sábado, 27 de setembro de 2008

THE BEATLES AT THE HOLLYWOOD BOWL


A versão original em vinil que, adivinho, jamais será oficialmente remasterizada digitalmente, foi editada no dia 06 de Maio de 1977 (tks, Paulo!), sete anos após a separação da banda.

Os dois concertos de Hollywood Bowl, nos dias 23 de Agosto de 1964 e 30 de Agosto de 1965, foram gravados com um gravador de três pistas, sob a supervisão de George Martin, mas a guincharia de 17 mil fãs e as condições técnicas miseráveis do som de palco levaram a um resultado final longe das expectativas.

É, no entanto, um documento histórico, único, um registo sonoro da vida de cão que os Beatles eram obrigados a suportar.

Por tão más, as bobinas foram rejeitadas tanto por George Martin como pelos Beatles, mas mais de uma década depois, o presidente da Capitol, Bhaskar Menon, sem os avisar, quis editá-las.

Chamou um relutante George Martin que, ao re-ouvir as bobinas 10 anos depois, ficou impressionado com a atmosfera e limpou o som com a ajuda de Geoff Emerick.

O álbum em vinil contém as melhores performances dos dois concertos, mas há bootlegs em CD com os concertos completos.

Curiosamente, George Martin quis que o primeiro álbum dos Beatles fosse um álbum ao vivo gravado na Cavern.

16 comentários:

Jack Kerouac disse...

Este LP é especial para mim, quando o ouvi pela primeira vez nem sabia o que eram os Beatles, embora depois tivesse descoberto lá em casa o single "Oh Darling", mas esse nunca me tinha captado a atenção. Tinha 11 anos, e apesar da qualidade de som não ser a melhor, o que este disco tem realmente de especial é o captar de alguma forma a essência da "Beatlemania", e transmiti-la. Foi a partir deste LP que eu me tornei de facto um "Beatlemaníaco", curiosamente o disco tinha sido oferecido a um amigo meu, da mesma idade, que não lhe achava graça nenhuma, deve ser essa a razão pela qual ainda hoje o tenho comigo :) embora só o tenha conseguido "raptar" depois de ter comporado já outros LPs. Mas o tal folheto que vinha no interior, serviu-me para me orientar na busca da colecção completa. Espero que o meu amigo não leia este blogue, se não ainda tenho que devolver o LP, acho que nunca foi editado em CD.

paulo disse...

Este foi o meu primeiro álbum dos Beatles (3º disco, depois do EP Get Back e do EP Hey Jude).

Tenho por ele um enorme enorme carinho. Ouvi-o à exaustão, sabia tudo de cor (as letras, os solos, as deixas entre canções, os gritos dos fãs!), que é a mesma coisa que dizer com o coração!

A ele associo também a memória da minha mãe. Muitas vezes era forçado a baixar o som do álbum (que ouvia a altos berros) porque, segundo ela, o disco parecia o som de uma panela de pressão!

A este disco, associo ainda uma folha em fundo amarelado que vinha dentro do disco e que tinha as capas de todos os discos dos Beatles e o alinhamento dos temas que deles faziam parte. Foi a partir daqui que decidi que os havia de ter todos!

PS: Mr IÉ-IÉ, em vez de 1977, saiu como data de publicação 1997. Malditos teclados!

filhote disse...

"Vida de cão", companheiro Ié-Ié??? Troco já a minha vida de músico por 15 minutos de Beatlemania!

Existe um certo snobismo da parte dos Fab Four, e de centenas de outros artistas, quando demonstram desdém e enfado pela fama que conquistaram. Da Cavern para o Shea Stadium... não é fantástico?

Na verdade, eles adoraram o sucesso e a fama que conquistaram - e o dinheiro também...

Quanto ao LP, com ou sem guincharia - a minha tia dizia que parecia a aldeia dos macacos -, eu diria que é dos melhores registos sonoros da História do Rock'n'Roll!!!

ié-ié disse...

Não confundamos as coisas, Filhote! O facto de ter sido "fantástico" da Cavern para o Shea Stadium não significa que a "vida não tivesse sido de cão". Não há incompatibilidade. 15 minutos de beatlemania? OK! Mas 8 anos?!?!

Nunca vi ou ouvi os Beatles demonstrar desdém ou enfado pela fama, muito menos snobismo. Lembro-me sempre de uma frase de Lennon quando começava a compôr uma nova canção: "vamos lá fazer mais uma piscina!".

É certo que mostraram enfado pelos concertos (pelas razões conhecidas), mas todos ficámos a ganhar pelo seu trabalho em estúdio.

Há uma frase do David Ferreira que jamais esquecerei: "os Beatles trabalharam que nem cães para chegar onde chegaram".

É verdade e - reafirmo - que para isso também levaram uma "vida de cão"!

Felizmente que a música não é "abaixo de cão"!

LT

ié-ié disse...

Paulo:

Já és o 2º a falar de uma folha dentro do LP do "Hollywood Bowl" com a discografia dos Beatles.

O Filhote falou apenas na capa interior que é o que eu tenho. Existe mesmo essa folha/poster?

Se sim, qual é a edição do teu LP?

LT

Jack Kerouac disse...

Sim, era uma folha do tamanho exacto da capa de um LP, o Disco vinha num daqueles envelopes de plástico normalíssimos, e depois tinha a tal folha com a discografia. A minha edição é da VC de 1977 8E 068 06377.na capa tem uma Bola com a celebração dos 100 anos de gravação sonora 1877-1977...

paulo disse...

A folha em causa (fundo amarelo torrado, tamanho LP, impressão em frente e verso, a preto e branco) tem como título The Beatles' Collection. Na frente traz as capas de Please Please Me até A Collection Of Beatles Oldies; no verso aparecem de Sgt Peppers até let It Be e depois ainda os duplos vermelho e azul e, por fim, o Rock'n'Roll.

Nessa folha aparece o seguinte registo: 8E 06806377 (como referiu jack kerouac). No entanto, na contra-capa do Lp, tenho uma pequeno autocolante que altera os primeiros 5 dígitos e passa a 8E 07206377. Não faço ideia do que isto quererá dizer...

Só mais uma coisa: como o homem da beat generation também referiu, o meu disco também apresenta o círculo no canto superior direito alusivo aos "100 anos de gravação sonora 1877-1977".

paulo disse...

Só mais três detalhes:
-estive agora a comparar o tom de amarelo da folha e é igual ao da capa (talvez um pouco mais carregado).

-por baixo da capa de cada Lp aparece, em duas colunas, uma para Side One, outra para Side Two, o alinhamento de cada disco.
(lembro-me que o que me deixava fascinado era ver tantos títulos de músicas que eu não conhecia e punha-me a imaginar como soaria cada uma e quem cantaria o quê...)

-a reprodução da capa do "álbum branco" tem THE BEATLES escrito a negro...

Jack Kerouac disse...

Curioso, Paulo, como a mim me aconteceu o mesmo com essa folha. Com a diferença que eu não sei onde coloquei a minha, mas olhava para esses alinhamentos e tentava imaginá-las. Lembro-me que comprei o Sgt Peppers cedo de mais, fiquei desiludido. Na altura as musicas da primeira fase eram muito mais atraentes para mim, falo dos meus 12/13 anos.

paulo disse...

jack,

Devemos ter a mesma idade (eu faço 43 na próxima 6ª, 3 de Outubro) e a mim aconteceu-me um pouco isso.

O meu primeiro contacto com os Beatles veio através dos cartoons americanos que passavam na rtp. Com os meus amigos de infância brincávamos aos Beatles (havia um Paulo, um João, um outro Paulo que também era Jorge e o 4º era o António...).

Quando adquiri o primeiro disco dos Beatles, o EP Get Back, apanhei uma tremenda desilusão. Nessa altura, eu queria era She Loves You, A Hard Day's Night e Can't Buy Me Love...

Com o segundo disco, o Ep Hey Jude, pior um pouco... Aquele refrão nunca mais acabava. Achava a música muito aborrecida.

A vírus só pegou (e nunca mais me curei!) com o Hollywood Bowl. Aquilo, sim, era Beatles!

Jack Kerouac disse...

Sim, eu tenho 42 anos, andamos por aí. Também me lembro de ver esses cartoons, que adquiri há pouco tempo no e-bay. Mas associava aquilo a cartoons, e nada mais. Foi mesmo com o Hollywood Bowl que fiquei fascinado. E depois passou o documentário na tv "all you need is love", o "Herois do Rock And Roll" e o resto é história...eheh. Ainda me lembro de ter feito uma colecção de cromos de estrelas da Pop, onde não tinha os Beatles, mas tinha cada um individualmente. Eram uns cromos com a foto do artista, e uma moldura em côres diversas. Ainda tenho o Paul o George e o RIngo, o John nunca tive.

Rato disse...

Aqui o Rato também tem o vinil editado pela VC em 1977 mas a capa está limpinha (felizmente!), isto é, sem o tal rótulo alusivo aos 100 Anos de Gravação. E tambérm sem quaisquer autocolantes.
Quanto às referências, aparecem duas:
11C 074 06377 - no verso da capa (gatefold)e no tal insert com a discografia dos Beatles
8E 068 06377 - no vinil
É realmente estranha esta disparidade

ié-ié disse...

Pois, já percebi, os que têm a folha separada têm a edição portuguesa, o que também é bom. Não a tenho.

Tenho a edição inglesa (EMTV 4), de 1977, em que a discografia dos Beatles está no saco interior. Mas comprei o disco em Portugal, já que me custou 375$00.

(Alô, alô Rato! Se tivesse tirado o autocolante do preço, não teria esta especial informação agora. E relembro que, na altura, não havia computadores para registo. Toma! Ah! Ah!)

LT

filhote disse...

Ok, ok, Ié-Ié, entendido. E de facto, a música dos Beatles não é "abaixo de cão", mas sim, de excelente pedigree!

Também não é necessário recordar uma frase de David Ferreira. Antes dessa tirada lusa, já John Lennon cantava: "and I've been working like a dog"!!!

Mesmo assim, mantenho que existe um certo "desdém" de célebres artistas pela fama alcançada. Nem sempre. Eu diria, a espaços. Ora revejam lá todos os comentários do nosso querido e saudoso George na Anthology...

Agora, uma observação lateral... "vida de cão"??? já repararam como é contraditória a expressão?... alguma vez os cães trabalham?... que eu saiba, não fazem nenhum...

ié-ié disse...

Nem de propósito, Filhote! Os cães não trabalham?

Ainda no Domingo, caminhando no Parque das Nações, ri a bandeiras despregadas (há quanto tempo não se usa esta expressão?): um afro-português (por comparação aos afro-americanos) de patins a ser puxado a grande velocidade por um cão!

O que eu me ri! E se calhar ele julgava que estava a fazer grande exercício...

LT

filhote disse...

Ahahaahahahhahaha!!!!