Durante muitos, muitos anos, sempre julguei ser o único fã dos Beatles em Portugal. Nada que me inquietasse! Bastava eu gostar e já me dava por satisfeito.
Ouvi Beatles pela primeira vez em 1963, em Coimbra, debaixo de um sobreiro no gira-discos portátil de um amigo. Fiquei logo preso, em 64, com "Do You Want To Know A Secret", do EP "She Loves You", o primeiro que foi editado em Portugal.
À época, a oferta era muita: Rolling Stones, Dave Clark Five, Animals, Gerry and the Pacemakers, Searchers, Kinks, Beach Boys, Beau Brummels, Freddie and the Dreamers, Swinging Blue Jeans, Who, Herman's Hermits, etc, etc, etc.
Os meus amigos do Liceu D. João III dispersavam-se, mas eu sempre fui fiel aos Beatles, nunca renegando porém os outros.
As férias de Verão na Praia de Mira e a amizade com uma inglesinha, de nome Leo, foram determinantes para o cimentar desse gosto.
Já na Faculdade de Direito de Lisboa (a partir de 1966), intelectualizei o meu apreço pelos Beatles e pelo que representavam, em consequência dos meus companheiros da altura, da minha politização, do "Em Órbita" que ouvia, dos eventos que co-organizava ("Popologia").
No cumprimento do serviço militar obrigatório, as preocupações eram de outra natureza, mas os Beatles nunca foram esquecidos. Não tinha companhia, mas o Carlos Machado Vaz lá os ouvia também.
A vida seguia o seu curso com os meus amigos - e eu próprio - a cimentar as respectivas carreiras profissionais, sem grandes disponibilidades para o lazer.
E foi só no final da década de 80, com o programa "Ob-La-Di, Ob-La-Da", na RFM, que eu me apercebi que, afinal, não era o único português a gostar dos Beatles.
Havia muitos mais e - hélas! - muito mais novos do que eu.
Mas lá no fundo, lá fundo, tenho sempre a impressão de que estou isolado, até porque não há muita expressão pública dessa apreciação dos portugueses pelos Beatles.
Agora imaginem a minha supresa quando o meu amigo Gin-Tonic (que até nem é grande fã dos Beatles) me deu a conhecer este esplêndido blogue Beatles Forever.
Eu ando é a dormir....
Ouvi Beatles pela primeira vez em 1963, em Coimbra, debaixo de um sobreiro no gira-discos portátil de um amigo. Fiquei logo preso, em 64, com "Do You Want To Know A Secret", do EP "She Loves You", o primeiro que foi editado em Portugal.
À época, a oferta era muita: Rolling Stones, Dave Clark Five, Animals, Gerry and the Pacemakers, Searchers, Kinks, Beach Boys, Beau Brummels, Freddie and the Dreamers, Swinging Blue Jeans, Who, Herman's Hermits, etc, etc, etc.
Os meus amigos do Liceu D. João III dispersavam-se, mas eu sempre fui fiel aos Beatles, nunca renegando porém os outros.
As férias de Verão na Praia de Mira e a amizade com uma inglesinha, de nome Leo, foram determinantes para o cimentar desse gosto.
Já na Faculdade de Direito de Lisboa (a partir de 1966), intelectualizei o meu apreço pelos Beatles e pelo que representavam, em consequência dos meus companheiros da altura, da minha politização, do "Em Órbita" que ouvia, dos eventos que co-organizava ("Popologia").
No cumprimento do serviço militar obrigatório, as preocupações eram de outra natureza, mas os Beatles nunca foram esquecidos. Não tinha companhia, mas o Carlos Machado Vaz lá os ouvia também.
A vida seguia o seu curso com os meus amigos - e eu próprio - a cimentar as respectivas carreiras profissionais, sem grandes disponibilidades para o lazer.
E foi só no final da década de 80, com o programa "Ob-La-Di, Ob-La-Da", na RFM, que eu me apercebi que, afinal, não era o único português a gostar dos Beatles.
Havia muitos mais e - hélas! - muito mais novos do que eu.
Mas lá no fundo, lá fundo, tenho sempre a impressão de que estou isolado, até porque não há muita expressão pública dessa apreciação dos portugueses pelos Beatles.
Agora imaginem a minha supresa quando o meu amigo Gin-Tonic (que até nem é grande fã dos Beatles) me deu a conhecer este esplêndido blogue Beatles Forever.
Eu ando é a dormir....
21 comentários:
Eu já conhecia.
E sou visitante regular. Vê lá tu que, quando o descobri, pensei que a «Teresa» era essa mesma em quem estás a pensar.
Mas, pelos vistos, não é. Seria também ouvinte do saudoso Obladi?
Eu vi que andavas por lá... Podias ter avisado, eheheh!
LT
Esqueci-me, sorry...
E, como na altura em que o descobri, achei que havia ligação via o nome teresa, acabei por não dizer nada...
É curiosa a afirmação
"Durante muitos, muitos anos, sempre julguei ser o único fã dos Beatles em Portugal."
Estavámos num período "cinzento/salazarento", mas houve várias versões de temas dos Beatles (Simone, Duo Ouro Negro, etc - conforme documentado na compilação editada há alguns anos) e - conforme tem sido referenciado neste blog - houve edições de discos (sobretudo Eps), lançamento dos filmes, colecção de cromos, etc. [basta clicar em Beatles em Portugal] pelo que não deixa de ser curiosa essa afirmação.
A Teresa que afinal é outra... agradece ruborizada o adjectivo esplêndido.
É que o meu amor por eles, pela música deles, pelo nome Beatles enquanto símbolo... não tem princípio nem fim.
Não, Paulo, nunca ouvi o Obladi (mas lembro-me, aí pelos meus sete anos, do anúncio dos gelados Rajá ao som da música, na televisão). Como nunca ouvi o Em Órbita. Ou o Dois Pontos. Ou o Pretérito-mais-que-perfeito... (enorme suspiro).
Como cantava Bob Dylan no Simple Twist of Fate... I was born too late...
Obrigada a todos, hoje estou com um grande sol na alma.
Hum... duas raridades nos dias que correm...
1. Uma mulher fã dos Beatles, e portanto de Rock'n'Roll (digo isto sem pinga de machismo, mas sim, com felicidade).
2. Uma fervorosa fã dos Beatles com horizontes alargados até ao transcendente "Blood on the Tracks".
E, ainda por cima, tem o nome da minha linda filha.
Parabéns, Teresa!
No seguimento do comentário do OF, sempre lhe digo, caro YéYé, que presunção e água-beatle cada um toma a que quer. Sinceramente, você acreditava realmente ser o "único" fã dos Beatles no Portugal dos anos 60? Acho que não, porque não o consigo imaginar a viver num qualquer "goulag", ainda para mais sendo universitário nessa altura. A Beatlemania espalhou-se pelos quatro cantos do Mundo e Portugal, apesar da ditadura, não era nenhuma ilha perdida habitada apenas por náufragos.
Tenho 62 anos, deverei ser portanto da sua geração e ainda me lembro da festa que era quando algum amigo trazia as últimas novidades do estrangeiro e que aqui iam sendo editadas a conta-gotas.
Mas ainda bem que reconheceu o "engano". Tarde e a más horas, mas reconheceu.
Único fan dos Beatles em Portugal ? Como é que se pode pensar uma coisa dessas ?
Não me percebeu, caro André Sepúlveda, ou então fui eu que não me fiz entender.
Quando digo que julgava que era o "único fã", não o disse por "presunção" - que idiotice! -, mas porque penso - e continuo a pensar - que os Beatles são mal-amados em Portugal, que os portugueses de uma maneira geral - há excepções, claro - preferem os Stones aos Beatles. Por isso me sentia isolado.
Tão simples quanto isto!
Mas regozijo que haja "milhares" de fãs dos Beatles em Portugal, como tenho aprendido.
LT
Achei graça à admiração do Filhote por uma mulher gostar de rock :)
Obrigada pelo elogio, e retribuo dizendo que a sua filha tem um nome lindo! :)
Pior estou eu que sou o único fã em Portugal dos "Freddie and The Dreamers". E desconfio que no resto do mundo também....
Freddie... who?!
LOL
Eu cá tenho uma admiração perversa por Peter Holm (e não ficarei nada admirada se o encontrar por aqui...).
Para alguém que gosta de Freddie And The Dreamers devia ser probido INVOCAR, e muito menos utilizar, o nome do Jack Kerouac!
Não tarda ainda nos vai dizer que a sua experência mais extrema foi beber laranjada!
Foi confusão. Ele pensa que o Jack Kerouac é um tipo que aparece no programa infantil da televisão.
Do The Freddie! A dança mais contestatária e alternativa!
Descobri os Beatles com Yellow Submarine e talvez Ob la di, ob la da.
Sabia que eram os Beatles, mas nem ligava muito a isso. Havia outros e outras músicas, para ouvir.
Porém,quando saiu Oh Darling! e o staccato de fracção de segundo entre a finalização de ...ling! e a entrada abrupta dos outros instrumentos, foi mais que uma descoberta. Foi uma paixão que ficou.
O trabalho de baixo e bateria nessa canção, encaixa com o trabalho de viola ritmo ( como se dizia), numa perfeição estética de achado.
Durante muito tempo tentei perceber se a vocalização era de McCartney ou de Lennon.
O resto da obra dos Beatles, só em meados dos anos setenta vim a descobrir e a maioria dos discos, na sua integralidade, ( por exemplo Two of us) só mesmo no início dos oitenta.
Agora com blogs como o da Teresa ( também tenho uma filha com esse nome), ainda se aprende mais umas coisas.
Parabéns
Está descansado, Kerouac, estou aqui para te fazer companhia!
Sei bem o que é essa sensação de isolamento!
LT
Não volto a bater no Kerouac da Margem Sul. Afinal, cada povo tem os ícones que merece.
Porque será que até hoje não encontrei um blogue em que anónimos dissessem coisas simpáticas e amenas?
Ó gentinha, por amor de Deus... GET A LIFE!!!!
E porque não um clube de fãs Teresa? Já há 4!
Buáááááááááá.....
conheço o sentimento de isolamento e subscrevo a 1000% que é uma tristeza a falta de palpabilidade deste amor aos Beatles.
Nunca há nada! Nem clubes, nem concertos, nem bandas cover! NADA! Uma tristeza!
....
E já agora, só para reconfortar o filhote na certeza de que eu que, pelo menos da última vez que confirmei, era uma mulher, sou mais fervorosa no meu amor incondicional a Beatles do que muito bom homem!! ahahhahha......
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