Tão exótico como em 1971, Elton John, 62 anos e rechonchudo, encheu domingo à noite o Pavilhão Atlântico, em Lisboa, cantando durante duas horas e meia para umas 11 mil pessoas... sentadas!
Elton John até terá sido quem mais se mexeu no Pavilhão com os tradicionais saltos ao piano, pulos no banco e piscinas de uma ponta à outra do palco, para agradecimentos, além de ter exercitado longamente o dedo a dar autógrafos às primeiras filas.
Raramente um concerto começará de uma maneira tão fulgurante e entusiasmante como este, com um "Funeral For A Friend" que convocou todas as forças em presença no palco. Deslumbrante, magnetizante!
Elton John iniciou o concerto 8 minutos antes da hora marcada, exactamente os mesmos 8 minutos de atraso com que terminou a primeira parte de Teddy Thompson. Compensação britânica?
Sozinho com uma viola acústica electrificada, o filho de Richard e Linda Thompson teve a mesma má sorte que normalmente têm as primeiras partes de famosos: indiferença.
Cantando para um pavilhão vazio, com o alinhamento colado na borda da guitarra à Paul McCartney, Teddy Thompson, sempre bem educado, apresentou-se: "Good evening, my name is Teddy Thompson and I'm from London. That's it!". Genial, para quem é filho de quem é.
Com simplicidade, mas talento genuino, cumpriu a missão ingrata com uma dezena de canções que, evidentemente, ninguém conhecia, a não ser a versão de "Super Trouper", dos Abba, o que não o impediu de agradecer.
"Muito obrigado por me terem escutado e obrigado também a Sir Elton John por me ter convidado, foi um prazer" e foi-se embora já com uma razoável dose de aplausos.
Depois de "Funeral For A Friend", com a mestria descrita, e com as contribuições de Davey Johnstone e Nigel Olsson, músicos de sempre de Elton John, foram sucessivamente decorrendo os grandes sucessos do Membro do Império Britânico num palco sem cenário nem parafernália de luzes, onde só a música é rainha.
Em "Rocket Man", Elton John estendeu a canção ao máximo, com elucubrações musicais que correram o risco de entediar, bem como "Take Me To The Pilot", que ficou embrulhada no meio de tanto ataque ao piano.
Elton John dedicou depois "Don't Let The Sun Go Down On Me" a Cristiano Ronaldo, presente na sala, e a quem Paris Hilton já carimbou de mariquinhas.
À falta de isqueiros, funcionaram os ecrãs luminosos dos telemóveis para "Candle In The Wind" e pouco depois algumas dezenas de pessoas lá abandonaram as cadeiras da plateia e abeiraram-se do palco, sem grandes histerias, mas o povo fez desabridamente o coro de "Crocodile Rock".
O concerto terminou com "Your Song", dedicado a cada uma das pessoas presentes no Pavilhão.
Que canções me fizeram pele de galinha?
Eu digo:
"Funeral For A Friend", "Goodbye Yellow Brick Road", "Daniel", "Skyline Pigeon" e "Your Song".
LPA
Elton John até terá sido quem mais se mexeu no Pavilhão com os tradicionais saltos ao piano, pulos no banco e piscinas de uma ponta à outra do palco, para agradecimentos, além de ter exercitado longamente o dedo a dar autógrafos às primeiras filas.
Raramente um concerto começará de uma maneira tão fulgurante e entusiasmante como este, com um "Funeral For A Friend" que convocou todas as forças em presença no palco. Deslumbrante, magnetizante!
Elton John iniciou o concerto 8 minutos antes da hora marcada, exactamente os mesmos 8 minutos de atraso com que terminou a primeira parte de Teddy Thompson. Compensação britânica?
Sozinho com uma viola acústica electrificada, o filho de Richard e Linda Thompson teve a mesma má sorte que normalmente têm as primeiras partes de famosos: indiferença.
Cantando para um pavilhão vazio, com o alinhamento colado na borda da guitarra à Paul McCartney, Teddy Thompson, sempre bem educado, apresentou-se: "Good evening, my name is Teddy Thompson and I'm from London. That's it!". Genial, para quem é filho de quem é.
Com simplicidade, mas talento genuino, cumpriu a missão ingrata com uma dezena de canções que, evidentemente, ninguém conhecia, a não ser a versão de "Super Trouper", dos Abba, o que não o impediu de agradecer.
"Muito obrigado por me terem escutado e obrigado também a Sir Elton John por me ter convidado, foi um prazer" e foi-se embora já com uma razoável dose de aplausos.
Depois de "Funeral For A Friend", com a mestria descrita, e com as contribuições de Davey Johnstone e Nigel Olsson, músicos de sempre de Elton John, foram sucessivamente decorrendo os grandes sucessos do Membro do Império Britânico num palco sem cenário nem parafernália de luzes, onde só a música é rainha.
Em "Rocket Man", Elton John estendeu a canção ao máximo, com elucubrações musicais que correram o risco de entediar, bem como "Take Me To The Pilot", que ficou embrulhada no meio de tanto ataque ao piano.
Elton John dedicou depois "Don't Let The Sun Go Down On Me" a Cristiano Ronaldo, presente na sala, e a quem Paris Hilton já carimbou de mariquinhas.
À falta de isqueiros, funcionaram os ecrãs luminosos dos telemóveis para "Candle In The Wind" e pouco depois algumas dezenas de pessoas lá abandonaram as cadeiras da plateia e abeiraram-se do palco, sem grandes histerias, mas o povo fez desabridamente o coro de "Crocodile Rock".
O concerto terminou com "Your Song", dedicado a cada uma das pessoas presentes no Pavilhão.
Que canções me fizeram pele de galinha?
Eu digo:
"Funeral For A Friend", "Goodbye Yellow Brick Road", "Daniel", "Skyline Pigeon" e "Your Song".
LPA
19 comentários:
Excelente!
Fialho
LPA,
A reportagem da jornalista da SIC diz que Elton cantou Nikita...
JA
Diz mal, aposto um milhão de dólares!
LT
Elton John é que é o verdadeiro rei da pop.
Desde 1971 que o é.
Qual Jacko qual carapuça!
Nem mais! Gosto de muita música de Michael Jackson, mas nunca a considerei pop!
Nunca percebi esta auto-proclamação, só se fôr porque a "pop" é uma música de brancos, digo eu.
LT
http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/NoticiasCultura/2009/6/elton-john-em-lisboa.htm
JA
na blitz a Lia diz :
Alinhamento do concerto de Elton John em Lisboa, a 28 de Junho de 2009 (digressão Rocket Man Tour)
1. Funeral For A Friend/Love Lies Bleeding
2. Saturday Night's Alright For Fighting
3. Burn Down The Mission
4. Goodbye Yellow Brick Road
5. I Guess That's Why They Call It The Blues
6. Daniel
7. Honky Cat
8. I Want Love
9. Rocket Man
10. Sad Songs (Say So Much)
11. Take Me To The Piot
12. Sorry Seems To Be The Hardest Word
13. Tiny Dancer
14. Sacrifice
15. Don't Let The Sun Go Down On Me
16. All The Young Girls Love Alice
17. Candle In The Wind
18. Skyline Pigeon
19. Are You Ready For Love
20. Bennie and the Jets
21. Bitch Is Back
22. Crocodile Rock
ENCORE
23 I'm Still Standing
24. Your Song
Texto de Lia Pereira :
http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/47952
Ó JG, não era preciso ir à Blitz consultar o alinhamento. Ele já constava aqui:
http://guedelhudos.blogspot.com/2009/06/elton-john-hoje-em-lisboa.html
E deixa-me dizer-te que o texto da Blitz não é lá muito feliz: além de falhar relevantes notas de reportagem, dá umas... ao lado (digo eu!).
LT
Se achas isso do Blitz lê o do Público de hoje... mas antes senta-te para não dares um tombo.
JA
Vítor Belanciano, no Público acha que o concerto foi "mau. Muito mau. Mesmo muito, muito, muito mau" ( tem um muito a mais, mas não faz mal- é para realçar).
"A música foi pomposa e desvitalizada"; "Assistiu-se a solos de guitarra desnecessários, fórmulas que se repetiram exaustivamente(...) numa mistura de rock sem alma, delírios pop coloridos e baladas adocicadas".
"Competência sim. Mas uma competência sem nervo e intensidade."
O tal Belanciano que escreveu isto, a meio da crónica também escreveu:
"A sua voz não está deformada pela idade, nem perdeu a habilidade para correrias ao piano".
Ora era exactamente isto que gostaria de saber para saber que foi um bom concerto.
O Belanciano fez uma boa crónica com essa simples frase.
O resto é uma cretinice de crítico. Perdo-se, se disser antes quem aprecia na pop.
Se calhar...a Madonna. Vai uma aposta?
Caro LT,
Já não é a primeira vez, que me pernuncio, acerca de Elton John.
No meu caso, nunca tive problemas e muito menos agora, de ser um fã incondicional de Elton John, desde o grande concerto em Agosto 1971, precisamente em Vilar de Mouros.
A única nota que eu quero deixar aqui registado e até acho piada de certa forma, é quando as pessoas não gostam dum artista, é inacreditável a forma e os vários pretextos, que vão arranjar para arrasar, esse próprio artista.
No meu caso, só faço votos que Sir Elton John e mais a sua banda ( que são francamente bons ), não estejam demasiado tempo, sem voltar a Portugal.
Com consideração,
Fernando Ferrador
Elton John é um grande artista pop.
Muito, muito, mesmo muito grande.
Há duas ou três canções que me suscitaram ao tempo admiração pela novidade, embora Elton John não seja um inovador como outros o foram.
Uma delas é Crocodile rock, uma páráfrase ao rockn´roll, cantada e tocada em estilo inimitável. Pode dizer-se que o rockn´roll, em 73 já estava esgotado na invenção e é verdade porque Chuck Berry já tinha escrito o dicionário todo, com comentários e tudo, mas a cançoneta de Elton John é única, para mim.
Outra, é de 75 e de um dos melhores discos do compositor, Captain fantastic e é Better off dead. Em estili misturado com destaque para o piano e bateria na gravação original, é um achado.
A seguinte é um single com Kiki Dee, de 1976: Don´t go breaking my heart. Passados estes anos, ainda gosto de ouvir a cançoneta e a interacção vocal.
De resto, os discos Honky Chateau, Goodbye Yellow brick road e Captain Fantastic são os meus preferidos. E Madman across teh water tem a minha canção preferida de Elton John: Tiny Dancer.
Quem faz uma canção como esta, tem lugar assegurado no meu passeio da fama, para sempre.
Isso, José... e, para mim, "Madman Across the Water" é mesmo o melhor disco de Elton John... grandes canções, extraordinários arranjos musicais...
Depois de acabar de ler os vossos textos, tanto do José como do Filhote, estou totalmente de acordo com as vossas opiniões, se bem que tenho uma dúvida acerca de Better of dead. Terei que ouvir, para formar a minha opinião.
Fernando Ferrador
As canções de Elton John que costumava gravar em cassete, para ouvir no carro ( o que ainda faço), são estas que seguem embora haja muitas mais que não gravei ( por exemplo Friends, da banda sonora do mesmo nome):
Honky Cat e Rocket man, de Honky Chateau.
Roy Rogers e Goodbye Yellow Brick Road, do disco com o mesmo nome.
Tiny Dancer, de Madman.
Captain Fantastic, Tell me when the whistle blows, Better off dead e Writing, de Captain fantastic.
Daniel, Skyline Pigeon, de Don´t shoot me ( o skyline é bónus no cd).
That´s all folks.
That's not all folks, José!
Para mim - fã incondicional do Reg White ( e do White também...) num despique fratricida o seu melhor álbum é o homónimo "Elton John" e 1970 ano de nascimento do senhor...Gouveia!
Ouvir pérolas como The Greatest Discovery é quase uma experiência mística! A letra de Bernie Taupin é das coisas mais belas da história da musica pop.
http://www.youtube.com/watch?v=QEw9SB8NMfs
Tem toda a razão, senhor Gouveia, já me esquecia desse LP de "charneira"... ai, senhores!
De facto, nenhuma das cançonetas que referi tinha sido editada em Julho de 1971, altura do Festival de VIlar de Mouros, onde Elton John esteve presente.
E no entanto, o cantor-compositor já era uma pop star acabada.
Até limousine pediu no hotel onde ficou instalado, em Viana do Castelo. Um hotel relativamente modesto para os gostos do Reg, mas recente ( na época).
O concerto foi em Agosto...
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