domingo, 12 de dezembro de 2010

COME AND GET IT


APPLE - 5099964639727 - 2010

Those Were The Days (Mary Hopkin) - Carolina In My Mind (James Taylor) - Maybe Tomorrow (Iveys) - Thingumybob (Black Dyke Mills Band) - King Of Fuh (Brute Force) - Sour Milk Sea (Jackie Lomax) - Goodbye (Mary Hopkin) - That's The Way God Planned It (Billy Preston) - New Day (Jackie Lomax) - Golden Slumbers/Carry That Weight (Trash) - Give Peace A Chance (Hot Chocolate Band) - Come And Get It (Badfinger) - Ain't That Cute (Doris Troy) - My Sweet Lord (Billy Preston) - Try Some, Buy Some (Ronnie Spector) - Govinda (Radha Krishna Temple) - We're On Our Way (Chris Hodge) - Saturday Nite Special (Sundown Playboys) - God Save Us (Bill Elliot & the Elastic Oz Band) - Sweet Music (Lon & Derrek van Eaton) - Day After Day (Badfinger)

Uma preciosidade de colectânea com diversas raridades nunca antes vistas em CD.

Algumas notas:

"Those Were The Days" foi, em 1968, o primeiro single da Apple, extra-Beatles;

Carolina, em "Carolina In My Mind", não é nome de pessoa, mas sim o Estado da Carolina do Norte, de onde James Taylor é natural e de que tinha saudades. Paul McCartney toca baixo e George Harrison está nos coros;

Iveys foi o nome primitivo dos Badfinger. A capa do disco que está reproduzida no inlay é a da edição portuguesa;

Composto por Paul McCartney, "Thingumybob" era o genérico de um programa de televisão. A capa do disco que está reproduzida no inlay é a da edição portuguesa;

"King Of Fuh" é um estranho disco dos Brute Force que nunca viu edição comercial, esta é a primeira vez que aparece. Foi apadrinhado por George Harrison e John Lennon;

Jackie Lomax chegou a tocar bateria bateria com os Beatles em 1960, num concerto em Wallasey, Merseyside. George toca guitarra-ritmo, Ringo bateria, Paul baixo e Eric Clapton guitarra-solo;

"Goodbye" é uma composição de Paul McCartney, embora creditada a Lennon/McCartney;

"That's The Way God Planned It" tem as participações de George Harrison (guitarra), Keith Richards (baixo), Ginger Baker (bateria) e Eric Clapton (solo);

A capa de "New Day" (Jackie Lomax) que está reproduzida no inlay é da edição portuguesa;

Os Trash foram trazidos para a Apple por Tony Meehan, dos Shadows;

"Give Peace A Chance" é uma versão reggae;

Paul McCartney compôs e produziu "Come And Get It" para a banda sonora de "Magic Christian", com Peter Sellers e Ringo Starr;

George Harrison compôs e co-produziu "Ain't That Cute", de Doris Troy;

"My Sweet Lord" foi dado primeiro por George Harrison a Billy Preston;

"Try Some, Buy Some" foi composto por George Harrison e co-produzido pelo Beatle e Phil Spector. Ronnie Spector foi uma das Ronettes;

"Govinda " foi produzido por George Harrison;

Chris Hodge era protegido de Ringo Starr;

Os Sundown Playboys não eram músicos profissionais;

"God Save Us" foi co-composto por John Lennon e Yoko Ono e gravado em casa de John, mas por razões contratuais a voz é de Bill Elliot, dos Splinter. Klaus Voorman e Ringo Starr participam no disco;

"Sweet Music", produzido por George Harrison, foi a primeira gravação da Apple Studios;

"Day After Bay" tem duas slides guitars tocadas em uníssono por George Harrison e Pete Ham.

17 comentários:

Anónimo disse...

"My Sweet Lord" já tinha sido "dada", subconscientemente, pelas The Chiffons ("He's So Fine") a George Harrison.
Pelo menos, assim sentenciara a justiça americana.

George Harrison viria a declarar que se inspirara no famoso tema de "gospel", "Oh Happy Day".

Comparando as três, as duas primeiras são mais iguais que a outra, e a diferença, realmente, "is so fine".
"So fine" que Harrison acabaria "fined" em royalties.

Só mesmo o Sweet Lord pode dizer quem terá razão.
Mas lá que teve "outsourcing",isso teve.

JR

filhote disse...

Para o Macca, segundo entrevista recente na Mojo (ou Uncut), George inspirou-se mesmo em "He's so Fine".

Nada de grave, na minha opinião. Daí ao plágio ainda vai uma certa distância.

Quanto a este compilação, "lá vai Barão!"

Anónimo disse...

Muito grave mesmo!

"My Sweet Lord" é uma das melhores músicas de todos os tempos, a anos-luz de "He's So Fine"!
A própria "Rolling Stone" assim o considera.

E teria uma versão actualizada pelo próprio Harrison em 2001, também muito bem conseguida, onde foge ao "tique" de "He's So Fine". Assim tivesse feito da primeira vez e ninguém teria suspeitado do subconsciente ( não sei como um tribunal pode apreciar ou fazer prova do subconsciente, talvez um juiz telepata ou dotado de ciência oculta ou esotérica ).

Billy Preston terá prestado para um primeiro teste. Como ninguém se queixou, sai um George Harrison, então aí as The Chiffon caíram em cima como lagartas em "Apple" madura dizendo "Get Back Jo".

JR

Billy Rider disse...

Efectivamente o caso só surgiu por se tratar de um Beatle.
E, digam o que disserem, tudo se inspira em tudo, o "plágio" é algo completamente diferente - um processo de cópia apenas. Não existem "plágios" de ideias, isto é, se eu descrever exactamente algo que outra pessoa diz ou pensa mas por palavras completamente diferentes, em boa razão nunca poderei de ser acusado de "plágio".
E o que o caso "My Sweet Lord" veio provar é que não são só os portugueses que têm tanta inveja uns dos outros...

ié-ié disse...

Eu acho - mas tenho que consultar melhor os livros - que George Harrison acabou por ganhar a contenda com os proprietários dos direitos de "He's So Fine".

Mas já regresso à antena...

LT

ié-ié disse...

Não, não ganhou nada! O que aconteceu foi que em 1990 George Harrison comprou a Allein Klein, que tinha sido seu "patrão" e primeiro advogado neste caso, os direitos de "He's So Fine" (da Bright Tunes) para a Grã-Bretanha e a América do Norte.

Mas o caso é deveras complexo. Fiquei com os olhos em bico na consulta...

LT

ié-ié disse...

George (os herdeiros) têm os direitos para Inglaterra e Estados Unidos, Klein (os herdeiros) para os restantes territórios...

LT

Anónimo disse...

Recordo que os Rolling Stones também tiveram um pequeno percalço com "Anybody Seen My Baby" do álbum "Bridges to Babylon".

Só que(dizem eles), apercebendo-se das semelhanças com "Constant Carving" de K. D. Lang, trataram de chegar a um acordo prévio com esta cantora e o respectivo letrista, acabando estes a figurar na ficha de autoria.

Ao contrário de Harrison, neste caso a "inspiração" é francamente melhor que a "adaptação", pois "Constant Craving" é um colosso musical.

Concordo que o caso de Harrison é ridículo já que nada vem do nada e muitas vezes uma obra sublime pode ser uma mais-valia acrescentada a sete notas musicais ( às vezes uma nota só como uma famosa música Tom Jobim).

Está também documentado que Macca, antes de lançar "Yesterday", demonstrara preocupações com a originalidade criativa. Continuo a pensar ( mesmo correndo o risco do ridículo) que Macca pode ter obtido inspiração num fado português a quando da sua passagem em Portugal. Basta retirar os acompanhamentos e substituir por uma guitarra portuguesa para termos um brilhantíssimo fado com uma letra que traduz "saudade".
Na história do "Scrambled Eggs", estes parecem-me muito mal passados.
E Portugal foi um lugar muito criativo para Macca, além do "Yesterday" fez dois pedidos - sucedidos - de casamento e até doou um tema aos meus homónimos Jotta Herre.

JR

filhote disse...

Segundo Keith Richards, Miss Brenda, aka Mick Jagger, apareceu-lhe com a canção "Anybody Seen My Baby?", pronta para gravar.

E a canção foi gravada...

Mais tarde, quando o disco, "Bridges to Babylon" (Virgin, 1997), já estava em fase de acabamento, Keith quis ouvi-lo em casa a alto e bom som.

Qual não foi o espanto de Keef, quando uma das filhas começou a cantar "Constant Craving" por cima da melodia de "Anybody Seen My Baby?"...

Rapidamente, Mr. Richards, apercebendo-se do plágio intentado pela Miss Brenda, tomou as devidas providências - K.D.Lang e Ben Mink, autores de "Constant Craving" foram creditados.

Ainda segundo Keef, não foi a primeira vez que Miss Brenda tentou, etc, e tal...

filhote disse...

Voltando ao nosso querido George, atenção que "My Sweet Lord" não é caso único... não podemos esquecer a polémica em torno do single, de enorme sucesso, "Got My Mind Set On You"...

E o que dizer de "Happy Xmas (War Is Over)", supostamente de John Lennon?...

... experimentem ouvir "Stewball" (Yellin-Rinzler-Herald), pelos Hollies (LP "Would You Believe", 1966)...

filhote disse...

Finalizando com a K.D. Lang, no mesmo disco de "Constant Craving" ("Ingénue", 1992), tentem ouvir "Still Thrives This Love"...

... neste caso, não existe plágio... a melodia é totalmente diferente... "apenas" existe uma apropriação de estrutura, harmonia, arranjo de cordas, e ambiência... mesmo assim, sem grande esforço, conseguirão, por cima, cantar a "Canção do Mar", na versão Dulce Pontes... arrepiante!

Abel Rosa disse...

E filhote...a K.D.Lang conhecia música portuguesa... quando era miúda tinha discos da Lenita Gentil em casa, "assumidamente" fâ.

filhote disse...

Sim, Abel, e numa pequena entrevista da Mojo, nomeou Amália Rodrigues como uma das suas cantoras preferidas...

Anónimo disse...

É aliciante uma comparação de conexões Macca (Yesterday ) - Portugal VS
K.D. Lang ( Canção do Mar) – Portugal/Dulce Pontes

Macca (Yesterday ) - Portugal:

a) Não será demasiado especulativo prever que um músico desta envergadura se possa interessar por ouvir alguma música do país onde ficou o tempo suficiente para até tocar com uma banda portuguesa e ceder a esta um tema seu ( e fazer dois pedidos de casamento.
( vide, por todos, a Bíblia sobre o assunto, “Beatles em Portugal” que, tal como a Bíblia, me encontro dispensado de nomear os Autores, quem sabe se do vosso conhecimento, ajudem-me );

b)“Yesterday” foi executado, pela primeira vez em Portugal ;
( vide, por todos, novamente a “Bíblia”);

c)Chegado ao estúdio de gravação exigiu a George Martin que os arranjos de “Yesterday” fossem minimalistas ao contrário do que era habitual o que causou grande estranheza deste.
( vide as declarações de George Martin no último vídeo promocional com a história dos Beatles, a qual até teve honras de passar na RTP 2);

d) "Yesterday" surge como uma singularidade na sua estrutura musical e lírica, no álbum "Help!" e em toda a discografia "Beatles";

e) A estrutura musical não difere, em nada, de um fado, bastando trocar os arranjos minimalistas por uma guitarra portuguesa, instrumento e nome de um álbum de Carlos Paredes que Macca viria até a promover numa digressão a Portugal.
(vide, outra vez, e sobre esta última parte, a “Bíblia”);

f)Até a estrutura lírica não podia corresponder melhor a um típico fado sobre a saudade sentida por um amor do passado
( existe até uma palavra portuguesa, “obrigado”, na lírica na música “Sun king " em “Abbey Road”);

g) “For about a month I went round to people in the music business and asked them whether they had ever heard it before. Eventually it became like handing something in to the police. I thought if no-one claimed it after a few weeks then I could have it”
(declarações de Macca sobre “Yesterday” citadas por Craig Cross in “The Beatles: Day-by-Day, Song-by-Song, Record-by-Record “ Lincoln iUniverse, 2005 ).

h)Instrumentos portugueses como a guitarra e o cavaquino não estão ausentes do universo Beatles, constando do espólio de George Harrison;


Agora K.D. Lang ( Canção do Mar) – Portugal/Dulce Pontes:

Desconhecem-se mais “liaisons” para além das musicais que Filhote nos fez o favor de elucidar e que eu, faço toda a fé.

Dito isto, sabendo que o ridículo pode matar, e mesmo asfixiado pelo nome Beatles, e pelas autoridades sobre o assunto que eu, prostrado, só posso respeitar, não deixo contudo de sussurrar muito baixinho, em surdina :

-E contudo, pode ser uma possibilidade.

JR

l_fad disse...

qual será a razão para aparecerem as capas das edições portuguesas no inlay? são muito diferentes?

ié-ié disse...

Sim, são diferentes! Os portugueses sempre tiveram muito jeito para capas diferentes...

LT

Anónimo disse...

Fuck this. Só estou interessado em saber da falada paixão de K.D. Lang por Lenita Gentil.