Está em fase de conclusão a candidatura do FADO a "património da humanidade". É de toda a justiça que esta tradição musical tão ligada ao povo deste país tenha esta distinção. Muito se deve ao Prof. Vieira Nery, à Profª. Salwa Castelo Branco (ambos distintos professores de Etnomusicologia) e ao esforço de muitas outras entidades, nomeadamente a Câmara Municipal de Lisboa.
Esta candidatura vai obrigar a que se recolham todas as gravações (em fita, em discos de 78rpm, discos analógicos, CD, etc) espalhadas por todo o mundo, que se digitalizem, que seja constituído um arquivo musical e que se façam trabalhos de investigação sobre o fado e sobre a guitarra portuguesa.
Todavia, assalta-me uma mágoa: é que julgo que toda a tradição do fado estilo coimbrão, será omitida... A isso se deve, não só o tradicional centralismo lisboeta, mas, muito principalmente, a apatia, a falta de iniciativa e de força política da cidade de Coimbra, do seu município e, até da sua Universidade.
Se assim fôr, é uma tremenda injustiça para o fado de Menano, Betencourt, Luis Goes, Zeca Afonso e tantos outros, sendo que os primeiros gravaram fados no estrangeiro logo que surgiram as primeiras gravações.
Para não falar na injustiça que é feita à guitarra portuguesa na variante coimbrã, que desde Artur Paredes, Carlos Paredes, António Portugal, Jorge Tuna, Pinho Brojo, Octávio Sérgio, Francisco Martins e tantos outros, transformaram a guitarra num instrumento digno das salas de concerto!
Rui Pato
Esta candidatura vai obrigar a que se recolham todas as gravações (em fita, em discos de 78rpm, discos analógicos, CD, etc) espalhadas por todo o mundo, que se digitalizem, que seja constituído um arquivo musical e que se façam trabalhos de investigação sobre o fado e sobre a guitarra portuguesa.
Todavia, assalta-me uma mágoa: é que julgo que toda a tradição do fado estilo coimbrão, será omitida... A isso se deve, não só o tradicional centralismo lisboeta, mas, muito principalmente, a apatia, a falta de iniciativa e de força política da cidade de Coimbra, do seu município e, até da sua Universidade.
Se assim fôr, é uma tremenda injustiça para o fado de Menano, Betencourt, Luis Goes, Zeca Afonso e tantos outros, sendo que os primeiros gravaram fados no estrangeiro logo que surgiram as primeiras gravações.
Para não falar na injustiça que é feita à guitarra portuguesa na variante coimbrã, que desde Artur Paredes, Carlos Paredes, António Portugal, Jorge Tuna, Pinho Brojo, Octávio Sérgio, Francisco Martins e tantos outros, transformaram a guitarra num instrumento digno das salas de concerto!
Rui Pato
5 comentários:
A minha inteira concordância, excepto do que diz respeito á mui provinciana e despropositada menção ao centralismo lisboeta.
mas ele existe, olaré se existe....
Pelo que se vê por aí, entre Valentins, Ferreira Torres, Felgueiras e "ofícios correlativos", ainda bem que existe!
mas será que Lisboa já não é a capital deste país???!!!
vitor martinez
Tem razão JC; não há centralismo nenhum; não sei aonde fui buscar essa ideia. É , de facto, provincianismo meu. Fico-lhe grato pelo reparo.
RP
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