domingo, 14 de junho de 2009

YOKO E LENNON, JUNTOS E AO VIVO


Hoje, 14 de Junho, tive a oportunidade e a sorte de (re)ver Yoko Ono e Sean Lennon, juntos e ao vivo!

Foi uma daqueles oportunidades que se apanham uma vez na vida!

Acontece que eu tinha uma viagem profissional a Londres a qual, por mero acaso, coincidiu com o concerto.

Aproveitando também uma semana em Londres, onde tinha alguns compromissos, nomeadamente o Prémio de Carreira da Mojo, de que falarei um dia, Yoko Ono aceitou o convite do seu amigo Ornette Coleman, com quem tinha trabalhado no seu primeiro álbum, para voltar a cantar em Londres, 40 anos depois do último arrojo.

Vai daí, Yoko Ono sacou o seu filho Sean e mais alguns amigos para aquilo que chamou Yoko Ono Plastic Ono Band, onde também pontificava Mark Ronson.

O concerto acabou por ter lugar hoje no prestigiado Meltdown Festival, orientado por Ornette, no Royal Festival Hall, esgotado (3.000 lugares), em Londres.

Na crítica ao concerto, o circunspecto e insuspeito Financial Times deu 4 estrelas, num máximo de 5.

Eu sou suspeito, porque estimo Yoko Ono, mas, como a minha amiga Claudia Galhós, não chamaria àquilo um concerto, mas uma performance, uma arte performativa.

Não tenho tempo nem paciência para discutir Yoko Ono e o seu papel nos Beatles (ninguém fala no papel igualmente (talvez) pernicioso de Linda?), as coisas são como são e ponto final!

Yoko Ono entrou em palco e desatou com "Why". O crítico do Financial diz que, felizmente, os engenheiros de som pouparam os ouvidos dos presentes.

Por mim, estava receptivo a tudo, mas confesso que o que mais me cativou foi o dueto de Yoko com Antony em "Moving Mountais".

Brilhante e emocionante!

Dos gargarejos de Yoko ainda constaram, por exemplo, "Open Your Box", "Calling", "Kurushi", dedicada a uma criança de Hiroshima, "Don't Worry, Kyoko"...

Yoko Ono - 76 anos, é preciso não esquecer! - confessou-se nervosa por dois grandes motivos: por um lado, há uns 40 anos que não cantava em Londres, por outro, segundo admitiu, disse que sabia que havia uma relação amor-ódio do público inglês para com ela, mas que ela, por seu turno, só tinha uma relação de amor com o público britânico.

No final, em êxtase, Ornette Coleman subiu ao palco para uma rendição conjunta de "Mind Train".

O concerto terminou com Yoko Ono a flashar uma laterna para o público dizendo "I Love You".

Na assistência estavam, entre outros, Johnny Marr e Nick Rhodes, dos Duran Duran.

E ainda há quem diga que Yoko Ono....

No dia seguinte ao concerto, em St. James Park, Yoko Ono e Paul McCartney beijaram-se em público na campanha do ex-Beatle a favor da crença vegetariana.

Luís Pinheiro de Almeida e Teresa Lage, em Londres

4 comentários:

Jack Kerouac disse...

Herege....como é possível ir assistir a uma coisa tipo "Zé Cabra" Japonês !!

daniel bacelar disse...

Realmente há momentos que não se repetem por nunca terem existido!!!
(FRANCAMENTE HOJE NÃO HÁ DÚVIDA QUE ESTOU INSPIRADO!!)
Durante anos sempre tive a esperança de assistir em Lisboa a um concerto da Yoko Ono Plastic Band....plus NATÁLIA DE ANDRADE,
Tal não aconteceu por morte da nossa DIVA...de certeza absoluta!!!

Jack Kerouac disse...

Mas ainda há o duo "Ele e Ela", que também não ficariam mal nesse concerto magnífico. O próprio Castelo Branco também está na mesma linha, também realiza performances...

daniel bacelar disse...

caro PAULO
Ora aí está uma ideia absolutamente brilhante!!!
Mas por favôr esquece o Castelo Branco.
Estou admiradissimo,pois ainda há pouco tempo,disse que se ia embora para os U.S.A,para incrementar a sua carreira artistica,mas ainda há dias voltou com o rabo entre as pernas mais a "múmia".
O mais triste no meio disto tudo é os nossos pseudo-jornalistas ainda lhe darem conversa.
É a "coisa" que temos!!!!
ATT,eu não disse país!!!