Meus Caros Amigos Aguardei cerca de dois dias para vêr se havia qualquer comentário a este tema,como ainda não apareceu nada,o que demonstra que os frequentadores deste Blog é rapaziada relativamente jóvem aqui vai a opinião do "velhadas". Julgo já ter dito antes,que quando apareceu a Celly Campello,a rapaziada ficou entusiasmada com a qualidade das versões feitas pelos nossos irmãos brasileiros dos sucessos americanos o que prova que nesta matéria não brincam. Claro que há que elogiar a Valentim de Carvalho que com "Moi"e os Conchas tentou fazer o mesmo,mas claro....como em tudo faltou a "garra". Fõmos "lançados aos bichos" num pseudo-estúdio "desenrascado" no antigo Teatro Taborda no Costa do Castelo (a cair de pôdre) onde o pobre do meu querido Hugo Ribeiro tentava fazer o impossivel com umas velhas AMPEX.(para ele tôda a minha amizade e admiração). Os arranjos fôram entregues a Jorge Machado e seu conjunto de Baile que claro deve ter feito os arranjos em 10 minutos. Enfim,depois nós ,"putos" de 17 e 19 anos,fômos literalmente "atirados aos bichos". Como documento,pode ter a sua piada,(não há dúvida que fômos os primeiros....a gravar!)mas como qualidade,convenhamos e sejamos sinceros,deixa muito a desejar. Como se pode vêr,já nessa altura as coisas eram "feitas sobre o joelho" o que é triste e mais cêdo ou mais tarde o resultado desta mentalidade dará os seus resultados nefastos em TUDO. Portanto e voltando á "qualidade" se tiverem a oportunidade,ouçam os discos da Celly (infelizmente já não está entre nós)seu irmão Tony e tôda uma equipa de produção que nunca brincou em serviço. Para tal,o nosso amigo RATO no seu fabuloso BLOG (RATORECORDSBLOG)têve o bom gosto de publicar para download com a habitual qualidade técnica tôda a obra discográfica da Celly e do Tony. Ouçam,e verão que em 1960 e tal,no Brasil fazia-se óptimo POP. Por cá,tal como sempre diz o Cavaco,naõ faço comentários.... Uma pequena curiosidade!!! Algum tempo depois de o Rato ter publicado toda a obra dos ditos artistas,recebeu um e-mail da mulher do Tony (portanto cunhada da Celly)agradecendo a atenção. MILAGRES DA INTERNET!!!!! RATÃO,desculpa lá esta inconfidência,mas não resisti..estas coisas é que têm muita piada e demonstra que estamos vivos!!!!
Interessante, este comentário do Daniel. Se me deixarem puxar a brasa à minha sardinha (desculpem) prova um pouco o que tenho dito aqui e ali: a boa vontade e o voluntarismo dos "rockers" portugueses a par c/ um grande amadorismo e falta de meios. O mercado (em contraste c/ o brasileiro) era pequeno e pouco exigente e, por isso, não justificava grandes investimentos em material e tempo de estúdio por parte das editoras. E, no fundo, "dar uma oportunidade aos putos para gravarem já era uma grande coisa e eles ficavam todos contentes". A isto acresce o facto de os "arranjos" serem dados a músicos c/ um diferente "background" e os próprios "rockers", por ausência de uma "indústria", terem uma experiência mtº limitada. O contraste c/ a música ligeira de então, da EN, onde existia uma autêntica "fábrica" que era o "Centro de Preparação de Artistas da Rádio e um mercado de música "ao vivo" (os "Serões Para Trabalhadores") e discográfico (a diáspora) é evidente.
Caro JC Tiráste-me as palavras da bôca!!!! O panorama era exactamente esse. Nós "putos" de 17 e 19 anos,precisávamos absolutamente (como lá fora!!) de um produtôr a nosso lado no estúdio comandando as gravações.Isso nunca acontecia. Salve-se o pobre do Ribeiro como disse antes com tôda a sua bôa vontade e amizade tentando gravar o melhor possivel. Por acaso,passou-se um caso curioso que só demonstra a modéstia e total honestidade deste homem. Quando a Valentim de Carvalho inaugorou os novos estúdios em PAÇO D'ARCOS (o último grito com tudo de melhor)fui gravar o meu último E.P. com "Os Gentlemen" e levei umas fitas que gravara na Renascença pelo Moreno Pinto para a 23ªhora do João Martins. Moreno Pinto para quem ainda não saiba,era o "paizinho" da MALTA,com uma paciência de Santo e um técnico de se lhe tirar o chapéu.O homem fazia autênticos milagres com duas AMPEX (gravadores de fita que equipavam as nossa rádios da altura). O Ribeiro,em PAÇO D'ARCOS,rodeado de tudo do melhor,ouviu as fitas com toda a atenção e com aquele seu ar paternal,perguntou-me referindo-se a uma duplicação de vozes: Olha lá!!!!Como é que ele fêz isto??? Se calhar, se fôsse hoje em dia,primeiro desdenhava do trabalho do outro (dôr de cotovêlo,claro!!)e depois não perguntava nada,só para não dar o flanco. Pois é,eram outros tempos..... Olha lá!!!
3 comentários:
Meus Caros Amigos
Aguardei cerca de dois dias para vêr se havia qualquer comentário a este tema,como ainda não apareceu nada,o que demonstra que os frequentadores deste Blog é rapaziada relativamente jóvem aqui vai a opinião do "velhadas".
Julgo já ter dito antes,que quando apareceu a Celly Campello,a rapaziada ficou entusiasmada com a qualidade das versões feitas pelos nossos irmãos brasileiros dos sucessos americanos o que prova que nesta matéria não brincam.
Claro que há que elogiar a Valentim de Carvalho que com "Moi"e os Conchas tentou fazer o mesmo,mas claro....como em tudo faltou a "garra".
Fõmos "lançados aos bichos" num pseudo-estúdio "desenrascado" no antigo Teatro Taborda no Costa do Castelo (a cair de pôdre) onde o pobre do meu querido Hugo Ribeiro tentava fazer o impossivel com umas velhas AMPEX.(para ele tôda a minha amizade e admiração).
Os arranjos fôram entregues a Jorge Machado e seu conjunto de Baile que claro deve ter feito os arranjos em 10 minutos.
Enfim,depois nós ,"putos" de 17 e 19 anos,fômos literalmente "atirados aos bichos".
Como documento,pode ter a sua piada,(não há dúvida que fômos os primeiros....a gravar!)mas como qualidade,convenhamos e sejamos sinceros,deixa muito a desejar.
Como se pode vêr,já nessa altura as coisas eram "feitas sobre o joelho" o que é triste e mais cêdo ou mais tarde o resultado desta mentalidade dará os seus resultados nefastos em TUDO.
Portanto e voltando á "qualidade" se tiverem a oportunidade,ouçam os discos da Celly (infelizmente já não está entre nós)seu irmão Tony e tôda uma equipa de produção que nunca brincou em serviço.
Para tal,o nosso amigo RATO no seu fabuloso BLOG (RATORECORDSBLOG)têve o bom gosto de publicar para download com a habitual qualidade técnica tôda a obra discográfica da Celly e do Tony.
Ouçam,e verão que em 1960 e tal,no Brasil fazia-se óptimo POP.
Por cá,tal como sempre diz o Cavaco,naõ faço comentários....
Uma pequena curiosidade!!!
Algum tempo depois de o Rato ter publicado toda a obra dos ditos artistas,recebeu um e-mail da mulher do Tony (portanto cunhada da Celly)agradecendo a atenção.
MILAGRES DA INTERNET!!!!!
RATÃO,desculpa lá esta inconfidência,mas não resisti..estas coisas é que têm muita piada e demonstra que estamos vivos!!!!
Interessante, este comentário do Daniel. Se me deixarem puxar a brasa à minha sardinha (desculpem) prova um pouco o que tenho dito aqui e ali: a boa vontade e o voluntarismo dos "rockers" portugueses a par c/ um grande amadorismo e falta de meios. O mercado (em contraste c/ o brasileiro) era pequeno e pouco exigente e, por isso, não justificava grandes investimentos em material e tempo de estúdio por parte das editoras. E, no fundo, "dar uma oportunidade aos putos para gravarem já era uma grande coisa e eles ficavam todos contentes". A isto acresce o facto de os "arranjos" serem dados a músicos c/ um diferente "background" e os próprios "rockers", por ausência de uma "indústria", terem uma experiência mtº limitada. O contraste c/ a música ligeira de então, da EN, onde existia uma autêntica "fábrica" que era o "Centro de Preparação de Artistas da Rádio e um mercado de música "ao vivo" (os "Serões Para Trabalhadores") e discográfico (a diáspora) é evidente.
Caro JC
Tiráste-me as palavras da bôca!!!!
O panorama era exactamente esse.
Nós "putos" de 17 e 19 anos,precisávamos absolutamente (como lá fora!!) de um produtôr a nosso lado no estúdio comandando as gravações.Isso nunca acontecia.
Salve-se o pobre do Ribeiro como disse antes com tôda a sua bôa vontade e amizade tentando gravar o melhor possivel.
Por acaso,passou-se um caso curioso que só demonstra a modéstia e total honestidade deste homem.
Quando a Valentim de Carvalho inaugorou os novos estúdios em PAÇO D'ARCOS (o último grito com tudo de melhor)fui gravar o meu último E.P. com "Os Gentlemen" e levei umas fitas que gravara na Renascença pelo Moreno Pinto para a 23ªhora do João Martins.
Moreno Pinto para quem ainda não saiba,era o "paizinho" da MALTA,com uma paciência de Santo e um técnico de se lhe tirar o chapéu.O homem fazia autênticos milagres com duas AMPEX (gravadores de fita que equipavam as nossa rádios da altura).
O Ribeiro,em PAÇO D'ARCOS,rodeado de tudo do melhor,ouviu as fitas com toda a atenção e com aquele seu ar paternal,perguntou-me referindo-se a uma duplicação de vozes:
Olha lá!!!!Como é que ele fêz isto???
Se calhar, se fôsse hoje em dia,primeiro desdenhava do trabalho do outro (dôr de cotovêlo,claro!!)e depois não perguntava nada,só para não dar o flanco.
Pois é,eram outros tempos.....
Olha lá!!!
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