LE CHANT DU MONDE - G.U. LDX 7 6031
Poemas de Pablo Neruda ditos, em francês, por Jean-Louis Barrault, Maria Casares, François Maistre, Laurent Terzief.
Pablo Neruda diz o Soneto VI e XXVIII.
Música de Francisco Marin e Virgílio Rojas.
Face A
Alguns sonetos de “Cem Sonetos de Amor”
Face B
Extracto de “Estravagario – Extracto de “Residência En La Tierra” – Extracto de “As Colinas de Macchu Picchu”
Soneto XXIX
Vens da pobreza das casas do Sul,
das regiões duras do frio e terramotos
que, mesmo quando os seus deuses rolaram para a morte,
nos deram a lição da vida na argila.
Tu és um cavalinho de argila preta, um beijo
de barro escuro, amor, papoila de argila,
pomba do crepúsculo que voou nos caminhos,
mealheiro de lágrimas da nossa pobre infância.
Moça, tu conservaste o coração de pobre,
os pés de pobre acostumados às pedras,
a boca que nem sempre teve pão ou delícia.
Tu és do Sul pobre, donde a minha alma vem:
no seu céu a tua mãe continua a lavar roupa
com a minha. Por isso te escolhi, companheira.
Para o “Soneto XXIX”, inserido na Face A, utilizámos a tradução de Albano Martins em “Cem Sonetos de Amor”, Campo das Letras, Porto, Maio de 2004.
Colaboração de Gin-Tonic
Poemas de Pablo Neruda ditos, em francês, por Jean-Louis Barrault, Maria Casares, François Maistre, Laurent Terzief.
Pablo Neruda diz o Soneto VI e XXVIII.
Música de Francisco Marin e Virgílio Rojas.
Face A
Alguns sonetos de “Cem Sonetos de Amor”
Face B
Extracto de “Estravagario – Extracto de “Residência En La Tierra” – Extracto de “As Colinas de Macchu Picchu”
Soneto XXIX
Vens da pobreza das casas do Sul,
das regiões duras do frio e terramotos
que, mesmo quando os seus deuses rolaram para a morte,
nos deram a lição da vida na argila.
Tu és um cavalinho de argila preta, um beijo
de barro escuro, amor, papoila de argila,
pomba do crepúsculo que voou nos caminhos,
mealheiro de lágrimas da nossa pobre infância.
Moça, tu conservaste o coração de pobre,
os pés de pobre acostumados às pedras,
a boca que nem sempre teve pão ou delícia.
Tu és do Sul pobre, donde a minha alma vem:
no seu céu a tua mãe continua a lavar roupa
com a minha. Por isso te escolhi, companheira.
Para o “Soneto XXIX”, inserido na Face A, utilizámos a tradução de Albano Martins em “Cem Sonetos de Amor”, Campo das Letras, Porto, Maio de 2004.
Colaboração de Gin-Tonic
7 comentários:
Quem tem estes discos talvez tenha alguns da Le Chant du monde.
Era uma etiqueta esquerdista francesa que publicou muita da boa música revolucionária da América latina e europeia. Por exemplo Luís Cília, segundo julgo.
Os "20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada" do Neruda foram editados pela 1ª vez em Portugal em Dezembro de 1971. Há portanto 38 anos que esse livrinho é meu companheiro assíduo.
...
"Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta a tive nos meus braços
a minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Embora esta seja a última dor que ela me causa
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo."
Penso que a "Chant Du Monde" estaria mesmo ligada, embora talvez não oficialmente, ao PCF.
Existem diversos por aqui. Se fores ao teu lado direiro à etiqueta, na etiqueta "Gin-Tonic, amabilidade do editor, encontrarás um do Paul Robeson publicado no dia 16 de Outubro de 2008. O do Luis Cilia também está aqui. Vou publicá-lo mas ando à procura de uma referência do José Gomes Ferreira em um dos qutro volumes dos "Dias Comuns" mas ainda não cheguei, José Gomes Ferreira que, diga-se, não era, de modo algum, um entusiasta de poemas transpostos para canções.
Não conheço nada que permita concluir que "Le Chante du Monde" fosse uma etiqueta ligada ao PCF, caro JC, mas tudo leva a crer que estavam por lá, e bem, infiltrados.
É exactamente a isso, Gin-Tonic, que chamo "ligada não oficialmente". A influência do PCF era mtº evidente e até hegemónica.
Ainda bem que deixou passar "Oh Pastor Que Choras".
LT
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