segunda-feira, 15 de setembro de 2008

CANÇÕES PARA BEBER


COLUMBIA 01-48726-10

Clara Ferreira Alves com aquele seu ar imperial, definitivo e demolidor que os deuses lhe deram, escreveu um dia que os irlandeses são um” pequeno povo de poetas e de bêbados”.

Pubs e canções são algo que anda de mão dada na tradição irlandesa. Junte-se o Jameson e a Guinness, o retrato fica quase feito, o suficiente para serem felizes.

Em discos de música irlandesa há sempre a forte possibilidade de encontrar uma “Pub Song” onde se adivinham canecas de Guinness, copos de whiskey ao alto e em movimento circular.

Este CD reúne “Irish Drinking Songs” interpretadas por “The Clancy Brothers” e “The Dubliners”.

E porque isto anda tudo ligado, o que se segue é um pedaço de “O Imenso Adeus” de Raymond Chandler, nº 101 da “Colecção Vampiro”, numa competentíssima tradução de Mário Henrique Leiria:

“Gosto dos bares à tardinha, logo que abrem. Quando ainda há ar fresco e tudo está luzidio e o tipo do bar dá a última olhadela ao espelho para verificar se a gravata está direita e o cabelo bem liso. Gosto das garrafas arrumadas nas prateleiras do fundo e dos copos bem brilhantes e da sensação de antecipação que se tem. Gosto de ver o homem misturar a primeira bebida da tarde e pô-la no bar com o pequeno guardanapo bem dobrado ao lado. Gosto de a saborear sem pressa. A primeira bebida sossegada num bar sossegado é estupendo!

Eu concordei.

- O álcool é como o amor. O primeiro beijo é mágico, o segundo é intenso e o terceiro rotina. Depois só resta despir a rapariga.

- E isso é mau, perguntei-lhe".

Colaboração de Gin-Tonic

1 comentário:

Jack Kerouac disse...

Ora aqui estão 3 coisas de que gosto, e uma que não aprecio. Gosto de uma boa Guiness, a cerveja que não se bebe mas se mastiga, de Jameson, embora prefira Bushmills, e de despir a rapariga.
Não aprecio a "Pluma Caprichosa".