sexta-feira, 24 de junho de 2011

GNR INTERROMPE ESPECTÁCULO

Abruptamente, a GNR de Sintra, fazendo lembrar a repressão ditatorial pré-25 de Abril, de que era força instigante, recordou esta noite os seus tempos de outrora, de que provavelmente estará saudosa (é o que se supõe), ao interromper inopinadamente o concerto do Conjunto Mistério nas festas de São Pedro.

Nada fazia prever o sucedido.

O Conjunto Mistério, na ocasião com Duarte Mendes (viola-ritmo e voz), Edmundo Silva (viola-baixo e voz), José Pino (viola-solo), Vítor Mamede (bateria) e Daniel Bacelar (voz), encontrava-se praticamente no terminus da sua actuação, quando duas pessoas vestidas com farda da GNR determinou o fim do espectáculo 10 minutos antes das 24H00.

Gerou-se algum sururu, alegando as pessoas vestidas com a farda da GNR de que cumpriam ordens (é o que sempre invocam!).

Ordens já de Passos Coelho, ripostaram os mais indignados.

Enquanto a ordem era cumprida, a festa/feira continuava livremente com a sua animação sonora generalizada na aparelhagem para todo o mundo...

Como quer que seja, o Conjunto Mistério deu prestígio às festas de São Pedro, com uma actuação irrepreensível, autêntica reprodutora da alegria inocente e ingénua dos anos 60, quando não importunada pela GNR.

Os músicos, esses sim, estiveram de parabéns, excelentes executantes, bem ensaiados. Volto à minha: pena que Daniel Bacelar não se distancie de Ricky Nelson. Não precisa dele...

25 comentários:

filhote disse...

É caso para perguntar: quem mandou a G.N.R. meter a foice em Seara alheia?

De qualquer maneira... o show terá sido fiel ao verdadeiro espírito do Rock'n'Roll! Tal como os Beatles no telhado da Apple!

(errata no post: instigante sem N depois do segundo i... desta palavra percebo eu... ehehehe...)

filhote disse...

Faltou dizer: bela set-list! Bela crónica!

Anónimo disse...

Que show bem planeado!

Primeiro o Conjunto Mistério trazendo-nos os pioneiros do rock/ye-ye luso, e, para grande "finale", os GNR (Grupo Novo Rock) como os Reininhos a reinarem com a gente.

Parabéns Sintra! "Oh Glorious Eden"!

JR

Anónimo disse...

Reininhos ou Reiinhos?...

Pimentinha disse...

Já cá faltava a facadinha política trauliteira e ressabiada, sob a forma de uns quantos alegados 'indignados'!

Até há 15 dias era tudo um Paraíso, não havia 24 de Abril: o Prof. Charrua e a estalinista directora da DREN que o digam! Lembram-se?

Anónimo disse...

A bucha facciosa a meio da crónica era escusada.

Cainhas disse...

Tem aqui alguns comentários, que apelam mais á política do que ao que se passou "musicalmente falando", eu fui lá ver!
GNR, à parte que teve uma atitude, costumeira de vir incomodar gente pacífica e ordeira, faltavam duas músicas para cumprir o alinhamento, nem que faltasse metade, aquelas "criaturas", estavam decididas a "fajer baler a autoridade", tinham mesmo pinta de bimbos!
Estavam lá umas criancinhas, que não tinham mais de 13/14 anos, bebedas e de garrafa na mão, aí sim deviam ir perguntar quem lhes vendeu a bebida!?
Posto isto, dizer que o antigo nome do CONJUNTO MISTÉRIO, ficou muito bem prestigiado, com esta formação. Tocaram músicas que fizeram a minha meninice, Chapéu Preto, Coimbra e Alecrim, versão solada, ainda as tinha na minha memória passados quase cinquenta anos. Ouvir o Zé Pino, e fechar os olhos é estar perto do Hank Marvin, que técnica e que som, um músico com uma seriedade e sobriedade impar, não dá notas "ao lado" leva a actuação tão empenhada que lhe dá um ar fechado, um sorriso e soltar-se um pouco era a plenitude.
Esteve muito bem acompanhado pelo Duarte Mendes, Edmundo Silva (excelentes vozes) e Vitor Mamede, que provou que quem sabe nunca esquece. O Daniel Bacelar também foi dar a sua preciosa colaboração, cantando cinco músicas, com a sua voz muito afinada, e de bom timbre, os anos não lhe fazem mossa.
Um excelente naipe de músicos que esteve animado, animou e agradou muito. Se calhar as forças de "in-segurança", prestaram-lhes um bom serviço, porque se aqui nas redondezas anunciarem esta banda, certamente que vai tudo a correr assistir, porque ficámos com àgua na boca e queriamos mais. O concerto também podia ter começado mais cedo um bocadinho, começou a roçar as 23h, assim evitava-se o desfecho foleiro, sem encore, abrupto, e sem graça.
Finalmente conheci o LPA, que seja o primeiro de muitos encontros.

Anónimo disse...

se fosse há 15 dias não faltaria quem dissesse que era do mafioso do sócrates, como agora é passos coelho está tudo bem...

gps disse...

Faltou a "Marcianita"

ié-ié disse...

Sim, faltou a "Marcianita", mas faltou sobretudo que Daniel Bacelar se afaste de Ricky Nelson. Já é tempo de partir para outra...

LT

Pimentinha disse...

Todos sabemos que é o Anónimo (agora das das 11:19), que quando há uma crítica objectiva a um post, vem sempre defender a dama, sob outra capa, não vale a pena insistir!

Por que raio de razão o Sócrates e o Passos Coelho são para aqui chamados. Essa é a questão...

Quem anda à chuva e qum semeia ventos...

Anónimo disse...

Devem resquicios do...Socrates. A vingança fria.

Abel Rosa disse...

Estive lá e fui um dos "instigantes indignados" estou farto de anónimos e de gente que segue sempre pelo mesmo carreiro...Mudem de Rumo, Mudem de Rumo. Uma piada e uma ironia não constituem ataque político faccioso mas já agora aproveito a ocasião lembrar "que o respeitinho é muito bonito" lá chegaremos ao Novo Estado Troikista o Homem Novo vem aí...mas está anónimo!

Anónimo disse...

Reininhos e não Reiinhos por alusão ao vocalista Rui Reininho dos GNR (Grupo Novo Rock) que abrilhantaram o final do espectáculo com uma pronúncia (não do Norte), se bem entendi o teor do post.

Porque não agendar um novo concerto do Conjunto Mistério & Daniel Bacelar a horas menos tardias, desta vez abrilhantados pelos Police de Sting e "Walking on the Moon" tudo acabando em Marte com a "Macianita" ?

JR

Anónimo disse...

http://guedelhudos.blogspot.com/2011/04/valsa-dos-detectives.html

A Valsa dos Detectives

Etiqueta "GNR"

JR

Anónimo disse...

O que dois GNR broncos conseguem fazer...

Anónimo Por Preguiça

Anónimo disse...

Consta que hoje, não longe de Sintra, por sinal, vai haver um espectáculo de outros fósseis dos Sixties nacionais.

Anónimo Por Preguiça

Anónimo disse...

A questão política foi trazida apenas pelo bloguista.

TeresaLage disse...

Não percebo o que é que a politica teve a ver com este concerto! ...O que sei é que tem de se fazer um abaixo-assinado para que o Daniel Bacelar passe a cantar finalmente as suas próprias músicas e abandone de vez o reportório do Ricky Martin, perdão, Nelson. O público exige não só a "Marcianita" como o "Nunca","Fui louco por ti", " Olhando para o céu"...... Quanto é que teremos mais de esperar para assistir a um verdadeiro concerto do grande Daniel Bacelar?

Teresa Lage disse...

Não teria sido um mistério ....mas o que eu também gostava de ter ouvido em S. Pedro de Sintra era o Duarte Mendes a cantar o "Gente"...citando o apresentador - "uma música da minha geração"

Jack Kerouac disse...

Bem, infelizmente não assisti a este concerto, embora por razões felizes, mas concordo totalmente com a Teresa e com o LPA, é tempo do Daniel interpretar o seu excelente repertório próprio, mesmo que queira meter o Lonesome Town pelo meio. Quanto à política, deixemo-nos de tretas, entre PPC e Sócrates, as diferenças serão de pormenor. Um era Engº das Novas Oportunidades, o outro era um jovem à procura do primeiro emprego, no resto vai dar ao mesmo.

Anónimo disse...

Desenganem-se Caros Amigos, mas a coisa tem mesmo a ver com a política.

Passos Coelho, ainda mal refeito do seu primeiro embate no Conselho Europeu, viajava de regresso a Lisboa quando o seu muito concorrido telemóvel desatou a tocar. Tratava-se de um exaltado Ministro da Administração Interna a relatar o desfecho do Conselho de Ministros reunido de emergência para avaliar a situação de crise face às perturbantes informações dos serviços de informações dando conta da eminência de maciça sublevação de massas com origem em São Pedro de Penaferrim, Sintra, capaz de tomar de assalto a capital e espalhar o caos e a desordem, a exemplo do recentemente ocorrido no Egipto e Tunísia, deixando Lisboa em tal estado como se ali tivessem passado Átila e os Hunos.

É que, ao fim de quarenta e tal anos, o Ricky Nelson português, Daniel Bacelar, ia finalmente cantar em público esse lendário hino libertário “A Marcianita”, cuja irreverente lírica, se comparada com “A Marselhesa”, faz desta última um inocente cânone litúrgico.

Em face das imprevisíveis consequências do evento, todo ele urdido no mais profundo Mistério, todo um Conjunto de actuações subversivas, não restou a Passos Coelho outra solução senão providenciar o imediato envio de dois militares da GNR a fim de tentar travar a entoação do fatal cântico, engasgando assim o ancião Bacelar, não fosse a coisa tomar proporções incontroláveis e Passos tais que ainda haveria Coelho à Caçador, o qual, por ora, ainda pode respirar de alívio.

JR

Anónimo disse...

É que... BRAVO!

Caínhas disse...

É verdade tudo isso JR, e para mais com MASSAMÁ, aqui tão perto, até faz parte da mesma autarquia e tudo!
"Bamos lá acavar com isto tudo, deprexa, não bá o diabo torxê-las!"

Anónimo disse...

Eu pude testemunhar pessoalmente horas que abalaram o mundo português aqui relatadas porque viajava em classe económica de Bruxelas para Lisboa e quis o desígnio dos Deuses que o lugar do lado coubesse ao nosso Primeiro, podendo então acompanhar a indisfarçável tensão e nervosismo com que do avião foi gerida a crítica situação da capital portuguesa.

Reparei que Passos, apanhado de surpresa, desconhecia por completo a existência de um Ricky Nelson português de nome Daniel, confundindo este com outro Daniel, o bloquista e bloguista do Eixo do Mal.

Desconhecia igualmente Ricky Nelson tendo confundido este com o porto-riquenho Ricky Martin de "Livin' La Vida Loca" que acabara de dar um show no Pavilhão Atlântico.

Enfim, não se pode saber tudo.

Quando cheguei a Lisboa constatei estupefacto as notícias dando conta que Passos tinha causado uma boa impressão na Europa, espelhada esta nos sorrisos de contentamento da Sra. Merkel. Se Passos possuísse o dom da telepatia poderia saber que os sorrisos da Chancelerina tinham apenas ver com a surpreendente constatação que Portugal lhe fornecia os primeiros-ministros mais “sexy” da Europa, a saber, Santana Lopes, Sócrates e Passos, cuja estampa físico relegavam Durão Barroso e Sarkozy e todos os demais para as ruas da amargura.

Bonitos e tesos Made in Portugal.

JR