quinta-feira, 11 de março de 2010

PENINA: EU, ITALIANO, ME CONFESSO


PHILIPS - 369 002 PF - edição espanhola (1969)

Penina (Paul McCartney) - North (Carlos Pinto/Aníbal Cunha)

Nasci em 1948 em Vila Nova de Gaia, filho de pais italianos.


O meu Pai, ainda solteiro, veio para Portugal com a família em 1939 para negociar têxteis. Abriu inclusivamente um armazém no Porto para vender tecidos para o retalho.


Em 1942, na altura da II Grande Guerra, foi obrigado a regressar a Itália para cumprimento do serviço militar, conhecendo então a minha Mãe na cidade onde defendeu a Pátria como carabiniere.


Depois de 1945, regressou a Portugal com a que viria a ser a minha Mãe, sem ser fugitivo de nada ou de ninguém, como erradamente já foi dito e escrito.


Nasci então em 1948, no dia 20 de Julho.


Fui registado no Consulado de Itália, no Porto, com o nome de Giuseppe Carlo Flamínio.


Na altura, não foi possível registar o meu nascimento em Portugal por causa do nome estrangeiro.


Por isso, fiquei registado no Arquivo de Identificação do Porto como cidadão português com o nome traduzido, José Carlos Flamínio.


Mantive a dupla nacionalidade até aos 18 anos (1966), altura em que dei o nome para a tropa.


Como não estava muito interessado na espingarda que me queriam dar, cancelei a minha nacionalidade portuguesa, mantendo até hoje a italiana.


Ao contrário do meu Pai, não tive que ir para Itália prestar serviço militar, porque o País já não estava em guerra. No consulado mediram-me, pesaram-me, tendo apenas ficado apto para o serviço militar italiano, caso fosse necessário.


Os meus actuais documentos de identificação são, neste momento, a autorização de residência em Portugal e o passaporte italiano. Mesmo tendo nascido em Portugal sou um emigrante legalizado.


Apesar dos meus mais de 60 anos, ainda hoje tenho dificuldade em renovar o meu passaporte italiano. A Embaixada da Itália em Lisboa azucrina-me o juízo, dizendo que o meu verdadeiro nome é Giuseppe e não José.


Tenho tido sorte até agora e tenho sempre conseguido renovar com o meu nome verdadeiro, que acaba por ser José Carlos Flamínio.


O problema vai ser com o passaporte digital...

José Carlos Flamínio, baterista dos Jotta Herre

9 comentários:

filhote disse...

Essa coisa de as pessoas só poderem registar os filhos com nomes próprios portugueses é um atentado à liberdade. Mais uma lei castradora, retrógada e caricata.

Ainda é assim em Portugal?

ié-ié disse...

Não sei, há 29 anos que não tenho filhos!

LT

bissaide disse...

Tanto quanto sei por um amigo inglês residente em Portugal, um pai estrangeiro pode pôr ao filho nomes oriundos do seu país.

Karocha disse...

Quando registei o Guilherme, queria por Gui, não deixaram,4 anos depois quando registei o Eduardo, já podia por Gui!
É assim por cá filhote.

filhote disse...

Ahahahah, Ié-Ié!

O último que eu tive foi há 7 anos, mas como não escolhi um nome estrangeiro...

sks disse...

Gostava de saber a opinião da K. (20 e poucos anos depois) sobre o que acha agora se o seu filho se chamasse Gui. E a opinião do filho se o nome fosse esse. è que há casos como o filho do David Bowie ou do Jorge Palma que queria dar o nome de Castor ao filho Vicente, etc...

Karocha disse...

sks
Engraçado só existe uma pessoa que me chama K, adiante.
A mesma da altura,não estamos a falar do face off pois não?
Como sabe, existe Gui e Guilherme tal como Guy e William etc.
Quanto ao meu filho é como todos o tratam, mas se quiser saber a opinião dele é fácil!

subelegelibertas.wordpress.com

sks disse...

Não me lembrei que havia o Gui/Guy. Penso que era esse o nome do pai da Simone de Oliveira. Estava a pensar mais em termos de diminuitivos familiares. Há pessoas que querem que os filhos se chamem Chico ou Zé. Há uns anos falou-se de um caso de um pai que queria dar o nome de Salvador ao seu filho e não deixavam. Também cada conservatória cada sentença.

Unknown disse...

http://www.youtube.com/watch?v=xW1nzh6kqMs&feature=channel
um abraço!