quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"O PAUL É UM ABSURDO!"


O DJ de serviço no Estádio do Morumbi pôs a multidão a cantar" Who’ll Stop the Rain" e "Have You Ever Seen the Rain", dos Creedence Clearwater Revival.

Porém, apenas uma pessoa, na noite de 22 de Novembro de 2010, conseguiria deter a chuva: James PaulMcCartney. E bastou ele cantarolar "Chove Chuva", de Jorge Ben, para a lua cheia reaparecer na noite paulista.

Momentos antes, Paul perguntava “tudo bem in the rain?” como se quisesse ter a certeza de que todo o mundo estava nas nuvens.

Fez-me lembrar "The Beatles At The Hollywood Bowl", quando ele incita a plateia, gritando “gostaram do show?”, para logo disparar uma demolidora versão de "Long Tall Sally".

Neste caso, demolidoras foram as 36 canções de uma set-list inspirada.

De "Magical Mistery Tour" a "The End", a festa foi transcendente.

Banda afinadíssima por quase 10 anos de estrada – magistrais Wix, Rusty, Brian e Abe -, som claro e potente, e um Macca nada entediado por 50 anos de reinado “at the toppermost of thepoppermost”.

Momentos altos?

Foram tantos... podia citar "Two Of Us", "Bluebird", "Letting Go", etc, etc, etc... aliás, para minha satisfação, finalmente, o mundo faz as pazes com o legado dos Wings... do LP "Band on the Run", ouviram-se 6 canções! Puro Power Pop de Arena!

Até entrar no Morumbi, tinha estado em 4 rockshows do Macca.

De 1989 (Madrid) a 2004 (Lisboa), passando por Barcelona (1993 e 2003). Pois bem, para mim, fã do grau “camisa de forças”, este foi o melhor show a que assisti, incluindo DVDs oficiais e piratas.

O sonho de uma vida! Três horas para a eternidade! E no rescaldo do show, Lizzie Bravo, a eterna Beatle Girl, exclamou: “não tem para ninguém, amigo. O Paul é um absurdo!”.

Texto e imagem de Pedro de Freitas Branco, em São Paulo

8 comentários:

josé disse...

Parabéns pelo texto. Comecei a ler sem saber quem o tinha escrito ( o computador "abriu" apenas a parte de cima do texto e comecei logo a ler) e imaginei um texto de crítico profissional que escreve bem. Há poucos...

gin-tonic disse...

Belo texto, Filhote. Claro que não és crítico mas é assim que entendo a crítica: apaixonada. Quero impressóes de um homem inteligente, dispenso estrelas e tiradas filosóficas. De um crítico exijo que me diga o que sentiu ao ler um livro, ao ouvir um disco, ao assistir a um espectáculo. E não me importo nada que entre pela mais franca e descarada propaganda.
Um abraço

filhote disse...

José e Gin-Tonic: fico muito feliz com as vossas palavras... ainda bem que gostaram do texto!

Abraço!

Anónimo disse...

Grande texto, Pedro. Fizeste me sentir no estádio novamente.
Abs
Nelio

Abel Rosa disse...

Desculpem o ABSURDO...não esperava outra coisa do texto do eterno Filhote!

Aquele Abraço in the rain...

Luis Magalhães Pereira disse...

O titulo da critica traduz todo o sentimento, toda a emoção do momento!

Como fã do McCartney e no mesmo sentido o Pedro FB (aka Filhote) também é um "absurdo"!

"The love you take is equal to the love you make."

Um abraço

Jack Kerouac disse...

Excelente crónica, se o concerto esteve ao nível do descrito, foi fabuloso. Estou de acordo com o Gin, crónica bem escrita e sem subterfúgios, próprio de quem sabe o que diz.

LSO disse...

Depois de ler estas críticas apenas posso dizer que se exige um concerto de Paul McCartney em Portugal!