sábado, 18 de abril de 2009

25 ABRIL: TARRAFAL


“Tarrafal – Testemunhos”, coordenação de Franco de Sousa, prefácio de Francisco Miguel, capa de Gil Teixeira Lopes, Editorial Caminho, 1978, 341 págs.

3 comentários:

Camilo disse...

Sei que vou ser polémico, mas...
esta está-me "cá dentro"...
Sobre o Tarrafal, sempre, mas sempre tive uma ideia.
Diferente da maior parte dos menos atentos...!
O problema para os "detidos"... era estarem longe da família.
Digo "detidos", porque presos, são os que estão dentro duma cela.
No Tarrafal, segundo "me contaram"... ... os presos andavam em "liberdade".
Faziam as suas lavras e "comiam" umas nativas.
Desde 1975 que costumo gozar com esta pergunta (humorística) de minha autoria.
(Note-se que sou doido por... humor):
-Quantos mulatos, filhos dos presos políticos, não estarão por lá, pelo terríifico... Tarrafal?
Às vezes, costumo dizer:
-O Soares não vai ao Tarrafal, com "mêdo" que lhe apareça por lá um mulato parecido com ele a chamar-lhe:
PAI!!!
...
E agora, vamos lá à polémica!!!

Fernando Correia de Oliveira disse...

Pode dizer-se que há três Tarrafais - o primeiro, usado a partir da inauguração, penso que em 1936, com uma primeira leva de anarco-sindicalistas e comunistas (as condições eram duríssimas em termos de regime, de alimentação, de saúde pública - conheci um tarrafalista com o recorde da "frigideira", a solitária feita em chapa onde os presos eram encerrados por dias ou semanas, o Ariosto Mesquita, já falecido, que passou pela administração da ANOP; o segundo, com condições menos pesadas, mas sempre com o problema da saúde pública, e que foi usado contra a oposição continental no final da II Guerra Mundial e até 1954, quando o campo encerrou; e o terceiro, com as condições de novo a piorarem, a ser usado como campo de concentração e exílio para os militantes nacionalistas das colónias, a partir da reabertura, de 1961.
Falar levianamente do Tarrafal é, não uma provocação, mas uma garotice. E o Mário Soares esteve exilado em São Tomé e não em Cabo Verde, pelo que a haver filhos esquecidos seria mais na terra dos cocos.
Pormenor pouco conhecido do PREC: quando se dá o 11 de Março e as coisas começam a extremar-se, o COPCON fez o assalto às sedes do MRPP, prendendo centenas de militantes maoistas. Esteve para ser reeditada a política de "campo de concentração" em relação aos oposisionistas, desta vez nas Berlengas, por sugestão, salvo erro, de Vasco Lourenço, mas o delírio não chegaria tão longe e a ideia morreu.

ié-ié disse...

Assisti, infelizmente, a um desses assaltos do COPCON ao MRPP. Foi em Carcavelos. Deitavam tudo pela janela fora.Foi mais uma insensatez. E o Saldanha Sanches foi dentro de novo nesta altura.

LT