quarta-feira, 7 de maio de 2008

ELVIS PRESLEY


Cortesia de Zeca do Rock

51 comentários:

Jack Kerouac disse...

Então o REI não merece um comentário pelo menos ?? Grande Elvis, foi por causa dele que comecei a gostar dos "Oldies but Goldies". Mais precisamente, por causa da sua morte.

"Elvis.... Has Left The Building !"

Zeca do Rock disse...

No dia em que o Rei morreu eu convenci-me de que uma Era tinha morrido com ele e perguntei-me se valeria a pena viver num mundo sem Elvis...

Ainda não encontrei a resposta.

filhote disse...

Zeca, claro que vale a pena viver num mundo sem o Elvis... temos a Lua, o Sol, e os Rolling Stones!!!

Eheheheheeh

Para mim, Elvis Aaron Presley ainda é, de longe, o melhor cantor rock-blues-gospel-soul de todos os tempos! O meu primeiro ídolo.

Aliás, esse livro de pautas apresentado na imagem foi uma das minhas biblias de aspirante a cantor-guitarrista. Sempre achei a capa linda...

Modéstia à parte, até posso dizer que a interpretação das canções do Elvis sempre foi uma das minhas especialidades. Todos as minhas bandas cover eram obrigadas a incluir no repertório umas 10 canções do Elvis... "Baby I Don't Care", "If I Can Dream", "One Night", "Hound Dog", "Mistery Train", "That's Allright"... etc...etc...

E como o Daniel Bacelar deve estar lembrado, há uns 5 anos tocámos juntos numa homenagem ao Elvis, organizada pelo clube de fãs Elvis 100%.

"Heartbreak Hotel", provavelmente o mais importante single da História do Rock'n'Roll!!!

filhote disse...

Acrescento: embora os Stones sejam a paixão da minha vida, admito que nem eles, nem os Beatles, ou seja quem for, jamais chegarão aos calcanhares do Elvis.

O Elvis era um artista perfeito, completo, insuperável!

ié-ié disse...

Ui! Ui! Ui! O que foste estatuir, companheiro! Elvis teve a sua importância, o seu papel, é certo, mas não cheguemos tão longe. A mim basta-me o facto de ele se ter concubinado com a administração norte-americana na perseguição contra John Lennon para o fazer descer do pedestal, talvez como vingança pelo facto de Lennon o ter declarado "morto" depois da tropa.

Avante com a discussão!

LT

filhote disse...

Não me interessa particularmente o Elvis pessoa, mas sim, o Elvis cantor. E nesse aspecto, meus caros, por mais que vos custe, Elvis nunca foi superado.

Era perfeito, sim. O único branco com voz de negro. Uma presença sexual em palco cujo impacto foi gigantesco. Uma nova forma de interpretar o ritmo das margens do Mississipi. A fusão entre country-hillbilly-rockabilly-blues-e-gospel.

Dele, Carl Perkins dizia: << nós tentávamos encontrar-lhe um defeito, uma verruga no pescoço, ou uma borbulha na testa, mas em vão. Era perfeito. Lindo como um artista de cinema. Ele tinha tudo! >>

Resumindo, a importância do Elvis é a seguinte: sem ele, não teriam existido Buddy Holly, Eddie Cochran, Cliff Richard, The Beatles, The Rolling Stones, The Hollies... Elvis Presley deu a conhecer a música negra aos brancos, transformando-a no Pop moderno!

Lennon, Macca, Jagger, todos o imitaram. Ou não?

Agora, não me lembro do Elvis imitar qualquer um deles!

Aconselho o visionamento do 68 TV Special, a melhor actuação de sempre do Elvis.

Zeca do Rock disse...

Faço minhas as palavras do Filhote. Muito bem colocado, companheiro, parabéns!

filhote disse...

Ah, e já me esquecia...

Caro Ié-Ié, muito depois de voltar da tropa, Elvis recebeu os Beatles em sua casa (64? 65?)e não consta que os Fab Four tenham sido mal recebidos. Pelo contrário. Aliás, os Beatles foram ver o Elvis como quem vai ao Olimpo ver Zeus. E parece-me que ainda hoje falam do Rei como uma entidade superior, quase transcendente (ver Anthology).

O Macca então, adorava ter sido Elvis. O Lennon adorava-o (oiçam "Just Like Starting Over"). E o George fez questão de ir assistir a um dos shows setentistas em Las Vegas.

No final dos anos 60, Elvis homenageou várias vezes os Beatles. Falou deles com admiração no 68 Special, e cantou "Something" e "Get Back".

Quanto a essas histórias de que o Elvis queria o Lennon fora dos Estados Unidos... hum... o amigo Ié-Ié dispõe de provas factuais???

filhote disse...

Enfim, concluindo, discutir a importância de Elvis Presley na música moderna ocidental é como discutir o sexo dos anjos. Ou discutir a importância dos Beatles, ou de James Brown, ou dos Stones, etc, etc, etc....

Um disse...

Las Vegas, capital do rock e da rebelião juvenil, com a música de fundo das slot machines!
Sábias palavras, as do Lennon...

ié-ié disse...

Ninguém duvida - eu não duvido - da importância de Elvis Presley na música do séc. XX, mas daí a colocá-lo nuns píncaros intocáveis, isso já é demais para mim. Tudo tem a sua conta, peso e medida. Os podres de Elvis são, na minha perspectiva, imperdoáveis e chamuscam bravamente o que fez.

LT

Jack Kerouac disse...

Sou fã do Elvis,do REI, como disse no 1º post. Foi a partir da morte dele, tinha eu 11 anos, que comecei a ouvir toda essa musica dos 50/60. Curiosamente, ou talvez não, a minha admiração por ele foi baixando conforme fui conhecendo mais a sua carreira e especialmente a sua maneira de estar na vida. Não consigo dissociar o artista da pessoa. O Iéié já disse mais ou menos o mesmo que eu penso nesse aspecto. Quanto ao artista, foi de facto um grande Performer, intérpetre de excelência de quase tudo o que quisesse, mas um criador nulo. Não criou nada, não inovou, apareceu na altura certa no sítio certo. Compará-lo aos Beatles ou mesmo a Buddy Holly, é desvantajoso para ele, e redutor. Estar a comparar criadores de excelência, pessoas que inovaram, que influenciaram gerações e gerações, com alguém que era "apenas" um excelente cantor. Que "conduziu" a sua carreira de forma péssima, e que atravessou a década de 60 a destruir o que de bom tinha feito antes.

filhote disse...

O Elvis não inovou? Um criador nulo?

filhote disse...

Saibam que a aparição de Elvis foi uma pedrada no charco!

Inovou em tudo. Na atitude, na moda, na forma de cantar, na forma de estar, na forma de tocar guitarra, na forma de produzir discos.

Scotty Moore, primeiro guitarrista de Elvis, na época muito experiente em sessões de estúdio e profundo conhecedor da música americana, ainda diz: << quando ele pegou na guitarra e começou a tocar aquele "Blue Moon of Kentucky" tão diferente, ficámos parados... nunca tínhamos ouvido nada igual... o ritmo >>.

Tudo isto aconteceu em 1954/55. Oiçam lá o resto da música Pop da época...

Não influenciou gerações e gerações de artistas? Já falei de Buddy Holly, Eddie Cochran, Beatles, Stones, mas podia falar de Roxy Music, Jerry Lee Lewis, Gene Vincent, The Who (ouviram "Real Good Looking Boy"?), Springsteen, Dylan, Bowie, Freddie Mercury, Robert Plant, etc... - este último, vocalista dos Led Zeppelin, nomeia Elvis como a sua maior influência.

Mais: as pessoas esquecem-se de que Elvis Presley foi o produtor (100%) de todos os seus discos. De todos! E sozinho! Ele idealizava os arranjos, pedia os sons que queria, etc, etc, etc...

Num documentário que tenho, o grande produtor Phil Ramone afirma que Elvis foi mesmo o primeiro artista Pop no mundo a produzir os seus discos. O primeiro com coragem e competência para o fazer.

E quem inventou o Glam? Quem idealizou o fato branco de Rei Sol em 1969, logo copiado por Marc Bolan, Bowie, Jagger ou Gary Glitter?
Isto é, aos 18 anos, no mundo de então, idealizar e produzir tamanha revolução...

Se isto não é inovar...

filhote disse...

Só mais uma coisa, amigo Kerouac...

A grande verdade, é que Elvis Presley não foi apenas um grande cantor. Foi muito mais do que isso.

Peguem no telefone, liguem ao McCartney, e perguntem-lhe por quê... querem o número?

eheheheheeh

Jack Kerouac disse...

Bom, temos que definir se estamos a falar da lenda, ou de factos. O Elvis nem sabia tocar guitarra, eu tenho muita coisa do Elvis, como disse sou 1 fã. Mas se o Jerry Lee Lewis, por exemplo, ouvisse dizer que tinha sido influenciado pelo Elvis, era coisa para ter um ataque. Buddy Holly revoltou-se quando num estúdio de gravação lhe pediram para tocar mais ao estilo de Elvis. O Rei foi importante enquanto fenómeno, ajudou a divulgar o Rock como nenhum outro antes, especialmente enquanto esteve na SUN Records, depois da entrada em cena do Col Tom Parker, nemm as músicas que gravava ele escolhia, quanto mais os arranjos. Ele não entrou no West Side Story por ex. porque o TP achou que não era adequado, por ex. Claro que o fenómeno Elvis influenciou e ajudou a desenvolver o rock, e ajudou a vender. Agora enquanto criador, só mesmo nos discos da SUN, e ainda assim era quase tudo versões.

ié-ié disse...

Ah! Ah! Ah! Diz-me lá, Filhote, uma única canção que o Elvis tenha composto! Uma única!!!

Dou-te um milhão de dólares se descobrires uma. Ou melhor, dou-te 10 milhões!


LT

filhote disse...

Nunca disse que o Elvis era grande compositor... ou disse?

Mesmo assim, ainda lá compôs, em parceria, é certo, "Love me Tender", "All Shook Up", etc...

Um criador não é necessariamente compositor. Onde se situa então a nossa Amália? O Ray Charles (pouco compôs também)?

E um coreógrafo? Não é criador? É que não consta que alguém dançasse como o Elvis antes de ele aparecer...

O amigo Kerouac é guitarrista? Eu sou... essa do Elvis não saber tocar guitarra até me causa arrepios...

Buddy Holly? Resolveu ser artista depois de assistir a um show do Elvis em Lubbock, Texas. Não leram a biografia oficial "Buddy"???? Elvis sempre foi o maior ídolo de Buddy Holly. Aliás, Buddy gravou inúmeros sucessos de Elvis.

filhote disse...

Mais: cuidado com a forma como se (re)faz a História... enquanto foi artista da Sun, Elvis apenas era um fenómeno regional... ou seja, não ajudou a vender nada, nem os seus próprios discos... ao entrar na RCA (1956), sim, é promovido à escala nacional, indo ao Ed Sullivan show, etc... nessa altura sai o single "Heartbreak Hotel"!

Leiam "Last Train from Memphis" de Peter Guralnik. Excelente biografia, escrita por um grande escritor.

Não é lenda. Elvis era de facto o produtor dos seus discos. O Colonel Tom Parker tratava dos dinheiros e, mais tarde, dos filmes. O Colonel não "pescava" absolutamente nada de música. No início dos anos 70, quando Elvis voltou a gravar grandes discos (conhecem por acaso?) apoiou-se principalmente em James Burton, e passou a dividir as despesas no estúdio.

Quando Elvis entrou pela porta dos Sun Studios já era Elvis. Um criador, pelo simples facto de que ninguém o criou. Ele criou-se a si próprio. O que neste mundo de hoje, repleto de artistas pré-fabricados, é no mínimo vanguardista!!!

filhote disse...

Não vamos falar aqui dos podres dos nossos artistas preferidos... senão tínhamos de falar dos podres da Yoko, do John, do Macca, do Jagger, do Dylan... e não são poucos!!!

filhote disse...

Mas admito, a degradação de Elvis em Las Vegas, e os discos e filmes intragáveis dos anos 60, são imperdoáveis.

Quanto a isso, estamos de acordo.

Queirosiano disse...

Essa de o Elvis ter inventado o Glam é de facto o maior insulto que se lhe podia fazer...

Queirosiano disse...

Mas a inclusão do Jagger no bando do Glam, juntamente com o Marc Bolan, o Bowie e o Gary Glitter, é um momento de lucidez interessantíssimo.

ié-ié disse...

Iiiiiiiiiihhhh! Tanta coisa que o Queirosiano apagou... Faço ideia do que não terá dito...

Eu, por mim, ofereço 15 dias de férias no Algarve por uma única canção que o Elvis tenha composto!

LT

Jack Kerouac disse...

amigo filhote,temos que ser honestos, sendo tu um fã do Elvis, e conhecendo os pormenores da carreira dele, sabes que o facto do nome dele constar como autor do Love Me Tender, foi um imposição do Colonel. Isso era usual na época, o Alan Freed fartou-se de o fazer, é co-autor de muitas musicas, sem nunca ter escrito uma linha. Quanto á influência, estamos a baralhar as coisas, uma coisa é o B.Holly ou o JLennon terem visto o Elvis, e achado que aquilo seria um bom emprego, como contou Lennon com graça. Outra é a influência musical, nem na musica de Holly se nota muito, é muito mais elaborada e melodiosa. Nem na musica dos Beatles, onde se note uma influencia grande de B.Holly, dos Everly Bros, e essencialmente dos grupos vocais femininos americanos.
Não sou guitarrista, mas não preciso de o ser para achar se um gaijo toca bem ou mal, sem entrar em aspectos técnicos. E se o Elvis tocava bem, eu nunca vi. Também não sou futebolista, e acho que o ROnaldo joga bem, e que o Farnerud não joga nada...

Jack Kerouac disse...

filhote

Quanto ao Elvis nos anos 70, tem realmente as suas melhores interpretações. COnheço bem, e tenho muita coisa dele nesta fase, além das musicas dos Beatles que referiste, também tenho a versão dele do Yesterday, excelente, grande intérprete :)

mesmo os "teus" stones tiveram mais influencia do Chuck Berry (come on) e do B. Holly (Not Fade Away) do que do Elvis, musicalmente falando.

Zeca do Rock disse...

Pois é, meus amigos, nunca pensei que houvesse tanta polémica em redor de uma figura que morreu há mais de 30 anos...

Ele foi o melhor intérprete pop-rock de todos os tempos e ponto final. Criou um estilo sim, em tudo, um estilo de cantar com o coração na garganta, um estilo de gingar e insinuar-se sexualmente perante as garotas, um estilo de acabar com os preconceitos e os hábitos politicamente correctos.

A sua vida pessoal não tem nada a ver com o assunto. Ele acabou-se da mesma forma que muitos outros, antes e depois dele, se acabaram. Carmen Miranda e Marilyn Monroe foram exemplos disso.

Compositor? Claro que ele nunca compôs nada, nem mesmo as músicas em que o nome dele aparece como (co-)autor. Aliás, ele sempre fez questão de deixar isso bem claro.

Dentro de dias, no beu blog, falarei do meu cantor-compositor favorito, para o qual também não reconheço rival: Roy Orbison, um amigo e fã de Elvis Presley, o Rei de todos nós, míseros cantigueiros.

ié-ié disse...

Eu percebi isso e vou tentar remediar. Em todo o caso, estava distraído com as edições do projecto Do Tempo Do Vinil e não dei tanta atenção a Elvis, que é uma matéria que eu gosto de discutir.

Há "milhares" de fãs dos Beatles que também o são de Elvis. Já tive esta discussão desde há longos anos: nunca fui desta opinião. Ou se é fã dos Beatles ou se é fã de Elvis. As duas coisas, na minha perspectiva, são incompatíveis. Ou melhor, só se consegue ser fã de uma única coisa. Quanto ao resto, gosta-se, sei lá.

Eu, por mim, sou fã (mas não obcecado) dos Beatles, gosto de Elvis (até à tropa), mas não o posso conceber (a Elvis) além disso. Por exemplo, se sou fã dos Beatles, não posso conceber que os seus marketeers tentem por todos os meios que Elvis seja o nº1 (o que não é verdade). A História é a História. Comparar Beatles e Elvis? OK, comparemos. E quanto à inovação, e quanto à novidade, e quanto à revolução na composição, e quanto às letras (nalguns casos), e quanto à originalidade, e quanto....?

Não renego o papel de Elvis na história da música do séc. XX, mas também não aceito que se subalternize o papel dos Beatles.


LT

Zeca do Rock disse...

Meu caro Ié-Ié, vais-me desculpar mas essa retórica é igualzinha à daqueles velhos do Restelo que sempre afirmaram que quem gosta de música erudita não pode gostar de música ligeira e vice-versa. Tu e eu bem sabemos e somos provas vivas de que assim não é.

Quase todos os meus amigos e conhecidos gostam dos Beatles e também do Elvis. É como gostar de peras e de maçãs, não acham?

A grande conclusão de tudo isto é a verdade de Monsieur de La Palisse: Gostos não se discutem.

ié-ié disse...

Well, não estou inteiramente de acordo contigo, Zeca. É certo que gosto de Beatles e é certo que gosto de (algum) Elvis. Mas também estou muito mais à vontade para discutir a dicotomia Beatles/Elvis do que, por exemplo, Beatles/Rolling Stones. É que Beatles e Elvis são antagónicos. Admito que Beatles beberam no Elvis, mas levantaram voo, enquanto Elvis ficou no chão. E Elvis bebeu onde? Ou se é uma coisa ou é outra. Quanto a Beatles/Stones, a perspectiva é outra. E aí é mais difícil a discussão. Os meus argumentos, pelo menos, são bem mais frágeis.

LT

filhote disse...

O Zeca está mais lúcido que nós todos juntos!

Enfim, vou responder sucintamente a algumas observações aqui deixadas. Ponto por ponto:

1. Segundo Marc Bolan (in Sounds, Março 1973), Elvis inventou o Glam em 1969 no filme "That's The Way It Is". Não o som, mas a imagem e atitude.
Culpa da vestimenta branca de Rei Sol e de todo aquele glam(our) de Las Vegas. E, Queirosiano, claro que o Jagger quis imitar os Glams... na Tour Of Americas 1972, vestiu o mesmo fato de Rei Sol, em versão justa... e basta ver os vídeoclipes de "Dancing With Mr.D" ou "Silver Train" (1973). Mais: a canção "It´s Only Rock'n'Roll" foi composta por Jagger, Bowie e Wood, depois de ouvirem um disco dos Slade...

2. Claro que o Elvis não era compositor. Só quis lançar a confusão... o nome dele consta em alguns créditos autorais, mas era apenas business... mas pensem nisto... se os Beatles e os Stones não tivessem composto todas aquelas canções, desapareceriam, certo?... então por que o Elvis não morreu (artisticamente falando, claro)? Por que razão ao fim de 30 anos ainda tanta gente ouve a música dele?

3. Pode-se gostar de Elvis, Beatles, Stones... pode-se gostar daquilo que se quiser... o gosto é livre! Tenho vários amigos, mesmo muitos, que adoram Stones, The Who, Kinks... e odeiam os Beatles!
Eu gosto do que gosto, e até gosto mais do Buddy Holly do que do Elvis...

4. Repito, caro Kerouac: Holly gravou sucessos de Elvis. Jerry Lee ainda mais. Lennon e McCartney até o penteado à Elvis usavam, e atenção, gravaram também sucessos do Elvis.
Exemplos? "Hound Dog" (Lennon), "That´s Allright", "Blue Moon of Kentucky", "It's Now or Never", "Party", "All Shook Up" (McCartney). E a lista é mais extensa!

Queirosiano disse...

Quis "só" imitar ? É que o Glam encaixa lindamente na postura de prima-dona que o Jagger foi assumindo com os anos. Não conseguiu chegar a ser a Bianca Castafiore do rock (o lugar já estava ocupado pelo David Bowie), mas fica num honroso 2º lugar.
Tudo isto em nome da autenticidade musical, claro.

filhote disse...

Mais quatro coisas, Kerouac:

1. As versões dos dois Beatles a solo, imitam Elvis.

2. As versões de Elvis para canções dos Beatles - que eu não gosto muito, exceptuando "Get Back" -, não imitam ninguém. São adaptadas ao seu estilo.

3. Lá para trás, num dos posts, falou que o Elvis só cantava versões. Absolutamente errado. Na fase da Sun, sim, fazia versões, depois, na maior parte das vezes, uns 90%, cantava originais compostos exclusivamente para si. Ou seja, a sua gravação era a primeira, a original...

4. Como dizia o meu avô, que preferia a música erudita, mas não ignorava as outras, a música não pode ser comparada com desporto. Um melhor guitarrista não é necessariamente o mais rápido, o mais virtuoso, o que sola. Elvis tinha um estilo particular e inovador que só existia antes dele em Hank Williams. Um excelente guitarra-ritmo. Lennon, Dylan, e muitos outros seguiram exactamente esse estilo. Conheço muitos virtuosos que não conseguem fazer aquilo que o Elvis fazia...

E, Ié-Ié, de acordo. 100%. Impossível comparar Beatles e Stones. Onde uns vencem, outros perdem, e os estilos são tão diferentes... amo as duas bandas quase, quase, quase, ao mesmo nível... aliás, como sabe, tenho duas paixões equivalentes: Stones e Macca!

E sejamos honestos. Beatles e Elvis não são artisticamente antagónicos. São expressões artísticas de gerações diferentes. Nunca podemos esquecer como os Beatles adoravam e respeitavam Elvis!

Bobbyzé disse...

Com tanta polémica, so é pena que o KING jà cà nao esteja, senao teriamos que o convidar para o maior evento de 2008: o WOODSKOTA!
Jà ouviram falar nisto?
Mantenham-se atentos!!

Jack Kerouac disse...

Filhote....assim andamos aos zigue-zagues. Concordo que se pode gostar disso tudo, eu gosto. Elvis,Buddy,Beatles,Kinks,Who,Doors,Sheiks,Daniel Bacelar,Roy Orbison,Gene Vincent,Zeca do Rock, e todos esses monstros sagrados da música. Mas os Beatles eram - Paul,George,John e Ringo- deste-me exemplos de musicas gravadas por alguns deles a solo, não é Beatles, o Let It Be é Beatles, o Woman é John Lennon...não é a mesma coisa, isso é baralhar e dar de novo ;) e já agora, a Pôpa não era á ELvis, era á Tony Curtis que foi o gaijo que começou a usa-la, onde o Elvis e milhares de outros foram buscar a inspiração, mas isso é penteado, não é musica. E se conheces a história do Jerry Lee Lewis, podes dizer é que ele gravou musicas que o Elvis tb gravou, mas para mostrar que era melhor do que ele, o JLL sempre achou que era o verdadeiro Rei do RnR e tinha um ódio de estimação pelo Elvis, não confundamos as coisas :)

filhote disse...

Em cheio, Queirosiano! Totalmente de acordo! O Jagger é uma "puta velha"! Ehehehehehe... e eu digo sempre, o que seria dos Stones se não fosse o Keef e o Charlie, esses sim os bastiões da autenticidade musical da banda!

filhote disse...

Bom, Kerouac, o Jerry Lee parecia odiar todos. Eu adoro-o.

No filme-biografia "Great Balls of Fire" - supervisionado pelo próprio "Killer" -, Jerry Lee vai para a Sun por que queria ser como o Elvis... aliás, os dois tocaram juntos na tal "Million Dollar Session"!!!

O Jerry Lee gravou canções compostas especialmente para o Elvis. Como "All Shook Up".

E já ouviram "Can't Help Falling in Love" pelo Dylan?

filhote disse...

Prometo não escrever mais... rsrsrr... parece que existe aqui uma certa má vontade com a música do Elvis, não é verdade? Há aqui muitos anti-Elvis...

É aceitável. Eu também sou anti-Genesis, anti-Yes, anti-Simple Minds, anti-Cranberries, anti-Coldplay, anti-Queen, e por aí fora...

Abraços e oiçam "Suspicious Minds"!

Queirosiano disse...

E, no tempo em que lá andava, discretamente, o Bill Wyman. Os Rhythm Kings dele tocam sem pretensões, mas com muita classe - basta ver quem lá anda - alguns dos bons velhos rocks. Da última vez que os vi, tocaram o "Mystery train", cantado salvo erro pelo Georgie Fame. Não inventaram a roda, mas aquecem a alma.

Jack Kerouac disse...

Eu já escrevi antes que sou fã do Elvis, a seguir a Beatles, é dele que tenho mais LP/Filmes/Memorabilia, agora confesso que quanto mais fui conhecendo, menos fui gostando, apesar de gostar muito ainda, não o vejo é como algo que eu acho que não foi. Quanto ao Great Balls of Fire, tenho o filme, grande performance do Dennis Quaid, e revê lá o filme um dia destes, que vais ver que o Jerry LL foi para a SUN para ...Destronar o Elvis, nunca por o idolatrar, e isso é bem vincado no filme, na cena em que se vê o Elvis fardado a despedir-se dele a dizer que o trono estava entregue...outro do Million Dollar, Johnny Cash, viste o Walk The Line de certeza, sendo amigo do Elvis, também se considerava melhor do que ele. Mesmo o Carl Perkins nunca achou muita graça a ter sido o Elvis a ter mais sucesso com o Blue Suede Shoes....

ié-ié disse...

Viste os Rhythm Kings ao vivo, Queirosiano? Como te invejo! Limito-me a ter os CDs e a ter os autógrafos de Bill Wyman, dados no "Sticky Fingers", enquanto estudava (o Bill Wyman) o marketing de John Lennon (vi-o com estes que a terra há-de levar...).

Esse "Mystery Train" não está registado em disco pelos Rhythm Kings, que eu saiba. Mas conheço uma versão pelos Capitão Fantasma!

LT

ié-ié disse...

Quanto a "Great Balls Of Fire", tive o privilégio de participar, incidentalmente, na estreia do filme no Hard Rock em Los Angeles com Axl Rose e o próprio Jerry Lee Lewis (29 de Junho de 1989).

Mas o maior privilégio foi o de ajudar a expulsar Jerry Lee Lewis do palco no Festival Xacobeo 93 no Estádio Riazor, na Corunha, Espanha, no dia 10 de Julho de 1993.

Odeio Jerry Lee Lewis!

LT

filhote disse...

Ah, desculpa, Kerouac, fui mal interpretado... lembro-me bem dessa cana do filme, meio soturna... exactamente: destronar o Elvis, o "Rei". Ou seja, passar a ser o "Rei", a ser Elvis!

Enfim, é só uma forma shakesperiana de ver as coisas.

O Cash e o Perkins eram fantásticos. Bastante diferentes do Elvis. Não os comparo. O Cash renovou-se bem nos últimos anos pela mão sábia do Rick Rubin.

Compreendo, Kerouac, que agora gostes um pouco menos do Elvis. Às vezes também passo por fases assim em relação ao Elvis e a outros artistas, diria, um pouco incoerentes. Embora o Elvis até fosse bastante coerente. É um paradoxo.

Ultimamente, tenho recuperado o gosto pelas fases "foleiras" do Elvis. Alguns discos, de filmes, são inaudíveis, mas essa tal fase final tem o seu quê de gloriosa. Ou gloriosamente decadente!

filhote disse...

Estou como o Ié-Ié, Queirosiano... também tenho os CDs dos Rhythm Kings autografados, via Sticky Fingers, mas nunca vi a banda ao vivo. Deve ter sido muito bom...

Conheci o Bill Wyman na discoteca Plateau (Lisboa) em 1990, aquando da primeira visita dos Stones. Nunca mais me esqueço: o DJ pôs a tocar "Midnight Rambler"!

Queirosiano disse...

Nem tudo são rosas... Vi-os mais de uma vez, e numa delas foi preciso suportar estoicamente uma primeira parte com os Ten Years After. Inenarrável!

Quanto ao "Mystery Train", penso que há um dvd gravado numa emissão de televisão alemã em que ele figura.

O interessante nos Rhythm Kings é que são um grupo de geometria variável, ao sabor das disponibilidades. Com o Georgie Fame e o Mike Sanchez (que teve em tempos uns excelentísssimos Big Town Playboys) são explosivos.

ié-ié disse...

Tenho de conhecer - e de entrevistar - este nosso amigo Queirosiano.

É uma personagem extraordinária!

LT

Jack Kerouac disse...

Pois eu gosto muito de Jerry Lee Lewis, tive a sorte de o ver ao vivo em Munique,no Circus Krone, há muitos anos, e foi dos melhores concertos que vi, já ele devia andar pelos 70...ainda por cima vi aquilo por um acaso, e por uma semana perdi o Little Richard....foi numa altura de grande revivalismo do Rock´a´Billy na Alemanha, com putos vestidos com blusões negros e emblemas de gangs nas costas e cheios de brilhantina....parecia que tinha entrado numa máquina do tempo, e quano o Killer começa a tocar o Great Balls Of Fire e saltam chamas do palco, aquilo ia indo tudo abaixo...boa recordação me veio agora a propósito desta troca de posts.

Zeca do Rock disse...

Será que este foi o post que obteve maior número de comentários, réplicas, tréplicas, evasões e outras peripécias músico-patéticas?

Tem a palavra o Ié-Ié!

ié-ié disse...

O Zeca tem razão. O Elvis foi a personagem mais controversa que por aqui passou (eheheh).

Depois dele foi o Rui Veloso (http://guedelhudos.blogspot.com/2008/04/h-bruxas-e-rui-veloso-no-pai-de-coisa.html).

Outros posts bem comentados são ainda "Daniel Bacelar Foi Preso" (http://guedelhudos.blogspot.com/2008/04/daniel-bacelar-foi-preso.html) e "Portugal Vencerá" (http://guedelhudos.blogspot.com/2008/01/portugal-vencer.html).

LT

filhote disse...

E só para para atingir o comentário nº50, número mais redondo, recordo a primeira intervenção do Kerouac: << então o rei não merece um comentário pelo menos?? >>

Ehehehehehehe

mana disse...

Ja admirava o elvis desde criança, não sei porque deve ser porque quando ele morreu eu tinha 7 anos, dai a rede globo começou a colocar os filmes dele na seção da tarde, e eu adorava assistitir porque achava a boca dele bonita, dai cresci acompanhando o elvis, e agora aos 40 tenho a impressão que o mundo ficou esquisito sem o elvis. queria ter vivido no mesmo pano fisico dele. que pena, quando estreiei no mundo ele partiu daqui.