Autor de uma das mais belas canções yé-yé de sempre, "Crer", dos Claves, em 1966, Luís Pinto de Freitas, 63 anos, continua activo, agora nos Rockfellas.
Aos 13 anos, em 1959, comprou a sua primeira guitarra e três anos depois, em 1962, formou a sua primeira banda, Baby Faces, com António Villar de Sousa (viola ritmo), Manuel Athouguia (viola ritmo) e Diniz (bateria).
Aos Baby Faces sucederam em 1963 os Ecos (por causa das guitarras) com Manuel Athouguia (viola ritmo), que já vinha de trás, mais José Athouguia (bateria) e António Sallaty (baixo).
Actuaram na RTP e gravaram um disco instrumental no Centro de Cooperação Técnica, um pouco à maneira dos Quarrymen, antes dos Beatles.
Em 1964/65, Luís Pinto de Freitas fez parte do Conjunto Nova Onda (já depois da edição de "Vendaval"), com Gonçalo Lucena (vocalista), Manuel Lucena (baixo), Jorge Moniz Pereira (viola ritmo) e Fernando Mendes (bateria), tendo animado um cruzeiro de fim de ano à Madeira no "Santa Maria".
Em 1965, esteve nos Saints com Luís de Freitas Branco (viola ritmo e voz), João Valeriano (baixo e voz) e Alexandre Corte Real (bateria), este último substituído pouco depois por José Athouguia (bateria, ex-Ecos). O grupo viria a ser completado por João Ferreira da Costa (teclas e voz), fazendo ainda parte da equipa João Bragança e João Vicente Ribeiro, que tratavam dos contratos.
Os Saints concorreram ao Concurso Yé-Yé no Teatro Monumental, em Lisboa, vencendo a 12ª eliminatória no dia 13 de Novembro de 1965, a 2ª meia-final, no dia 15 de Janeiro de 1966 e, já como Claves (designação sugerida por Moreno Pinto, técnico da Rádio Renascença), a final do referido concurso no dia 30 de Abril de 1966.
A balada "Crer" foi especialmente composta por Luís Pinto de Freitas para a final deste concurso.
No mesmo ano de 1966, os Claves editaram dois EPs (os únicos), o primeiro (MARFER - MEL 2016) com "Keep On Running" (Spencer Davis Group), "Where Have All The Good Times Gone" (Kinks), "Crer" (Luís Pinto de Freitas) e "Fare Thee Well" (Chad and Jeremy) e o segundo (ALVORADA - AEP 60 814) com "California Dreamin'" (Mamas and Papas), "Somebody Help Me" (Spencer Davis Group), "Daydream" (Lovin' Spoonful) e "Sha La La Lee" (Small Faces).
Ambos saíram após a final do concurso Yé-Yé do Monumental, de Abril 1966.Tanto quanto me recordo, o da Alvorada foi gravado primeiro, nos estúdios da Emissora Nacional no Quelhas, mas demoraram mais tempo a publicar. A Marfer foi mais rápida, gravou depois, aproveitaram fotografias do mesmo fotógrafo da Alvorada, tiradas no lago do Campo Grande e publicaram o disco primeiro, imediatamente após a final do Concurso Yé-Yé no Monumental, lembra Luís Pinto de Freitas.
Desfeitos os Claves em 1967, Luís Pinto de Freitas viria a ser chamado a cumprir o serviço militar obrigatório (onde reencontra o seu amigo de escola Alfredo Laranjinha) e grava no Porto, ainda em 1967, um EP com o Conjunto Walter Behrend (ALVORADA - AEP 60.948), onde se inclui um original seu, "I Want And I Need You".
Fazia parte desse conjunto um grande músico italiano, o Italo Caffi, que veio a Portugal como pianista do Conjunto Andrea Tosi e ficou por cá. Depois abriu a empresa de instrumentos musicais "Caffi", no Porto.
Mobilizado para a guerra colonial, em Angola, forma no teatro de operações os Tigers, com um microfone e um amplificador da única máquina sonora de projectar filmes que existia.
De regresso a Portugal, começa a tocar com Pamela Murphy, futura mulher, que conhecera no Algarve e com quem forma o duo LP (Luís/Pamela).
Em 1970, com Pamela Murphy, edita um único EP (POLYDOR - 10 023 CR), gravado no ano anterior, com "Lullaby", "Why" (da autoria do duo), "Glad Bluebird Of Happiness" e "Please Come Back" (outro original do duo).
Toquei viola acústica em todas as faixas, mas só Pamela é que cantou. Primeiro foi todo gravado só com a Pamela a cantar e eu em viola acústica (o Pedro Caldeira Cabral colaborou no "Lullaby").
Depois, o Thilo Krassmann meteu mais tarde as orquestrações. Ele próprio tocou piano no "Why", fez as orquestrações para as cordas em três e convidou o Raul Mendes, do Mendes Harmonica Trio, que gravou a harmónica por cima da voz e guitarra, no "Lullaby", "Why" e "Glad Bluebird of Happiness".
O Bossa Jazz Trio tocou o instrumental no "Please Come Back". Os produtores foram o João Martins e Luis Villas Boas.
Em 1980, concorre ao Festival da RTP da Canção com "Ai, Ai, Tão, Tão", com letra de António Pinho e música de Pinto de Freitas, mas não chega à final.
Desde então tem tocado e cantado com a mulher, Pamela Murphy, tendo também participado num trio de jazz, Jazzamataz, com João Olias (teclas) e Michel Mounier (bateria) e nos Rockfellas, com José Santos Fernandes (teclas e voz), Alfredo Laranjinha (viola ritmo e voz), Jaime Pereira (baixo e voz) e Michel Mounier (bateria).
Hoje mesmo, os Rockfellas, com os amigos da escola Luís Pinto de Freitas e Alfredo Laranjinha, tocam no Liceu de Oeiras.
Luís Pinto de Freitas morreu no dia 02 de Agosto de 2015, vítima de cancro.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
Aos 13 anos, em 1959, comprou a sua primeira guitarra e três anos depois, em 1962, formou a sua primeira banda, Baby Faces, com António Villar de Sousa (viola ritmo), Manuel Athouguia (viola ritmo) e Diniz (bateria).
Aos Baby Faces sucederam em 1963 os Ecos (por causa das guitarras) com Manuel Athouguia (viola ritmo), que já vinha de trás, mais José Athouguia (bateria) e António Sallaty (baixo).
Actuaram na RTP e gravaram um disco instrumental no Centro de Cooperação Técnica, um pouco à maneira dos Quarrymen, antes dos Beatles.
Em 1964/65, Luís Pinto de Freitas fez parte do Conjunto Nova Onda (já depois da edição de "Vendaval"), com Gonçalo Lucena (vocalista), Manuel Lucena (baixo), Jorge Moniz Pereira (viola ritmo) e Fernando Mendes (bateria), tendo animado um cruzeiro de fim de ano à Madeira no "Santa Maria".
Em 1965, esteve nos Saints com Luís de Freitas Branco (viola ritmo e voz), João Valeriano (baixo e voz) e Alexandre Corte Real (bateria), este último substituído pouco depois por José Athouguia (bateria, ex-Ecos). O grupo viria a ser completado por João Ferreira da Costa (teclas e voz), fazendo ainda parte da equipa João Bragança e João Vicente Ribeiro, que tratavam dos contratos.
Os Saints concorreram ao Concurso Yé-Yé no Teatro Monumental, em Lisboa, vencendo a 12ª eliminatória no dia 13 de Novembro de 1965, a 2ª meia-final, no dia 15 de Janeiro de 1966 e, já como Claves (designação sugerida por Moreno Pinto, técnico da Rádio Renascença), a final do referido concurso no dia 30 de Abril de 1966.
A balada "Crer" foi especialmente composta por Luís Pinto de Freitas para a final deste concurso.
No mesmo ano de 1966, os Claves editaram dois EPs (os únicos), o primeiro (MARFER - MEL 2016) com "Keep On Running" (Spencer Davis Group), "Where Have All The Good Times Gone" (Kinks), "Crer" (Luís Pinto de Freitas) e "Fare Thee Well" (Chad and Jeremy) e o segundo (ALVORADA - AEP 60 814) com "California Dreamin'" (Mamas and Papas), "Somebody Help Me" (Spencer Davis Group), "Daydream" (Lovin' Spoonful) e "Sha La La Lee" (Small Faces).
Ambos saíram após a final do concurso Yé-Yé do Monumental, de Abril 1966.Tanto quanto me recordo, o da Alvorada foi gravado primeiro, nos estúdios da Emissora Nacional no Quelhas, mas demoraram mais tempo a publicar. A Marfer foi mais rápida, gravou depois, aproveitaram fotografias do mesmo fotógrafo da Alvorada, tiradas no lago do Campo Grande e publicaram o disco primeiro, imediatamente após a final do Concurso Yé-Yé no Monumental, lembra Luís Pinto de Freitas.
Desfeitos os Claves em 1967, Luís Pinto de Freitas viria a ser chamado a cumprir o serviço militar obrigatório (onde reencontra o seu amigo de escola Alfredo Laranjinha) e grava no Porto, ainda em 1967, um EP com o Conjunto Walter Behrend (ALVORADA - AEP 60.948), onde se inclui um original seu, "I Want And I Need You".
Fazia parte desse conjunto um grande músico italiano, o Italo Caffi, que veio a Portugal como pianista do Conjunto Andrea Tosi e ficou por cá. Depois abriu a empresa de instrumentos musicais "Caffi", no Porto.
Mobilizado para a guerra colonial, em Angola, forma no teatro de operações os Tigers, com um microfone e um amplificador da única máquina sonora de projectar filmes que existia.
De regresso a Portugal, começa a tocar com Pamela Murphy, futura mulher, que conhecera no Algarve e com quem forma o duo LP (Luís/Pamela).
Em 1970, com Pamela Murphy, edita um único EP (POLYDOR - 10 023 CR), gravado no ano anterior, com "Lullaby", "Why" (da autoria do duo), "Glad Bluebird Of Happiness" e "Please Come Back" (outro original do duo).
Toquei viola acústica em todas as faixas, mas só Pamela é que cantou. Primeiro foi todo gravado só com a Pamela a cantar e eu em viola acústica (o Pedro Caldeira Cabral colaborou no "Lullaby").
Depois, o Thilo Krassmann meteu mais tarde as orquestrações. Ele próprio tocou piano no "Why", fez as orquestrações para as cordas em três e convidou o Raul Mendes, do Mendes Harmonica Trio, que gravou a harmónica por cima da voz e guitarra, no "Lullaby", "Why" e "Glad Bluebird of Happiness".
O Bossa Jazz Trio tocou o instrumental no "Please Come Back". Os produtores foram o João Martins e Luis Villas Boas.
Em 1980, concorre ao Festival da RTP da Canção com "Ai, Ai, Tão, Tão", com letra de António Pinho e música de Pinto de Freitas, mas não chega à final.
Desde então tem tocado e cantado com a mulher, Pamela Murphy, tendo também participado num trio de jazz, Jazzamataz, com João Olias (teclas) e Michel Mounier (bateria) e nos Rockfellas, com José Santos Fernandes (teclas e voz), Alfredo Laranjinha (viola ritmo e voz), Jaime Pereira (baixo e voz) e Michel Mounier (bateria).
Hoje mesmo, os Rockfellas, com os amigos da escola Luís Pinto de Freitas e Alfredo Laranjinha, tocam no Liceu de Oeiras.
Luís Pinto de Freitas morreu no dia 02 de Agosto de 2015, vítima de cancro.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
2 comentários:
Eu e a Fernanda vamos lá estar para dar um abraço ao Luis e ao resto dos Rockfellas meus companheiros na "Bôa vida" ou "Má vida"conforme queiram interpretar!!!
Eh Pá falam aqui no Alfredo Laranjinha....lembro-me quanda era puto de o conhecer em Nampula, Moçambique , o meu pai estava na guerra colonial , era Militar, e tambem era músico e tocava entre outras baixo ( foi 2º viola na Tuna académica no tempo do Zeca), o Alfredo Laranjinha passou por lá e tambem cantava umas coisas nas festas do Hospital Militar de Nampula...velhos tempos , esta foi de Mestre .
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