quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

McCARTNEY NA ROLLING STONE BRASILEIRA


Rolling Stone, edição brasileira, nº 50, Novembro 2010

Cortesia de Filhote, frete de (S)LB

11 comentários:

Abel Rosa disse...

Diz ele apontando: " Eu é que sou o Presidente da Junta, Yeahhhhh!"

Anónimo disse...

Sem dúvida alguma que Macca é um grande artista, digo mais, um dos maiores do mundo.
Mas dizer que é o maior artista vivo, como na capa desta RS brasileira, só pode ser compreendido à luz de uma simpática cortesia em vésperas do concerto do Rio (fica sempre bem.

Há mais mundo artístico para além do rock.

Mas só no que ao rock concerne, que se saiba, Bob Dylan e Chuck Berry, encontram-se igualmente vivos e ainda bem, não se alcançando como o autor daquela que é, pela própria RS ( americana) considerada a melhor música de sempre (“Like a Rolling Stone”) possa estar agora relegado pela sua filial brasileira num altar abaixo de Macca.

Como letrista, Macca fica anos-luz atrás de Dylan. Mas fosse só isso.!

JR

filhote disse...

JR,

A capa diz "maior" e não "melhor"...

... e "maior" que o Macca não existe na História do Rock'n'Roll!

Trata-se do artista (vivo) com mais prémios, números 1, recordes batidos, maior fortuna, etc, etc, etc... não esquecendo: é um BEATLE!

Na minha opinião, naquele mundo mágico em que as mais belas e inovadoras revoluções sónicas despontaram - onde o Rock era também sentimento e não apenas ritmo e atitude -, os verdadeiros feiticeiros da verdade não eram muitos... Brian Wilson, Dylan, Lennon, talvez mais dois ou três, e... Macca!

E o Macca, ao contrário de todos os restantes, citados ou não, é um fenómeno!

O próprio Dylan confessou há poucos meses, numa entrevista para a revista Mojo, que Paul McCartney nunca o deixa de espantar, "é extraordinário!"...

Pois é, o Macca é compositor (genial), produtor, cantor, multi-instrumentista, e showman de primeira aos 68 anos!

Existe, na música popular, "maior" artista do que este?

O Macca é o "maioral"!

Viva o Macca!!!!!

Nota final: essa história do McCartney "fraco letrista" é um mito. Depende das canções e dos temas em questão. O Macca é exímio nos temas mais sentimentais... Dylan, por exemplo, tem péssimas letras nessa área... e o que dizer de um compositor que escreveu "Eleanor Rigby", "She's Leaving Home" ou "Yesterday"????

Abel Rosa disse...

É o que eu penso...existe muito preconceito contra os Beatles, nomeadamente McCartney, mas cada um faz as suas escolhas, nada contra. Agora "fraco letrista"! estou como o Dylan, surpreendido, é que considero que algumas das mais profundas e sensíveis palavras do rock'n'roll foram escritas por McCartney, foi talvez um dos primeiros a reciclar as "novas " correntes filosóficas e do pensamento moderno em
"silly Love Songs" dizem alguns.

filhote disse...

"Silly Love Songs", belíssima canção, com uma demolidora linha de baixo. É meu desejo ainda ver um dia o Macca a tocá-la, de novo, ao vivo!

Quanto ao meu post anterior, apenas exagerei na passagem "Dylan, por exemplo, tem péssimas letras nessa área".

Tal como aqueles jogadores de futebol que nunca sabem jogar mal, Dylan não sabe escrever mal. Sendo assim, eu diria: "Dylan, por exemplo, tem letras menos inspiradas nessa área".

Anónimo disse...

Bebendo da fonte da própria Rolling Stone (site americano), concretamente da sua lista dos "100 Greatest Artists of All Time”, John Lennon aparece em 38º lugar, mas Macca, nem vê-lo ( a não ser integrado nos Beatles). Ou seja, a carreira de Macca desintegrada dos Beatles não vale uma entrada nos 100 mais, ao contrário de Lennon ( e, por exemplo, de Eric Clapton que aparece a solo, independentemente dos igualmente presentes “Yarbirds” e “Cream”.).

Estranho que a sucursal brasileira o considere o maior artista vivo, da mesma forma que estranho que Macca não figure nos 100 mais. Porque será ???

Continuo a pensar que Dylan é um artista mais completo que o baixista dos Beatles, chegando o seu multifacetado perfil e historial para competir de igual para igual com este agrupamento.

Na verdade, ainda os Beatles eram uma banda de “silly love songs” fugindo de teenagers aos gritinhos de ye-ye e já Dylan, dotado de uma maturidade precoce, desconstruía os valores e muita hipocrisia da sociedade de então, cantando temas como “The Times They Are a-Changin”, e fosse só este, tendo que decorrer mais de metade da carreira dos “fab four” até estes chegarem ao Sgt. Peppers.

E se falarmos no empenhamento de Dylan nos direitos cívicos e no seu pioneirismo revolucionário então Dylan ressalta com uma referência incontornável dos sessentas.

Tudo isto sem desprimor algum por Macca de quem sou um grande admirador, mas não o suficiente para dizer “tout court” que é o “maior artista vivo”.

JR

Anónimo disse...

Se me é permitida uma recomendação, atrever-me-ia a recomendar o visionamento do documentário "No Direction Home : Bob Dylan" do oscarizado ( e com mais seis nomeações) realizador Martin Scorsese, também ralizador do memorável "The Last Waltz" sob o fim da banda de apoio a Dylan e onde participa, entre muitas estrelas do firmamento musical, o "beatle" Ringo Starr.

São muitas estrelas do universo a prestar homenagem a alguém que não pode passar despercebido como fosse uma estrela menor ou anã, ou que uma qualquer Rolling Stone, versão carioca, possa empalidecer por qualquer explosão ou show de superveniente Supernova.

JR

filhote disse...

Caro JR, deixo algumas notas soltas:

1. Eu diria "até estes (Beatles) chegarem a 1965, com os LPs Help! e Rubber Soul"...

2. De qualquer forma, nunca confundir a Folk pura e dura, onde Dylan integrou-se no início, com os princípios artísticos Pop da British Invasion.

3. Nunca subestimar a música em si, o som, afinal a essência da arte musical, valorizando mais as palavras. Afinal, a música não precisa de palavras para o ser.

4. E nunca esquecer que Dylan "tornou-se eléctrico", Rock'n'Roll Star, por causa dos Beatles. Dylan afirma: "eles (Beatles) apontaram o caminho a seguir".

5. Partilho da admiração pelo documentário "No Direction Home" (tenho o DVD e já o visionei, na íntegra, cinco vezes!), e ainda mais pela obra-prima "The Last Waltz" (um dos filmes que mais me marcaram na adolescência).

6. Todo o universo Rock'n'Roll sabe por que razão John Lennon sempre foi mais considerado que Paul McCartney na Rolling Stone... Yoko Ono é das personalidades mais influentes junto da revista... sempre foi... tal como Mick Jagger, principal responsável pela ida da publicação para Inglaterra...

7. Preferir John ou Paul, nos Beatles ou a solo, é uma discussão sem fim. Infinita e inconsequente. Trata-se apenas de uma questão de gosto. Há quem considere George Harrison o mais genial dos Fab Four...

8. Quanto a esta Rolling Stone, ainda no formato grande, ela é bem mais paulistana que carioca...

Grande Abraço!

Abel Rosa disse...

Filhote

É isso aí, eu sei que tu tambem funcionas como eu, adoramos aqueles sinais e referências, sejam uma linha de baixo uma viola subtil ou mesmo descarada, uma vocalização imperfeita mas com alma... Tudo faz parte da música, tudo menos as listas ( guilty pleasures...) por exemplo da Rolling STone, mas na verdade qual é a importÂncia das Listas da Rolling STone? tem alguma relevância!!!!O filhote já apontou alguns dos "defeitos"...até podia apontar mais 2 ao nível da Direcção Editorial, mas francamente não adianta. Curiosamente lendo a entrevista a McCartney na RS brasileira, está lá o mote,quando o reporter informa Paul que no Brasil os jovens adeptos da música e estilo Indie adoram os seus primeiros 2 albuns...coisas de um artista que atravessou as gerações e já percebeu que muito boa gente gosta do seu trabalho a solo, alguns ainda o vão descobrir, nunca é tarde...Maybe I'm Amazed.

BOM ANO

filhote disse...

Aliás, Abel, é impressionante a loucura dos jovens brasileiros (adolescentes e afins) pelo Macca.

E pensava eu que o fenómeno estava ligado à paixão avassaladora pelos Beatles - sem exagero, não existe dia que não veja na rua um adolescente com uma t-shirt dos Fab Four.

Afinal, como constatei nos shows do Morumbi, a galera também é louca pelos Wings... como eu... enfim, vim parar à terra prometida, ehehehe...

No Brasil, o fenómeno Macca só é comparável ao fenómeno U2.

Por outro lado, na Argentina, a devoção centra-se mais nos Rolling Stones.

Abraço, e um 2011 cheio de Rock'n'Roll!!!

Anónimo disse...

Por acaso, os meus dois filhos, da geração de Lady Gaga e Eminem, adoram coisas com "Unlce Albert/ Admiral Halsey", "Once Upon a Long Ago", "Live and Let Die", "Wanderlust", e outras que eu, rande fan ddaquele que considero um dos maiores artistas vivos adoro igualmente e trago sempre comigo no carro, fan mais ainda dos Beatles enquanto banda. Neste último caso caso a Rolling Stone não se enganou como em relação a a Macca.

Na verdade, só alguém que não é deste planeta, pode dizer que Macca não ter lugar nos "100 Greatest Artists of All Time”.

JR