Para um amigo que está longe, e que, por afazeres profissionais, não tem tempo nenhum para navegar na net, costumo fazer uma selecção das capas, que “Mr. Ié-Ié” vai aqui colocando, de alguns textos que saem no http://ratorecords.blogspot.Com/ de “Mr. Mouse” e no
http://lojadeesquina.blogspot.com/ do José Forte.
Noite alta, quando chega a casa, olha aquilo, sorri, ou faz um qualquer outro esgar, mas, quando a coisa lhe cheira, envia comentários. Despretensiosos, diga-se, um mero tu-cá-tu-lá. Com uma capa que lhe mandei em Abril ficou a saber que o Joe Dassin tinha uma versão de “You Were On My Mind” e foi à procura do disco.
Agora com o texto que, no domingo, “Mr. Ié-Ié” publicou sobre “Celebration Post”, e que o viajante Bobbyzé, regressado de um passeio a Constança, constatou que no blogue se “começava a falar de gente séria”, o meu amigo, que está longe, escreveu:
“Sobre o que me enviaste não tenho grande coisa a acrescentar. Os comentadores são gente sábia, relembra-se sempre muita coisa e aprendem-se outras...Por exemplo, vou ter interesse em encontrar o filme que o Neil Young terá realizado sobre os “Crosby Stills Nash & Young”.
Os comentários que poderei fazer são de natureza intima e têm mais a ver com o meu gosto pessoal, coisa que não se discute... E nem vás esperar que me ponha eu aqui a discutir o gosto dos outros...
Não conhecia o LP "Celebration Copy". Bem vistas as coisas, não se trata de uma colectânea dos “C.S.N&Y”, porque metade é retirada dos discos a solo do Stephen Stills, do David Crosby e do Graham Nash.
Com excepção do Neil Young, por quem nutro uma admiração especial (pese embora a sua enormíssima irregularidade...), nunca consegui gostar muito da obra a solo de nenhum dos outros. Talvez com a excepção do "Songs for Beginners", do Nash, que tem três ou quatro músicas de enorme interesse histórico e sociológico ("Chicago", "Military Madness", "We Can Change the World",...), a leve memória que tenho de todos os outros é a de se tratarem de discos medíocres, nos quais por vezes se evidenciava uma ou outra música acima da média.
Claro que o primeiro disco do grupo Manassas tem o seu lugar na história da "Country Rock", mas estaria tentado a dizer que mais por via do Chris Hillman do que do Stephen Stills.... E é um disco que sempre achei excessivamente longo e desequilibrado... Quanto a Stills, recordo-o mais enquanto excelente músico de estúdio, que ajudou a colorir discos de que ainda hoje continuo a gostar muito. Dois exemplos que me vêm à cabeça: o "Who Knows Where the Time Goes", da Judy Collins, e o "Any Day Now", da Joan Baez.
O José fala de um disco do Crosby com o Nash, de que não me lembro mesmo nada... E, já agora, também eu poderia alertar para o facto de nenhum dos ilustres intervenientes se ter lembrado de "Long May You Run", único disco que juntou Neil Young e Stephen Stills.
Só não direi que fizeram bem em esquecê-lo porque gosto muito da música que dá nome ao álbum. Mas quase todas as outras caberão bem na designação de "mediocridades" que acima utilizei.
Em síntese, e no que respeita a esta rapaziada, direi que se fosse necessário, trocaria todos os seus discos a solo por uma das primeiras canções escritas por Neil Young, ainda no tempo dos Buffalo Springfield: o "I Am A Child"...
Já que falei no Young, estou de acordo com o Rato quanto ao facto de "After the Gold Rush" ser, de longe, o melhor de toda essa série. Mas é bom que não esqueçamos, também, o anterior "Everybody Knows This is Nowhere", primeira das muitas colaborações com os Crazy Horse e carregado de músicas emblemáticas como "Cinnamon Girl", "Cowgirl in the Sand" ou a minha preferida "The Loosing End"...
Mas, em termos puramente subjectivos, e pese embora a admiração que ainda hoje tenho por esses discos, a verdade é que não seria capaz de pensar em nenhum deles para os ouvir no carro durante uma longa viagem, como hoje faço vezes sem conta, por exemplo, com o "Comes a Time", já do final da década de 70...
Quanto aos “C.S.N.&Y”, já está tudo dito, mas posso dizer-te que os acompanhei com muito prazer, mas sem grande paixão... Com a possível excepção de "Teach Your Children", que se prestava a essas coisas, de certeza que nunca te lembrarás de me ter visto a pôr nenhuma música deles nos dias das nossas festarolas.
Fizeram dois excelentes álbuns (o primeiro ainda sem o Neil Young), nunca se conseguiram entender bem entre eles (parece que tinham todos um ego enorme...) e separaram-se pouco tempo depois, não sem antes terem editado um bom álbum ao vivo ("Four Way Street"). As várias tentativas de reunião futura já me apanharam um pouco longe e desinteressado, mas não consta que delas reze a Grande História da Música...
Uma primeira curiosidade acerca dos “C.S.N.&Y”, não sei se sabes, mas a banda sonora do "Easy Rider" esteve para ser constituída unicamente com base em músicas deles. Segundo conta o Dennis Hooper, a coisa já estava muito avançada quando um dia combinaram um encontro e os outros apareceram numa grande "limousine branca". O Hooper teve uma reacção do tipo "gajos que andam de limousine não poderão jamais fazer parte do meu filme" e mandou-os bugiar... Se assim foi, ainda bem... Perdia-se um óptimo filme e uma excelente banda sonora, que marcou a história da "música de filme". Em boa verdade, não posso, nem quero sequer imaginar o que seria o "Easy Rider" só com música dos “C.S.N.&Y”...
Uma segunda curiosidade: de todos eles, quem me aparece com maior frequência diante dos olhos é o Graham Nash.. Na verdade, o senhor transformou-se num dos maiores coleccionadores, a nível mundial, de fotografia e é muito habitual deparar com fotografias da sua Colecção em exposições por essa Europa fora...”.
Cabe aqui referir que o meu amigo que está longe, quando diz que nenhum dos intervenientes falou de “Long May You Run” desconhecia, por completo, que “Mr. Mouse”, estava já, no seu blogue, a colocar o "Long May You Run”: “Tenho estado a ouvi-lo (já o não fazia há vários anos) e cada vez mais me convenço que se trata de um álbum bem injustiçado. É que passados estes anos todos continua a ouvir-se muito bem - é equilibrado e recheado de boas canções”, “Mr. Mouse” said.
“Mr. Ié-Ié”, volta e meia, desabafa que por aqui passeiam bruxas. Estou tentado a pensar que sim!
Colaboração de Gin-Tónico e do seu amigo anónimo
http://lojadeesquina.blogspot.com/ do José Forte.
Noite alta, quando chega a casa, olha aquilo, sorri, ou faz um qualquer outro esgar, mas, quando a coisa lhe cheira, envia comentários. Despretensiosos, diga-se, um mero tu-cá-tu-lá. Com uma capa que lhe mandei em Abril ficou a saber que o Joe Dassin tinha uma versão de “You Were On My Mind” e foi à procura do disco.
Agora com o texto que, no domingo, “Mr. Ié-Ié” publicou sobre “Celebration Post”, e que o viajante Bobbyzé, regressado de um passeio a Constança, constatou que no blogue se “começava a falar de gente séria”, o meu amigo, que está longe, escreveu:
“Sobre o que me enviaste não tenho grande coisa a acrescentar. Os comentadores são gente sábia, relembra-se sempre muita coisa e aprendem-se outras...Por exemplo, vou ter interesse em encontrar o filme que o Neil Young terá realizado sobre os “Crosby Stills Nash & Young”.
Os comentários que poderei fazer são de natureza intima e têm mais a ver com o meu gosto pessoal, coisa que não se discute... E nem vás esperar que me ponha eu aqui a discutir o gosto dos outros...
Não conhecia o LP "Celebration Copy". Bem vistas as coisas, não se trata de uma colectânea dos “C.S.N&Y”, porque metade é retirada dos discos a solo do Stephen Stills, do David Crosby e do Graham Nash.
Com excepção do Neil Young, por quem nutro uma admiração especial (pese embora a sua enormíssima irregularidade...), nunca consegui gostar muito da obra a solo de nenhum dos outros. Talvez com a excepção do "Songs for Beginners", do Nash, que tem três ou quatro músicas de enorme interesse histórico e sociológico ("Chicago", "Military Madness", "We Can Change the World",...), a leve memória que tenho de todos os outros é a de se tratarem de discos medíocres, nos quais por vezes se evidenciava uma ou outra música acima da média.
Claro que o primeiro disco do grupo Manassas tem o seu lugar na história da "Country Rock", mas estaria tentado a dizer que mais por via do Chris Hillman do que do Stephen Stills.... E é um disco que sempre achei excessivamente longo e desequilibrado... Quanto a Stills, recordo-o mais enquanto excelente músico de estúdio, que ajudou a colorir discos de que ainda hoje continuo a gostar muito. Dois exemplos que me vêm à cabeça: o "Who Knows Where the Time Goes", da Judy Collins, e o "Any Day Now", da Joan Baez.
O José fala de um disco do Crosby com o Nash, de que não me lembro mesmo nada... E, já agora, também eu poderia alertar para o facto de nenhum dos ilustres intervenientes se ter lembrado de "Long May You Run", único disco que juntou Neil Young e Stephen Stills.
Só não direi que fizeram bem em esquecê-lo porque gosto muito da música que dá nome ao álbum. Mas quase todas as outras caberão bem na designação de "mediocridades" que acima utilizei.
Em síntese, e no que respeita a esta rapaziada, direi que se fosse necessário, trocaria todos os seus discos a solo por uma das primeiras canções escritas por Neil Young, ainda no tempo dos Buffalo Springfield: o "I Am A Child"...
Já que falei no Young, estou de acordo com o Rato quanto ao facto de "After the Gold Rush" ser, de longe, o melhor de toda essa série. Mas é bom que não esqueçamos, também, o anterior "Everybody Knows This is Nowhere", primeira das muitas colaborações com os Crazy Horse e carregado de músicas emblemáticas como "Cinnamon Girl", "Cowgirl in the Sand" ou a minha preferida "The Loosing End"...
Mas, em termos puramente subjectivos, e pese embora a admiração que ainda hoje tenho por esses discos, a verdade é que não seria capaz de pensar em nenhum deles para os ouvir no carro durante uma longa viagem, como hoje faço vezes sem conta, por exemplo, com o "Comes a Time", já do final da década de 70...
Quanto aos “C.S.N.&Y”, já está tudo dito, mas posso dizer-te que os acompanhei com muito prazer, mas sem grande paixão... Com a possível excepção de "Teach Your Children", que se prestava a essas coisas, de certeza que nunca te lembrarás de me ter visto a pôr nenhuma música deles nos dias das nossas festarolas.
Fizeram dois excelentes álbuns (o primeiro ainda sem o Neil Young), nunca se conseguiram entender bem entre eles (parece que tinham todos um ego enorme...) e separaram-se pouco tempo depois, não sem antes terem editado um bom álbum ao vivo ("Four Way Street"). As várias tentativas de reunião futura já me apanharam um pouco longe e desinteressado, mas não consta que delas reze a Grande História da Música...
Uma primeira curiosidade acerca dos “C.S.N.&Y”, não sei se sabes, mas a banda sonora do "Easy Rider" esteve para ser constituída unicamente com base em músicas deles. Segundo conta o Dennis Hooper, a coisa já estava muito avançada quando um dia combinaram um encontro e os outros apareceram numa grande "limousine branca". O Hooper teve uma reacção do tipo "gajos que andam de limousine não poderão jamais fazer parte do meu filme" e mandou-os bugiar... Se assim foi, ainda bem... Perdia-se um óptimo filme e uma excelente banda sonora, que marcou a história da "música de filme". Em boa verdade, não posso, nem quero sequer imaginar o que seria o "Easy Rider" só com música dos “C.S.N.&Y”...
Uma segunda curiosidade: de todos eles, quem me aparece com maior frequência diante dos olhos é o Graham Nash.. Na verdade, o senhor transformou-se num dos maiores coleccionadores, a nível mundial, de fotografia e é muito habitual deparar com fotografias da sua Colecção em exposições por essa Europa fora...”.
Cabe aqui referir que o meu amigo que está longe, quando diz que nenhum dos intervenientes falou de “Long May You Run” desconhecia, por completo, que “Mr. Mouse”, estava já, no seu blogue, a colocar o "Long May You Run”: “Tenho estado a ouvi-lo (já o não fazia há vários anos) e cada vez mais me convenço que se trata de um álbum bem injustiçado. É que passados estes anos todos continua a ouvir-se muito bem - é equilibrado e recheado de boas canções”, “Mr. Mouse” said.
“Mr. Ié-Ié”, volta e meia, desabafa que por aqui passeiam bruxas. Estou tentado a pensar que sim!
Colaboração de Gin-Tónico e do seu amigo anónimo
1 comentário:
Texto bastante interessante! Parabéns!Uma noticia breve!O NEIL YOUNG vem cà a Colmar actuar no Festival da Feira dos Vinhos no proximo mês de Agosto!Como jà estive com os outros 3 cumplices e como o NY vem para o hotel que fica aqui a alguns metros de minha casa, talvez ele aceite vir até cà a casa beber um Porto de 20 anos, depois da entrevista!!Wait and see!
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