"O Salazar Nunca Mais Morre", Manuel Beça Múrias, Planeta, 2009, 144 págs, € 13,85
Manuel Beça Múrias foi um dos dois mais brilhantes chefes que jamais tive no jornalismo. O outro foi Andrade Santos (ANOP).
Trabalhei com o Beça no final da década de 70 em "O Jornal". Ele e a mulher, Maria João, que chefiava o Arquivo, formavam uma dupla imbatível.
Naqueles dias conturbados da Revolução, o Beça - chefe de redacção - era sempre uma voz moderada, de esquerda, mantendo "O Jornal" à tona da água. Ele, e os seus companheiros da cooperativa de jornalistas, Cáceres, Zé Carlos Vasconcelos, Praça, Assis Pacheco, Piconé, Segurado, Silva Pinto...
Por alguma razão, "O Jornal" era considerado o porta-voz do Grupo dos Nove.
No dia 11 de Agosto de 1978, eu, o Beça e o Segurado (acho que era o Segurado), no meio de (mais uma) crise governamental, publicámos um "anúncio" hilariante no Periscópio, na pág. 12.
Rezava:
PRIMEIRO-MINISTRO PRECISA-SE
Democrata e competente, com ou sem prática, livre de obrigações militares, exigem-se bons contactos e apoio dos partidos políticos, mesmo de sinais contrários. Assunto muito sério. Condições a combinar. Entrada imediata para prestação de provas em São Bento.
RESPOSTA AO PALÁCIO DE BELÉM
O "anúncio" correu Mundo, via agências noticiosas internacionais.
Com a publicação da capa do seu novo livro presto a minha homenagem a quem muito devo e não esqueço!
Manuel Beça Múrias faleceu em 1987.
Manuel Beça Múrias foi um dos dois mais brilhantes chefes que jamais tive no jornalismo. O outro foi Andrade Santos (ANOP).
Trabalhei com o Beça no final da década de 70 em "O Jornal". Ele e a mulher, Maria João, que chefiava o Arquivo, formavam uma dupla imbatível.
Naqueles dias conturbados da Revolução, o Beça - chefe de redacção - era sempre uma voz moderada, de esquerda, mantendo "O Jornal" à tona da água. Ele, e os seus companheiros da cooperativa de jornalistas, Cáceres, Zé Carlos Vasconcelos, Praça, Assis Pacheco, Piconé, Segurado, Silva Pinto...
Por alguma razão, "O Jornal" era considerado o porta-voz do Grupo dos Nove.
No dia 11 de Agosto de 1978, eu, o Beça e o Segurado (acho que era o Segurado), no meio de (mais uma) crise governamental, publicámos um "anúncio" hilariante no Periscópio, na pág. 12.
Rezava:
PRIMEIRO-MINISTRO PRECISA-SE
Democrata e competente, com ou sem prática, livre de obrigações militares, exigem-se bons contactos e apoio dos partidos políticos, mesmo de sinais contrários. Assunto muito sério. Condições a combinar. Entrada imediata para prestação de provas em São Bento.
RESPOSTA AO PALÁCIO DE BELÉM
O "anúncio" correu Mundo, via agências noticiosas internacionais.
Com a publicação da capa do seu novo livro presto a minha homenagem a quem muito devo e não esqueço!
Manuel Beça Múrias faleceu em 1987.
3 comentários:
Será da família da Sílvia Múrias que foi da RTP e do Musicomania (programa da antena 1 com Raul Durão, no qual começaram muitos jovens que andam por aí: Jorge Gabriel, Jorge Alexandre Lopes, Carlos Dias da Silva, talvez o Nuno Santos, ...)
Penso que foi o Joaquim Letria que foi muito critico com o MBM na recente entrevista que deu na Antena 1. Já não me lembro do contexto.
Já tenho o meu livro e acho que é dos melhores livros que já li. O retrato completo da guerra nas terras de África.
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