"Kilkelly" é uma canção triste que retrata os efeitos da fome, da pobreza e a emigração duma família irlandesa. No entanto, o seu apelo universal vem do facto de que esta poderia ser a saga de milhares e milhares de outras famílias na última parte do século XIX.
No rescaldo da pior fome na História da Irlanda, num panorama de um horror inimaginável e conduzida por uma tempestade de medos e esperanças incertas, um vasto número de Irlandeses corria para os portos e navios em busca do sonho Americano. O desespero da separação. Na noite antes da partida, a família e os amigos reuniam-se para a “vigília Americana” ou o “acordar vivo”.
Era o desalento em todos os sentidos da palavra, pois naquela época havia pouca diferença entre o ir para a sepultura ou ir para a América.
O momento doloroso da partida, a ladainha das bênçãos e dos bons desejos, reprimidas tristezas e angustias, um espectáculo de rasgar o coração, pois sabiam que o que lhes restaria era para sempre viver separados.
130 anos depois, Peter Jones encontrou um maço de cartas enviadas para seu bisavô por seu pai na Irlanda. As cartas falam de noticias da família, nascimentos, óbitos, vendas de terrenos e más colheitas. Lembram ao filho que ele é amado, perdido e lembrado pela sua família na Irlanda. A carta final informa que o seu pai a quem ele não vê há 30 anos morreu. A última ligação com a família está quebrada.
"Kilkelly" é uma canção bonita e REAL. “É a História da própria família do meu pai”, diz Peter Jones.
O cemitério velho mencionado na canção foi renovado e restaurado e tem uma área para piqueniques, nas margens do rio Trimogue.
Kilkelly era, à altura, uma pequena aldeia no Condado de Mayo.
Há uns anos atrás a RTP , passou uma série de episódios sobre a grande música da Irlanda, onde esta música teve especial relevo. Tive estes episódios gravados em VHS, mas mais uma vez emprestei-as não sei a quem, mas nunca me esqueci delas.
A música é de grande eloquência e de uma enorme tristeza.
Quem estiver interessado na letra e na música terei enorme prazer em facultar.
Lembro que a música foi feita após a recolha de várias cartas, trocadas entre pai e o filho emigrado na América.
Um disco a NÃO PERDER, etiqueta Green Linnet.
Entretanto, há um site, onde podem ver o vídeo, apreciar (admirar) a beleza, tristeza e a profundidade desta canção assim como o vídeo que eu acho espectacular, NÃO PERCAM.
Fontes: Henry's Songbook
Edição de Humberto Polido
No rescaldo da pior fome na História da Irlanda, num panorama de um horror inimaginável e conduzida por uma tempestade de medos e esperanças incertas, um vasto número de Irlandeses corria para os portos e navios em busca do sonho Americano. O desespero da separação. Na noite antes da partida, a família e os amigos reuniam-se para a “vigília Americana” ou o “acordar vivo”.
Era o desalento em todos os sentidos da palavra, pois naquela época havia pouca diferença entre o ir para a sepultura ou ir para a América.
O momento doloroso da partida, a ladainha das bênçãos e dos bons desejos, reprimidas tristezas e angustias, um espectáculo de rasgar o coração, pois sabiam que o que lhes restaria era para sempre viver separados.
130 anos depois, Peter Jones encontrou um maço de cartas enviadas para seu bisavô por seu pai na Irlanda. As cartas falam de noticias da família, nascimentos, óbitos, vendas de terrenos e más colheitas. Lembram ao filho que ele é amado, perdido e lembrado pela sua família na Irlanda. A carta final informa que o seu pai a quem ele não vê há 30 anos morreu. A última ligação com a família está quebrada.
"Kilkelly" é uma canção bonita e REAL. “É a História da própria família do meu pai”, diz Peter Jones.
O cemitério velho mencionado na canção foi renovado e restaurado e tem uma área para piqueniques, nas margens do rio Trimogue.
Kilkelly era, à altura, uma pequena aldeia no Condado de Mayo.
Há uns anos atrás a RTP , passou uma série de episódios sobre a grande música da Irlanda, onde esta música teve especial relevo. Tive estes episódios gravados em VHS, mas mais uma vez emprestei-as não sei a quem, mas nunca me esqueci delas.
A música é de grande eloquência e de uma enorme tristeza.
Quem estiver interessado na letra e na música terei enorme prazer em facultar.
Lembro que a música foi feita após a recolha de várias cartas, trocadas entre pai e o filho emigrado na América.
Um disco a NÃO PERDER, etiqueta Green Linnet.
Entretanto, há um site, onde podem ver o vídeo, apreciar (admirar) a beleza, tristeza e a profundidade desta canção assim como o vídeo que eu acho espectacular, NÃO PERCAM.
Fontes: Henry's Songbook
Edição de Humberto Polido
14 comentários:
realmente é uma canção notável, pungente..
Espantosa Humberto!
Bela evocação de um disco e, em especial, de uma música tão bonita... O meu vinil, esse deve estar em casa do filho do Gin-Tonic! Mas nada de más interpretações: foi oferta minha...
Também eu gravei a série de fio a pavio, Humberto. Mas tive o cuidado de não a emprestar a ninguém...! O mais natural é que exista em DVD, mas se a quiser recordar está ao seu dispôr.
Obrigado Luis Mira. Deu-me uma ideia, vou procurar se existe em DVD.Eu tenho o Cd se quiser também está a sua disposição, assim como muita musica Irlandesa.
Obrigado!
O CD também o tenho. Não o disponibilizei porque vocé disse que o tinha...
Quanto a música irlandesa, procuro sempre com grande avidez discos antigos dos "The Sands Familly", cuja disponibilização em CD é muito reduzida. Se tiver algum desses...
Caro Luis Mira
The Sands family não conheço.
Sobre a musica Irlandesa (tenho muita coisa, foi pancada que tive em tempos), musicas religiosas, canções de trabalho, canções revolucionarias, canções sobre a emigração, harpa Celta ( Bretanha), Patrick Street, Clanad (a cantar em Gaelico), enfim muitos. Também alguns músicos escoceses, Quem me meteu nesta musica (mais de 20 anos)
foi um amigo chamado Orlando (Pezinhos), que trabalhou no Príncipe Real,numa discoteca chamada "VGM-você gosta de musica", mais tarde foi trabalhar para a Eurodisco, talvez o conheça.
Conheci muito bem essa discoteca. Por coincidência, o tal CD da série de que estivémos a falar foi lá comprado... Mas não tenho memória das pessoas que lá trabalhavam.
Caro Mira
Essa era uma boa discoteca, tudo "fora do baralho", havia catálogos para escolha, incluindo o da Green Linet, (acho que se der volta ainda o encontro). Mas depois fechou, como tudo. Foi pena, era um atendimento VIP, passava lá os sábados inteiros, assim como nos dias de semana depois das 5,30 (ainda trazia os discos para casa para ouvir). Totalmente diferente do que havia na altura. Na cave havia um equipamento audiófilo á nossa disposição, e era dedicada ao Jazz e clássica, r/c dedicada ao rock e derivantes.
Nunca mais meti a vista em cima do meu amigo Orlando.
Guadalcanal Diary, Green on Red, Del Fuegos, Del Lords, Steve Earle , Wall of Voodoo, Giant Sand , Dream Syndicate, Billy Brag, Andy White. Etc. Foi lá que tive conhecimento destes grupos. Já lá vão muitos anos, 25 anos talvez.
Orlando Leite?
LT
Exato!! E morava em algés., nunca mais lhe meti a vista em cima, sabe o paradeiro dele??
A última vez que o vi foi no dia 19 de Maio de 2009. Escrevia ou ia escrever para o jornal "I". Depois disso não mais o vi. Ainda tem uma capa minha de um EP do Conjunto Pedro Osório...
LT
Eu encontro muitas vezes são os pais, que moram em Algés, é tudo uma questão de ir a casa deles, conheço os pais há 50 anos. Tive conhecimento que ele escrevia para um jornal, isto atravez de amigos comuns.
thank you
Enviar um comentário