sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SANTA ESMERALDA


PHILIPS - 6042.325 - edição portuguesa (1977)

Don’t Let Me Be Misunderstood + Esmeralda Suite - You're My Everything

Há quem desconheça a espantosa interpretação de “Don’t Let Me Be Misunderstood” por Nina Simone (e a dos Animals? - pergunta o editor).

Mas certamente não desconhecerão a versão dos Santa Esmeralda que aparece no filme “Kill Bill” de Quentin Tarantino e que os levou desatar a correr para comprar a banda sonora.

Disse-lhe quem viu e viveu os tempos, que há uns anos atrás esta versão dos Santa Esmeralda transformava as noites balneares da movida espanhola numa verdadeira desbunda.

Não dá para contar e também não há documentos fotográficos que possam dar uma pequena ideia desses dezasseis minutos e cinco segundos que punham as gentes num estado a roçar a paranóia.

Talvez assim uma coisa como uma versão lusa – certamente mais moderatta - que ocorria nas noites da EXPO '98, em que uma certa rapaziada se mandava para cima das mesas do Bugix e criava o KAOS.

Se o editor estiver para o divertido, talvez lhes coloque aí o link (claro que estou divertido, não havia de estar a lembrar-me do Bugix? - editor)

Colaboração de Gin-Tonic

6 comentários:

Anónimo disse...

O "editor" foi, aliás, o responsável pela compilação "todos los dias" (uma raríssima edição da qual tenho uma cópia) com o melhor do Bugix. Pensar que passaram 11 anos e que não me consigo libertar das garras destas memórias.. Uma vez da tríade, sempre da tríade, diria...
MC

ié-ié disse...

Grande MC, vi o teu nome nos Gato Fedorento! Grande abraço de parabéns!

"Todos Los Dias"... como fomos felizes... e profissionais!

LT

ié-ié disse...

É verdade! O "senhor idoso", segudo vértice da tríade, tem um blogue:

http://karateokinawakan.blogspot.com/

Só falta o terceiro vértice!

LT

Luis Mira disse...

Torremolinos, inícios dos anos 70.

Um hamburger gigante estrategicamente comido à hora do almoço (generosa...) era tudo quanto nesses tempos me entrava no estômago, porque o resto do dinheiro tinha voado logo nos primeiros dias com os gloriosos livros de poesia da Editora Losada e com os dois primeiros LP's que, oficialmente, comprei para a minha colecção (nunca mais me esqueci: "For ladies Only", dos Steppenwolf, e "There Goes Rhymin'n Simon", de Paul Simon).

E havia que guardar dinheiro para o regresso e, sobretudo, para a "Boite", para onde o meu companheiro de aventuras me arrastava todas as noites...

Naquela "Discoteca" (hoje desaparecida, confirmei-o nostalgicamente há um ano atrás...) três músicas estavam na berra, não me lembrando eu se por serem contemporâneas ou se por lá andarem por forma das circustâncias do arrail: "Paloma Blanca", "Que Viva España" e esta dos Santa Esmeralda".

Durante a tarde (de manhã dormia-se...) estendia-me na praia a dar os primeiros passos na leitura de Rafael Alberti, Gabriel Celaya e Miguel Hernandez e à noite, qual "Mr Hyde" encabuçado, preparava-me para a desbunda, com o tal amigo que esteve comigo durante essas gloriosas duas semanas noutra cidade. E que a primeira coisa que fez quando chegou a Torremolinos foi comprar umas socas de madeira com um palmo de altura. Porque era bastante mais baixo do que eu e não queria que, por força dessa minha deficiência genética, lhe fizesse concorrência desleal... Mas o mar era farto e o peixe dava para todos...

Voltei a Lisboa meio envergonhado, porque erámos miúdos, faziamos disparates e havia cenas por vezes não muito edificantes... À chegada disse para mim, como naquela música da Carla Bruni: "My dancing days are gone"... E nunca mais comprei nenhum desses discos, porque já na altura tinha uma "honra musical" a defender que não se compadecia muito com essas "más companhias"...

A nostalgia dos Santa Esmeralda veio mais de 30 anos depois quando, ainda antes da estreia em Portugal, soube que Tarantino tinha escolhido essa música para a banda sonora do seu filme.

E ainda hoje, como Gin-Tonic, bem sabe, não consigo ouvir a versão dos Santa Esmeralda (mas só essa...) sem que o meu corpo comece de imediato a vibrar fortemente. Sobretudo se já tivermos ultrapassado a barreira da terceira garrafa de espumante...

filhote disse...

Amigo Luís Mira,

como gerações diferentes podem viver experiências semelhantes, no mesmo local, na mesma data (provavelmente)...

... no início dos anos 70, a minha mãe levava-me de férias para o eixo Marbella-Torremolinos-Puerto Banus, onde eu também devorava hamburguers e equilibrava-me numas socas de madeira... tinha uns 6 ou 7 anos, vibrava com os Santa Esmeralda, mas não tinha idade e arcaboiço para ser peixe predador naquele imenso mar...

Grande abraço!

Luis Mira disse...

Dias gloriosos, de facto...
Um Grande Abraço para ti também, Filhote!
Ontem sentimos a tua falta...
LM