quinta-feira, 2 de novembro de 2017

THE NAT KING COLE COLLECTION



CCSLP 144 (1986)

Side 1

Don’t Cry, Cry Baby – Last But Not Least – On The Sunny Side of The Street – Sweet Georgia Brown – Yes Sir Thtt’s My Baby – Body and Soul

Side 2

Cole’s Bop Blues – Frim Fram Sauce – If You Can’t Smile and Say Yes – Miss Thing – Satchelmouth Baby – Sweet Lorraine

Side 3

The Troubled With Me Is You – Old Piano Plays the Blues – It’s Only a Paper Moon – The Gratest Invention – Bugle Call Rag – Blues

Side 4

I’m Lost – Nat Meets June – Rosetta – Tea For Two – The Man on the Little White Keys

Quando o pai conseguiu comprar, em suaves prestações, um televisor lá para casa, um enorme Nordmend, naturalmente a preto e branco, o primeiro programa que, espantados e felizes, vimos, foi um Nat King Cole Show.

Suponho que foi aí que o pai agarrou o gosto pelo velho Nat.

Foi ele quem comprou todos os EPs de Nat King Cole a cantar em espanhol e português, discos que fizeram o sucesso dos bailes da casa.

Esses EPs perderam-se pelo caminho, mais tarde recuperou-os, editados em LP, e ainda por aqui moram.

Curiosamente, foi a partir desses cachitos, desses quizás, desses perfidia , desses quero chorar não tenho lágrimas, desses ay coisita linda, que, anos mais tarde, passou a uma outra escala e conheceu o verdadeiro Nat, o pianista de jazz, mas também o cantor de standards que vira nos tais Nat King Cole Show e considerava uma seca de todo o tamanho, porque quase não sabia português, quanto mais inglês

A voz de Nat King Cole é um veludo eterno. É tão macia que apetece embrulharmo-nos nela.

Ninguém soube cantar como ele – como se respirasse, sem esforço, sem exibição, como se ciciasse aos nossos ouvidos, disse alguém de que não lembra o nome.

Mas lembra que foi João Gilberto quem disse: ele não é preto, não. É azul.

Um cancro nos pulmões levou-nos, prematuramente, essa voz, esse doce sussurro.

Texto de Gin-Tonic

1 comentário:

Rato disse...

«A voz de Nat King Cole é um veludo eterno. É tão macia que apetece embrulharmo-nos nela.»
Nunca tinha lido uma definição tão acertiva da voz do Nat King Cole.
Na mouche!