segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A LUTA CONTINUA!

Por mera coincidência, diverti-me há muito pouco tempo a fazer um texto evocativo dos tempos em que lutava com os meus Amigos mais chegados a estas coisas da Música, para lhes impingir os meus gostos musicais.

Abreviando, era assim qualquer coisa como Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath e Ten Years After de um lado, e Tim Buckley, Tim Hardin, Tom Paxton e Tom Rush do outro, só para não sair da letra T…

David contra Golias, está bom de ver…

É claro que, ao longo dos tempos, muito mais atenção foi sendo dada aos primeiros, do que aos segundos.

Veja-se, como exemplo, o arquivo que está do lado direito deste blogue: Tim Buckley safa-se por ter um filho chamado Jeff, que também é Buckley…; Paxton sobrevive à custa da “música de crianças”…. Mas de Tim Hardin e de Tom Rush nada consta, embora eu me lembre muito bem que andou por aqui um EP meu deste último, dos seus primeiros tempos.

Mas o autor de “No Regrets” não conta para o totobola deste blogue e nem sequer um mísero espaço de ficheiro para a posteridade merece ocupar…

Repare-se, como outro bom exemplo, o que sucedeu agora com “Living in the Material World”, do Scorsese, sobre a Vida e Obra de George Harrisson … Ele foi “post” com bilhetes, crónicas de privadíssimas ante-estreias, imagino que com canapés e “amuse de bouche” a condizer, organização de excursões ao São Jorge, crónicas que esperamos todos nós, ansiosamente, do outro lado do Atlântico, eu sei lá…

E, ao mesmo tempo, ninguém se lembrou de informar que o “doclisboa” vai também passar, no dia 23 de Outubro às 19H00 e no dia 26 do mesmo mês às 22H00, o documentário “Troubadours”, de Morgan Neville.

O texto do Programa apresenta este filme da seguinte forma:

Na aurora dos turbulentos anos 1960, ganhou proeminência um novo estilo de canção e de cantautor, marcado pela introspecção vulnerável e pela emoção crua e nua. Estas vozes entusiasmantes invadiram Los Angeles, que emergia como o coração da cena musical americana: Carole King, James Taylor, Joni Mitchell, Kris Kristofferson, Jackson Browne.

Para além do rebuscamento da linguagem (estas da “introspecção vulnerável” e da “emoção crua e nua” são do outro mundo…!) e da irritação que sempre me provocou a palavra “cantautor”, percebe-se bem que o escriba que fez isto não faz a mais pequena ideia do que está a falar…

Porque a cena que o documentário vai retratar (a das “ladies of the Canyon”, certamente, com a sua corte de amigos…) não ocorreu “na aurora dos turbulentos anos 1960”, mas sim no final… E porque toda essa boa gente que “invadiu” Los Angeles já vinha de outros lados, nomeadamente de Greenwich Village, que foi onde o mais importante verdadeiramente aconteceu...

Bom, mas não foi para discutir estas coisas da História da Música que eu vi aqui hoje…

Se cá estou é para continuar a Cruzada, prosseguir a minha luta de há mais de 40 anos atrás em favor desta gente e desta Música.

Se Harrison e Scorsese são muito importantes, estes “Troubadors” também o são e bem mereciam uma referênciazinha, neste blogue, que diabo…!

A vitória é difícil, mas será nossa…!

Colaboração de Luís Mira

5 comentários:

filhote disse...

Não esquecendo o "Troubador" do J.J.Cale...

Belo desabafo, Luís!

LM disse...

Eu até tenho esse disco em vinil, muito embora não seja grande adepto de J.J.Cale.

Se alguém o quiser como objecto de colecção, está à disposição.

Um abraço Filhote!

ié-ié disse...

Não é por falta de consideração, companheiro, que não respondi ainda à tua saudável provocação.

Mas é que tenho andado mesmo absorto em trabalho: e já lá vão 420 mil caracteres. Depois vais ver o fruto.

E é esse mesmo trabalho aturado que me tem empurrado para uma semi-reclusão (só minada por incursões dispersas ao derradeiro Serviço Nacional de Saúde, "as we know it") e que me faz abster de contactos com o mundo exterior.

Este palavreado todo só para confessar a minha ignorância relativamente à DOCLisboa que só aqui veio a lume (George Harrison) graças à colaboração militante de PPBEAT.

Mas deixa lá que sou gajo para me deliciar com os trovadores. Nunca os reneguei, também já sou idoso de mais para o fazer agora...

LT

ié-ié disse...

Quanto à letra T, meu caro, e outras letras, convenhamos que não é o "core business" deste blogue.

Mas estás sempre a tempo de colmatar essa alegada lacuna.

Tu e restantes viajantes...

LT

LM disse...

Deixa lá que quando me reformar, trato disso...!

Entretanto, estamos todos em pulgas em relação ao calhamaço, certamente excelente súmula do "core business" deste blogue...

Abraço e .... "bon courage"!