quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ACHO QUE NÃO SE ENTENDEM


Ainda não percebi muito bem estas obras, mas quem as faz também me parece que não.

Para já, um eucalipto de grande porte já foi abaixo, por descuido. Não é muito perceptível, mas ele ali está no canto superior esquerdo debaixo de uma escada (clique na imagem para ver melhor).

Onde está a terra, tudo aquilo já foi betonado com grandes máquinas, agora voltou a ser terra.

Se nestas pequenas obras, a coisa é assim, o que será nas grandes?

Depois queixem-se das derrapagens...

Ah! E o candeeiro que se tinha ido embora, regressou (nem sequer o pintaram!) e foi colocado noutro local, perfeito para escaladas às varandas do 1º e 2º andar de um número de porta que eu cá sei!

(e estão a dar cabo de um dezena de lugares de estacionamento...)

9 comentários:

josé disse...

Não será para o gás natural?

Naturalmente que deve existir um placard a anunciar obras, responsáveis, donos das obras, prazo de execução, etc. Cartaz esse fornecido pela Câmara.

Não há? Telefonema para a Cãmara:

Está lá? Podia passar-me ao serviço de obras sff. Trrrnss...sim, é do serviço de obras?

Olhe, por favor, podia dizer-me se as obras públicas que estão a fazer no sítio tal, estão devidamente licenciadas?
É que me parecem misteriosas e gostaria de saber do que se trata.

Basta isto. E não é ser pide. É ser apenas democrata que não aceita ser tratado como um palerma.

ié-ié disse...

Ó meu grande amigo José, já publiquei o (pouco esclarecedor) cartaz das obras, companheiro!

http://guedelhudos.blogspot.com/2008/11/vm-as-eleies.html

Já agora, que vem a propósito, não resisto a contar uma história verídica e, no mínimo, surreal.

Aqui há uns anos, a TV Cabo andou a instalar nesta mesma Rua, Maestro Jaime Silva Filho, o seu equipamento subterrâneo e lançou nas caixas de correio as suas propostas comerciais.

Como eu não via TV em casa de espécie alguma, propus-me e candidatei-me ao serviço.

As semanas, os meses foram-se passando e nada de resposta da TV Cabo.

Por um mero acaso, um dos administradores da TV Cabo era (e é) meu amigo de infância.

"Ó Tomané, o que se passa que nunca mais me montam a TV Cabo? Há meses que já a pedi!".

"Ó Gim, espera aí que vou ver o que se passa... Ó Gim, a tua rua não existe, pá!".

"A minha rua não existe? Mas eu vivo cá desde 1987!".

Abreviando: o meu amigo Tomané teve de vir pessoalmente inspeccionar a existência não só da minha rua como das caixas da TV Cabo (curiosamente colocadas por outro amigo comum de infância, então na CME!).

"Tens razão, Gim! Vou já tratar disso".

"Claro que tenho razão, Tomané, eu tenho sempre razão!".

ah! ah! ah!

E lá tenho (e toda a rua) TV Cabo!

LT

josé disse...

Este Portugal, assim, até parece uma aldeia. Até se torna simpático.


Então, com alguma sorte ainda encontras um tomané, na administração da empresa que mandou fazer as obras...

Mas estou a apreciar a saga. E o pormenor do faz e desfaz, é típico: já são "trabalhos a mais".

Mas haverá obra pública em Portugal que não seja assim?

As empreitadas públicas em Portugal são assim.
Por exemplo, a Casa da Música? um desvio de milhões como se nada fosse.
O Cardoso e Cunha não garantia que a Expo se pagava a si mesma?

Haverá remédio para este pobre Portugal?

Não há. E o Sócrates já anunciou mais pacotes do mesmos. Acha que agora é que as coisas se resolvem assim.
Tenho mais medo destes voluntaristas ignorantes do que de tudo o mais.

josé disse...

Já vi o cartaz. É para uma escadaria de acesso a duas ruas. 43 mil euros...

Hummm, cheira-me que esse valor é meramente indicativo. Com menos de 100 mil não vai haver escadas para ninguém.

Vai uma aposta?

josé disse...

E vai outra em que se a obra fosse da responsabilidade de uma comissão de moradores, por exemplo ( saudades do PREC), a coisa ficava aí por 10 mil euros, com direito a almoço no fim, de comemoração com placa de bronze incluida a rematar a inauguração!

Anónimo disse...

Meus amigos, como dizia a saudosa Ivone Silva, " este país é um colosso, está tudo grosso, está tudo grosso!!!

Anónimo disse...

Esta saga das obras na rua que não existe é das coisas mais deliciosas que o teu blog tem. Eu aproveitava para atirar umas melancias lá para baixo...mas nada de ferros de engomar no congelador!!
MC

josé disse...

É. Tem o interesse das histórias de banda desenhada do antigamente: "continua"...

E a brincar, a brincar, é um retrato perfeito deste tipo de obras e empreendimentos. Em Lisboa, como em Melgaço ou em Faro.

Um retrato do país.

A análise semiótica do andamento das obras, tal como apresentadas nas fotos, dava para uma tese de sociologia. E das melhores e mais +uteis que alguém poderia fazer.

ié-ié disse...

Ah! Ah! Ah! Rio-me que nem um perdido, MC! Outras grandes estórias...

LT