quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

OS MELHORES DE 1967 - SGT PEPPER



Há 40 anos, em 1967, o "Em Órbita" voltou a eleger os melhores do ano.

"Os objectivos são os mesmos que presidiram à escolha do ano passado, embora este ano haja alterações de forma. Pretende-se com a elaboração da lista exprimir concretamente e sob uma forma decrescente e imediatamente apreensível aquele que é a opinião selectiva dos que fazem, do que diz e de alguns dos que ouvem este programa.

"Por via da classificação final, que se obteve do conjunto de classificações individuais de cada elemento do grupo votante, dá-se forma concreta ao que se poderá chamar a opinião do programa.

"Opinião esta - repetimos - que é dada não para se impôr catedraticamente, não com o cunho de "Em Órbita dixit", mas como referência, como achega para a formação das opiniões de cada um.

"Resolveu-se obviar a alguns inconvenientes com que nos deparámos em 1966 e, para tanto, foram elaboradas duas classificações distintas: uma para singles e outra para long-playings. Pensou-se que, deste modo, se não prejudicava a unidade essencial dos álbuns e o respeito devido a obras que valem no seu conjunto e de onde só forçadamente se podem isolar esta ou aquela faixa.

"Cada membro do grupo votante, 3 responsáveis, 3 colaboradores, 2 ouvintes e eu elaborou a lista pessoal dos 30 melhores discos single editados desde Dezembro de 1966, inclusivé, até Dezembro de 1967, exclusivé, e dos 10 melhores álbuns saídos no mesmo período de tempo.

"A pontuação foi atribuída por ordem decrescente: 30 pontos para o 1º classificado e 1 ponto para o 30º, 10 pontos para o 1º album e 1 ponto para o 10º".

Segundo o "Em Órbita", foram estes os dez melhores álbuns de 1967:
10 - Totalizando 14 pontos, "Strange Days", dos Doors, classificou-se em 10 lugar dos 10 melhores álbuns de 67. Um grupo de expressão fundamental no panorama da música popular americana de hoje.

09 - Em 9º lugar da mesma lista, com 19 pontos, um álbum de uma intérprete e autora excepcional: Joan Baez, "Joan".

08/07 - Em 7º lugar ex-aequo com 22 pontos dois álbuns, dois grupos importantíssimos no contexto da música popular inglesa contemporânea: os Cream do notável Eric Clapton e os Procol Harum de Gary Brooker. Com 22 pontos, os álbuns "Fresh Cream" e "Procol Harum".

06 - A sexta posição foi para os norte-americanos Byrds que realizaram com "Younger Than Yesterday" um conjunto quase perfeito de temas, melodias, arranjos e interpretações - 43 pontos para este álbum.

05 - 5ª posição com 45 pontos para um grupo extraordinariamente proeminente. Um álbum plenamente demonstrativo, "Surrealistic Pillow", dos Jefferson Airplane de Marty Balin.

04/03 - O 3º lugar ex-aequo com Peter, Paul and Mary e para Janis Ian, nascida na década de 50 para espanto da década de 60. 47 pontos para o álbum "Janis". Peter, Paul and Mary continuaram a ser em 1967 o expoente mais alto da música popular de expressão folclórica. "1700" é o nome de um álbum que é uma síntese do que melhor têm feito até aqui. 3º lugar também com 47 pontos.

02 - O 2º lugar dos 10 melhores álbuns de 67 foi para a dupla Simon and Garfunkel. "Parsley, Sage, Rosemary And Thyme" é o triunfo de um poeta de antologia que se chama Paul Simon. É também um dos mais maravilhosos discos que aqui se têm transmitido. 69 pontos.

01 - Em 1º lugar da lista, a obra máxima de 1967: 80 pontos para "Sgt Pepper".

ÁLBUNS:
01 - Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band - Beatles
02 - Parsley, Sage, Rosemary And Thyme - Simon and Garfunkel
03 - 1700 - Peter, Paul and Mary
04 - Janis - Janis Ian
05 - Surrealistic Pillow - Jefferson Airplane
06 - Younger Than Yesterday - Byrds
07 - Procol Harum - Procol Harum
08 - Fresh Cream - Cream
09 - Joan - Joan Baez
10 - Strange Days - Doors

Quanto aos singles, o "Em Órbita" elegeu os 30 melhores, mas para não fastidiar indico só os 10 primeiros:
11/10 - 10º lugar com 151 pontos ex-aequo para "For Emily Whenever I May Find Her" - a mais bela balada de Simon and Garfunkel, um caso único no ano que passou. Um tema de amor tratado com a singeleza de um poeta de antologia - Paul Simon. E "Sand And Foam", um não menos talentoso poeta que tem aqui mais uma criação que o confirma uma vez mais - Donovan, peça rara do património de "Em Órbita".

09 - 9º lugar com 154 pontos para "Fakin' It". Uma achega poderosa de Simon and Garfunkel. Uma gravação que se impõe pela extraordinária agressividade do conjunto: tema, intérpretes, instrumentação.

08 - 8º lugar com 155 pontos para "Hurry Sundown", o terceiro título de Peter, Paul and Mary saído como single a fugurar neste final de "Em Órbita". É mais uma vez o triunfo da aharmonia interpretativa deste trio único.

07 - 7º lugar com 163 pontos para "Somebody To Love". A gravação mais representativa de Jefferson Airplane. A interpretação máxima de Grace Slick. Um tratamento instrumental arrebatador.

06 - 6º lugar com 185 pontos para "Strawberry Fields Forever", um título que já tinha o embrião sobre as potencialidades de "Sgt. Pepper".

05 - O 5º lugar com 189 pontos para "My Back Pages". Dylan via Byrds é um conjunto em muitos aspectos. "Em Órbita" não esqueceu este importantíssimo grupo norte-americano.

04 - O 4º lugar com 190 pontos para "At The Zoo", uma fábula maravilhosa de Paul Simon, um retrato do Mundo de hoje, um apelo à convivência e à fraternidade.

03 - O 3º lugar com 208 pontos para "Nights In White Satin", uma realização espantosa dos Moody Blues que atingem aqui o seu ponto mais alto desde "Go Now". Um arranjo de extraordinária riqueza ao serviço de uma melodia de concepção perfeita.

02 - O 2º lugar com 213 pontos para "Penny Lane", a mais bela melodia de Lennon e McCartney. Uma singlea evocação de juventude, de pitoresco, de observação terna das recordações de infância. "Penny Lane" é já um tema eterno (como eles previram!, digo eu) .

01 - O 1º lugar com 217 pontos para "A Hazy Shade Of Winter". Simon and Garfunkel formaram o grupo mais completo do ano que terminou em quase todos os aspectos. Sem disporem da alegria e da comunicabilidade dos Beatles, Simon and Garfunkel não perderam em intencionalidade, em seriedade, em intensidade temática, em riqueza de concepção lírico-musical. O tom cerebral, a aparente frescura das gravações que assinam são antes uma demonstração cabal da solidez de formação, da cultura, da sensabilidade, da lucidez à disposição de alguns dos grandes criadores da música popular anglo-americana de hoje. Esta gravação que apurámos como a nº1 de 67 é um produto, é um exemplo expressivo de uma geração que, apesar de tudo, conhece e se conhece. Simon and Garfunkel são os arautos de uma juventude que duvida, que tem que fingir para mostrar que tem esperança, de toda uma sociedade jovem alienada a um mundo concebido, mantido e dominado por adultos, a um mundo cujas perspectivas se resumem aterradoramente a uma hazy shade of winter.

SINGLES:

01 - A Hazy Shade Of Winter - Simon and Garfunkel
02 - Penny Lane - Beatles
03 - Nights In White Satin - Moody Blues
04 - At The Zoo - Simon and Garfunkel
05 - My Back Pages - Byrds
06 - Strawberry Fields Forever - Beatles
07 - Somebody To Love - Jefferson Airplane
08 - Hurry Sundown - Peter, Paul and Mary
09 - Fakin' It - Simon and Garfunkel
10 - Sand And Foam - Donovan
11 - For Emily Whenever I May Find Her - Simon and Garfunkel

PIOR GRAVAÇÃO:

Puppet On A String - Sandie Shaw - escolha de certo modo facilitada. Ao contrário do que que sucedeu o ano passado com "Strangers In The Night" em que a pessoa de Sinatra não estava evidentemente em causa, desta vez o elemento-pessoa do intérprete foi um factor determinante. A gravação que escolhemos identifica-se integralmente com os propósitos dos seus criadores em buscar o gosto deseducado e rudimentar de um público que ainda é, infelizmente, maioritário, que se satisfaz com divertimentos medíocres. O êxito comercial da gravação escolhida representa um estigma desafortunadamente ainda poderoso num contexto que nós desejaríamos ver saudavelmente dominado pelo mérito e pela qualidade apenas. Na gravação que escolhemos é tudo óbvio, tudo embalagem, tudo postiço. É um grotesco musical que tem de ser definitivamente banido em Inglaterra e em todo o Mundo".

MAIOR DECEPÇÃO:

Eric Burdon and the Animals - um líder e um grupo que inovaram mal. Uma viragem apressada, precipitada e manifestamente pouco sincera lançou Eric Burdon na senda de um hippismo perfeitamente cabotino.

MAIOR REVELAÇÃO:

Jefferson Airplane - posta à votação, apurou-se com uma margem razoável a escolha de Jefferson Airplane que, de longe, mais e melhor inovou no campo das ideias, do som, e das implicações e efeitos extra-musicais. Jefferson Airplane conquistou-nos pela construção instrumental, pelo talento e invenção melódica e pelas formidáveis vocalizações dessa incomparável Grace Slick.

25 comentários:

josé disse...

Uma pergunta se impõe:

De onde veio esta pequena maravilha?

Deixa-me adivinhar: Século Ilustrado? O grafismo não parece; parece mais da Capital, mas nessa época ainda não havia.

ié-ié disse...

A fotografia foi publicada pela revista "Antena" no dia 01 de Agosto de 1968.

O texto é meu, ou melhor, é do "Em Órbita" de 31 de Dezembro de 1967. Eu é que gravei o programa e depois tirei o texto à unha! Tenho mais, tudo manuscrito!

LT

josé disse...

Epá! Isso é uma revelação! Para aqui, já! Essas coisas mereciam era um livro.

josé disse...

Mas da Antena, quer dizer que foi antes da Nova Antena dirigida pelo João COito, não?

Gostava do João COito, mas tenho que conceder que nestas coisas, prefiro a esquerda. Para equilibrar.

josé disse...

Esqueci de dizer que Puppet on a string é uma belíssima canção pop.

Ainda hoje a ouço com gosto. Mas na época era capaz de concordar com o lado pimba do festival da Eurovisão. Em 67, talvez ainda não. Mas dois anos depois, já não tinha dúvidas.

Fantomas disse...

O Eric Burdon & The Animals como maior decepção!!!!!! Eles em 67 editaram dois grandes discos da Pop Psicadélica, o "Winds of Change" e o "Twain shall Meet"!

Rato disse...

Os albuns dos Simon & Garfunkel e dos Cream (2º e 8º lugares na lista) são de 1966. Mas provavelmente só apareceram em Portugal durante 1967, daí a sua inclusão.
Agora, esta lista do "Em Órbita" é extremamente conservadora vista à distância. Senão vejamos:
- Que é do Jimi Hendrix Experience que revolucionou toda a música com 2 (dois!) albuns ("Are You Experienced" e "Axis:Bold As Love") nesse ano?
- E que é dos Country Joe & The Fish, também com 2 albuns fundamentais ("Electric Music For The Mind And Body" e "I-Feel-Like-I'm Fixin' To Die")?
Lembram-se de seguida alguns outros albuns desse magnífico ano, para se ter uma ideia do que ficou de fora:
- "A Gift From a Flower To A Garden", a caixa-dupla (uma inovação para a época) do Donovan
- " Days Of Future Passed", a estreia sinfónica dos Moody Blues (mais um abanão na pop convencional da altura)
- O belissimo "Forever Changes", dos Love
- "I Had Too Much To Dream (Last Night)", dos Electric Prunes
- Os albuns de estreia dos Pink Floyd ("The Piper At The Gates Of Dawn"), Leonard Cohen ("Songs Of") e Bee Gees ("1st")
E ainda:
- Alice's Restaurant (Arlo Guthrie)
- "Gorilla" (Bonzo Dog Doo Dah Band)
- "Buffalo Springfield Again" (Buffalo Springfield)
- "Disraeli Gears" (Cream)
- "The Doors" (The Doors)
- "Absolutely Free" (Mothers Of Invention)
- "Their Satanic Majesties Request" (Rolling Stones)
- "Incense & Peppermints" (Strawberry Alarm Clock)
- "Goodbye And Hello" (Tim Buckley)
Quanto aos singles, por muito que eu goste do Paul Simon, 4 temas dos Simon & Garfunkel no Top Ten parece-me um exagero. É que não sei se têm presente, mas 1967 deu a conhecer pérolas como por exemplo:
- "Respect" (Aretha Franklin)
- "Magic Hollow" (Beau Brummels)
- "All Along The Watchtower" (Bob Dylan)
- "Sunshine Of Your Love" (Cream)
- "Light My Fire" (Doors)
- "Let's Live For Today" (Grass Roots)
- "Purple Haze" (Jimi Hendrix Experience)
- "Suzanne" ou "Sisters Of Mercy" (Leonard Cohen)
- "Daydream" (Lovin' Spoonful)
- "A Whiter Shade Of Pale" (Procol Harum)
- "I Dig Rock & Roll Music" (Peter Paul & Mary)
- "Ruby Tuesday" ou "She's A Rainbow" (Rolling Stones)
- "How Can We Hang On To A Dream" (Tim Hardin)
- "Get Together" (Youngbloods)
Tinha imenso interesse em saber se algum destes temas figurava nos outros 20 eleitos.

ié-ié disse...

Ora bem, temos aqui um tratado (excelente) do rato que merece ser ponderado. Vou fazê-lo. Mas quero desde já relevar uma situação: o texto do EO é de 1967, o do Rato de 2007. Sempre são 40 anos de maturação em casca de carvalho! Eu acho que isso tem influência. Em todo o caso, vou ver o resto do Top de singles.

Por acaso estava à espera de outro tipo de crítica. É que "single" - para o comum dos mortais - não tinha exactamente o mesmo sentido para o colectivo do EO. Por exemplo, "For Emily", que eu adoro, é "single" e não é "single". Do you know what I mean?

LT

Rato disse...

Por ser verdade que a 40 anos (!) de distância as coisas têm outra perspectiva, lanço aqui um repto aos habituais comentadores deste blog: enviem um email ao Rato com as vossas escolhas de 1967. Para ser generoso proponho 20 Albuns e 40 temas (e não singles, que esse conceito é diferente, como muito bem fez questão de lembrar o Luís).
A ordem será preferencial, para se poder pontuar, isto é, no caso dos albuns, 20 pontos ao 1º, 19 ao 2º e por aí fora.
Aqui o Rato não se importa de fazer a contabilidade e os resultados seriam depois afixados aqui e no blog do Rato também.
Ao trabalho, camaradas!

josé disse...

i´m gonna do it. As soon as possible. Asap.

filhote disse...

Qual é o e-mail do Rato? Também quero participar...

Aliás, o tratado do sr. Rato tirou-me as palavras da ponta dos dedos. E adianto, a 40 anos de distância, falta ainda o 1º album dos Velvet Underground!!!

filhote disse...

Ah! E o que dizer da ausência do "Something Else" dos Kinks?!? Um disco que inclui Death of a Clown, Waterloo Sunset ou David Watts...

Rato disse...

O email do Rato é o que vem no blog (ratorecords2005@gmail.com).
As minhas duas listas já estão prontas (ufa, custou, teve de ser por eliminatórias progressivas), bem como a respectiva folha de Excel (que posteriormente enviarei a todos os participantes com os respectivos resultados), à espera das vossas contribuições.
Julgo que estava subentendido, mas lembro que se trata apenas de música anglo-americana, até para comparar com as tabelas do "Em Órbita".

Fantomas disse...

Também vou tratar de fazer a minha lista referente ao ano de 1967.

Jaime Pereira disse...

Só agora estive a ler esta do "Em Órbita"...
Apenas posso dizer que era o meu programa favorito. A 40 anos de distância ainda me lembro das gravações que fazia num Philips para depois levar para a Serra da Estrêla (onde estava na estação de radar). Com um companheiro chegámos a "atirar" para o ar algumas gravações que foram ouvidas na Guarda!
Depois calámo-nos para sempre porque levámos um puxão de orelhas do comandante.
Quanto às "divergências" estéticas de alguns comentários abstenho-me. Uma coisa é certa gosto mais da música dos Doors do que da Sandie Shaw.

Rato disse...

O desafio acabou de ser lançado também no Blog do Rato. Acho que me vou meter numa alhada se as respostas começarem a chover, mas como é só até ao fim do ano, tudo bem.

Rato disse...

Já comecei a ter "trabalho". Primeira constatação curiosa: os gostos musicais estão mesmo relacionados com as duas culturas dominantes, a europeia e a americana.
Tenho recebido algumas listas com entradas pouco vulgares e só vos digo que isto me está a dar um gozo do caraças. Vamos lá a ver os resultados finais. Para já parece-me apenas haver um vencedor óbvio antecipado na categoria dos albuns, o que aliás não é nada de admirar. Mas para tudo o resto, ainda a procissão vai no adro, e a "luta" apresenta-se renhida.

ié-ié disse...

Aqui vai então o resto das 30 canções mais votadas pelo "Em Órbita":

12 - Strange Brew - Cream
13 - Matthew And Son - Cat Stevens
14 - Never My Love - Association
15 - A Whiter Shade Of `Pale - Procol Harum
16 - Try A Little Tenderness - Otis Redding
17 - The House Song - Peter, Paul and Mary
18 - Six O'Clock - Lovin' Spoonful
19 - Fly Me High - Moody Blues
20 - Twelve-Thirty - Mamas and Papas
21 - The Great mandella - Peter, Paul and Mary
22 - She Has Funny Cars - Jefferson Airplane
23 - Waterloo Sunset - Kinks
24 - Wear Your Love Like Heaven - Donovan
25 - For What It's Worth - Buffalo Springfiels
26 - Up, Up And Away - Fifht Dimension
27 - Paper Sun - Traffic
28 - The Wind Cries Mary - Jimi Hendrix
29 - All You Need Is Love - Beatles
30 - Holyday - Bee Gees

Chiça, que eram mesmo rebuscados e elitistas! Mas a gente adorava! E a esta distância há, de facto, outra noção.

LT

Rato disse...

Vá lá, vá lá, o Hendrix ainda conseguiu meter um temazito em 28º lugar. Mas por pouco ficava completamente de fora

ié-ié disse...

Eu é que estou feito! Fiz uma busca na base de dados dos meus discos e deu-me 3.363 canções de 1967. Bem sei que há muitas repetidas, mas mesmo sim... Tenho trabalho para todo o fim de semana!

LT

Rato disse...

Eheheh, até nisso somos parecidos Luís. Também a minha base de dados me forneceu quase4.000 títulos de 67! Reduzir esses milhares a uma centena de favoritos não foi difícil. O pior foi depois, ter de selecionar apenas 40 entre esses. Aconselho-te o método que eu segui: ir riscando progressiva e comparativamente.

filhote disse...

Nisso, sou diferente. Faço as listas apenas de memória. Só em caso de dúvida - datas ou ortografia -, é que consulto literatura.

Defendo que se um disco (ou uma canção) não está suficientemente vivo na minha memória é por que não merece figurar na minha lista de favoritos.

Enfim, cada um tem as suas taras!

ié-ié disse...

Mas eu penso exactamente como tu, Filhote! Só que o peso da idade obriga a alguns "auxiliares de memória". É como copiar nos "exercícios" (era assim que se chamava, não era?) no D. João III. Mais: a minha lista será feita, tanto quanto possível, com base no que ouvia na altura e não com a perspectiva de 40 anos depois. É por isso que estou com grande dificuldade na lista dos álbuns. É que na altura não se ouviam muitos. E como todos temos, mais ou menos, a mania de que somos "diferentes", a minha lista terá uma ou outra coisa "esquisita". eheheh!

LT

Rato disse...

As "esquisitices" serão muito bem vindas, Luís, até para darem outras perspectivas da época. Mas desde já te aviso que não vão ter muitas hipóteses. Os grandes clássicos já descolaram quase todos e lá vão na dianteira em louca correria. Resta saber quem cortará a meta em 1º lugar (isto em relação aos temas, porque o malandro daquele album não dá hipóteses a ninguém; instituiu o seu militarismo e já se encontra, sózinho como sempre, confortavelmente instalado em poltrona multi-cores à espera de todos os outros adversários)

josé disse...

A minha lista está pronta. Só falta digitar.

Fiquei impressionado com os títulos disponíveis e vi-me à rasca para arranjar os vinte álbuns. As canções nem tanto.

Ainda assim, o critério foi o do teste do tempo: o que é que ainda hoje gosto de ouvir, com verdadeiro prazer de audição e repetidas vezes?

Mais: que musiquinhas é que me soam ao ouvido e ao assobio, dessas que se elencaram em 67?

As respostas seguem dentro de horas.

E aproveitando o balanço, já comecei a elaborar a minha lista de...1977! Nessa altura já ouvia tudo o que saía e por isso, a lista é como a do ié-ié: memória do tempo e do gosto.

Em 1967, com 10-11 anos, ainda não tinha padrões de gosto pessoais, a não ser a obrigação de ouvir Dvorak ou Beethoven. Durante uns anos, fiquei-lhes com algum pó...nos discos. Agora, reconheço a superioridade intelectual, criativa e qualitativa intrínseca e inultrapassável. Mas ainda assim, volto sempre às cantiguinhas e músicas de ritmo.