(da esquerda para a direita: Aníbal Cunha, Giuseppe Flamínio (José Carlos Flamínio), Rui Pereira e Carlos Pinto)
Os Jotta Herre são um dos meus assuntos preferidos. Não desisto até conseguir a história definitiva da banda.
Conhecidos exclusivamente por serem os intérpretes originais de "Penina", da autoria de Paul McCartney, os Jotta Herre ter-se-ão formado em 1963 ou 1964 na cidade do Porto.
Eram então constituídos por Jaime João e Rui Pereira (teclas), cujas iniciais deram origem à designação do conjunto, e ainda Aníbal Cunha (guitarra), Carlos Pinto (voz e baixo) e Lourenço Pereira (bateria).
Ao longo dos anos, muitos foram os músicos que passaram pelo grupo, entre os quais Jean Sarbib e Vitorino.
Vitorino foi substituir Rui Pereira que se encontrava doente. Foi indicado pelo nosso agente em Lisboa. Fomos à capital no nosso dia de folga, que era à segunda-feira, e encontrámo-nos com Vitorino penso que na Leitaria Garret, explica José Carlos Flamínio, actual quadro da Universal no Porto.
De Jaime João pouco ou nada se sabe (terá emigrado para o Brasil pouco depois), Rui Pereira faleceu em 1972, vítima de doença pulmonar.
Carlos Pinto, a voz de "Penina", foi mais tarde presidente em Portugal da Sony Music, mas nunca se manifestou disponível para falar da sua experiência de juventude.
Aníbal Cunha nasceu em Tupaciquara, no Brasil, mas estudava Belas Artes, no Porto, (hoje está ligado à cerâmica e à pintura) e Lourenço Pereira foi substituído na bateria por Américo de Sousa, candidato derrotado à presidência da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, pelo PSD, e depois por Giuseppe Flamínio.
Giuseppe (ou José Carlos) nasceu em Vila Nova de Gaia, filho de casal italiano.
Nos anos 60, como não estava muito interessado na espingarda que me queriam dar, cancelei a Nacionalidade Portuguesa, mantendo até hoje a Nacionalidade Italiana, esclarece José Carlos Flamínio.
Antes de se fixarem numa residência musical no Penina Golf Hotel, em Montes de Alvor (Portimão) (hoje Le Méridien Penina Golf & Resort), inaugurado em 1966, os Jorra Herre fizeram os circuitos de bares em Ofir e na Corunha (Espanha).
A história de "Penina" é amplamente conhecida, segue por isso, apenas, o resumo de um dos seus protagonistas, Giuseppe Flamínio.
Para contextualizar, diga-se tão-só que Paul McCartney e Linda Eastman se encontravam de férias em Portugal, na Praia da Luz, na Quinta das Redes, alugada pelo jornalista e escritor britânico Hunter Davies para escrever a biografia oficial dos Beatles.
Corria o mês de Dezembro de 1968.
Os Jotta Herre foram contratados por 500 escudos cada um e por noite para animar o bar do novo Hotel Penina. De Inverno vestíamos smoking preto e de Verão branco.
Nesse dia, que ninguém sabe precisar a data, estávamos de somoking preto. Paul McCartney foi visto por Aníbal Cunha na recepção do hotel a trocar libras e foi convidado a tocar connosco.
Paul tocou standards norte-americanos ao piano e depois foi para a bateria. Eu que sou baterista, com formação de jazz, nunca tinha visto ninguém a tocar assim.
De repente, Paul voltou para o piano e disse que nos ia oferecer uma música. Vocês são porreiros!
E assim nasceu "Penina", tipo café instantâneo, tal era a facilidade com que lhe saía a música.
Outro protagonista, Paul McCartney, conta assim a sua versão:
Fui a Portugal de férias e uma noite, quando regressava ao hotel, já alegrote, resolvi tomar mais uns copos no bar. Estava um grupo a tocar e eu acabei por ir para à bateria. O hotel chamava-se Penina e improvisei ali uma canção sobre esse nome. Alguém me perguntou se podia ficar com ela e eu dei-lha. Nunca pensei em gravá-la eu próprio.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
Conhecidos exclusivamente por serem os intérpretes originais de "Penina", da autoria de Paul McCartney, os Jotta Herre ter-se-ão formado em 1963 ou 1964 na cidade do Porto.
Eram então constituídos por Jaime João e Rui Pereira (teclas), cujas iniciais deram origem à designação do conjunto, e ainda Aníbal Cunha (guitarra), Carlos Pinto (voz e baixo) e Lourenço Pereira (bateria).
Ao longo dos anos, muitos foram os músicos que passaram pelo grupo, entre os quais Jean Sarbib e Vitorino.
Vitorino foi substituir Rui Pereira que se encontrava doente. Foi indicado pelo nosso agente em Lisboa. Fomos à capital no nosso dia de folga, que era à segunda-feira, e encontrámo-nos com Vitorino penso que na Leitaria Garret, explica José Carlos Flamínio, actual quadro da Universal no Porto.
De Jaime João pouco ou nada se sabe (terá emigrado para o Brasil pouco depois), Rui Pereira faleceu em 1972, vítima de doença pulmonar.
Carlos Pinto, a voz de "Penina", foi mais tarde presidente em Portugal da Sony Music, mas nunca se manifestou disponível para falar da sua experiência de juventude.
Aníbal Cunha nasceu em Tupaciquara, no Brasil, mas estudava Belas Artes, no Porto, (hoje está ligado à cerâmica e à pintura) e Lourenço Pereira foi substituído na bateria por Américo de Sousa, candidato derrotado à presidência da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, pelo PSD, e depois por Giuseppe Flamínio.
Giuseppe (ou José Carlos) nasceu em Vila Nova de Gaia, filho de casal italiano.
Nos anos 60, como não estava muito interessado na espingarda que me queriam dar, cancelei a Nacionalidade Portuguesa, mantendo até hoje a Nacionalidade Italiana, esclarece José Carlos Flamínio.
Antes de se fixarem numa residência musical no Penina Golf Hotel, em Montes de Alvor (Portimão) (hoje Le Méridien Penina Golf & Resort), inaugurado em 1966, os Jorra Herre fizeram os circuitos de bares em Ofir e na Corunha (Espanha).
A história de "Penina" é amplamente conhecida, segue por isso, apenas, o resumo de um dos seus protagonistas, Giuseppe Flamínio.
Para contextualizar, diga-se tão-só que Paul McCartney e Linda Eastman se encontravam de férias em Portugal, na Praia da Luz, na Quinta das Redes, alugada pelo jornalista e escritor britânico Hunter Davies para escrever a biografia oficial dos Beatles.
Corria o mês de Dezembro de 1968.
Os Jotta Herre foram contratados por 500 escudos cada um e por noite para animar o bar do novo Hotel Penina. De Inverno vestíamos smoking preto e de Verão branco.
Nesse dia, que ninguém sabe precisar a data, estávamos de somoking preto. Paul McCartney foi visto por Aníbal Cunha na recepção do hotel a trocar libras e foi convidado a tocar connosco.
Paul tocou standards norte-americanos ao piano e depois foi para a bateria. Eu que sou baterista, com formação de jazz, nunca tinha visto ninguém a tocar assim.
De repente, Paul voltou para o piano e disse que nos ia oferecer uma música. Vocês são porreiros!
E assim nasceu "Penina", tipo café instantâneo, tal era a facilidade com que lhe saía a música.
Outro protagonista, Paul McCartney, conta assim a sua versão:
Fui a Portugal de férias e uma noite, quando regressava ao hotel, já alegrote, resolvi tomar mais uns copos no bar. Estava um grupo a tocar e eu acabei por ir para à bateria. O hotel chamava-se Penina e improvisei ali uma canção sobre esse nome. Alguém me perguntou se podia ficar com ela e eu dei-lha. Nunca pensei em gravá-la eu próprio.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
8 comentários:
Assim se preserva a memória colectiva da música portuguesa
Para quando uma edição da revista Blitz com o depoimento deste e doutros protagonistas
Uma achega (ou não): ao ver "Jaime João" e "Porto", lembrei-me que possivelmente esse Jaime João da formação original em 1963/64 será o mesmo Jaime João do Conjunto Jaime João, que ao que tudo indica era também do Porto e que tinha gravado um EP para a Alvorada pouco antes.
Invertendo o rumo: o grupo tinha projectada a edição de um 2º EP, com temas já escritos, e creio que pelo menos um terá sido gravado. Será que o Giuseppe Flamínio tem mais dados?
Macca, a musician's musician!
Correcto bissaide! É o mesmo Jaime João que tinha um conjunto onde eu José Lima e Adolfo Lapa, tocámos.
Se quiser alguma informação desse tempo e eu souber, tenho muito prazer em o elucidar.
Abraço
joselima918@gmail.com
Sou o Américo de Sousa - "o candidato derrotado", na simpatíquíssima referência do escrivão de serviço, que não tenho o prazer de conhecer. Como baterista do Jota Herre, substituí, de facto, o Lourenço Pereira e, mais tarde (1967), fui eu próprio substituído pelo Flamínio (que gajo porreiro), quando fui "chamado prá guerra". Excelente ideia, este registo histórico na web, mesmo se, tendo ganho tanta coisa na vida, surjo aqui, afinal, como "derrotado". Essa merece um bom "rufo" de tarola. Faz aí ó Flamínio...
caro Américo ,então na política! E a bateria.? Delis de ter trocado uns mails com o José Lima, que eu conhecia por Zé Manel , descobri-te a ti . Que jia não vejo desde que trocaste o Jotta Herre do Penina.pela tropa. Adivinha quem sou.O vocalista do dito...Carlos.Um abraço.
Caríssimo Carlos! Viva! Só hoje aqui voltei, pelo que ainda demorei mais a ter notícias de ti, do que tu de mim... ora deixa cá ver há quanto tempo não nos vimos ou falamos... 1, 2, 3 10, 15, 20, 30, 35, 40... 45 anos! :))) É alguma coisa, não? Com o Flamínio quase nunca me encontro mas com o Aníbal, por razões profissionais, falo com regularidade, embora espaçadamente. Estou farto de lhe perguntar por ti, mas ele não tem o teu contacto. Não era fixe encontrarmo-nos? Que diabo, vale mais tarde do que nunca... :) Olha, podes mandar-me mensagem pelo facebook para o endereço americonofacebook@gmail.com. Vale? Logo falaremos também daqueles elegantérrimos casacos que me trazias de Lisboa! Nunca andei tão bem vestido... eheheh Abraço. Américo
Caro Américo,
Cá estou com mais uns anitos,mas ainda capaz de aguentar uns casaquitos de então mas actualizados para "slim fit" que é o que está a dar.Troquei uns e-mails com o Anibal, desiludido com Portugal (quem não está), e resolvi deixar esta nota.
Abraço
CARLOS
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