sábado, 5 de junho de 2010

PEQUENA HISTÓRIA COM GRANDE SIGNIFICADO PARA UM AMIGO


Dois homens viviam numa ilha pequena sozinhos.Um apanhava cocos e juntava cocos e ia comendo e alimentando-se deles. O outro, descobriu uma caixa cheia de diamantes e tinha uma fortuna fabulosa, só sabia tomar conta e guardar aquela riqueza.

O primeiro lá ia sobrevivendo com os cocos e lá seguia feliz o seu caminho de trabalho. O segundo passava muito mal, não tinha que comer, e, prestes a morrer à fome, de nada lhe valiam os diamantes, é como que não existissem.

Este mundo é um pouco assim, os verdadeiros valores, aquilo que vale de verdade não conta, vale mais o que o Homem impõe.

A Humanidade sofre!

José Almada

5 comentários:

Anónimo disse...

E toda aquela fortuna não dava para comprar um cocozito? Ou mesmo dois?

LSO disse...

Dá gosto ver uma fotografia destas. Viva o Belenenses!

JC disse...

Mas não é e sempre foi o homem, ou melhor, os homens, que definiram e impuseram os seus valores? Existem valores para além desses? Existem valores em absoluto? Até Deus e os deuses foram definidos pelos homens de forma diferenciada ao longo do tempo.... Este "nojo" ao dinheiro e o modo como se pretende opor tal coisa aos "verdadeiros valores", como se quem é priveligiado financeiramente fosse quase equiparado a um leproso ou estivesse impedido de ser uma pessoa decente, num franciscanismo "après la lettre", é intelectualmente desonesto. Peço desculpa, mas é o que acho!

Anónimo disse...

Ora aqui está um grande e actual tema que, certamente, daria uma não menos grande polémica.

Na história, o personagem que se limita à recolecção dos cocos só pode ser o rico, já que uma caixa de diamantes - carbono puro que nem pode servir de carvão para assar um peixinho - não é um bem apreciável ou moeda corrente na ilha onde vale tanto como quanto uma caixa de areia na sociedade em que vivemos.

Com o devido respeito, visando a história a solidariedade humana e o respeito aos valores, então o recolector dos cocos deveria ceder alguns ao suicidário psicótico possuidor dos diamantes , melhor ainda, ensinar a recolectar , - “se vires alguém com fome não lhe dês peixe, ensina-o a pescar” - tentando assim reabilitar este à realidade. Se o recolector nada faz em relação ao psicótico dos diamantes, este morrerá à fome. Será isto humano e terá correspondência a quaisquer valores ?

Porém, os mesmos valores de solidariedade referidos na história tornam-se pertinentes quando numa dada sociedade existem uma grande disparidade entre uma reduzida elite de ricos contraposta a uma imensa maioria de pobres. É aqui – e não na ilha – que a o moral da história já faz todo sentido.

É que os grandes problemas que assolam este mundo global não saíram da cabeça ou dos braços das classes menos favorecidas ou daqueles que apenas se podem fazer valer da sua força de trabalho ou mesmo a classe média, uma imensa maioria cada vez mais a caminho de situações desesperadas com todas as implicações sociais decorrentes.

Tiveram sim origem nos meandros da alta finança e nas economias que, fundadas no lucro lícito, viriam a ceder a uma progressiva degradação, desregulamentação e a uma desbragada orgia de produtos voláteis sem correspondência a um valor credível ou real com contaminação à escala global.

Criado assim um problema globalizado sem solução à vista, as primeiras “receitas” ensaiadas pelos líderes mundiais são medidas de austeridade e recessivas que, longe de subir os níveis de confiança, ainda vão agravar os mais vulneráveis nada responsáveis pela situação que sobretudo os afecta.

Felizmente que subsistem algumas “ilhas” aparentemente imunes, também assentes no lucro e na livre iniciativa e que continuam a crescer a um ritmo considerável ao mesmo tempo que reduzem, e muito, o número de pobres, como é o caso do Brasil de Lula da Silva.

O modelo brasileiro deveria constituir um “case study” e objecto de comparação com os modelos do hemisfério-norte, pois talvez dele se extraíssem algumas ilações mais promissoras que as ensaiadas soluções.

Quanto mais ricos e bem sucedido existirem e menos pobres, melhor o índice de produtividade e riqueza de uma sociedade. A este propósito o insuspeito Rafael Bordalo Pinheiro desenhara uma simples caricatura, mas de uma estimável significado económico, onde constava o comentário :
“Querem acabar com os ricos ? Acabem é com os pobres!.

JR

ié-ié disse...

De acordo: "acabem é com os pobres!".

LT