Às 21,30 horas do dia 14 de Maio de 1956, no Teatro Avenida, em Coimbra, realizou-se a 67ª Sessão do Clube de Cinema de Coimbra com a exibição de “Ladrões de Bicicletas”, 1948, realização de Vittorio de Sica. Uma adaptação de Cesare Zavattini do romance de Luigi Bartolini.
Vittorio de Sica não encontrou, quer em Itália, quer fora, produtor para o filme, pelo que se viu na necessidade de também assumir esse papel.
No programa transcreve-se um pequeno texto de Cesare Zavattini:
"Um olhar receoso de rapaz interrogador, inquieto sobre a vida que vem, um sorriso feliz para a vida a vida que canta, valem mil vezes mais do que todos os sorrisos reunidos de Hollywood…
"O melhor cinema tem o dever de continuar o seu caminho, aquele que lhe é ditado pela realidade humana e social contemporânea. Ele dá-lhe a sua razão de ser, o seu carácter nacional e o seu valor universal.
"Fá-lo seguir em frente, audaciosamente e lutar contra todos os obstáculos económicos e políticos, contra a desconfiança e a hostilidade que encontra na sua frente. Hoje não temos o direito de usar a nossa câmara, esse maravilhoso e formidável meio de expressão, para banalidades.
O sentido real dos meus filmes, é a procura da solidariedade humana".
Nunca é demais salientar o papel que, antes de 25 de Abril, os Cine-Clubes, um pouco por todo o país, desempenharam na tarefa de furar as trevas em que o ditador de Santa Comba mergulhara o país.
A primeira vez que viu “Ladrões de Bicicletas” foi em 1965 no Cine-Clube do Barreiro e havia sempre o cuidado de os dirigentes programarem os filmes para, quem tivesse ido de Lisboa assistir ao filme, não perdesse o último barco, que saía à meia-noite.
Este documento faz parte do acervo cinematográfico do Luís Mira.
Colaboração de Gin-Tonic
Vittorio de Sica não encontrou, quer em Itália, quer fora, produtor para o filme, pelo que se viu na necessidade de também assumir esse papel.
No programa transcreve-se um pequeno texto de Cesare Zavattini:
"Um olhar receoso de rapaz interrogador, inquieto sobre a vida que vem, um sorriso feliz para a vida a vida que canta, valem mil vezes mais do que todos os sorrisos reunidos de Hollywood…
"O melhor cinema tem o dever de continuar o seu caminho, aquele que lhe é ditado pela realidade humana e social contemporânea. Ele dá-lhe a sua razão de ser, o seu carácter nacional e o seu valor universal.
"Fá-lo seguir em frente, audaciosamente e lutar contra todos os obstáculos económicos e políticos, contra a desconfiança e a hostilidade que encontra na sua frente. Hoje não temos o direito de usar a nossa câmara, esse maravilhoso e formidável meio de expressão, para banalidades.
O sentido real dos meus filmes, é a procura da solidariedade humana".
Nunca é demais salientar o papel que, antes de 25 de Abril, os Cine-Clubes, um pouco por todo o país, desempenharam na tarefa de furar as trevas em que o ditador de Santa Comba mergulhara o país.
A primeira vez que viu “Ladrões de Bicicletas” foi em 1965 no Cine-Clube do Barreiro e havia sempre o cuidado de os dirigentes programarem os filmes para, quem tivesse ido de Lisboa assistir ao filme, não perdesse o último barco, que saía à meia-noite.
Este documento faz parte do acervo cinematográfico do Luís Mira.
Colaboração de Gin-Tonic
1 comentário:
Talvez o mais neo-realista dos filmes do neo-realismo italiano.
Enviar um comentário