividido. "Será brincadeira ou prepotência?". Por isso, deixei uma reacção de sentido dúbio. Mostrei alguma insatisfação, mas rematei com a leveza do mergulho em Ipanema. Eheheheheh!!!

(mergulho divinal. Água quente e cristalina, quase sem ondas)

Enfim, esta coisa de debater ideias virtualmente, sem ser olhos nos olhos, também tem os seus inconvenientes. Às vezes geram-se equívocos.

Agora, que já nos conhecemos melhor, fique à vontade para provocar, brincar, etc, etc, etc

Nem imagina como estou arrependido de ter respondido daquela forma. Logo eu que, modéstia à parte, faço do sentido de humor um princípio de sociabilidade.

E continue a escrever...

nota - sei perfeitamente quem é o Paulo Baptista e também preferia não saber. Que ganhe sempre o meu Benfica, mas legalmente... embora, para mim, exista penalty sobre o Dí Maria e aquele empurrãozinho ao Suazo me pareça bastante duvidoso... eheheheheeh...

Anónimo disse...

Mar quente, sem ondas, tipo caldo verde? Buáááááááá....

João

Anónimo disse...

Bom dia Filhote.

Ainda bem que percebeu. É que eu fiquei seriamente preocupado com isso, já que o seu remate "sou eu que determino as minhas próprias dedicações" me deixou entender que vocé não tinha percebido nada... E se vocé não percebeu, também os outros poderiam não ter percebido a brincadeira, a começar pelo proprietário deste blogue a que chamei, a brincar claro está, de "corporativista".

Ainda ontem à noite fiz um novo e extenso ecomentário explicativo mas, quase na última linha, o texto desapareceu e não tive coragem de recomeçar...

O que eu quis dizer, na brincadeira claro está, é que o Rato o tinha contratado "à Paulo Batista" com o firme propósito de "desempatar" a contenta a favor dele, como o outro tinha feito com o Braga.

As suas achegas à conversa não me provocaram qualquer "mal estar", como é evidente. Eu sei que o que disse da Escola é verdade, e continuo a achar o que se disse do "MccGuffin" do Vertigo ultra-exagerado e injustificado, venha lá de quem vier...

Tem razão quando fala nos inconvenientes da distãncia e do desconhecimento. Com qualquer dos meus Amigos, quase todos benfiquistas, as minhas "bocas" teriam sido, de imediato, descodificadas, e receberia, em troca, outras do mesmo estilo! Ainda por cima, por falta de hábito e de disponibilidade, eu não sou um "bloguista" e só me sinto "obrigado" a vir aqui quando o Hugo lateraliza algum dos textos que faço para "consumo interno da casa".

Aproveite bem as ondas e divista-se.

Até à próxima

Agora para o Rato, se ele ainda cá voltar:

Obrigado pela limpeza do disco de Peter Yarrow. Ficou "um brinquinho"! Se tiver interesse em disponibilizar no seu blogue os primeiros discos da Mary Travers e do Noel Stookey, também inexistentes em CD, eles estão à sua disposição, e não necessitam de limpeza. Basta pedir ao Hugo.

Rato disse...

Obrigado, Luis, tinha interesse sobretudo nos discos a solo da Mary Travers que não conheço de todo e dos quais tenho ouvido falar maravilhas.

Rato disse...

Para finalizar o tema Hitchcock (espero) acrescento apenas que o "Vertigo" continua lindo de se ver, independentemente do "modo como se vê". E tenho também um especial carinho por mais dois filmes que raramente aparecem nas listas dos melhores: "Marnie" (julgo até que foi o 1º filme do Hitch que eu vi) e o "Dial M for Murder / Chamada Para a Morte", que a Grace Kelly rodou antes de se toranar princesa.

gin-tonic disse...

Nem de perto nem de longe chego aqui para me meter nesta discussão, proveitosa discussão, diga-se, há muito que não via discutir um filme com tanta paixão, assim de repente só me lembro do "Bonnie & Clyde" em 1967 onde até apareceu, de Portalegre, cidade do Alto Alentejo, o José Régio.
Agora que a poeira assentou ficava chatiado se não dissesse que gosto do Hitchcock, não pertence ao meu panteão, mas gosto, e seguindo os passos do Filhote gostaria de colocar a minha "top 10" de filmes do Hitch:

- Janela Indiscreta
- Os Pássaros
- Intriga Internacional
- O Terceiro Tiro
- Chantagem
- A Mulher Que Viveu Duas Vezes
- Chamada para a Morte
- Psico
- O Homem Que Sabia Demais
- 39 Degraus

Já que falaram nesses extraordinários diálogos do Truffaut com o Hitchcock, deixo-vos um pedaço bem gozado quando estão a falar de "Lady Vanishes":
"Mas pensando um pouco nos nossos amigos "verosimilhantes": eles poderiam perguntar por que motivo se confia uma mensagem a uma velha dama que qualquer um poderia abater... Por que razão aquela gente da contra-espionagem não mandou muito muito simplesmente a mensagem por um pombo-correio... Quando se pensa no trabalho que tiveram para por a velha dama no comboio, para garantir tantas cimplicidades na carruagem e prever até, como recurso, outra mulhar disposta a mudar de roupa, sem esquecer a carruagem que se desliga do comboio e que se faz desaparecer na floresta."

Rato disse...

E o que se passará pelas editoras portuguesas, que editaram quase tudo e se esqueceram do "Notorius", "Rebecca" e do "Spellbound"?

Já agora aqui fica também o meu Top 10 (ordem cronológica):

- 1941 - Suspicion
- 1946 - Notorious
- 1951 - Strangers on a Train
- 1954 - Dial M For Murder
- 1954 - Rear Window
- 1956 - The Man Who Knew To Much
- 1957 - The Wrong Man
- 1958 - Vertigo
- 1959 - North by Northwest
- 1960 - Psycho

ou seja, o apogeu de Hitchcock é mesmo durante os Fifties.

Anónimo disse...

[url=http://kaufencialisgenerikade.com/]cialis preise[/url] cialis generika erfahrungen
[url=http://acquistocialisgenericoit.com/]acquistare cialis[/url] costo cialis
[url=http://comprarcialisgenericoes.com/]cialis[/url] cialis comprar
[url=http://achatcialisgeneriquefr.com/]cialis[/url] vente cialis