domingo, 3 de maio de 2009

FRANCISCO JOSÉ


A mexer em papelada, para algo completamente diferente, foi dar com este anúncio publicado na página de espectáculos do “Diário de Notícias” de 4 de Dezembro de 1964.

O anúncio diz que Francisco José está a actuar no “Chicote” até ao dia 8 de Dezembro e que lhe vai ser oferecido um jantar de despedida antes da sua partida para o Brasil.

Francisco José viu-se na contingência de sair do País por causa da sua declaração de protesto, na Rádio Televisão Portuguesa, em directo.

O cantor de charme de voz uterina, como lhe chamava o Dudu, insurgia-se contra o facto de os artistas portugueses serem pagos miseravelmente enquanto qualquer badameco de meia tijela, desde que fosse estrangeiro, ganhava uma pipa de massa.

A diatibre tinha em vista os 10.00$00 (ou seriam 20.000$00?) que a televisão pagara a Tony Dallara por um programa de variedades.

O regime não gostou nada da brincadeira, exigiu que a Televisão deixasse de fazer directos deste tipo de acontecimentos, e declarou Francisco José “personna non grata”.

Acabou por ser a sorte do cantor. Conseguiu fazer no Brasil uma carreira que aqui, em Portugal, talvez não chegasse a tanto.

Colaboração de Gin-Tonic

4 comentários:

Karocha disse...

O ditado é velho, ele há males que vêm por bem!!!

filhote disse...

E como já aqui foi escrito (ou não?), Francisco José era tio do gemólogo Rui Galopim e do seu irmão, jornalista, Nuno Galopim...

gps disse...

E irmão do Professor Galopim de Carvalho

E tio-avô de uma sobrinha-neta de Mr. ié ié

Anónimo disse...

Fica tudo em família!